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sexta-feira, 28 de abril de 2023

Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresenta a exposição Bará, de Gustavo Nazareno a partir de 13 de maio

Anna Carolina Bueno Exposição Bará 2023  
Mostra individual do artista mineiro, que homenageia o orixá Exu, no dia 13 de maio, às 11h, marca a nova temporada do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, após o falecimento do fundador e diretor curador da instituição. 

 

Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, inaugura o Programa de Exposições 2023 com a mostra Bará, do artista mineiro Gustavo Nazareno, sua primeira individual em uma grande instituição paulistana. A realização tem destaque no primeiro conjunto de exposições temporárias após o falecimento do fundador e diretor curador da instituição, Emanoel Araujo, com quem a exposição foi firmada pessoalmente em 2021. “O projeto ganha especial importância, principalmente para todas as equipes do museu, pela responsabilidade em honrar os padrões deixados por Emanoel durante os 18 anos em que idealizou e dirigiu o espaço cultural, tornando-o emblemático para a cidade e para o Brasil", destaca Claudio Nakai, coordenador do Programa de Exposições da instituição.


Com curadoria de Deri Andrade, pesquisador e curador convidado, o conjunto composto por cerca de 230 trabalhos, entre pinturas a óleo sobre linho e desenhos em carvão, reflete a pesquisa à qual o artista tem se dedicado nos últimos anos. Em 2019 Nazareno concebeu a série de desenhos em carvão denominada Bará, como uma cerimônia em forma de oferenda para uma qualidade de Exu – Elegbara. Partindo das suas inspirações por contos de fada, fabulação e sua fé em Exu, o artista propõe, através dos desenhos, “uma fábula que percorre o dia em que esta cerimônia aconteceu, uma segunda-feira, dentro de um mundo criado para o Orixá”. O artista propõe que “o visitante se torna um convidado neste mundo que crio, passando pelas fases do dia e características do espaço retratadas em pintura e desenhos em carvão”.

Anna Carolina Bueno   Exposição Bará 2023

Deri Andrade observa que as bases desta mostra são a técnica particular em pintura e desenho de Nazareno, que parte de um referencial renascentista e o seu interesse pelas epistemologias dos Orixás. “Para além de uma questão religiosa, Gustavo Nazareno imagina imagens que contam uma história a partir das fábulas que escreve, tendo como ponto de partida referenciar essas entidades, com respeito e muita beleza, construindo uma nova imagética para elas”, conclui o curador.

 

Sobre o artista:

Gustavo Nazareno, (1994, Três Pontas/MG). Vive e trabalha em São Paulo. Autodidata, o artista vem desenvolvendo uma pesquisa pictórica e imagética que percorre os ritos ancestrais africanos e a mitologia dos orixás. Em sua produção, carregada de nuances que extrapolam os temas para além da questão religiosa, o panteão iorubá é reverenciado como uma força epistemológica, de conhecimentos ancestrais e de mistérios. As figuras, ou as paisagens, como vem explorando em sua recente produção, são contemplativas e repletas de histórias pessoais, por meio de fábulas que cria para guiar os traços vistos nas obras. Entre suas exposições individuais destacam-se: Fables on Exu, Gallery 1957, 2021, (Londres, Reino Unido); Notas pessoais de fé, Cassina Projects, 2022, (Milão, Itália) e Pombajira, Selma Feriani Gallery, 2023 (Tunes, Tunísia). Participou também das seguintes exposições coletivas:Collective Reflections: Contemporary African & Diasporic Expressions Of A New Vanguard, Gallery 1957, 2020, (Acra, Gana); Eye of the Collector, Gallery 1957, Art Fair London, 2021 (Londres, Reino Unido); Outros Ensaios para o Tempo, Galeria Nara Roesler, 2021 (São Paulo, Brasil); Group Show, i8 Gallery, 2021 (Reykjavik, Islândia); Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro, Galeria Lago, Inhotim, 2022 (Brumadinho, Brasil); Between Nothingness and Infinity, Cornell Biennial at Johnson Museum, 2022, Nova Iorque, Estados Unidos) eThe Storytellers, Gallery 1957, 2022 (Londres, Reino Unido).

 

Sobre o curador:

Deri Andrade é pesquisador, curador e jornalista. Mestrando em Estética e História da Arte (Universidade de São Paulo - USP), especialista em Cultura, Educação e Relações Étnico-raciais (CELACC - Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação - USP) e formado em Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo (Centro Universitário Tiradentes - Unit). Curou exposições individuais e coletivas no Brasil e em países como Inglaterra e Itália. Interessa-se por arte contemporânea, com foco nas poéticas de artistas negros/as/es e desenvolveu a plataforma Projeto Afro, resultado de um mapeamento de artistas negros/as/es em âmbito nacional. Tem passagens por instituições culturais, como o Museu de Arte Moderna de São Paulo, a Unibes Cultural e o Instituto Brincante. Atualmente é curador assistente no Instituto Inhotim.

 

Mais sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo
O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo administrada pela Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu diretor curador, Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil é um espaço de história, memória e arte. Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu conserva, em cerca de 12 mil m2, um acervo museológico com mais de 8 mil obras, apresentando diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e história, a partir das contribuições da população negra para a construção da sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo na exposição de longa duração e realiza exposições temporárias, atividades educativas, além de uma ampla programação cultural.

