Doença tem maior incidência com o frio e a baixa umidade
No outono, com a queda na
temperatura, os casos de doenças respiratórias aumentam cerca de 40%. Os dados
são da ABORL (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia
Cérvico-Facial).
A bronquiolite, que atinge
principalmente bebês, pode causar tosse, dificuldades para respirar entre
outros sintomas. Não há tratamento específico para a doença, portanto, é
necessário -principalmente nesta época do ano- adotar medidas preventivas,
como: higienização das mãos, superfícies e objetos, evitar aglomerações e
locais fechados.
O que é bronquiolite?
A bronquiolite é uma doença causada por vírus que afeta
especialmente os bebês no seu primeiro ano de vida. Anualmente, no
período do outono e inverno, os vírus respiratórios causam sintomas de
resfriado como febre, tosse e coriza. Em bebês, essa infecção pode progredir
para as vias aéreas inferiores e levar ao aparecimento de chiado no peito,
dificuldade para respirar e até comprometimento da oxigenação do sangue
resultando num quadro clínico clássico de bronquiolite.
Como reconhecer os sinais e sintomas de bronquiolite?
Nos primeiros 3 dias o bebê pode apresentar febre, obstrução
nasal, coriza transparente. A seguir aparecem: tosse, dificuldade para mamar,
respiração ofegante e chiado no peito. Os sintomas são variáveis, dependendo do
tipo de vírus envolvido, da idade da criança e resposta imunológica à infecção
viral.
Quando existe qualquer sinal de dificuldade para respirar é
preciso levar o bebê para atendimento médico.
Há risco para bronquiolite grave?
Sim. O quadro é mais grave em bebês que nasceram prematuros,
naqueles com doença cardíaca e nos pacientes com Síndrome de Down.
Uma parcela desses pacientes deve receber uma profilaxia contra
a infecção por vírus respiratório sincicial para evitar hospitalizações em UTI
e óbito. Existe uma norma da Secretaria Estadual da Saúde para fornecimento
gratuito desse medicamento, chamado palivizumabe, para esses casos. Durante o
período de maior circulação de vírus, o bebê com maior risco recebe uma
aplicação intramuscular mensal de anticorpos já prontos para evitar a infecção.
O custo desse procedimento é bastante elevado e por isso só é realizado quando
há indicação precisa.
Existe tratamento para a bronquiolite?
Não existe nenhum tratamento específico que seja comprovadamente
eficaz. O importante é manter o bebê hidratado, o mais confortável possível e
suplementar oxigênio conforme a necessidade particular de cada caso.
Pode ser necessária observação rigorosa em ambiente hospitalar e
aparelhos para auxiliar a respiração. Felizmente, na grande maioria das vezes
não acontecem essas complicações e o bebê se recupera em 7-10 dias.
A bronquiolite aumenta a chance de a criança evoluir com asma no
futuro?
Muitas pesquisas estudaram e ainda estudam esse assunto. Parece
que realmente alguns vírus como o Vírus Respiratório Sincicial e o Rinovírus,
quando causam bronquiolite em bebês de baixa idade, aumentam a possibilidade de
desenvolvimento de asma, com episódios recorrentes de chiado no peito.
Portanto, ao aparecimento dos primeiros sintomas- como os
relatados acima- não deixe de buscar um hospital
infantil.
Dra. Maria Helena Bussamra - CRM: 77073
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