Como
em quase todas as áreas da atividade humana, o segmento hospitalar vem passando
por transformações muito sensíveis nos últimos anos, especialmente em razão da
revolução tecnológica em curso. Essas transformações são responsáveis também
por importantes mudanças de comportamento entre as pessoas, que estão mais bem
informadas, conectadas, ativas e, portanto, muito mais exigentes em suas
relações sociais e de consumo.
Outros
fatores que têm forte influência e que causam pressão sobre os serviços de
atendimento à saúde no Brasil são: o envelhecimento gradativo da população; o
avanço na procura por instituições privadas devido ao acesso mai fácil a
convênios médicos e seguros de saúde; a evolução natural da medicina, que –
impulsionada por novas soluções tecnológicas em diagnóstico, acompanhamento,
tratamento e intervenção e pela amplificação das frentes de atuação dados os
resultados no campo da pesquisa e desenvolvimento – exige atualização,
adequação de infraestruturas, aquisição de equipamentos, conhecimentos e
contratação de mão de obra qualificada pelos gestores hospitalares; além da
consequente inflação de preços desse segmento – que sabidamente é descolada e
muito mais alta ante a maioria dos segmentos econômicos do País.
Desta
forma, a gestão hospitalar tem se tornado muito mais complexa e, por
conseguinte, significativamente mais cara e custosa. Hoje, além dos naturais
serviços de saúde prestados pelos hospitais, essas instituições necessitam
dispor de uma robusta estrutura de apoio para garantir a melhor oferta de
serviços com qualidade aos pacientes e seus acompanhantes, que são clientes
exigentes e ansiosos pelo melhor atendimento. Para possibilitar os resultados
demandados, os gestores hospitalares necessitam contar com uma eficiente,
preparada e adequadamente dimensionada estrutura de facilities – que é baseada
na utilização de mão de obra e ferramentas especializadas para atender a
serviços específicos de apoio, como limpeza, segurança e gestão predial –,
sempre visando a prestação eficiente e qualificada em serviços de saúde.
A
gestão de facilities, que era compreendida apenas como atividade secundária, de
apoio ao atendimento hospitalar, passou a ser componente essencial nos
resultados do trabalho desenvolvido pelos hospitais. Afinal, são enormes as
necessidades de sistematização e organização de áreas como: limpeza e
higienização, especialmente para que sejam evitadas as temidas infecções
hospitalares; segurança, em razão da necessidade de controle de acessos,
garantia da integridade física das pessoas, de seus bens e dos equipamentos e
medicamentos que devem ser assegurados e preservados; serviços, que incluem
hotelaria, alimentação e tinturaria; e logísticos, pela necessária reposição
diuturna de insumos, medicamentos e utensílios.
Nesse sentido, a tecnologia – que vem sendo essencial e, muitas vezes, disruptiva nos serviços de saúde – torna-se determinante também para o apoio às tarefas e serviços relacionados a facilities. Ela vem para quebrar paradigmas, facilitar o trabalho e, especialmente, ajudar a identificar e compreender melhor a dinâmica que envolve as estruturas e como as pessoas se utilizam delas, a partir da análise organizada e minuciosa de dados e informações tão essenciais à compreensão das expectativas, necessidades e demandas de clientes, colaboradores e demais stakeholders envolvidos com as instituições hospitalares.
Mas a aplicação das soluções tecnológicas não é simples. Perceber as necessidades específicas de cada unidade hospitalar, identificar aquilo que é preciso dispor para melhorar os resultados, encontrar e estruturar as ferramentas e soluções e dispor das pessoas preparadas para gerar os melhores resultados tornam-se desafios significativos a serem enfrentados pelos gestores. Sabemos, também, que a oferta de recursos tecnológicos de ponta pelos hospitais é fator de atratividade de potenciais pacientes/clientes.
Vários elementos demandam dos gestores preparação, atenção e dedicação para que a satisfação do paciente/cliente seja garantida. É preciso conhecer a estrutura disponível, perceber fraquezas e fortalezas, entender as demandas, inovar ao se antecipar a tendências e necessidades, planejar, gerir pessoas, ser ágil e eficiente nas respostas, encarar problemas característicos do setor –tais como desperdício, fraudes e desvios–, atuar de modo sustentável, estar aberto e inserido no processo de transformação das estruturas a partir dos avanços tecnológicos e das demandas crescentes dos pacientes/clientes, saber delegar e estar aberto a receber o apoio especializado para oferecer as soluções e resultados demandados.
Percebemos
que a rede hospitalar privada tem evoluído significativamente e se adequado às
demandas características desse setor. Porém, os desafios são crescentes, e se
multiplicam em uma velocidade alucinante nesses tempos de transformação
digital. Cabe aos gestores de hospitais saber procurar, lidar e adotar as
melhores soluções para que os serviços prestados por suas instituições sejam
sempre reconhecidos pela excelência e qualidade tão demandas pelos brasileiros.
Maurício
Almendro - diretor da Divisão de Saúde do Grupo Verzani & Sandrini
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