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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

A importância do olhar multidisciplinar sobre o paciente com mieloma múltiplo


 Tratamento com diferentes profissionais exerce um papel fundamental para a convivência com a doença que ainda não tem cura 


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa média de vida do brasileiro é de 75 anos¹. Com isso, a atenção à saúde do idoso é um assunto cada vez mais frequente. E, em caso de pessoas acometidas por enfermidades mais graves, como o mieloma múltiplo, a atenção a alguns detalhes deve ser um pouco mais cautelosa.  

Trata-se de um câncer raro que afeta diretamente a medula óssea e é causado pelo crescimento descontrolado das células de defesa do organismo, chamadas de plasmócitos². Sua incidência é ligeiramente maior em homens entre 60 e 65 anos e os sinais e sintomas podem ser confundidos com alterações relacionadas ao envelhecimento, tais como fadiga, dores ósseas, anemia e possíveis alterações renais³.

Os sinais mais precoces, em geral, são anemia, que pode ser identificada por meio do hemograma; alteração de função renal, evidenciados na elevação de exames como ureia e creatinina; além das dores ósseas, principalmente na coluna”, afirma Dr. Walter Braga, hematologista responsável pelo Ambulatório de Mieloma Múltiplo da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina – UNIFESP/EPM. No Brasil, não existem dados de prevalência da doença, mas, em 2015, nos Estados Unidos, foram diagnosticados 24 mil novos casos4.

Toda a rotina de quem convive com a doença pode ser impactada. Atividades diárias como calçar os sapatos ou tomar banho, se tornam mais complicadas de ser realizadas para alguns pacientes. As limitações impostas pela doença reduzem a autonomia e independência, e algumas vezes podem exigir o suporte de um cuidador. Com isso, no processo de convivência, o entendimento e suporte da família são fatores determinantes.  


Um olhar multidiscilplinar para o mieloma múltiplo:

Além do apoio da família, estabelecer a multidisciplinaridade com psicólogo, nutricionista, entre outros profissionais da saúde, corrobora para um tratamento bem-sucedido. “Ainda que o paciente faça o acompanhamento médico e tenha sua logística de tratamento bem estabelecida, a presença de outros profissionais da saúde garante uma melhora em sua qualidade de vida e condições gerais”, complementa o Dr. Walter.


O aspecto psicossocial é um ponto de atenção. Receber o diagnóstico de um câncer afeta não somente o paciente, mas todos que convivem com ele. Além do impacto físico da doença também existe o emocional.

“A partir do diagnóstico, o paciente começa a apresentar sentimentos como medo da morte, de sentir dor, de ficar dependente da família, entre outros”, explica Dra. Maria da Glória, psicóloga com doutorado em Psicologia da Reabilitação pela Illinois Institute of Technology.

A especialista também pontua que o impacto na família pode variar de acordo com sua estrutura. “Outro ponto importante é que os familiares vão passar por mudanças de papéis, além de vivenciarem novas preocupações, como medo da perda, e precisarem se organizar com tarefas adicionais. Nesse processo, a família também deve ser acolhida e apoiada. Ela é uma grande aliada no sucesso do tratamento para que o paciente possa conviver bem com a doença e reassumir funções na sociedade”, conclui a Dra. Maria da Glória.

A alimentação também requer cuidados especiais, uma vez que influencia na evolução do tratamento. “Uma dieta saudável aliada à prática de exercícios físicos com acompanhamento de um profissional é de extrema importância para esse paciente e trará impactos em diversos aspectos”, afirma Dra. Andrea Pereira, Médica Nutróloga do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein e da Obesidade e Cirurgia Bariátrica da UNIFESP.

A especialista explica que também é necessário avaliar as particularidades dos idosos, que são mais acometidos por essa patologia. “A partir dos 30 anos, os indivíduos começam a perder massa muscular e a cada década isso piora. Uma alimentação saudável também acarreta em uma melhor resposta ao tratamento e maior qualidade de vida”, conclui a especialista.

