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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Estudo revela causa de uma das principais complicações da cirurgia bariátrica

Estima-se que o problema seja comum no Brasil,
o segundo país que mais realiza cirurgias bariátricas no mundo
 (
ilustração: Freepik*)
Trabalho conduzido por pesquisador brasileiro em Harvard mostra que a serotonina – hormônio conhecido por regular o humor – tem papel central no desenvolvimento de hipoglicemia pós-prandial em até 30% dos indivíduos operados; achados indicam caminhos para possíveis tratamentos

 

A hipoglicemia pós-prandial é uma das principais complicações da cirurgia bariátrica, podendo afetar até 30% dos operados. Ao contrário da hipoglicemia comum, em que o baixo nível de açúcar no sangue está geralmente associado a pouca alimentação, a pós-prandial ocorre depois das refeições, causando no indivíduo sintomas como sudorese, tremores, fraqueza e até confusão mental.

Estudo conduzido na Universidade Harvard, Estados Unidos, identificou o papel central da serotonina (hormônio envolvido na regulação do humor) no desenvolvimento da hipoglicemia pós-bariátrica. Os resultados foram divulgados hoje (12/09) no Journal of Clinical Investigation e, segundo os autores, indicam caminhos para possíveis tratamentos.

“Identificamos que esse tipo de hipoglicemia está associado à desregulação dos níveis de serotonina no sangue, hormônio que, além de controlar o humor, também é capaz de estimular a secreção dos hormônios insulina [no pâncreas] e GLP-1 [sigla para glucagon-like peptide-1, produzido no intestino delgado em resposta à ingestão de alimentos] no organismo”, conta Rafael Ferraz-Bannitz, que conduziu a investigação durante estágio no exterior apoiado pela FAPESP. O grupo também recebeu financiamento dos National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos.

“Observamos que, nos indivíduos com hipoglicemia pós-bariátrica, os níveis de serotonina estão baixos quando eles estão em jejum. No entanto, após uma refeição, aumentam significativamente, ao contrário de pacientes sem sintomas ou de pessoas que não fizeram bariátrica, cujos níveis de serotonina diminuem após uma refeição”, acrescenta Ferraz-Bannitz, que atualmente é pós-doutorando da Joslin Diabetes Center and Harvard Medical School.

Segundo o pesquisador, embora o problema seja comum – nos Estados Unidos, país com maior número de cirurgias bariátricas do mundo, estima-se que atinja até 30% das pessoas operadas –, ainda pouco se sabia a respeito dos mecanismos que desencadeiam a hipoglicemia pós-prandial. “É algo extremamente incapacitante, os pacientes chegam a concentrar os alimentos em apenas uma refeição por dia, pois sabem que vão passar muito mal. Muitos não conseguem trabalhar, dirigir ou ter o mínimo de qualidade de vida. E é um problema que pode atingir até 83 mil pessoas todos os anos só nos Estados Unidos. No Brasil, esse número também deve ser alto, pois é o segundo país que mais realiza cirurgias bariátricas no mundo”, sublinha o pesquisador.



Como foi feito

Os pesquisadores analisaram 189 metabólitos (compostos resultantes das reações enzimáticas do metabolismo) no sangue de três grupos de indivíduos: 13 pacientes com hipoglicemia pós-bariátrica; dez que realizaram a cirurgia, mas não tinham sintomas; e oito indivíduos que não realizaram a cirurgia nem tinham hipoglicemia.

O sangue foi coletado quando os participantes estavam em jejum, 30 minutos após tomarem um shake (composto por proteínas, carboidratos e lipídios) e duas horas após o consumo da bebida (tempo que geralmente os pacientes com hipoglicemia pós-prandial apresentam os sinais).

A análise mostrou alterações sobretudo no padrão de serotonina. “Para muitos metabólitos notamos diferenças significativas entre o grupo que desenvolveu hipoglicemia e aqueles assintomáticos. No entanto, a diferença no padrão de serotonina foi o que mais nos chamou a atenção. Indivíduos com hipoglicemia pós-bariátrica apresentavam níveis de serotonina muito diminuídos no jejum. Curiosamente, em resposta à refeição, houve um aumento de cinco vezes nos níveis desse hormônio nesses indivíduos”, conta Ferraz-Bannitz à Agência FAPESP.

Os pesquisadores encontraram ainda outras alterações metabólicas importantes. “Esses indivíduos, no estado de jejum, apresentavam diminuição nos níveis de dez aminoácidos, incluindo triptofano [precursor da serotonina], além de biomarcadores relacionados ao diabetes. Em contrapartida, notamos aumento nos níveis de cetonas, ácidos biliares e alguns metabólitos do ciclo de Krebs [que faz parte do processo de produção de energia nas células]”, relata.

Existe uma relação entre serotonina e a secreção de insulina e GLP-1. De acordo com Ferraz-Bannitz, estudos anteriores feitos in vitro já haviam demonstrado que a serotonina é capaz de estimular a secreção de insulina em células do pâncreas (beta-pancreáticas) e de GLP-1 nas células neuroendócrinas intestinais.

Vale destacar que a insulina é responsável pelo transporte do açúcar do sangue para as células do corpo, onde será usado como fonte de energia. Já o GLP-1 é um hormônio liberado na presença de glicose, dando sensação de saciedade ao sinalizar ao cérebro que o indivíduo está alimentado.