 

SERVIÇO:
Bará no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

Abertura: Dia 13 de maio, às 11h

Visitação: até 01 de outubro de 2023

Funcionamento: De terça à domingo, das 10h às 17h (permanência até às 18h)
Mais informações em: http://www.museuafrobrasil.org.br

 

Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

Localização:  Av. Pedro Álvares Cabral, s/n Parque Ibirapuera – próximo ao Portão 10 - 04094-050 São Paulo/SP - Brasil 
Telefone: 11 3320-8900

Ingressos: Entrada Inteira: R$ 15,00 // Meia Entrada: R$ 7,50 - Grátis às quartas-feiras


Em São Paulo: três museus e suas incríveis exposições para conferir no fim de semana

São elas: Marc Chagall: sonho de amor, no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP), Michelangelo: o mestre da Capela Sistina, no MIS Experience, e

Chá. Um viaduto, algumas histórias, na Chácara Lane - unidade do Museu da Cidade de São Paulo 

 

Neste fim de semana prolongado pelo feriado do Dia do Trabalho (01/05), a dica é visitar exposições incríveis na capital paulista. Marc Chagall: sonho de amor, no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP), Michelangelo: o mestre da Capela Sistina, no MIS Experience, e Chá. Um viaduto, algumas histórias na Chácara Lane - unidade do Museu da Cidade de São Paulo – estão entre os destaques.

A exposição no CCBB reúne 191 obras produzidas por Marc Chagall ao longo da carreira e está dividida em quatro seções: Origens e tradições russas; Mundo Sagrado, que se subdivide em “Bíblia” e “A história do Êxodo”; Um poeta com asas de pintor; O amor desafia a força da gravidade. Os módulos se referem a diferente momentos e inspirações do artista, como sua paixão pela esposa Bella Rosenfeld. A mostra também exibe a instalação contemporânea Air Fountain, do artista americano Daniel Wurtzel.


MARC CHAGALL | O sonho, 1980 | Óleo sobre cartão, 38x46 cm |Coleção particular
© Chagall, Marc/AUTVIS, Brasil, 2022  

No MIS Experience, uma reprodução gigante do teto da Capela Sistina, com estrutura criada exclusivamente para esta exposição, proporciona ao público uma experiência inédita de imersão no ambiente. Além da sala que conta com recursos de alta tecnologia de animação e sonorização, há outros espaços dedicados à arquitetura, história e curiosidades da capela.

                                      Foto: Marie Kappel/MIS Experience


Ao visitar a Chácara Lane o público é conduzido para uma viagem no tempo. São fotos, postais e reproduções dos projetos urbanísticos que participaram da concorrência para a construção do Viaduto do Chá em 1930. O nome da passagem foi escolhido em referência ao Morro do Chá, localizado na encosta da atual Rua Xavier de Toledo.

                                        Foto: Divulgação: autor desconhecido

 

VEM AÍ

Em 04 de maio o MIS inaugura a exposição Tina Turner: uma viagem para o futuro. A mostra desvenda a carreira da eterna rainha do rock sob as lentes de fotógrafos que fizeram parte da revolução musical e cultural na América: Ebet Roberts, Bob Gruen e Lynn Goldsmith e Ian Dickson. Além das fotos, será possível conferir conteúdos audiovisuais.

 

SERVIÇO

Exposição: Marc Chagall: sonho de amor

Data: até 22 de maio de 2023

Funcionamento: todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras

Ingressos gratuitos: disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB SP.

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo - R. Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico de São Paulo

 

Exposição Michelangelo: O Mestre da Capela Sistina

Data: até 31 de maio de 2023

Funcionamento: Terças, quartas, quintas, sextas, domingos e feriados: 10h às 18h; sábados: 10h às 19h

Ingressos: no site www.michelangelocapelasistina.com.br e nas bilheterias do MIS Experience

Valores: Gratuito às terças; quartas as sextas: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia); sábados, domingos e feriados: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia). Crianças até 7 anos têm entrada gratuita.

Local: MIS Experience – Rua Cenno Sbrighi, 250 – Água Branca – São Paulo 

 

Exposição: Chá. Um viaduto, algumas histórias

Data: até 31 de junho de 2023

Funcionamento: Terça a domingo, das 09h às 17h

Ingressos: Gratuito

Local: Chácara Lane | Museu da Cidade de São Paulo - Rua da Consolação, 1024 – Consolação – São Paulo – SP (próximo à estação Mackenzie do metrô)

 

Exposição: Tina Turner: uma viagem para o futuro

Data: de 04 de maio até 09 de julho de 2023

Funcionamento: Terças as sextas, das 11h às 20h;  sábados, domingos e feriados: 10h às 19h;

Valores: Gratuito às terças; quartas as sextas: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)

Local: MIS – Avenida Europa, 158 – Jardim Europa – São Paulo 

 

Pacientes com doenças raras sofrem com dificuldade no diagnóstico

 Freepik
No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas que convivem com algum tipo de enfermidade rara. Especialistas detalham a importância do diagnóstico correto para um tratamento adequado 

As doenças raras afetam uma pequena parcela da população. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera uma enfermidade como rara quando ela afeta 65 pessoas a cada 100 mil e estima-se que existam entre 7 a 8 mil tipos de doenças raras em todo o mundo. Contudo, apesar do baixo impacto populacional, as doenças raras submetem os pacientes a um difícil diagnóstico e uma vida de peregrinação médica.

