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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Ainda precisamos falar sobre a democratização do ensino de inglês no Brasil


Em um país onde menos de 5% da população fala inglês, a barreira linguística se transforma em um desafio significativo para o acesso a oportunidades de trabalho e desenvolvimento pessoal. Essa língua não é apenas um meio de comunicação; é uma chave que abre portas para um mundo de possibilidades, especialmente para aqueles que enfrentam limitações educacionais e financeiras.

Neste final de semana tivemos o ENEM e, com ele, as tradicionais provas de língua estrangeira. A prática da língua inglesa é fundamental, especialmente quando oferecida de maneira democrática e acessível, pois prepara as pessoas não só para interpretar questões. Em avaliações como essa, as habilidades vão além da gramática e incluem a compreensão de contextos e a interpretação de nuances culturais e sociais. Essa competência vai além da sala de aula e é essencial para o entendimento de temas globais, como as discussões sobre meio ambiente e preconceito, permitindo um engajamento mais profundo e consciente com o mundo.

Minha própria trajetória é um exemplo claro dessa realidade. Cresci na periferia de São Paulo, onde enfrentei adversidades diárias. No entanto, encontrei no empreendedorismo uma forma de superar essas barreiras. Iniciei com uma cesta de trufas, cujo lucro foi reinvestido no meu sonho de aprender inglês. Esse esforço pessoal não foi apenas uma conquista individual, mas uma chave que me abriu portas importantes. Em 2018, fui selecionado para participar de um programa de empreendedorismo no MIT, onde passei um mês. No ano seguinte, em 2020, recebi uma bolsa de estudos para estudar na Minerva University, em San Francisco, Califórnia, eleita a faculdade mais inovadora do mundo nos últimos três anos pelo WURI. 

A acessibilidade financeira das aulas de inglês online desempenha um papel crucial nesse cenário. Em 2024, a educação online democratiza o acesso a aulas de qualidade, permitindo que mesmo aqueles com orçamentos limitados invistam em sua formação. Esse avanço transforma o aprendizado de inglês em um ativo valioso, acessível a uma ampla gama de indivíduos e essencial para certificações que ampliam horizontes profissionais e acadêmicos.

Pesquisas, como as da Universidade Federal de Minas Gerais, demonstram que a tecnologia tem sido reconhecida por suas contribuições ao ensino de línguas desde antes da pandemia. A utilização de ferramentas digitais revela a força da tecnologia como uma aliada indispensável no processo de aprendizagem.

A tecnologia não só facilita a educação online, mas também diversifica os métodos de ensino. Ferramentas como jogos digitais, filmes e aplicativos tornam o aprendizado mais envolvente e eficaz. Além disso, a formação contínua dos educadores é vital para que possam aproveitar ao máximo esses recursos, garantindo uma educação de qualidade.

Portanto, a democratização do ensino de inglês no Brasil está intrinsecamente ligada à inovação tecnológica. Ela não apenas torna o aprendizado mais acessível e flexível, mas também maximiza sua eficácia, preparando os estudantes para um futuro global repleto de oportunidades. Minha história exemplifica como a tecnologia pode ser um catalisador de mudança, transformando vidas e expandindo horizontes para um mundo de possibilidades.

 

Robson Amorim - CEO e cofundador da BeConfident, uma plataforma de inteligência artificial multimodal para prática ilimitada de conversas em inglês, que alcançou 10 mil assinantes anuais e um ARR de US$ 1 milhão em 12 meses. É estudante de Ciência da Computação e Neurociência na Minerva University, onde participa de um programa extraordinário que forma líderes globais, vivendo cada semestre em um país diferente. Além disso, Robson é Tech Fellow na Fundação Estudar e fez parte da turma inaugural do programa de investimento da Latitud. Ele também possui experiência em ciência de dados com passagens pela Hurb, Rocketseat e Layers Education.



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