“Nesse estudo, demonstramos in vivo que a administração de serotonina em camundongos foi capaz de causar hipoglicemia induzida pelo aumento da secreção endógena de insulina e GLP-1”, comenta o pesquisador.

Dessa forma, os resultados sugerem que o aumento de serotonina após a refeição, observado nos indivíduos com hipoglicemia pós-bariátrica, pode ser um contribuinte para o aumento da secreção de insulina e, por consequência, o desenvolvimento da hipoglicemia e de sintomas como tontura, tremedeira e confusão mental.


Bloqueador de serotonina

Para entender melhor o papel da serotonina no desenvolvimento da hipoglicemia pós-bariátrica, foram feitos testes em camundongos. “Ao injetar serotonina nos animais, eles sofriam uma baixa vertiginosa da glicemia, induzindo a hipoglicemia – um quadro muito parecido com o dos pacientes. Ao avaliar o plasma dos camundongos, observamos que a injeção de serotonina aumentava a secreção de insulina e GLP-1, que são os mesmos hormônios aumentados nos indivíduos que desenvolveram hipoglicemia pós-prandial”, diz.

Os pesquisadores resolveram então testar, em camundongos, o uso de antagonistas de serotonina como uma estratégia de tratamento. “O uso de ketanserina, uma droga bem conhecida e bloqueadora dos receptores 2 de serotonina, se mostrou muito efetiva nos experimentos. Foi capaz de bloquear nos animais a hipoglicemia induzida por serotonina e promover a redução da secreção de insulina e de GLP-1. Trata-se, portanto, de um resultado promissor, que indica um potencial alvo terapêutico para indivíduos com hipoglicemia pós-bariátrica”, avalia.

Com os resultados, o grupo coordenado por Mary-Elizabeth Patti, professora da Harvard Medical School e investigadora sênior da Joslin Diabetes Center, pretende realizar novos estudos clínicos para comprovar a eficácia desse possível tratamento em indivíduos que sofrem de hipoglicemia pós-prandial.

Embora tenham demonstrado que a serotonina é um possível responsável por desencadear todo o processo de hipoglicemia em indivíduos que realizaram cirurgia bariátrica, os pesquisadores ainda não sabem o que causa essa diferença no padrão do hormônio.

“Essa é uma das limitações reconhecidas do estudo, pois não tivemos acesso a biópsias do intestino desses indivíduos para avaliar a quantidade e a atividade das células produtoras de serotonina. No entanto, uma das hipóteses que levantamos é que a hipoglicemia possa estar associada a alguma alteração na microbiota, ácidos biliares ou outros fatores no intestino – órgão que produz 90% da serotonina do organismo. Estudos futuros, que serão realizados no laboratório da professora Patti, poderão responder a essa incógnita”, diz Ferraz-Bannitz.

O artigo Postprandial metabolomics analysis reveals disordered serotonin metabolism in post-bariatric hypoglycemia pode ser lido em: www.jci.org/articles/view/180157.

 

Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-revela-causa-de-uma-das-principais-complicacoes-da-cirurgia-bariatrica/52751


Setembro Amarelo: Taxa de suicídio em idosos é 50% maior em comparação a outras faixas etárias

Freepik
Números do setor reforçam a importância de cuidados com a saúde mental do grupo

 

Registros divulgados pelo Hospital Santa Mônica mostram que os índices de suicídio em pessoas com mais de 60 anos são quase 50% maiores em comparação ao restante da população. Entre os idosos acima de 70 anos, essas taxas são ainda mais elevadas, destacando-se, sobretudo, entre homens.

De acordo com Jéssica Ramalho, cofundadora e COO da Acuidar, rede especializada em cuidadores, esses números são alarmantes e reforçam a necessidade urgente de uma atenção maior à saúde mental dos idosos. "A prevenção é essencial, pois muitas vezes sinais de alerta passam despercebidos, tanto por familiares quanto pelos próprios profissionais de saúde", explica Ramalho.

Ainda segundo a especialista, o processo de envelhecimento, quando não acompanhado de um suporte adequado, pode gerar isolamento social e sentimentos de inutilidade. Esses fatores são agravantes para o desenvolvimento de transtornos mentais, como a depressão, que, conforme ressalta Ramalho, é um dos principais gatilhos para o suicídio na terceira idade. "Cuidar da saúde mental do idoso é prevenir que essa pessoa se sinta abandonada ou sem perspectivas, condições que aumentam o risco de suicídio".

Jéssica também chama a atenção para a importância de iniciativas preventivas. Para ela, "não basta tratar as doenças físicas; é fundamental olhar para o lado emocional do idoso". Com uma abordagem humanizada, ela afirma que o acompanhamento de cuidadores especializados pode ser um passo decisivo para minimizar esses riscos, ao garantir tanto o cuidado físico quanto o mental.

 

Causas

De acordo com dados da Faculdade de Medicina da UFMG, transtornos mentais, depressão, uso de álcool e o diagnóstico de demência são responsáveis por 71% a 97% dos casos de suicídio entre idosos.  A presença de condições médicas, como dor crônica, também é um fator agravante, que eleva em até 10 vezes o risco de suicídio entre homens, e em 2 vezes entre mulheres. O impacto da dor persistente, associado à falta de mobilidade e perda da autonomia, acarreta em danos graves a saúde mental nessa faixa etária.