"Há muito a ser aprendido e aplicado no desvendar dessas doenças tão intrigantes e impiedosas que submetem os pacientes a uma vida de procura por profissionais capazes de assistí-los, pois a maioria dos médicos não estão familiarizados com tais enfermidades. Apesar de muitas delas serem identificadas ao nascimento por meio do Teste do Pezinho; outras, confundidas com doenças comuns, podem levar décadas de uma vida para receber um diagnóstico", afirma a neurologista Jane Lúcia Machado, médica no Hospital Anchieta - Taguatinga, parte da rede Kora Saúde. Ainda segundo a especialista, 80% das doenças raras são de origem genética, cuja investigação diagnóstica envolve o sequenciamento completo do exame que identifica mutações do DNA.  

No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas que convivem com o diagnóstico de uma enfermidade rara. Elas são divididas em dois eixos: as raras de origem genética e as de origem não genética. As primeiras se dividem em: anomalias congênitas ou de manifestação tardia; deficiências intelectuais; e erros inatos do metabolismo. Já as de origem não genéticas podem ser inflamatórias, autoimunes e  infecciosas.

 

Análise 

Confirmar um diagnóstico correto é de suma importância para dar início a um tratamento adequado ou específico que irá estabilizar  sintomas, melhorar a sobrevida, diminuir e, algumas vezes, controlar a progressão das manifestações. Segundo Patrícia Maira, clínica geral do Hospital Anchieta - Taguatinga, muitas vezes a cura não é uma realidade. "O problema das doenças raras é que elas são crônicas, ou seja, dificilmente têm uma cura. Assim, elas podem progredir incapacitando os pacientes, reduzindo a qualidade de vida e também diminuindo a longevidade", detalha. 

Para a neurologista Keila Galvão, profissional que também atende no Hospital Anchieta - Taguatinga, a biotecnologia é a grande esperança para estes pacientes realizarem o controle das doenças. "Por meio de  grandes experiências, conseguiu-se criar medicações que modificam e até paralisam a progressão da doença, haja vista, que a maioria é de origem genética e os tratamentos mais promissores envolvem microRNAs de interferência, oligonucleotídeos ou estabilizadores de proteínas, exigindo tecnologia de ponta e profissionais extremamente capacitados", explica. 


Auxílios

A médica Patrícia Maira ressalta a necessidade dos profissionais da saúde informarem aos pacientes que alguns portadores de doenças raras têm direitos como auxílio doença, aposentadoria por invalidez e saque do FGTS, do PIS e do Pasep. Além disso, os pacientes também possuem direito a atendimento gratuito integral, não só médico como de toda uma equipe multidisciplinar pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em alguns casos, também há direito à isenção do imposto de renda e de outros impostos.


 Kora Saúde



"Colelitíase: A Doença que Afeta Milhões - Descubra os Segredos por Trás dos Cálculos Biliares e Seu Tratamento “

Especialista Explica Tudo o que Você Precisa Saber

 

Você sabia que cerca de 10% da população mundial tem Colelitíase? Mas você sabe o que é isso?

Bem, esta doença, também chamada de cálculo ou pedras na vesícula, é mais comum do que pode imaginar e pode afetar pessoas de todas as idades, embora seja mais comum em mulheres acima dos 40 anos. Os “cálculos” podem trazer desconforto e, se não tratada, pode causar complicações como inflamação da vesícula biliar (colecistite) ou infecções graves nos ductos biliares (colangite).


Quando o colesterol, os sais biliares ou os bilirrubinatos são produzidos em excesso pelo fígado, há precipitação formando pequenos grânulos (pedras). Estas podem variar em tamanho, desde pequenas partículas até pedras maiores e podem causar dores intensas.

Mas fique tranquilo: Conversamos com o Médico Cirurgião, especialista em Laparoscopia, Dr. Ernesto Alarcon, que vai explorar as causas e os tratamentos para essa condição, oferecendo informações valiosas para aqueles que desejam conhecer melhor o assunto.



Então vamos lá...


-Dr Ernesto, pode nos explicar o que é a Colelitíase?

Colelitíase é o acúmulo de cálculos na vesícula biliar, um órgão pequeno em formato de saco que armazena bile, um líquido produzido pelo fígado que ajuda na digestão de gorduras e na absorção de alguns nutrientes. Os cálculos são formados por uma combinação de colesterol, sais biliares e bilirrubina, como já dito acima.



- E as Causas?

A bile é composta por água, colesterol, sais biliares, bilirrubinato e lecitina. Quando há desequilíbrio na produção hepática de algum de seus componentes, há precipitação e formam-se os cálculos.

A formação de cálculos na vesícula biliar também está relacionado à diversos fatores, incluindo dieta rica em gorduras e carboidratos, obesidade, diabetes, sedentarismo, histórico familiar e idade avançada – explica o Dr. Ernesto Alarcon.

Algumas condições médicas também podem aumentar o risco de Colelitíase, como doença inflamatória intestinal e cirrose hepática, que podemos falar em breve.