Outro profissional que exerce grande impacto na rotina do paciente é o cuidador oncológico que acompanha de perto a trajetória de tratamento, juntamente com o médico. São eles que garantem conforto e tranquilidade no dia-a-dia, oferecendo uma possibilidade de tornar essa jornada mais leve ao paciente. Além do manejo correto dos medicamentos indicados, colaborando diretamente na adesão ao tratamento.

“O cuidador vai auxiliar a equipe médica com informações essenciais, como quais os medicamentos já são usados pelo paciente, o que permite ao profissional avaliar se isso vai interferir no tratamento. Além disso, o cuidador também poderá contribuir com outras informações. Caso haja alterações da função renal (como insuficiência renal)  não é recomendado que se faça exames com contraste, por exemplo”, explica Rosângela dos Santos, Coordenadora de Enfermagem do Serviço de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês. 

Por fim, os impactos do diagnóstico, tratamento e convívio com um câncer são imensos, atingindo a vida do paciente em vários âmbitos. A humanização no tratamento e o trabalho em diferentes frentes são tão importantes para garantir um quadro positivo.





Takeda Oncology





Referências

1- Fonte: Em 2016, expectativa de vida era de 75,8 anos – IBGE Website - Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/18470-em-2016-expectativa-de-vida-era-de-75-8-anos.html - Acesso em 06/12/2017

2- International Myeloma Foundation (Internet) - Disponível em http://www.mielomabrasil.org/faq.php Acesso em 28 de novembro de 2017. 
3- International Myeloma Foundation (Internet) - Disponível em http://www.mielomabrasil.org/faq.php#. Acesso em 04 de setembro de 2017. 
4- International Myeloma Foundation (Internet) - Disponível em  http://www.mielomabrasil.org/o_que_e.php  Acesso em 04 de setembro de 2017. 
5- Observatório de Oncologia. Os Desafios do Mieloma Múltiplo no Brasil. Disponível online em: https://observatoriodeoncologia.com.br/os-desafios-do-mieloma-multiplo-no-brasil/


Câncer de testículo: Entenda mais sobre a doença


5% dos casos de câncer no sexo masculino são os tumores de testículo; Doença atinge homens entre 15 e 50 anos 


Conscientizar a população masculina sobre a importância de exames preventivos no combate a problemas de saúde, em especial o câncer ainda é um grande desafio. Uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), encomendada pelo Datafolha, indica que 21% do público masculino acredita que o exame de toque retal "não é coisa de homem". Considerando aqueles com mais de 60 anos (grupo de risco), 38% disse não achar o procedimento relevante.
Apesar de mais raro, o câncer merece atenção dos homens. Se diagnosticado em fase inicial supera a marca dos 90% de chance de sucesso no tratamento, mas a barreira do preconceito ainda precisa ser superada.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, dentre os tumores malignos do homem, 5% ocorrem nos testículos, como é o caso do jornalista Felipeh Campos. Esse tipo de neoplasia atinge principalmente homens entre 15 e 50 anos. Sua incidência é de três a cinco casos para cada grupo de 100 mil indivíduos.

"Para um diagnóstico precoce é recomendável que homens a partir de 50 anos (e 45 anos para quem tem histórico da doença na família) façam exame clínico (toque retal) e o teste de antígeno prostático específico (PSA) anualmente para rastrear o aparecimento da doença", comenta o Dr. Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia – unidade de São Paulo do Grupo Oncoclínicas.

Ainda segundo o oncologista, os sintomas mais comuns são aumento do testículo e/ou dor e é muito comum a descoberta durante o banho. Por isso, o autoexame da área é a melhor forma de garantir uma possível detecção precoce de qualquer alteração.

O tumor testicular é mais comum em indivíduos que sofreram traumatismos na região, o que aumenta o risco de incidência entre atletas. Crianças que tiveram criptorquidia, disfunção congênita em que o testículo nasce dentro do corpo, ou seja, fora de posição normal, também estão entre o grupo que tem maior chance de desenvolver a doença e devem ficar atentos a qualquer alteração no testículo.





Grupo Oncoclínicas
www.grupooncoclinicas.com


Dia Mundial da Doença de Alzheimer: doença acomete 1,2 milhão de brasileiros


A data tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre esta doença que é muito associada ao envelhecimento 


Em 21 setembro é lembrado o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. Em um contexto em que diversos países já têm ou terão em pouco tempo grande parte de sua população composta por idosos, é preciso esclarecer e desmistificar essa doença, que atinge pessoas mais velhas em sua maioria, mas que também pode acometer pessoas mais jovens. 