Outro aspecto relevante é o impacto do luto e das perdas acumuladas ao longo da vida, que podem intensificar a sensação de solidão e desamparo nos idosos. Ramalho aponta que, com o envelhecimento, muitos enfrentam a morte de cônjuges, amigos e parentes, o que gera um vazio emocional difícil de preencher.

"A ausência dessas pessoas próximas, somada a uma possível falta de suporte social adequado, pode agravar a tristeza e o isolamento, aumentando o risco de comportamentos suicidas", explica. Ela acrescenta que, em muitos casos, o idoso não encontra espaço para expressar seu sofrimento, o que reforça a necessidade de apoio especializado.

 

Como lidar

A prevenção do suicídio entre idosos passa pelo reconhecimento precoce dos sinais de alerta e pelo suporte imediato. Jéssica defende que é fundamental haver uma rede de apoio tanto emocional quanto prática para o idoso. "O suporte imediato é crucial. Um cuidador especializado pode fazer toda a diferença, ao garantir uma rotina saudável e atenta às necessidades não apenas físicas, mas também emocionais", afirma. Ela lembra que o cuidador, ao acompanhar de perto o idoso, pode identificar alterações comportamentais e agir preventivamente.

A profissional também enfatiza que o diálogo contínuo com o paciente, aliado a uma rotina que promova a autonomia dentro de suas limitações, é uma medida eficaz na prevenção de pensamentos suicidas. Atividades que estimulem o senso de pertencimento e a utilidade social do idoso, como pequenos projetos ou tarefas domésticas, podem reduzir consideravelmente os sentimentos de inutilidade e isolamento. "A convivência ativa e o apoio emocional são pilares para preservar a saúde mental dos idosos", ressalta.

Nesse panorama, Ramalho sugere que a busca por um cuidado especializado, por meio de cuidadores, seja vista como um investimento na qualidade de vida do idoso. "O cuidador não é apenas um auxiliar nas tarefas diárias, ele se torna um ponto de referência emocional e social, ajudando a criar um ambiente mais acolhedor e seguro", conclui.  


a Acuidar
https://www.acuidarbr.com.br/


Linfoma: especialista responde as principais dúvidas sobre a doença

A convite da Inspirali, médica professora da Unisul alerta para a importância do diagnóstico precoce

 

Com sintomas silenciosos que levam ao tratamento tardio, o linfoma é uma doença muito perigosa, que pode ser fatal. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 4 mil pessoas morrem anualmente deste tipo de tumor no Brasil, e os casos vem dobrando nos últimos 20 anos, chegando a 12 mil em 2022. Para orientar a população e, principalmente, alertar sobre os sintomas, a Inspirali, principal ecossistema de educação em saúde do país, convidou a médica hematologista e professora da escola Unisul Tubarão/SC, Dra Carolina Wiggers, para responder às principais dúvidas sobre o tema. Confira:

 

- O que é linfoma?

R: Os linfomas são um grupo de neoplasias malignas que se originam nas células do sistema linfático, que faz parte do sistema imunológico do nosso corpo, e causam um crescimento anormal e descontrolado de células dos linfonodos e do baço.

 

- Quais os tipos da doença?

R: Os linfomas são classificados em dois grandes grupos: o Linfoma de Hodgkin e os Linfomas Não-Hodgkin. O primeiro é um tipo menos comum, caracterizado pela presença das chamadas células Reed-Sternberg; enquanto o segundo grupo é mais heterogêneo e composto por mais de 20 tipos distintos da doença, que são agrupados de acordo com o tipo de célula linfoide afetada (linfócitos B ou T) e com a agressividade da doença.

 

- Qual é o tipo mais agressivo?

R: Após o diagnóstico e a classificação do tipo de linfoma, a doença é estratificada de acordo com a extensão. Essas informações são importantes para selecionar adequadamente a forma de tratamento e estimar o prognóstico do paciente. Mas de uma maneira geral, os linfomas não-Hodgkin de desenvolvimento rápido, como o Linfoma Difuso de Grandes Células B (DLBCL) e o Linfoma de Burkitt, são mais agressivos em sua apresentação e podem ter evoluções desfavoráveis se não tratados rapidamente, contudo se iniciado o tratamento precoce tem boas taxas de curas.

 

- É uma doença hereditária?

R: O linfoma não é uma doença hereditária, mas ele se inicia a partir de uma falha genética no desenvolvimento dos glóbulos brancos do tipo linfócitos.

 

- Quais os principais sintomas?

R: Os linfomas podem se manifestar de diversas maneiras, com variação de sinais e sintomas conforme o tipo específico de linfoma, o estágio da doença e a localização dos linfonodos afetados. Alguns dos mais comuns incluem o aumento dos linfonodos (gânglios linfáticos) em várias áreas do corpo como pescoço, axila, virilha, abdome e mediastino (tórax); suores noturnos excessivos; emagrecimento não intencional; fadiga; febre; coceira intensa; sintomas respiratórios como falta de ar e tosse persistente e sintomas gastrointestinais como náuseas, vômito, aumento de volume e dor abdominal.

 

- Quando procurar um médico?

R: A estratégia de diagnóstico precoce contribui para os melhores resultados do tratamento, por isso, se houver suspeita de alguma alteração como aumento dos linfonodos, esplenomegalia (aumento do volume do baço), febre, suores noturnos e perda de peso é recomendável procurar o atendimento médico mais próximo para uma melhor avaliação.

 

- Quais as causas?

