É
difícil mensurar o prejuízo em empresas citadas em investigações de corrupção e
lavagem de dinheiro como, por exemplo, a Operação Lava Jato. Na maioria dos
casos, as empresas envolvidas em averiguações precisam refazer seus negócios,
já que foram prejudicadas por perdas financeiras e comerciais, além de
possíveis rasuras na imagem e a perda de milhares de empregos de seus
funcionários.
Grande parte das empresas mencionadas
na Lava Jato atua no segmento de construção civil (http://meucongressonacional.com/lavajato/empresas). Este setor foi densamente envolvido
por conta das famigeradas doações de campanhas políticas, prática atualmente
proibida pela legislação.
Para
o professor Ricardo Gennari, especialista em segurança, inteligência e
estratégia, com especializações nos Estados Unidos, Israel e Inglaterra e
pós-graduações na FGV e na USP, a corrupção só existe pela ligação entre o
corrupto (políticos e agentes públicos) e os corruptores (agentes privados e
físicos), que se beneficiam das vantagens entre as partes. “As doações em
campanhas políticas não são mais possíveis em decorrência da nova Lei que
impede o financiamento de empresas para políticos. Porém, não sabemos se as
empresas ainda promovem atos ilícitos em campanhas políticas. Por isso, a
necessidade no controle das empresas e na fiscalização do Estado”, comentou
Gennari.
No
entanto, para coibir as práticas nefastas de corrupção e fraude, as empresas
necessitam de um Planejamento Estratégico, com soluções para mitigar riscos e
implantar medidas de proteção como programas de Compliance e Governança
Corporativa. “O objetivo é preservar a transparência do negócio, conferir ética
empresarial, ofertar rendimentos seguros aos acionistas, manter o emprego dos
funcionários e a satisfação dos seus clientes, além de garantir o lucro e o
superávit”, revela o professor.
As construtoras envolvidas nas
operações de Polícia Federal contam com um Planejamento Estratégico dotado de
programas de Compliance e Governança Corporativa. Porém, na opinião de
Gennari, as decisões arbitrárias dos seus diretores e gestores, além do
descumprimento das regras de Compliance e de Governança Corporativa,
levaram a prisão de seus executivos e ocasionaram perdas financeiras
irreparáveis e de credibilidade perante o mercado e o público.
De acordo com o especialista, a
Petrobrás está reestruturando todos os seus departamentos para reduzir os
riscos e demonstrar, ao mercado e seus acionistas, transparência e ética dos
seus negócios.
“No caso da Petrobrás o trabalho já começa a aparecer como
demonstrado nos últimos resultados. Acredito também que as outras empresas
envolvidas em escândalos estão buscando soluções, caso contrário o prejuízo
final poderá ser a falência total”, alertou Gennari.
O que fazer?
Mesmo depois de toda a hecatombe
empresarial ocasionada pelas investigações de corrupção, as empresas necessitam
adotar medidas emergenciais no sentido de minorar as fissuras e os estragos. O
professor Ricardo Gennari enumera uma série destas providências:
- Reconhecer o erro é muito importante
para a empresa, o mercado e o público em geral;
- Levantar os fatos e punir os
responsáveis;
- Rever todos os procedimentos de Compliance,
Governança Corporativa, Contra Medidas e Defesa Jurídica;
- Conferir o máximo de transparência na
apresentação dos dados apurados e pós-análise, além de indicar as soluções para
os problemas;
- Tranquilizar o mercado e os
acionistas por intermédio de contra medidas eficientes e eficazes;
- Apascentar
também os funcionários e rever suas normas de ética.
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