Contar histórias, nomear
sentimentos e estimular diálogos, são algumas das ferramentas importantes para
trabalhar essa capacidade desde a infância
Inteligência Emocional (IE) é a habilidade de
reconhecer os seus sentimentos e emoções com maior facilidade, canalizando-os
sem grandes traumas ou sofrimentos. "As emoções nos conduzem a uma ação,
que pode ser tanto adaptativa e funcional, como o seu contrário. Ao aprender
articular o afeto (o que eu sinto), com uma representação (o que isso
significa), eu consigo gerar respostas mais congruentes", explica a
Segundo a Psicóloga e Instrutora da Sociedade Brasileira de Programação
Neurolinguística (SBPNL), Roberta Coelho.
Durante a infância, é de suma importância que a
habilidade de autoconhecimento seja estimulada pela matriz familiar, já que
esta é responsável pelo primeiro contato entre a criança e o mundo. "Só a
partir do momento em que conhecermos nossas emoções, seremos capazes de (re)conhecê-las
em nós mesmos e nos outros. Dito de outra forma, não há reconhecimento sem
antes, o conhecimento" comenta.
Outro fator indispensável para o desenvolvimento da
Inteligência Emocional durante a infância, é legitimar o comportamento da
criança a partir do ponto de vista dela e não do adulto. De acordo com a
psicoterapeuta, a compreensão da intenção genuína por trás do comportamento
manifestado pela criança, gera uma mensagem de acolhimento e confiança e a
partir desse momento, é possível conduzi-la na construção de respostas mais
funcionais. "Por exemplo, se uma criança bate no amigo porque ele pegou o
seu brinquedo, o adulto primeiro nomeia que o que ela está sentindo é raiva e,
posteriormente, diz que é ela (a raiva) quem vem quando algo que não querermos acontece
(legitima a intenção genuína). Feito isso, o próximo passo é ajudar a criança
na construção de um comportamento mais adaptativo, sugerindo, por exemplo, que
ela peça de volta o brinquedo pedindo, e não batendo no seu colega.".
A instituição de ensino também é responsável pelo
desenvolvimento emocional de seus alunos, tendo em vista que atualmente, as
crianças passam a maior parte do tempo dentro das salas de aula. "O
próprio contexto escolar gera mais dinamismo a esse processo de aprendizagem,
ao mesmo tempo em que, na interação com outras crianças, há possibilidade maior
de um autoconhecimento não apenas a partir do contexto de vida dela, como
também dos seus pares", explica Roberta.
O incentivo ao desenvolvimento da Inteligência
Emocional desde a infância pode trazer inúmeros benefícios para o futuro da
criança, tendo em vista que desde pequena ela será conduzida ao
autoconhecimento. "Estabelecer uma articulação coerente entre esses dois
mundos, o interno e externo, nos conduz para a construção de um repertório
emocional e comportamental mais funcional rumo a uma interação mais adaptativa,
melhorando a qualidade das relações tanto intra como inter psíquicas"
completa.
A IE deve ser trabalhada de acordo com a idade.
Segundo a Psicóloga e Instrutora da Sociedade Brasileira de Programação
Neurolinguística (SBPNL), com as crianças muito pequenas, deve-se nomear as
emoções quando forem manifestadas. Já com as mais velhas, pode-se inserir os
conceitos de vergonha, ou até mesmo ansiedade, já que a capacidade de
discriminação aumenta conforme crescemos. Contar histórias é outro recurso
eficaz para o desenvolvimento da inteligência emocional, pois promove uma
construção do significado a partir do sentir. "Uma recomendação que eu
faço é sugerir aos pais (ou cuidadores) que, ao lerem uma história, apontem
para um determinado personagem do livro e pergunte "o que será que ele
está sentindo?", "E porque você acha isso?", "E o que será
que ele poderia fazer para mudar isso?", e assim por diante. Interações
como essa promovem não apenas um melhor entendimento sobre esse repertorio
emocional, como também trabalha o princípio da relação empática", finaliza
Roberta Coelho.
SBPNL - Sociedade Brasileira de Programação
Neurolinguística
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