  


 

Dr. Ernesto, quais os Tratamentos existentes?

O tratamento da Colelitíase, depende dos sintomas, do tamanho e quantidade dos cálculos. No cálculo assintomático a análise de todas as variáveis envolvendo o caso são analisadas para que se possa decidir ou não pela cirurgia. Cálculos sintomáticos são indicação para o tratamento cirúrgico.

Essa cirurgia, chamada de colecistectomia, pode ser realizada por Laparoscopia, uma técnica minimamente invasiva que oferece uma recuperação mais rápida e menos dolorosa.



E o que o Dr. pode oferecer como conselho para quem sofre de colelitíase ou suspeita que tem?

Como já dissemos, a colelitíase, é uma condição comum que pode causar desconforto e dor abdominal. Felizmente, existem tratamentos eficazes disponíveis para ajudar a prevenir e tratar essa condição. Se você está preocupado com seus sintomas, consulte um médico o quanto antes, para uma avaliação completa e um plano de tratamento adequado.



Dr. Ernesto Alarcon - Médico Cirurgião , Especialista em Videolaparoscopia e Cirurgia Geral.
@drernestoalarcon
www.drernestoalarcon.com.br


Campanha chama atenção para saúde de transexuais vítimas de grave problema de saúde pública

Melina Queiroz, modelo da campanha da Trucss
Divulgação
Para esconder órgão sexual masculino, mulheres transgêneros sofrem com infecção e insuficência renal


“Eu me aquendava com fita crepe. Se ficasse qualquer volume, meus colegas falavam alguma coisa. Eu não conseguia ir ao banheiro, evitava ao máximo beber água. Era cansativo, me machucava, chegava a assar, a dar alergia. Mas eu não tinha escolha”. O relato é de Melina Queiroz, de 22 anos, modelo. Mas podia ser de várias outras mulheres transexuais que vivem ou viveram situação semelhante. Pessoas que não tiveram escolha. 

Seja por incômodo, disforia de gênero ou para se proteger da violência no país que mais mata trans do mundo, aquendar é uma prática usada entre as travestis, cross dressers, drag queens e mulheres trans para esconder o órgão genital, puxando-o para trás, entre as nádegas. Mais do que uma questão estética, que as ajuda a se conectar com seu corpo, é um modo de sobrevivência. Ao esconder a protuberância, elas se protegem de olhares discriminatórios e da intolerância.

Entretanto, a prática é feita de forma rudimentar, com a utilização de colas, fitas adesivas e barbantes, provocando assaduras, bolhas, dores e ferimentos. Ela também impossibilita o uso regular do banheiro já que desfazer a aquendação é, além de extremamente dolorido, demorado e trabalhoso. Assim, mulheres trans passam horas sem beber água na tentativa de adiar este momento. A consequência inevitável são os problemas renais, que podem levar a infecções, pedra nos rins, necessidade de hemodiálise e, em casos mais severos, à morte.

O urologista Marcelo Magalhães, especializado em saúde LGBTQIA+, explica que a principal causa de problemas urinários são os hábitos. “Beber pouco líquido deliberadamente para não ir tanto ao banheiro e segurar a urina por muito tempo podem levar a infecções urinárias e formação de cálculos urinários. É o que acontece com as pessoas com pênis que escondem o genital e evitam o trabalho de ir ao banheiro, por exemplo”. 

O problema é uma grave ameaça à saúde pública. Ao tomar contato com essa realidade, a técnica em hemoterapia Silvana Bento não se conformou. “Saber que várias mulheres transexuais chegavam ao ponto de ter que fazer hemodiálise ou se submeter a cirurgias por causa disso, mexeu comigo", conta. Motivada pela perda de uma amiga nessas condições, Silvana desenhou e patenteou uma calcinha em forma de funil, criada especificamente para esse público. Com um design extremamente confortável, fácil de colocar e tirar, o modelo traz a segurança e o conforto necessários para o dia a dia.

Nesta semana, a agora empresária lançou uma campanha para a marca, a Trucss, Lingerie para mulheres trans. Veiculada na TV Record e repostada nas redes sociais da apresentadora Sabrina Sato, a ação joga holofote em uma alternativa que reúne estilo, design, saúde, segurança e sofisticação em um produto simples, que pode ajudar a mudar a realidade de uma população invisibilizada. “Nosso objetivo é conseguir ganhar escala para baratear o produto e possibilitar que o maior número possível de mulheres trans se sinta confortável e possa fazer o básico de qualquer ser humano, que é ir ao banheiro sem dificuldades,” conclui Silvana, mostrando que, agora, as mulheres trans têm escolha.

 

Abril Verde: CEO explica como saúde preventiva pode reduzir afastamentos correlatos ao trabalho para menos de 9%

Somente em 2022, mais de duas milhões de pessoas foram afastadas de suas atividades e receberam auxílio doença pelo INSS

 

O dia 28 de abril marca a campanha de conscientização sobre a importância de debater e instalar soluções que gerem segurança no ambiente de trabalho. Conhecida como Abril Verde, ela destaca também a necessidade de mais controle e prevenção para que acidentes não ocorram e problemas de saúde sejam resolvidos antes de se agravarem. Segundo dados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), em 2022, mais de duas milhões de pessoas foram afastadas de suas atividades e receberam auxílio doença durante o período de licença.  

