É
inegável que todos nós - pessoas, profissionais e empresas - estamos tendo que
nos adaptar ao volume enorme de informações que nos bombardeia diariamente e
principalmente à aceleração do ritmo de todas as mudanças que nossa sociedade
está enfrentando.
O
crescimento exponencial das informações no meio digital, tais como: decisões
judiciais, peças processuais, contratos, opiniões, e-mails e outros criam por
si só uma dificuldade crescente na busca, identificação correta e análise das
informações relevantes para as necessidades de um advogado e, por outro lado, a
capacidade de análise das informações, a síntese das ideias e argumentos e a
elaboração dos documentos jurídicos ainda dependem de pessoas e de suas
limitações humanas.
Outros
dois fatores importantes também pressionam cada vez mais a profissão da
advocacia: o primeiro é a pressão exercida por parte dos clientes para que suas
soluções sejam cada vez mais rápidas e obviamente corretas; e o segundo é a
pressão exercida pela concorrência, forçando os profissionais a gerirem melhor
seus custos e oferecerem preços mais competitivos sempre mantendo a qualidade
(lembro que a qualidade não é mais o único fator de diferenciação, pois como
exemplo cito o fato de o mercado brasileiro ter evoluído de poucos escritórios
corporativos para centenas de bons escritórios num período de três décadas).
Como
se tudo isso não bastasse, ainda existe a pressão exercida pela própria mudança
no comportamento da sociedade, cada vez mais conectada com tudo, todos e ao
mesmo tempo, gerando mais e mais a sensação de urgência e expectativa por
resultados imediatos em toda ela.
Por
conta de todas essas pressões e também das limitações humanas, a profissão de
advocacia precisou encontrar um aliado para poder enfrentar todos esses
desafios e evoluir e isso se chama tecnologia! Apesar de não parecer (aos olhos
de um “não advogado”), a profissão da advocacia é uma das que mais necessita e
depende da tecnologia para uma prestação de serviços eficiente e responsiva.
A
tecnologia é encarada pelo advogado (e não poderia ser de outra forma) como um
meio e não como um fim e deve ser utilizada como uma ferramenta poderosíssima
para melhoria da eficiência e eficácia na profissão.
Dessa
forma, o advogado mais completo será mais competitivo e preparado para os
desafios de sua profissão, entre eles:
-
Conhecimentos mais abrangentes em matérias associadas às relações humanas de
modo a gerenciar melhor sua equipe e seus talentos pela adoção de desafios
motivadores e utilização “KPI´s” específicos, além de plano de carreira moderno
e adaptado as novas gerações.
-
Melhores conhecimentos de Marketing institucional e pessoal de modo a
incrementar sua participação no mercado por meio das modernas técnicas de
participação e projeção na mídia digital.
-
Melhor formação em gestão empresarial para gerir econômica, financeira e
estrategicamente sua empresa com auxílio de softwares de ERP, BI, etc.
-
Familiaridade e utilização das tecnologias de geração de seus documentos por
meio de softwares de “documentassembly”.
-
As tecnologias necessárias para saber extrair o máximo proveito para: encontrar
agilmente as informações necessárias à produção de seu documento jurídico pela
ajuda de robôs de busca e/ou softwares de inteligência cognitiva; e gerenciar
corretamente seu conhecimento estratégico (explicito e tácito), organizando-o e
indexando-o para utilização futura.
-
Analisar estatisticamente jurisprudências e decisões anteriores de tribunais e
magistrados.
Apesar
da tecnologia ser apenas uma ferramenta, todas essas atividades serão
concebidas e geridas por advogados por meio de softwares e sistemas inteligentes,
que exigirá uma formação muito mais eclética e tecnológica do que a formação
puramente técnica a que tais profissionais estão sendo submetidos nas
universidades.
Cada
vez mais e ao longo da carreira, além da própria atualização especifica no
Direito, os advogados serão compelidos a se tornarem profissionais com
conhecimentos mais abrangentes tais como: gerenciamento de equipe e pessoas;
gestão de empresas; marketing institucional e pessoal; comunicação e
principalmente afinidade com a tecnologia e com o mundo digital (para não
correr o risco de se tornar um profissional jurássico).
José Paulo Graciotti - consultor e sócio da GRACIOTTI
Assessoria Empresarial, é membro da ILTA– International Legal Technology
Association e da ALA – Association of Legal Administrators. Há mais de 27 anos
implanta e gerencia escritórios de advocacia - www.graciotti.com.br
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