R: Alguns fatores de risco ambientais, ocupacionais, comportamentais, de condições de saúde e genéticos têm sido associados aos linfomas, como alguns agentes infecciosos (vírus Epstein Baar, HTLV-I, HIV, Helicpobacter pylori e hepatite C), exposição a agrotóxicos e radiação ionizante, após quimioterapia ou transplante de células tronco hematopoéticas, secundário a doenças auto imunes e inflamatórias e estado de imunodeficiência aquirida.

 

- Como é feito o diagnóstico?

R: O diagnóstico dos linfomas se inicia com a suspeita clínica conforme a história e o exame físico e é confirmado após a realização de alguns exames. Entre os exames para a detecção, destaca-se a biópsia excisional do tecido e a análise histopatológica da lesão, que é complementado com a imunohistoquímica, a imunofenotipagem e a análise molecular. Associado a isso, são feitos exames laboratoriais e de imagem, como PET-CT, tomografias e ressonância magnética, para avaliar a extensão das lesões. Após a confirmação, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma (indolente, de crescimento relativamente lento; ou agressivo, de alto grau e desenvolvimento rápido) e o estágio em que se encontra.

 

- Por que o linfoma é uma doença geralmente detectada tardiamente?

R: Os linfomas podem ser classificados nas formas indolentes e nas formas agressivas. O primeiro grupo pode apresentar poucos sintomas e progressão arrastada do quadro por vários anos, logo, pode atrasar a procura pelo atendimento médico e o diagnóstico. Já o segundo grupo apresenta uma progressão rápida dos sintomas e acelera a busca pela atenção especializada.

 

- Como é feito o tratamento?

R: O tratamento dos linfomas é individualizado e depende de alguns fatores, como o tipo específico de linfoma, o estágio da doença, a idade do paciente e o seu estado geral de saúde. As opções de tratamento incluem a quimioterapia, a radioterapia em alguns casos selecionados, a imunoterapia com anticorpos monoclonais, as terapias alvo específicas em linfomas com algumas alterações genéticas ou moleculares, transplante de células tronco hematopoéticas e o acompanhamento e suporte. Cada caso deve ser cuidadosamente avaliado e o plano de tratamento deve ser personalizado para atender as necessidades individuais de cada paciente.

 

- Qual o médico responsável?

R: Os médicos responsáveis pelo tratamento dos linfomas são os hematologistas.

 

- Existe cura? Quais as chances?

R: Os pacientes com linfomas indolentes podem apresentar poucos sintomas por vários anos e, nesses casos, a cura é menos provável do que nas formas agressivas de linfoma. Esses últimos podem levar rapidamente ao óbito se não tratados, mas, em geral, são mais curáveis.


A cada hora, 23 pessoas são diagnosticadas com insuficiência cardíaca

 Avanços no manejo clínico e cirúrgico da condição têm permitido controlar a doença e reduzir a hospitalização

 

Conhecida como a doença do coração que mais causa internações, a insuficiência cardíaca (IC) atinge cerca de 200 mil pessoas por ano, ou 23 pessoas por hora, e acontece quando o coração não consegue bombear sangue de maneira eficiente para atender às necessidades do corpo. Com isso, a circulação sanguínea fica descompensada, o que pode causar diversas outras complicações secundárias, por exemplo, insuficiência renal, problemas hepáticos e arritmias. 

Nos últimos anos, avanços significativos no tratamento da insuficiência cardíaca têm melhorado a qualidade de vida dos pacientes. “Novos medicamentos, dispositivos implantáveis, como marcapassos e desfibriladores, e programas de reabilitação cardíaca são algumas das opções que ajudam a controlar a doença e a reduzir a necessidade de hospitalizações frequentes”, explica Dr Alexandre Soeiro, coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco do Hcor, cardiologista do Hcor. 

O futuro é promissor, graças a todas essas pesquisas que vêm sendo desenvolvidas nos últimos tempos. Além de melhorar a qualidade de vida do paciente, também permitem que a jornada dele seja menos estressante, já que poderá contar com cirurgias minimamente invasivas e métodos de imagem mais avançados. Isto sem falar da personalização do cuidado, que faz com que cada caso seja tratado de maneira única. 

No entanto, o presente requer cautela. O especialista reforça que o tratamento ainda enfrenta desafios. Seja pela complexidade da doença principal ou das complicações secundárias, seja pela diferença de cada paciente, que exige uma personalização e um estudo a fundo do estilo de vida do indivíduo. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das mortes por doenças cardíacas poderiam ser evitadas com mudança no estilo de vida. Como uma doença crônica e, às vezes, assintomática no início, o diagnóstico precoce pode ficar prejudicado e não ocorrer tão antes quanto seria o esperado. O grande objetivo é evitar que a IC aconteça, por isso, quando começarem a aparecer sintomas como cansaço, falta de ar e inchaço nas pernas, é recomendado que a pessoa procure um médico para iniciar o tratamento mais eficaz”, explica o Dr. Soeiro. 

É importante que os pacientes com insuficiência façam atividade física, restrinjam alimentos, como o sal, o excesso de líquido, e façam uso dos medicamentos corretos. Outro ponto fundamental é a necessidade de visitar o médico regularmente e de aderir ao tratamento completo, pois assim a pessoa poderá ter uma melhor qualidade de vida e controlar a doença de modo mais fácil”, conclui o médico.




