A onda fitness
continua, mas é preciso ter cautela quando se trata de exercícios impactantes
Muitas mulheres, ao engravidarem, ficam
preocupadas com a prática de atividades físicas, desde subir alguns lances
de escada, fazer algum esforço dentro de casa, até realizar treinos em
academias, devido ao risco. Segundo o Colégio Americano de Ginecologia e
Obstetrícia (ACOG), a prática de 30 minutos de exercícios
diários, de intensidade moderada, para gestantes, é recomendada, sem
complicações clínicas ou obstétricas. Estes exercícios, além de
contribuírem para a ocorrência do parto normal, proporcionam também
outras vantagens.“A mulher que ganha condicionamento físico reduz o risco
de nascimento prematuro, o inchaço, o risco de desenvolvimento de diabetes
gestacional e até mesmo diminui a intensidade da dor lombar, por conta do
aumento de peso extra”, diz Dr. Fábio Cabar, ginecologista e obstetra, membro
titular da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (SOGESP).
A prática deve sempre acompanhar um profissional
especializado, pois a sobrecarga de peso pode lesionar algumas articulações e
gerar disfunções no assoalho pélvico, uma vez que a gestante já possui uma
pré-disposição para a perda de urina involuntária. “O exercício mal direcionado
pode levar a gestante a desenvolver a incontinência urinária, pois o peso
uterino aumenta bastante com o desenvolvimento do bebê, e a sobrecarga da
atividade física dificulta o controle da musculatura dos esfíncteres”, explica
a fisioterapeuta Thalita Freitas, especialista em Saúde da Mulher (HC-FMUSP),
da clínica Athali Fisioterapia Pélvica Funcional.
Os especialistas ainda ressaltam que exercícios
físicos intensos devem ser evitados durante toda a gestação, pois, nesse nível,
há risco de aborto espontâneo, parto prematuro, crescimento fetal diminuído e
maior chance de o recém-nascido ter baixo peso ao nascer. “Nas prescrições
iniciais, os exercícios aeróbios deveriam ser incluídas, no mínimo, três
sessões semanais, com dias intercalados, cada uma com duração de 30 a 45
minutos. A intensidade empregada deve manter uma média estável da frequência
cardíaca numa faixa que não exceda 130 a 150 batimentos por minuto”, orienta
Dr. Fábio.
Atividades com pouco impacto são as mais
aconselhadas. “Exercícios dentro da água, como natação e hidroginástica, e
a própria fisioterapia pélvica funcional são atividades recomendadas por
diminuírem o impacto sobre as articulações, e excelentes opções para o
fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico”, finaliza Thalita.
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