No mundo conectado, a internet é uma ferramenta essencial para a comunicação, fonte inestimável de conhecimento e interação social. Ela aproxima as pessoas, gera uma série de oportunidades, mas também oferece riscos significativos, principalmente a usuários menos experientes, como crianças e adolescentes.
De acordo com a pesquisa Tic Kids Online Brasil 2024, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos usam a Internet no país. Embora a rede mundial de computadores seja um ótimo recurso para pesquisas escolares, jogos interativos e ajude na interação com amigos e familiares distantes, o acesso sem orientação pode trazer riscos como exposição à conteúdo violento, fake news, riscos on-line de vírus e ransomware, além de cyberbullying.
Uma maneira de garantir a proteção desse público hiper conectado e prepará-lo para os desafios da rede mundial de computadores é promover uma cultura de segurança digital. Isso significa investir na formação dos pequenos para que eles se tornem cidadãos críticos, capazes de discernir sobre a veracidade das informações e os potenciais riscos associados ao compartilhamento de dados.
Abaixo, listamos,
10 atitudes que estimulam o desenvolvimento da cultura de segurança digital:
- Investir
na educação digital em escolas e instituições de ensino -
realizar workshops e aulas frequentes sobre os conceitos básicos de
segurança on-line, como senhas fortes, privacidade de dados e compartilhamento
de informações são medidas fundamentais para promover a conscientização
sobre os potenciais riscos da internet;
- Promover
rodas de conversa em família – conversar com as crianças
e adolescentes sobre os perigos da internet, incluindo cyberbullying,
fraudes digitais e contato com estranhos ajuda a prepará-los para a
navegação segura;
- Criação
de senhas fortes – orientar sobre a criação de senhas fortes e
exclusivas para diferentes contas, e a importância de não compartilhar as
senhas com os amigos, é um princípio básico da educação digital;
- Utilizar
ferramentas de cibersegurança – explicar sobre a
necessidade do uso de antivírus, firewalls e controles parentais para a
proteção dos dispositivos. Há soluções gratuitas no mercado que bloqueiam
sites maliciosos, chamadas de spam e até golpes com deepfake;
- Estimular
o espírito crítico do uso da internet –
perguntas como: “isso faz sentido?', 'por quê', 'por que alguém faria
isso?' 'isso está dentro da lei?', 'quem falou?', 'onde está escrito?',
'onde eu posso verificar isso?'" ajudam a promover a consciência
on-line, além de combater a desinformação e os golpes digitais;
- Simular
situações reais: criar situações de risco junto com as
crianças, como o recebimento de mensagens estranhas ou interações com
desconhecidos, promove o rápido aprendizado sobre como agir corretamente;
- Explicar
sobre phishing: a arma preferida dos cibercriminosos consiste
no lançamento de uma isca para roubar dados e informações dos cidadãos,
seja via e-mail, em mensagem de texto por celular ou em páginas fakes de
redes sociais e e-commerce. Por isso, a importância de ensinar os menores
a não clicar em links suspeitos;
- Promover
a Privacidade: instruir sobre a importância de
configurações de privacidade em redes sociais e aplicativos, orientando
sobre o que deve ou não ser compartilhado, é uma medida para reduzir a
exposição ao risco;
- Estimular
a conscientização pública sobre defesa digital –
envolver as instituições do terceiro setor, imprensa e mídia em geral,
governos e comunidade ajuda a criar a cultura responsável de consciência
digital;
- Incentivar
a formação de profissionais de cibersegurança dentro e fora das empresas –
ensinar pessoas e empresas a responder aos riscos e crimes cibernéticos de
forma rápida e preditiva reduz o sucesso das investidas criminosas.
A educação digital vai além do conhecimento técnico sobre o uso de dispositivos
e ferramentas. Cidadãos bem-informados são menos propensos a cair em golpes e
mais aptos a denunciar crimes cibernéticos, contribuindo para um ambiente
digital mais seguro.
Na corrida contra
o cibercrime, além de reforçar a segurança digital para não correr o risco de
ser alvo de um ataque cibernético e ter as operações paralisadas, as empresas e
a sociedade devem investir na educação digital para formar cidadãos conscientes
e preparados para lidar com as armadilhas da internet.
Felippe Barros - Cyber Security Executive da Trend Micro Brasil, empresa líder mundial em soluções de cibersegurança.
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