Hcor

Mau uso do Chatbot na marcação de consultas pode afastar pacientes

Ferramenta possibilita que clínicas, hospitais e laboratórios consigam atender um número grande de clientes de forma automática, mas muitas não seguem princípios básicos de boas práticas

 

Quem nunca se pegou xingando um chatbot? A ferramenta foi criada para facilitar o relacionamento entre a empresa e o cliente, mas em muitas interações, as respostas genéricas demais, a falta de empatia e objetividade das respostas, fazem com que as expectativas não sejam atendidas e tornam a interação com o usuário um pesadelo.

Isso acontece porque muitas ferramentas ofertadas no mercado não estão adaptadas para a atividade fim das empresas, o que faz o barato sair caro para quem implanta, trazendo riscos até de imagem. “Para funcionar bem, a solução precisa ser elaborada de acordo com determinadas diretrizes. É preciso evitar a compra e implantação de chatbots genéricos, feitos para atender qualquer tipo de negócio. O setor de saúde, por exemplo, tem suas especificidades. Um sistema de chat desenvolvido para ser usado em uma loja de varejo não vai proporcionar uma experiência agradável ao paciente de uma clínica”, diz Frederico de Souza, CEO da Botdesigner.

Adotada cada vez mais no setor de saúde, a ferramenta possibilita que clínicas, hospitais e laboratórios consigam atender um número grande de clientes de forma automática, sem falhas na marcação da consulta ou na confirmação de presença. Mas para ser efetivo, o chatbot precisa seguir princípios básicos de boas práticas. Caso contrário, as instituições acabam por dar um tiro no pé e afastar os pacientes ao invés de facilitar o seu dia a dia.

“Um dos principais objetivos de um chatbot é facilitar o processo de agendamento de consultas e exames. Imagine um paciente que precisa marcar uma consulta e, em vez de esperar em longas filas telefônicas, ele pode simplesmente interagir com o chatbot e agendar seu atendimento em poucos minutos?”, lembra.

O problema é que, em muitos casos, isso não funciona bem assim. Souza elenca seis pontos que provocam a verdadeira sensação de ódio dos usuários e que precisam ser evitados.


Chatbots genéricos

Todo chatbot precisa ter informações básicas que envolvam as características específicas da instituição onde fará o atendimento. Este preceito pode parecer básico, mas é muito comum que existam bots genéricos, o que causa irritação pois o cliente fica perdido, sem saber como agir após acessar o chat. “As informações contemplam agendamentos, confirmações, reagendamentos e dados gerais sobre a instituição. Cada um desses elementos contribui para um atendimento mais completo e satisfatório ao paciente, assim como para a otimização dos processos administrativos”, observa Souza.


Falta de objetividade

Quantas vezes usuários acessam a ferramenta e as opções existentes não contemplam aquilo que o paciente precisa? O objetivo dos fluxos de um chatbot bem estruturado é guiar o paciente de forma direta e sem complicações, como se entrasse em um hospital, fosse recebido na recepção, encaminhado diretamente ao setor desejado e rapidamente atendido. O bot deve disponibilizar uma série de informações de maneira intuitiva e a resposta à opção digitada pelo cliente tem de ser rápida e certeira. Não há nada pior do que ficar aguardando sem saber qual será a próxima etapa. Ou, ainda, depois de passar por algumas etapas aparecer a informação de que aquela opção deve ser solicitada por outro canal. “O cliente tem de sentir que o atendimento automático é realmente melhor do que o presencial ou por telefone”, lembra.


Retrabalho

Para que serve um chatbot de confirmação de agendamento se, no caso de você não conseguir comparecer à consulta/exame, precisar recomeçar todo o processo de agendamento? Esse problema é muito comum: o chat pergunta automaticamente se o paciente comparecerá ao exame agendado. Se a resposta for não, alguns se limitam a agradecer a informação e a encerrar, ou seja, o cliente vai ter de remarcar do zero. Outros até oferecem de imediato a remarcação, mas repetem todas as perguntas feitas no primeiro acesso.

“Um bom chatbot deve apresentar a opção de reagendamento assim que o cliente afirmar que não poderá comparecer à consulta. O sistema já tem todas as informações cadastrais, solicitar tudo novamente é perda de tempo. Basta que a solução indique as novas datas e horários disponíveis para que o cliente escolha”, comenta.

 

Menus longos demais

Mensagens muito longas podem ser cansativas, assim como um médico que explica um procedimento de forma muito detalhada e técnica pode perder a atenção do paciente. Mantenha as mensagens curtas e diretas, dividindo informações complexas em partes menores e mais fáceis de entender.

 

Poluição de emojis

Enquanto emojis podem adicionar um toque amigável, seu uso excessivo pode ser como um hospital cheio de cartazes coloridos que distraem, confundem e, pior, irritam. Para evitar a experiência desagradável, é melhor usar emojis com moderação e de forma estratégica, no final das frases, para não interferir na clareza do texto.

 

Falta de confirmação

Por fim, não é nada agradável quando não fica claro que o agendamento foi feito e o atendimento encerrado. “O bot, ao final, precisa deixar para o cliente a confirmação de que o agendamento foi realizado com sucesso junto com outras informações como data, horário e local da consulta e exame, assim como o nome do médico que fará o atendimento e sua especialidade. Quando essas informações não são disponibilizadas fica a sensação de que algo pode ter saído errado, o que leva o cliente a entrar em contato por telefone para ter uma confirmação efetiva.

