Estudo mostra que quanto mais baixos
os índices de vitamina D menores são as taxas de gravidez nos
tratamentos de fertilização in-vitro
Com a chegada dos meses mais frios do ano, o tempo
de exposição ao sol costuma diminuir e a consequência mais danosa para o
organismo é a redução nas taxas de colecalciferol, ou vitamina D - como é
mais conhecido. O processo de formação da vitamina D ocorre
na pele e é dependente dos raios solares do tipo UVA e UVB - 90% da
produção de toda a vitamina D que circula em nosso corpo ocorre nesse
processo.
Mesmo em países com alta incidência de exposição solar,
como é o caso do Brasil, uma parcela cada vez maior da população encontra-se
com níveis insuficientes ou deficientes de vitamina D, o que faz com
que toda a comunidade médica tenha que ficar atenta. "O
crescente déficit dessa molécula na população pode levar ao descontrole e/ou
surgimento de uma série de patologias", afirma o ginecologista e
especialista em reprodução humana, Dr. Roberto de Azevedo
Antunes, Diretor-médico do Centro de Reprodução Humana Fertipraxis.
A vitamina D é uma molécula que apresenta ação hormonal em
diversos processos do nosso organismo. Sua ação mais conhecida se dá na
regulação dos níveis de cálcio e
fósforo, e sua deficiência ocasiona, entre outros
problemas, fragilidade óssea e fraqueza muscular.
A vitamina D atua ainda no controle da proliferação de
células cancerígenas, na modulação da função cardíaca, na regulação do sistema
imune e até no desempenho reprodutivo dos casais. "A influência
da vitamina D na fertilidade humana, apesar de cada vez mais estudada, ainda
não é bem elucidada. Estudos em modelos animais evidenciaram que ela possui um
enorme efeito sobre a capacidade de gravidez e sua evolução. No entanto, em
humanos, ainda há espaço para discussão", explica o médico.
Pesquisas recentes identificaram que déficits dos níveis
sanguíneos de vitamina D foram observados em condições que dificultam a
gravidez, como na endometriose e na síndrome dos ovários policísticos. Além
disso, várias publicações mostraram que homens com níveis mais baixos da
vitamina D apresentam piores parâmetros de qualidade seminal e maior
dificuldade em engravidar suas parceiras.
Um outro estudo recente mostrou que baixos
níveis de vitamina D estão relacionados a menores taxas de gravidez em
tratamentos de fertilização in vitro. "Quando avaliamos o desempenho
de gestações em curso, baixos níveis de vitamina D parecem também
estar ligados a piores resultados obstétricos. Dentre eles destacam-se maiores
taxas de abortamentos e de doença hipertensiva ligada a gravidez",
acrescenta.
Diferentemente do que ocorre com a prevenção de fraturas e
da saúde óssea, onde a reposição de vitamina D é comprovadamente eficaz,
ainda não é claro se a reposição de vitamina D auxilia na
prevenção de problemas na gravidez ou na melhora dos resultados de
tratamentos de fertilidade.
A grande pergunta que a comunidade médico-científica segue
tentando responder é se a reposição de vitamina D nessas situações é válida ou
não. Até o momento as principais sociedades de obstetrícia e medicina
reprodutiva não recomendam reposições altas de colecalciferol para mulheres em
idade fértil, mesmo durante a gestação. "Essa é uma área de
muito debate e com muitos estudos sendo realizados, de modo que, a qualquer
momento, essa posição pode ser revista", conclui o Dr. Roberto de
Azevedo Antunes.
FERTIPRAXIS
Centro de Reprodução Humana
Nenhum comentário:
Postar um comentário