Trabalho
laureado pelo Prêmio Jovem Cientista avaliou os efeitos da castanha-do-brasil
em pacientes com declínio cognitivo.
A nutricionista
Bárbara Rita Cardoso, que avaliou o impacto do consumo de castanha-do-Brasil em
pacientes com declínio cognitivo leve, venceu o prêmio Jovem Cientista deste
ano, na categoria Mestre e Doutor. O trabalho premiado é fruto de sua tese de
doutorado (Efeitos do consumo de castanha-do-brasil sobre o estresse oxidativo
em pacientes idosos com comprometimento cognitivo leve e a relação com
variações em genes de selenoproteínas) e foi defendida recentemente na
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, sob a orientação da professora
Silvia Maria Franciscato Cozzolino, pesquisadora do Centro de Pesquisas em
Alimentos (FoRC).
Bárbara conta que
vem estudando as relações entre doenças cognitivas e níveis de selênio no
organismo desde o mestrado. "Percebi, no meu trabalho de mestrado, que
pacientes com Alzheimer tinham deficiência nos níveis de selênio. Então surgiu
a ideia do doutorado: fazer algum tipo de intervenção com castanha-do-Brasil na
dieta de pessoas com risco aumentado de desenvolver demência", explica
Bárbara.
A
castanha-do-Brasil foi escolhida porque é a fonte natural mais rica em selênio
que existe. "Temos trabalhado com a castanha-do-Brasil há mais de 15 anos,
procurando avaliar seu impacto no organismo diante da ocorrência de diferentes
doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares, insuficiência renal
crônica... E agora estamos testando seu efeito junto a pacientes com doenças
neurodegenerativas", relata Silvia Cozzolino, coordenadora do Laboratório
de Nutrição e Minerais da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.
Ela
esclarece que o selênio é um antioxidante que atua em conjunto com a vitamina E
no combate aos radicais livres. "Tem de haver equilíbrio, no organismo,
entre a formação de radicais livres e os antioxidantes capazes de
combatê-los", resume a professora.
Para viabilizar a intervenção com castanha, Bárbara selecionou os 31 pacientes que participariam de uma pesquisa entre os usuários do Ambulatório de Memória do Idoso, do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP), e dividiu-os aleatoriamente em dois grupos: um que recebeu castanha e outro que não recebeu. "No início do estudo, 99% dos participantes tinham deficiência de selênio", lembra ela.
A intervenção durou seis meses, e cada integrante do grupo escolhido para ingerir a noz recebia uma por dia. "Fizemos uma co leta de sangue e uma avaliação cognitiva no início do processo, e após seu término. A primeira constatação foi que, no grupo que recebeu a castanha, a deficiência de selênio desapareceu. Além disso, a enzima glutationa peroxidase, que combate os radicais livres e é totalmente dependente dos níveis de selênio, também teve sua atividade aumentada", diz Bárbara.
Outro resultado promissor foi que o grupo que recebeu a noz teve desempenho melhor em dois dos cinco testes cognitivos aplicados após a ingestão da dieta suplementada com castanha. "Eles melhoraram significativamente nos testes de fluência verbal, em que eram chamados a se lembrar de nomes de animais, e de praxia construtiva, em que deviam copiar desenhos previamente apresentados pelo neuropsicólogo responsável pela aplicação das avaliações", conta Bárbara.
Segundo Sílvia, os trabalhos e nvolvendo a castanha vêm possibilitando descobertas valiosas. "O mais importante é que o selênio tem propriedades que podem reduzir o risco de aparecimento de algumas doenças."
Bárbara está atualmente na Austrália, onde participa de um estudo sobre Alzheimer, envolvendo mais de mil pessoas. "Minha colaboração é tentar identificar marcadores relacionados ao selênio que podem indicar o desenvolvimento futuro do mal de Alzheimer", relata.
Para viabilizar a intervenção com castanha, Bárbara selecionou os 31 pacientes que participariam de uma pesquisa entre os usuários do Ambulatório de Memória do Idoso, do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP), e dividiu-os aleatoriamente em dois grupos: um que recebeu castanha e outro que não recebeu. "No início do estudo, 99% dos participantes tinham deficiência de selênio", lembra ela.
A intervenção durou seis meses, e cada integrante do grupo escolhido para ingerir a noz recebia uma por dia. "Fizemos uma co leta de sangue e uma avaliação cognitiva no início do processo, e após seu término. A primeira constatação foi que, no grupo que recebeu a castanha, a deficiência de selênio desapareceu. Além disso, a enzima glutationa peroxidase, que combate os radicais livres e é totalmente dependente dos níveis de selênio, também teve sua atividade aumentada", diz Bárbara.
Outro resultado promissor foi que o grupo que recebeu a noz teve desempenho melhor em dois dos cinco testes cognitivos aplicados após a ingestão da dieta suplementada com castanha. "Eles melhoraram significativamente nos testes de fluência verbal, em que eram chamados a se lembrar de nomes de animais, e de praxia construtiva, em que deviam copiar desenhos previamente apresentados pelo neuropsicólogo responsável pela aplicação das avaliações", conta Bárbara.
Segundo Sílvia, os trabalhos e nvolvendo a castanha vêm possibilitando descobertas valiosas. "O mais importante é que o selênio tem propriedades que podem reduzir o risco de aparecimento de algumas doenças."
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