Capacitação dos professores, inclusão de profissionais especializados
nas escolas e melhorias nas estruturas das salas podem facilitar o processo de
aprendizagem
Reconhecida desde 2002, a linguagem de libras é a forma mais comum para que surdos se comuniquem. Mas as escolas que não adotam o método da educação inclusiva apresentam dificuldades em ensinar estudantes surdos.
Pela experiência do psicólogo Vitor Matos, do Hapvida Saúde, poucas escolas e instituições possuem um quadro de profissionais capacitados em atender a demanda para auxiliar a aprendizagem do surdo, além da língua de sinais. Por isso, a importância da integração como uma forma de adaptar o aluno ao sistema preestabelecido. "Soluções como a colocação e valorização dos intérpretes, a capacitação dos professores, a inclusão de profissionais como psicopedagogo e psicólogo nas escolas, melhorias nas estruturas das salas podem facilitar o processo de aprendizagem da criança surda. Desta forma, será mais fácil lidar com os aspectos cognitivos e comportamentais, auxiliando no processo criativo e espontâneo em lidar com as novas situações", conta o especialista.
Outra dificuldade está na linguagem que a criança surda está inserida que, muitas vezes, participa de ambientes em que a língua oral é predominante. Muitos pais ouvintes começam a ensinar gestos e mímicas para que a criança compreenda alguns comportamentos. No entanto, se não for uma escola que contribua para a aprendizagem em libras, acaba dificultando o processo e a criança apresentará dificuldades em se relacionar.
O acompanhamento dos pais no processo educativo da criança é de extrema importância, pois chegará um momento em que a criança aprenderá libras e se os pais ouvintes não desenvolverem essa prática, poderão se sentir impotentes devido à falta de conhecimento desta língua, prejudicando sua relação com o filho.
"Entre
os principais desafios, o primeiro é a não aceitação do diagnóstico da surdez,
no qual muitos pais não se sentem à vontade de brincar com seus filhos pela
falta do ouvir, tornando difícil sua interação com a criança. A superproteção
acontece bastante por acreditar que o filho não vai se desenvolver, impedindo a
sua inclusão e o desenvolvimento de habilidades", explica Matos.
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