Cefaleia pode se manifestar de várias formas e têm diversas
possibilidades de tratamento
A dor de cabeça é um sintoma que pode estar relacionado a mais
de 200 doenças. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, cerca de 95% da
população apresentará, ao menos uma vez na vida, um episódio de cefaleia. Mais
do que isso: 70% das mulheres e 50% dos homens apresentam ao menos uma dor de
cabeça ao mês. Porém, poucas pessoas sabem diferenciar os diferentes tipos do
problema.
A cefaleia pode ser diferenciada de duas maneiras: primária e
secundária. Na maioria dos casos, a primária é a que se manifesta sem se
relacionar a nenhuma outra doença, e não há uma causa secundária para que a dor
apareça, ela é a própria doença. “Pacientes com um histórico de dores
recorrentes e que tenham as mesmas características geralmente apresentam um
conjunto de sintomas que nos permite diagnosticar com precisão o problema, sem
a necessidade de exames complementares”, explica o Dr. Marcelo Calderaro, do
Núcleo de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Samaritano.
Já a dor secundária é normalmente relacionada como um sintoma de
alguma outra doença, como gripe, virose, AVC e, até mesmo, um tumor.
Nesses casos, o médico analisa o exame mais adequado para auxiliar no
diagnóstico por trás dessa dor. Leva-se em conta também se a cefaleia é súbita,
diferente das dores que o paciente está acostumado, ou quando ela é acompanhada
de outros sintomas, como febre, por exemplo.
Dentro dos dois tipos de cefaleia existem outros. A cefaleia
tensional é a mais comum na população. Causa uma dor leve a moderada, peso na
cabeça e não apresenta sintomas como enjoo e vômito. Pode ser crônica ou
episódica, dependendo da sua frequência. A cefaleia em salvas é a que dá crises
temporárias até oito vezes ao dia, com dor intensa sempre em uma metade da
cabeça e ao redor do olhos. Já as crises de enxaqueca, sem tratamento, duram de
quatro a 72 horas e costumam ser muito incapacitantes, causando dor de cabeça
intensa e latejante, que atinge metade da cabeça e é acompanhada de sintomas
como enjoo e aversão à luz e sons.
O tratamento para a cefaleia, seja qual for o tipo, depende
principalmente do diagnóstico correto. “No caso da enxaqueca, por exemplo,
deve-se inicialmente definir o nível de limitação que ela causa na vida da
pessoa. A frequência e a intensidade das crises são fatores importantes nesta
análise. Além disso, leva-se em consideração quanto da qualidade de vida é
perdida devido às crises de enxaqueca”, diz o médico. Nesses casos, é
recomendado até o uso de medicações que previnem as crises.
Outro ponto importante no tratamento e prevenção das dores de
cabeça é, se possível, evitar os chamados “gatilhos” das crises, como
jejum, estresse e privação de sono, entre outros. Adotar um estilo de vida
saudável, com atividade física, sono regular e menos estresse também são
medidas que ajudam a combater o problema. Tratar a dor com os medicamentos
certos, com orientação médica e sem abusar dos analgésicos é outra recomendação
importante do Dr. Marcelo.
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