 

Correção de rota é urgente

Os gestores que consertarem essas falhas não só vão contribuir para a redução da resistência que as pessoas têm à tecnologia como tornarão o processo mais fluido, reduzindo custos e aumentando a eficiência. “Os gestores que ficarem atentos a esses pontos dificilmente vão errar no momento da implantação de um chatbot. E garanto, todo o processo será realizado com mais fluidez do que no modelo tradicional”, conclui Souza.


Nunca jogue remédios vencidos no lixo com

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Professor da Faculdade Una Jataí orienta sobre o armazenamento e o descarte correto de medicamentos

 

Qual é a melhor maneira de guardar os remédios em casa? Devemos ter algum cuidado específico na hora de descartar a medicação vencida? Tharlley Rodrigo Eugênio Duarte, professor dos cursos de Farmácia e Biomedicina da Faculdade Una Jataí, explica a importância de conservar os medicamentos corretamente. “É crucial para assegurar que os compostos ativos não se degradem e mantenham sua eficácia no tratamento. Além disso, impede a contaminação e a deterioração, garantind o a segurança do uso”. 

O especialista aponta os principais erros da população no armazenamento desses produtos. “Os mais comuns são guardar em locais com muita umidade ou exposição à luz direta, como banheiros e cozinhas; não verificar a data de validade; a falta de organização, que pode levar ao consumo acidental de formulação errada ou vencida; e não manter tais itens fora do alcance de crianças e animais de estimação”. 

Tharlley ressalta os riscos de consumir fármacos vencidos ou armazenados inadequadamente. “Os remédios fora do prazo de validade podem perder eficácia, não proporcionando o efeito desejado, ou gerar reações adversas inesperadas. Já a conservação incorreta pode levar à degradação dos ingredientes ativos, transformando-os em substâncias potencialmente tóxicas ou ineficazes”.
 

Leia a bula

A bula é o documento, direcionado aos profissionais da saúde e aos pacientes, que informa a composição, as características, os riscos e o modo de usar de determinada medicação. 

O docente salienta que a bula fornece orientações essenciais sobre o armazenamento, “como temperatura adequada, necessidade de proteção contra a luz ou a umidade, e indicações sobre o prazo de validade após a abertura. Seguir essas instruções é fundamental para garantir a potência e segurança do produto até o seu uso completo”.
 

Não jogue no lixo

Se desfazer de fármacos no vaso sanitário ou no lixo comum pode prejudicar o meio ambiente e a saúde da população, conforme evidencia o farmacêutico. “Isso pode levar à contaminação dos recursos hídricos e do solo, afetando a fauna e a flora. Para a saúde pública, há o risco do desenvolvimento de resistência antimicrobiana e potencial intoxicação de seres humanos e animais que entram em contato com elementos descartados incorretamente”. 

A conscientização e a implementação de boas práticas de descarte ajudam a minimizar esses riscos e promovem uma sociedade mais responsável na utilização desse tipo de substâncias químicas. Tharlley enfatiza que existem várias alternativas para a destinação final adequada de medicamentos:

  • Coleta Seletiva: Muitas cidades têm programas de coleta, onde os cidadãos podem devolver aqueles não utilizados em locais específicos, como farmácias ou postos de saúde.
  • Pontos de Entrega: Estabelecimentos de saúde e farmácias podem atuar como pontos de entrega para destinação final, garantindo que sejam tratados de maneira segura.
  • Incineração: Algumas substâncias podem ser incineradas em condições controladas, um método seguro para eliminar compostos potencialmente perigosos.


Educação e Conscientização

O docente reforça a necessidade de educação contínua sobre o emprego consciente de medicamentos e a realização de campanhas informativas para ensinar a população sobre a relevância do descarte adequado e orientar sobre os locais disponíveis para esse fim. 

“Isso implica não apenas em como descartar corretamente, mas também em como usar os fármacos de forma responsável, evitando a automedicação e o consumo excessivo. Além disso, a regulamentação e a fiscalização mais rigorosas sobre a produção e a distribuição podem ajudar a reduzir o desperdício e a necessidade do manejo de resíduos. É essencial que haja um esforço conjunto entre governos, instituições de saúde e a sociedade para promover práticas saudáveis e sustentáveis em relação ao uso desses produtos”.
 

Uma - Centro Universitário Una, que integra o Ecossistema Ânima



Você sabia? A Ortodontia foi a primeira especialidade da Odontologia

Tatá Barreto

Em 20 de setembro é celebrado o Dia do Ortodontista. Essa foi a primeira especialidade que surgiu no exercício da odontologia, em 1900, nos Estados Unidos, com a criação do curso de especialização em Ortodontia, por iniciativa do Dr. Edward H. Angle, considerado o "Pai da Ortodontia". Outra curiosidade é que segundo o Conselho Federal de Odontologia (CFO), a Ortodontia é a área com o maior número de profissionais no Brasil, com 33.287 especialistas, sendo que 62% correspondem ao sexo feminino.