A 3778, maior healthtech independente do Brasil, é especialista em saúde corporativa e auxilia empresas a monitorarem colaboradores através de inteligência artificial para reduzir afastamentos médicos, acompanhar casos com o núcleo de Gestão de Afastados (GA) e aplicar medicina preventiva. Em 2022, a startup acompanhou cerca de 6 mil casos de afastamentos de colaboradores de seus clientes e, com seus serviços, destacou que apenas 8,6% das licenças médicas eram correlatas ao trabalho. A empresa conta com mais de 1,7 mil clientes e 1,2 milhão de vidas na carteira. 

“Prevenir é realmente o melhor remédio. Atuamos com tecnologia e gestão de saúde para identificar possíveis problemas que um colaborador pode apresentar e oferecemos soluções antes que esses problemas se desenvolvam. Aos que necessitam de afastamento de suas funções, a 3778 auxilia com a Gestão de Afastados, fazendo um monitoramento e acompanhamento desses pacientes para ajudá-los a se recuperarem e a voltarem às atividades com segurança e saúde”, explica Guilherme Salgado, CEO da 3778. 

A startup também destacou que, do total de afastados acompanhados pela empresa, 37% eram casos ortopédicos, enquanto 36% foram relacionados a lesões de causa externa. Em média, pacientes acompanhados pela Gestão de Afastados têm seu período de afastamento reduzido em até 6,8 vezes, se comparados a colaboradores não monitorados. 

Além da saúde preventiva e digital, os serviços realizados pela GA incluem o envio de WhatsApp para convocação de retorno ao trabalho; envio de telegrama para sinalizar o início do processo de abandono; melhoria em áreas com afastamentos indevidos; sinalização de casos que se encontram no “limbo previdenciário”, período de tempo em que o INSS e o empregador não concordam sobre a alta médica do profissional afastado; e consultas médicas, a fim de apoiar a jornada junto ao INSS.   

“Todas as informações que disponibilizamos aos nossos clientes possibilitam que conheçam, de forma ágil e com visão 360, a situação dos afastamentos. Os dados servem para apoiar a tomada de decisão relacionada a programas e investimentos que buscam prevenir doenças e promover a saúde com todos os benefícios relacionados. Isso também inclui a redução de tributos. É um trabalho permanente e cuidadoso que, certamente, agrega valor em todos os níveis das organizações”, conclui Salgado.

 

Guilherme Salgado - CEO da 3778


Mais um óbito por anafilaxia – O Brasil precisa começar a falar sobre adrenalina autoinjetável


A anafilaxia é a reação mais grave entre as alergias e potencialmente fatal. Esta semana, infelizmente, tivemos mais um caso de óbito, do influencer Yan Brendo, de 27 anos, que, após ter uma forte reação alérgica a um salgado de camarão, chegou ao hospital, mas teve morte cerebral confirmada dois dias depois. 

A adrenalina autoinjetável é o medicamento que deve ser aplicada nos primeiros sinais de anafilaxia e – após a aplicação - o paciente deve ser encaminhado ao hospital mais próximo para dar continuidade aos primeiros socorros. Mas no Brasil ainda não é fabricada a adrenalina autoinjetável e os pacientes só têm acesso ao medicamento via importação.

O Brasil precisa começar a falar seriamente sobre anafilaxia e sobre adrenalina autoinjetável.

 

Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)

 

Conheça o GPS da Saúde: Descubra os pilares seis que guiam você para uma vida plena e saudável

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a saúde como algo além da boa disposição do corpo e da mente, e inclui na definição o bem-estar social. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina, são seis os pilares que devem ser considerados essenciais para a manutenção: sono, atividade física, nutrição, controle de toxicidade, estresse e relacionamentos.

Logo, percebe-se que apenas a ausência de doenças não é o suficiente para desfrutar de um bom estado físico. A saúde depende de vários aspectos: o equilíbrio dentro do indivíduo, sua qualidade de vida, estar próximo das pessoas que ama, rede de suporte, realizar sonhos, ter segurança física, emocional e financeira.

“A saúde está diretamente relacionada com a capacidade de suprir as necessidades, e se satisfazer com a vida. Os pilares fortalecem uns aos outros e se influenciam”, explica Alessandra Feltre, nutricionista da Puravida.

Entre os destaques, segundo a especialista, está a qualidade do sono: essencial para manutenção das funções do organismo. As alterações metabólicas causadas pelo sono restrito impactam em outros pilares, trazendo desequilíbrio como as alterações de apetite que interferem na escolha dos alimentos, baixa disposição e maior dificuldade no gerenciamento do estresse.

“Estudos indicam que indivíduos que dormem pouco ou tem má qualidade no sono, podem ganhar mais peso, por causa do desejo de consumo de alimentos hipercalóricos. A qualidade do sono está associada a dois comportamentos endócrinos paralelos capazes de alterar a satisfação alimentar, como a diminuição do hormônio que sinaliza a saciedade, a leptina e o aumento do hormônio que sinaliza a fome, a grelina”, explica Alessandra Feltre. 

