Para
especialista em governança corporativa, empresas familiares podem alcançar
sucesso e perenidade, mas desde que o profissionalismo na gestão caminhe junto
com o crescimento do empreendimento. Confira dicas
As empresas familiares representam 90% da fatia
de negócios no país, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), e sempre têm tudo para dar certo, desde que não se abra mão
de uma gestão profissional, algo que nem sempre é fácil de se implantar, quando
se trabalha em família.
É bem frequente, ao se abrir um negócio, que os
nossos pais, irmãos, tios sejam os nossos primeiros sócios e também os
primeiros colaboradores, já que no começo os recursos para se movimentar a
empresa são escassos e nessa hora é na família que buscamos o apoio necessário
para empreender. Com isso, a maioria destas empresas começa com uma gestão
informal, com ausência de políticas, padrão de gestão, sem definição de sua
visão, missão, sistemas de qualidade, ou seja, sem o profissionalismo
necessário em sua administração.
Para o consultor em administração e especialista
em Governança Corporativa, Marcelo Camorim, na gestão familiar diversos
costumes típicos da família costumam vir à tona e influenciar nas decisões do
negócio. Fazer essa distinção do que é referente à empresa e o que é da família
é o grande desafio para o crescimento das organizações desse tipo. “É preciso
também que funções e responsabilidades comecem a ser delegadas e respeitadas.
Nem sempre a hierarquia que existe dentro da família é a mesma que se tem na
empresa”, frisa o especialista.
Ele lembra que, apesar de a família ser o porto
seguro da maioria das pessoas, isso não significa que conflitos não existiram,
aliás, talvez eles possam ser mais frequentes devido a proximidade que se te
com o laços consanguíneos. “Quando pensamos em família há sempre um forte
componente emocional envolvido, mas no ambiente empresarial isso, se não for
balanceado, surgindo nesta relação desentendimentos e conflitos”, esclarece o
consultor.
Mas apesar dos desafios, Camorim defende que o
equilíbrio na gestão de uma empresa familiar pode ser encontrado com a adoção
de certas dicas e técnicas que asseguram uma relação mais sólida e madura nas
relações, e nos horários de trabalho, e também fora dele. Para quem vive essa
realidade de trabalhar com familiares o especialista em governança corporativa
deixa cinco dicas para se evitar conflitos na gestão familiar.
- A
família deve ter um salário fixo mensal, como qualquer outro trabalhador:
não é porque você é parente que deve ganhar salário maior ou sair mais
cedo. As regras dos funcionários se aplicam a todos;
- Nem
sempre a hierarquia que existe dentro da família é a mesma que se tem na
empresa - defina atribuições, metas, responsabilidades e deixe claro o
papel de cada um;
- Não
confundir despesas pessoais com as despesas da empresa: isso vale
especialmente para os parentes que são sócios. Retiradas sem programação
podem comprometer a saúde financeira da empresa;
- Não
colocar familiares em cargo ou função sem a capacitação devida: muitas
vezes, a contratação de parentes se dá pelo vínculo de confiança,
mas isso, por si só, não basta. É preciso dar cargos a quem tem habilidade
técnica para desempenhá-lo;
- Invista
em consultoria para se ter uma governança implantada: ganhar mais por
mérito, adotar normas de conduta, toda essa mudança de cultura que envolve
novas práticas, tendem a enfrentar resistência; com uma consultoria,
elas tendem a ser assimiladas de forma mais imparcial, especialmente pelos
parentes envolvidos.
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