A ortodontia é uma especialidade da odontologia que corrige o posicionamento dos dentes e a relação entre os maxilares. Suas principais funções são: Melhora o sorriso; melhora a função, facilitando a mastigação e a fala; ajuda na higiene oral, reduzindo cáries e doenças gengivais; evita desgaste irregular dos dentes e problemas na mandíbula e contribui para um crescimento facial equilibrado. “É válido ressaltar também que há alguns anos, as clínicas odontológicas deixaram de ser apenas o lugar para realizar tratamentos básicos, como limpeza, obturações e extrações, e deram espaço para procedimentos estéticos de harmonização orofacial, que contribuem para a melhora da autoestima dos pacientes. Na PróRir, rede de clínicas odontológicas, por exemplo, registramos um crescimento de 30% nos atendimentos e a tendência é que a procura aumente, à medida que as pessoas percebem a importância de um sorriso mais bonito e um rosto mais harmônico”, diz Vinicius Ravani de Oliveira, ortodontista da PróRir.


Tempo quente e seco: como driblar o clima e manter a saúde respiratória



Típico do inverno, o Brasil vem enfrentando um grande desafio: um longo período de estiagem, que se intensificou nos últimos meses. O cenário veio acompanhado de incêndios por todo o país. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados mais de 150 mil focos de incêndio no Brasil. Além de toda a realidade Brasileira, a cidade de São Paulo (SP) registrou, nas últimas semanas, a pior qualidade de ar do mundo segundo o site de monitoramento IQAir. 

A onda de clima seco severo por todo o território brasileiro costuma acompanhar doenças respiratórias importantes, mas que podem ser evitadas com práticas simples. “Com o tempo extremamente seco e quente, é essencial que mantenhamos hábitos ainda mais saudáveis em nossa rotina para proteger nosso sistema respiratório e aumentar nosso sistema imunológico”, explica Daniel Medeiros, coordenador científico e especialista em Medicina do Estilo de Vida do Rituaali. Confira algumas dicas:
 

1- Água como sua melhor aliada

Mantenha uma hidratação constante. A prática é importante para manter as mucosas do trato respiratório saudáveis. Além de eliminar as impurezas do corpo, a água mantém o bom funcionamento do nosso organismo.
 

2- Exposição solar com cautela

Nos períodos de maior calor e baixa umidade, evite a exposição ao sol, principalmente para atividades físicas intensas. Priorize o início da manhã ou ao fim da tarde para praticar ao ar livre.
 

3- De olho nas alergias

Para quem já sofre de doenças do trato respiratório, redobre a atenção durante esse momento. Mantenha a medicação de uso contínuo e acompanhe de perto caso as crises se agravem.
 

4- Boa alimentação

Fortalecer seu sistema imunológico é essencial para se proteger. Priorize uma alimentação com frutas, verduras e legumes. Evite ultraprocessados, carnes vermelhas e outros alimentos inflamatórios.
 

5- Aposte no umidificador

São excelentes aliados, principalmente durante a noite. Também vale apostar em alternativas caseiras, como uma bacia com água no ambiente. 

Durante o período de seca, adotar práticas para minimizar os impactos na saúde, especialmente entre aqueles que já possuem doenças respiratórias pré-existentes, são importantes para reduzir os efeitos negativos do clima e manter a qualidade de vida. "Para quem já sofre de alergias, como rinite ou asma, o tempo seco é ainda mais desafiador. É importante que as pessoas fiquem atentas aos sinais do corpo e adotem hábitos que minimizem o impacto do ar seco na saúde respiratória” completa Daniel.


O Que As Unhas Revelam Sobre Sua Saúde E Como Mantê-Las Saudávei

Mais Do Que Estética, Nossas Unhas Refletem Sinais Valiosos Sobre O Bem-Estar Geral Do Corpo. Saiba Como Decifrar Esses Sinais E Oferece Dicas Essenciais Para Manter As Unhas Saudáveis E Fortes.


As unhas não são apenas um elemento estético; elas são indicadores cruciais da nossa saúde global. Segundo o Dr. Ernesto Alarcon, alterações na coloração das unhas podem revelar uma série de condições, desde as mais triviais até as mais graves - Unhas amareladas, por exemplo, podem ser resultado de infecções fúngicas, uso excessivo de esmaltes ou produtos químicos, tabagismo, ou até mesmo condições médicas como psoríase e doença pulmonar - explica o Dr. Ernesto Alarcon. 

Ele ainda destaca que unhas brancas podem sugerir deficiências nutricionais, enquanto uma tonalidade azulada pode ser um sinal de problemas no fluxo de oxigênio no sangue, como doenças respiratórias ou cardíacas - Cores roxas ou pretas, por sua vez, podem indicar traumas, infecções bacterianas ou fúngicas avançadas, e até mesmo alguns tipos de câncer – alerta o Dr. Alarcon. 

Além de prestar atenção na cor, cuidar adequadamente das unhas é fundamental para preservar sua saúde e evitar complicações. A adoção de práticas de higiene adequadas, proteção contra lesões e uma dieta equilibrada são medidas essenciais. O Dr. Alarcon ressalta que, embora as unhas possam oferecer pistas importantes sobre nossa saúde, elas não substituem um diagnóstico médico - Sempre procure a avaliação de um profissional de saúde qualificado para um diagnóstico preciso - aconselha. 

Outro problema comum é o das unhas encravadas, que resultam frequentemente de cortes inadequados, trauma, calçados apertados ou até do formato natural da unha - Os sintomas incluem dor, vermelhidão, inchaço e sensibilidade, podendo levar a infecções mais graves. Tratamentos caseiros podem funcionar em casos leves, mas em situações graves ou recorrentes, é essencial procurar um médico cirurgião - enfatiza o Dr. Ernesto Alarcon. 