A privação do sono modifica também o eixo responsável pela regulação do cortisol, alterando o metabolismo da glicose e pode promover resistência à insulina, o que influencia a leptina, cujos níveis mais baixos resultam numa cascata de eventos, como maior preferência por doces, ansiedade, alterações de humor, irritação e apatia.

“Por conta desses mecanismos, os indivíduos nessa situação apresentam uma preferência pelo consumo de alimentos de paladar mais agradável, mas que normalmente tem baixa densidade de nutrientes e maior quantidade de açúcar e gordura. Uma dieta saudável com todos os nutrientes necessários, é um fator chave para prevenção, controle e tratamento de doenças crônicas e saúde mental”, acrescenta Alessandra.

Já a atividade física é elemento importante para promoção da saúde, sendo parte do tratamento não farmacológico de diversas doenças, refletindo na melhora da cognição e redução do estresse, além de ser um suporte para tratamento da depressão.

“O exercício atua nos neurotransmissores promovendo satisfação. Recentemente a OMS subiu para até 300 minutos o tempo de atividades físicas semanais para combater os riscos do sedentarismo. As diretrizes anteriores, de 2010, sugeriam 150 minutos”, diz Alessandra Feltre. 

Esse conteúdo está disponível no curso “Mapa da Saúde” que faz parte das dezenas de cursos do Puravida PRIME, a plataforma de conhecimento em saúde, bem-estar e longevidade da Puravida. Ao assinar o serviço, é possível evoluir sua saúde em diversos aspectos através do conhecimento e acesso a conteúdos de forma rápida e ágil. As aulas têm duração média de 12 minutos e, além das aulas em vídeo, o serviço dispõe de materiais ilustrados, como e-books e,infográficos para auxiliar no aprendizado além de um canal para comunicação chamado “Fale com a nutri” onde o assinante poderá tirar dúvidas com uma equipe de nutricionistas, especializada e treinada para apoiar o assinante na trilha de conhecimento, facilitando a aplicação prática e o aprendizado. O Puravida PRIME é compatível com qualquer dispositivo e pode ser acessado diretamente pelo site: https://www.puravidaprime.com.br/

 

 

Seconci-SP lança Campanha Queda Zero com foco na gestão da prevenção de acidentes

Gerenciamento correto diminui consideravelmente os riscos do trabalho em altura, afirma Maristela Honda

 

Ao abrir em 27 de abril o evento de lançamento da Campanha Queda Zero, Maristela Honda, presidente do Seconci-SP (Serviço Social da Construção) e vice-presidente de Responsabilidade Social do SindusCon-SP, preconizou a necessidade de uma gestão para a prevenção de quedas nas obras. 

“As quedas ocorrem por uma série de fatores que vocês certamente já conhecem. Mas quero destacar um deles: a falta de gestão na prevenção de quedas. Esta é uma responsabilidade da empresa. Quem faz uma gestão correta da prevenção de quedas, diminui consideravelmente o risco de acidentes”, afirmou Maristela. 

Realizada em parceria com o SindusCon-SP, a campanha visa motivar as empresas a cumprirem efetivamente as Normas Regulamentadoras (NRs) 18, 35 e as demais ligadas a essas normas, e implementar as melhores práticas de gerenciamento na prevenção de quedas, buscando a redução de acidentes. O evento de lançamento ocorreu na sede do Seconci-SP, com mediação de Fátima Cardoso, gerente de Comunicação da entidade. 

“As quedas nas obras respondiam por 40% dos acidentes graves e fatais na construção. Com a edição da NR 35, a incidência desses acidentes diminuiu para 28%. Mesmo assim, as quedas ainda provocam a maioria relativa dos acidentes nas obras”, informou a presidente do Seconci-SP. 

“Vamos bater fortemente na necessidade de uma gestão da prevenção de quedas, ao longo dos próximos meses. Assim, cumprimos uma das tarefas do Seconci-SP, de colaborar com as empresas no cuidado com a saúde e a segurança do trabalhador da construção. E nos mantemos dentro da nossa dupla missão: salvar vidas, construindo o Brasil”, acrescentou Maristela. 

A seguir, Haruo Ishikawa, membro do Conselho Deliberativo do Seconci-SP e vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, defendeu que as empresas assimilem a necessidade de fazer a proteção coletiva dos trabalhadores. Dirigindo-se aos engenheiros e técnicos de segurança presentes, afirmou: “Vocês têm que exigir que as empresas façam essa proteção”. 

De acordo com Ishikawa, “o maior desafio é levar a informação sobre Saúde e Segurança do Trabalho (SST) aos canteiros, principalmente nas pequenas empresas”. Ele destacou o papel de divulgação exercido pelo Comitê Permanente Regional de São Paulo da NR 18 e pelas campanhas como a Canpat Construção. 

O vice-presidente informou que o Seconci-SP, na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), secretariou a elaboração do texto base da norma sobre redes de proteção, que irá à consulta nacional; começou a secretariar a elaboração do texto da norma de guarda-corpos provisórios, e, na sequência, participará da revisão da norma de andaimes. “O papel do Seconci-SP é de engajamento para levar a Saúde e Segurança do Trabalho a toda a comunidade da construção civil”. 

