Partido mais
associado à operação é o PT, com 66% de menções; o segundo é o PMDB, com 7%
A operação Lava Jato tem forte apoio da população
brasileira, revela nova pesquisa da Ipsos. De acordo com a edição mais recente
do Pulso Brasil, realizado entre 1 e 13 de novembro, 96% dos brasileiros
acreditam que as investigações “devem ir até o fim, custe o que custar”. A taxa
de apoio é a mais alta desde janeiro de 2016, mês da primeira pesquisa de Ipsos
sobre as investigações. Naquele mês, 90% dos entrevistados declararam que a
Lava Jato deveria ter continuidade, independente das consequências.
O levantamento, feito em 72 cidades brasileiras com
1.200 entrevistas presenciais, mostra que, para nove em cada dez entrevistados,
a Lava Jato deve seguir, mesmo que isso signifique instabilidades na economia e
no cenário político brasileiro. Essa é a taxa mais alta desde janeiro. Naquele
mês, 81% dos pesquisados acreditavam que a operação deveria seguir, mesmo com
riscos de instabilidade política, e 79% declararam que a Lava Jato deveria
continuar, mesmo com impacto na estabilidade econômica. A margem de erro é de
três pontos percentuais.
Para 94% das pessoas ouvidas, a operação deve
seguir, mesmo com o impeachment da ex-presidente, Dilma Rousseff, e com a
prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O mesmo
percentual acredita que ainda restam muitos nomes a serem investigados pela
Lava Jato.
“A Lava Jato tem forte simbologia junto à opinião
pública, que acredita que as investigações podem transformar o Brasil em um
país sério”, afirma Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs e
responsável pelo Pulso Brasil. “Por isso, as manifestações populares, sejam por
meio de panelaços, sejam por meio das redes sociais ou até mesmo tomando as
ruas, devem ganhar força caso a população entenda que o governo ou a classe
política estejam tentando barrar as investigações,” avalia o pesquisador.
De acordo com a pesquisa, o partido mais associado
à operação é o PT, com 66% de concordância das pessoas ouvidas. O segundo mais
citado é o PMDB, porém somente 7% associam o partido à operação, seguido pelo
PSDB, com 3% das menções. Um quinto dos entrevistados (19%) não soube responder
e 5% preferiram não se posicionar.
O levantamento questionou os entrevistados para
saber se a Lava Jato está investigando todos os partidos. Um quarto das pessoas
ouvidas discordaram dessa afirmação, contra 64% que responderam
afirmativamente. Já quando perguntados se a operação deveria investigar todos
os partidos, o percentual de concordância foi bem maior: 94% disseram que sim,
contra 2% que discordaram.
Delações
Com a assinatura dos acordos de delação premiada de
executivos da Odebrecht com o Ministério Público Federal, a pesquisa questionou
o quanto a população acredita que os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e
Dilma Rousseff e o atual presidente e Michel Temer poderiam ter seus nomes
envolvidos. 83% dos pesquisados acreditam que Lula será mencionado. Outros 66%
acreditam que Dilma Rousseff será citada, enquanto 54% das pessoas ouvidas
acreditam que o atual presidente Michel Temer estará presente na delação.
Quando questionados especificamente se acreditam na
participação de Lula em casos de corrupção, 84% disseram que sim. Já quando
questionados se acreditavam que o ex-presidente chegaria a ser preso por causa
das investigações, mais da metade (51%) disse que não, contra 47% que disseram
acreditar nesse desfecho.
“Este exercício do estudo visava entender o quanto
a opinião pública associa o nome de Michel Temer às investigações em comparação
aos dois últimos presidentes da República. Além disso, cabe destacar que, para
95% da população, as investigações da Lava Jato deveriam continuar mesmo que
Lula seja julgado culpado, o que traduz o sentimento geral de passar a
estrutura política à limpo, independentemente de nomes ou partidos”, afirma
Cersosimo.
Ipsos
www.ipsos.com,https://youtu.be/QpajPPwN4oE,https://youtu.be/EWda5jAElZ0 e
https://youtu.be/2KgINZxhTAU.
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