De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), a doença acomete 35 milhões de pessoas no mundo e 1,2 milhão no Brasil. Reportada pela primeira vez pelo médico Alois Alzheimer, em 1906, a doença se apresenta com perda de funções cognitivas (memória, capacidade de tomar decisões, orientação, atenção e linguagem) e é causada pela lesão das células cerebrais. 

“De início, o paciente começa a perder sua memória mais recente e esquece, por exemplo, onde guardou um objeto, não se recorda dos compromissos, etc. A evolução do quadro causa grande impacto no cotidiano e leva a mudanças de personalidade e comportamento acompanhada de uma dependência cada vez maior de outras pessoas”, explica a Dra. Letizia Borges, neurologista do Hospital Santa Paula.


Sabemos as causas?

Essas alterações de cognição são decorrentes do acúmulo de uma proteína denominada beta-amiloide que leva a formação de placas senis. Também ocorre acúmulo da proteína tau. Segundo a neurologista, ainda não se sabe exatamente o que inicia essas alterações de proteínas, mas sabe-se que elas são tóxicas aos neurônios, levando a sua morte e a redução de sinapses, reduzindo assim a comunicação entre os neurônios.

“O principal fator de risco para a doença é a idade. Após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos. Porém, é importante ressaltar que não se trata de uma doença apenas da velhice, não deve ser vista como normal da idade. Há inclusive casos de pessoas que apresentam os sintomas com 40, 50 anos, a chamada Doença de Alzheimer de início precoce”, afirma Letizia. 

Como ainda não apresenta causas definidas, é um desafio para os médicos falar em prevenção. De acordo com a neurologista, entretanto, há hábitos que podem colaborar. “É preciso adotar um estilo de vida mais saudável desde cedo. Ter como hábito a prática de exercício físico, uma alimentação saudável, controle de problemas crônicos como hipertensão, diabetes e colesterol, além de manter a interação social e estímulo da memória”, conclui.


Diagnóstico e Tratamento

Os sintomas iniciais da doença de Alzheimer podem ser vistos pela família como sintomas normais do envelhecimento. Dessa forma, recomenda-se que a família procure por um neurologista para que o paciente possa ser examinado e investigado.

Segundo a neurologista, embora ainda sem cura, é possível controlar alguns dos sintomas e dar qualidade de vida ao paciente. Por isso é importante que a doença seja diagnosticada precocemente. 

O tratamento para a doença de Alzheimer é classificado como: 

- Farmacológico: como parte das alterações de memória e de comportamento são decorrentes da redução de uma substância presente no cérebro chamada acetilcolina (encontrada em menor quantidade em portadores da doença de Alzheimer), é possível tratar a doença com medicamentos que reduzam sua degradação;

- Não Farmacológico: por meio de estimulação cognitiva, maior interação social, prática de atividade física, cessar o tabagismo, alimentação saudável.


Dicas para cuidadores

Por ser uma doença que vai deixando o paciente progressivamente mais dependente, a figura do cuidador (seja da família ou não) é fundamental no processo. Segundo a neurologista, o cuidador, por estar com uma alta carga de estresse, também precisará de cuidados. Há aqueles que até falam em “dicas de sobrevivência”, tanto para pacientes quanto para cuidadores:

- O cuidador deve conhecer a doença e buscar informações em fontes seguras, como a ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer), e procurar trocar experiências em grupos de apoio ou com pessoas que passaram por experiência semelhante;

- Organização para manter a autonomia do paciente: coloque de forma discr
ar o paciente a se localizar;

- Divida sempre suas dúvidas com o especialista que está à frente do tratamento;

- Por conta do tipo de doença, o estresse do cuidador tende a ser alto. Portanto é importante que ele também cuide de sua saúde mental e física.






Hospital Santa Paula
Av. Santo Amaro, nº 2468 - Vila Olímpia - (11) 3040-8000


Referências: 

  • e - http://portalms.saude.gov.br
  • Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) - http://abraz.org.br/web/



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