Criar cultura de segurança 

José Bassili, gerente de Segurança Ocupacional do Seconci-SP, comentou que a campanha, por meio de folders, cartazes, palestras e vídeos, “irá mostrar que a participação dos trabalhadores e o apoio da direção criarão uma cultura de segurança do trabalho e motivarão a redução das quedas. É fundamental que a determinação venha de cima para baixo nas empresas”. 

Segundo o gerente, o material didático da campanha foi elaborado para colaborar com as empresas a fazerem a gestão de Saúde e Segurança do Trabalho. Os profissionais de SST e os consultores técnicos do Seconci-SP levarão as informações a todas as Regionais do Estado. E o material estará à disposição na Unidade Central, pelo e-mail relacoesempresariais@seconci-sp.org.br, e nas Regionais. 

“Até o final de agosto todas as Regionais serão percorridas. Em novembro, teremos o 7º Prêmio Seconci-SP de Saúde e Segurança do Trabalho, e em dezembro participaremos do 4º Seminário Internacional de Trabalho em Altura, realizado pelo Instituto Trabalho e Vida”, prosseguiu Bassili, finalizando: “Um bom ambiente de trabalho com riscos controlados aumenta a produtividade e permite que o trabalhador retorne para casa sadio e com dignidade”. 


Quatro pilares 

A seguir, Gianfranco Pampalon, consultor técnico de SST do Seconci-SP, detalhou os quatro pilares da gestão de prevenção de quedas: 

  1. Planejar os cuidados com o trabalho em altura, avaliar os cenários ao longo da obra e as alternativas para evitar esse trabalho. Classificar os riscos de queda e priorizar os maiores. Implementar um plano de ação para eliminar ou mitigar os riscos, definir responsabilidades, informar e capacitar as lideranças da obra. Analisar todas as doenças e acidentes que acontecerem, além dos incidentes que alertam sobre o que pode ocorrer. Ter um plano de gerenciamento e verificar a eficácia das medidas adotadas para a realização das tarefas com segurança. Não esquecer de que hidratação e períodos de repouso são fundamentais, para evitar o cansaço, um dos motivos da ocorrência de acidentes.   
  2. Fornecer os equipamentos de proteção individuais e os sistemas coletivos. Realizar a instalação dos sistemas e das ancoragens adequadas, conforme projetados pelos engenheiros. Lembrar que a NR 6 determina que o cipeiro seja ouvido. Considerar a adequação do equipamento ao empregado e ao conforto do conjunto de trabalhadores.   
  3. Treinar o trabalhador na utilização segura dos equipamentos e sistemas, e nos procedimentos de segurança no trabalho em altura. Apresentar-lhe o que figura no manual sobre eficácia, manutenção e armazenamento do equipamento. Inspecionar o sistema de proteção de quedas, inclusive entre o recebimento e a primeira utilização, e pelo menos a cada 12 meses ou antes, se necessário. Não esquecer da inspeção rotineira, feita pelo trabalhador diariamente antes da utilização. Ter um plano para resgastes de emergência, conforme dispõe a nova NR 35, que começa a vigorar em julho. Dispor de técnicas e equipamentos apropriados para o resgate. Fazer treinos simulados de resgate, lembrando que a NR 35 requer equipe bem treinada para essa finalidade.  
  4. Liderar e supervisionar os cuidados com a prevenção. Mestres e encarregados precisam estar na linha de frente, avaliando as condições do trabalhador antes do trabalho em altura. Devem: aferir se o trabalhador está bem; fiscalizar uso correto dos EPIs e dos procedimentos; impedir atalhos perigosos; dar ordens de modo que a execução das tarefas seja feita de forma segura; apoiar e incentivar boas práticas de segurança; e ajudar o trabalhador a exercer o direito de recusa em caso de percepção de perigo, ouvindo-o sobre oportunidades de melhoria. Lideranças devem ser treinadas nesse sentido. 

Pampalon ainda apresentou boas práticas e inovações em SST, tais como: trabalhar com BIM (Modelagem da Informação da Construção), que permite visualizar o projeto em três dimensões; novas proteções no envoltório da obra; câmaras com inteligência artificial que avisam sobre riscos na obra, tais como equipamentos largados no chão, falta de EPIs e reconhecimento de não conformidade de EPIs; e realizar inspeções de fachadas utilizando drones, evitando trabalho em altura. 

O consultor também chamou a atenção para cuidados, tais como planejar antes como instalar a linha de vida, a fim de não colocar o instalador em risco, e se capacitar para avaliar qual estrutura pode receber essa linha. “Investir em SST nunca é um desperdício, uma vida perdida é.” 

Para assistir ou rever a íntegra do evento de lançamento da Campanha, clique aqui. https://www.youtube.com/watch?v=m3QNcLahVHk

 

Profissionais querem novas formas de trabalho

A flexibilidade e os ganhos proporcionais ao esforço são características almejaras na era da economia 4.0, e vem fazendo profissões, como a de corretor de imóveis, se destacarem no mercado de trabalho

 

É tudo o que a Economia 4.0 sinaliza como tendência. A criação de novos processos e fluxos de trabalho digitais, onde a tecnologia se apresentou como a principal ferramenta de trabalho, está permitindo que mais profissionais atuem fora do modelo tradicional de cumprimento de horas no escritório.  Esse é um dos pilares da atual Economia 4.0, que está trazendo uma nova ordem ao mundo do trabalho.

A pandemia acelerou o processo. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou um estudo americano que aponta que a pandemia dobrou o ritmo do crescimento do home office e, atualmente, uma a cada três empresas adotam a modalidade de trabalho.  

A remuneração flexível, de acordo com o resultado, também tem sido mais praticada pelo mercado de trabalho tradicional. Fornecer benefícios extras aos colaboradores, tais como voucher para combustível ou academia, cresceu em quase 70% no País em 2022, segundo pesquisa realizada pela Leme Consultoria em parceria com a startup Swile.

É neste contexto que a profissão de corretores de imóveis tem passado por uma ressignificação. Mesmo sendo antiga, o modus operandis da atividade, que se tornou sexagenária em 2022, está à frente de seu tempo. Desde sempre, o profissional da área não tem horário fixo a cumprir na empresa onde atua e tem ganhos proporcionais a seus resultados.

“A gente vê hoje o modelo de trabalho convencional se aproximar do nosso modelo de trabalho.  As pessoas não se veem mais em modelos tradicionais, de cumprir horário. Nisso, a área imobiliária está muito atual. Cada um faz o seu horário e busca o seu ganho. Ela permite uma flexibilidade que as demais profissões descobriram na pandemia”, considera Ricardo Teixeira, sócio da URBS Imobiliária, uma das maiores do Estado de Goiás, com 46 anos de história.

Os atrativos da profissão de corretagem têm conquistado cada vez mais adeptos. Segundo dados levantados pelo Creci Goiás, no período de 2021 a 2022, foi registrado um aumento de 44% no número de inscritos no Conselho.  Na URBS, são mais de 600 corretores de imóveis parceiros.


Felling feminino

Jane Ferreira é uma das profissionais que vêm sendo exemplo no mercado.  Com 22 anos de mercado, aprendeu que seus ganhos são conquistados fora dos limites do escritório. Ao trocar o meio empresarial pela corretagem, percebeu que a flexibilidade da profissão, e os ganhos advindos de atrativas comissões, eram mais vantajosos e combinavam melhor com seu perfil profissional.

Hoje, ela coordena uma equipe de vendas 100% feminina e calcula que passa no escritório no máximo, três horas diárias. Momento esse utilizado para reuniões de alinhamento e treinamento. As horas restantes são dedicadas a estabelecer os relacionamentos profissionais que vão lhe permitir serem revertidos em venda. “Temos que estar onde o cliente está”, alega.   

Para ampliar o seu poder de convencimento e de captação de clientes, adotou as redes sociais como aliada, e contratou um profissional para cuidar delas. Hoje, ela divulga em seu perfil pessoal os produtos que está comercializando, as vantagens comerciais e ainda sua rotina diária que se faz fora dos limites do escritório, mas dentro das oportunidades captadas no contato pessoal com integrantes da sua carteira de clientes. 


Informação estratégica

O gestor comercial Mauro Faleiro, outro destaque, lembra com precisão como foi o seu ingresso no mercado imobiliário há doze anos. Em 2011, ao conhecer detalhes de um empreendimento imobiliário, conseguiu levantar espontaneamente três clientes para o produto, sem ao menos ter formação específica para atuar como corretor de imóveis. Foi daí que veio o convite para a profissionalização e para integrar uma das mais renomadas imobiliárias da capital Goiânia. 

Hoje, atuando como gestor de uma equipe comercial da URBS, busca munir seu time com informações estratégicas e privilegiadas para que eles saiam a campo à conquista de clientes. Nos últimos cinco anos, Faleiro coordena uma equipe que movimenta R$50 milhões em vendas, por ano. “Você precisa enxergar além dos diferenciais apresentados pelo empreendimento, e saber fazer a leitura de onde ele está inserido, do potencial daquela região para a vida do seu cliente. Com essas informações em mãos, então se parte para desbravar a carteira de clientes e os locais onde é possível encontrá-los”, orienta.


Gestão 4.0

O gestor comercial André Kalil viu a sua carreira no ramo imobiliário ser alavancada, assim como os resultados conquistados no seu primeiro ano dedicado à corretagem. Em sua estreia na profissão, Kalil conseguiu comercializar R$12 milhões em imóveis, se tornando o número um em vendas, de uma equipe de 50 pessoas. O segredo do sucesso? Fortes conexões e um tino comercial desenvolvido nos anos em que se dedicou ao setor bancário.

Hoje, com dois anos e meio no ramo imobiliário, ele já ocupa a posição de gerente comercial e, apesar de entender o valor do relacionamento estabelecido olho no olho, lança mão de ferramentas tecnológicas para ampliar o poder de persuasão de seu público-alvo. “Os links patrocinados nos permitiram falar diretamente com um público específico, em uma região que temos interesse, dentro do perfil socioeconômico dos empreendimentos que estão em nossa carteira”, explica.

Ele calcula que dois terços da sua equipe dedicam apenas 40% do tempo diário em rotinas no escritório. “Tenho um profissional inclusive que fica full time à distância, e me traz os resultados esperados”, alega. Saber utilizar essa flexibilidade para fazer os contatos importantes é o segredo do gestor, que passou de fenômeno em vendas para o líder de novos expoentes.


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