Nos casos em que a unha encravada resulta em infecção persistente ou dor intensa, buscar assistência médica é fundamental. Procedimentos como a remoção parcial ou total da unha encravada e a aplicação de curativos especiais podem ser necessários para corrigir a condição - Tentar tratar a unha encravada em casa pode agravar a situação; a orientação médica é a abordagem mais segura - conclui o Dr. Ernesto Alarcon.

 


Dr. Ernesto Alarcon - Cirurgião Geral especialista em videolaparoscopia e atuação com enfase em Cirurgia Geral e Digestiva. Clinica em SP. Cirurgias de hérnias, vesículas,vasectomia,Bariátrica, entre outros. Coordenador e Chefe de Equipes Médicas em Alguns Hospitais em São Paulo.
https://drernestoalarcon.com.br
@drernestoalarcon


Covid-19 pode levar ao período mais longo de excesso de mortalidade em período de paz, aponta novo estudo do Swiss Re Institute

O relatório sugere um potencial incremento de mortalidade na população geral de até 3% nos EUA até 2033 e de 2,5% no Reino Unido, o que representaria o mais longo período de incremento de mortalidade em tempos de paz nos EUA

O aumento da mortalidade é atribuído ao impacto provocado pela epidemia prolongada da COVID-19; tanto como causa direta da morte quanto como um fator que contribui para a mortalidade cardiovascular

A redução do impacto da COVID-19 em idosos e populações vulneráveis será fundamental para que o excesso de mortalidade retorne a zero
 


Quatro anos após o pico da pandemia da COVID-19, muitos países ainda relatam níveis elevados de mortalidade por todas as causas em comparação aos níveis pré-pandemia. De acordo com o relatório do Swiss Re Institute “The future of excess mortality after COVID-19”, se o impacto contínuo da doença não for reduzido, as taxas de excesso de mortalidade na população em geral podem permanecer até 3% mais altas do que os níveis pré-pandêmicos nos EUA e 2,5% no Reino Unido até 2033.

Paul Murray, CEO L&H Reinsurance da Swiss Re afirma: “A COVID-19 está longe de acabar. Os EUA registraram uma média de 1.500 mortes por COVID-19 por semana em 2023 – um número comparável a mortes por fentanil ou armas de fogo. Se isso continuar, nossa análise sugere um cenário potencial de excesso de mortalidade que se estenderá pela próxima década. No entanto, a mortalidade pode retornar aos níveis pré-pandemia muito antes. O primeiro passo é controlar a COVID-19 com medidas como vacinação de pessoas vulneráveis. A longo prazo, avanços médicos, retorno aos serviços regulares de saúde e adoção de estilos de vida mais saudáveis serão fundamentais.”

O excesso de mortalidade é um cálculo do número de mortes acima de um número esperado de mortes em uma determinada população. Normalmente, o excesso de mortalidade por todas as causas dever ser em torno de zero, pois as principais causas de morte permanecem relativamente estáveis ​​ao longo da suposição da linha de base de longo prazo.

As oscilações do excesso de mortalidade tendem a ser de curto prazo, refletindo acontecimentos como um avanço médico em larga escala ou impacto negativo de uma grande epidemia. No entanto, à medida que as sociedades absorvem esses eventos, o excesso de mortalidade deve retornar a níveis de referência.

No caso da COVID-19 não foi assim, já que o excesso de mortalidade por todas as causas ainda está acima dos níveis pré-pandemia. Em 2021, o excesso de mortalidade disparou para 23% acima da linha de base de 2019 nos EUA e 11% no Reino Unido. Conforme estimativas do relatório do Swiss Re Institute, em 2023, ele permaneceu significativamente elevado, na faixa de 3–7% para os EUA e 5–8% para o Reino Unido.

Se os fatores subjacentes do excesso de mortalidade atual continuarem, a análise do Swiss Re Institute estima que o excesso de mortalidade pode permanecer tão alto quanto 3% para os EUA e 2,5% para o Reino Unido até 2033.

O principal fator determinante do excesso de mortalidade atual e futuro são as doenças respiratórias (incluindo COVID-19 e influenza), com outras causas incluindo doenças cardiovasculares, câncer e doenças metabólicas. A causa da divisão da morte varia de acordo com o mecanismo de notificação de um país.


Cenários otimistas exigem avanços na área da saúde e da medicina

O relatório do Swiss Re Institute examina um cenário otimista em que os índices de excesso de mortalidade retornam aos níveis pré-pandêmicos já em 2028. Nesse cenário, avanços médicos, como drogas para tratamento de obesidade e desenvolvimentos contra o câncer, como vacinas de RNA mensageiro individualizadas, combinam-se com uma queda no impacto da COVID-19 e escolhas de estilo de vida mais saudáveis.

 

Impacto indireto na mortalidade por doenças cardiovasculares

A interação entre a COVID-19 e as taxas de mortalidade cardiovascular é significativa para o excesso de mortalidade. O vírus em si tem um impacto direto porque contribui para causas de morte, como insuficiência cardíaca. Além disso, a COVID-19 também teve um impacto indireto por meio da interrupção dos sistemas de saúde — um fator que surgiu nos anos da pandemia. Essa interrupção levou a um acúmulo de exames e cirurgias cardíacas essenciais, o que significa que condições como hipertensão foram subdiagnosticadas e, portanto, não tratadas.

 

Implicações para seguradoras

O excesso de mortalidade na população em geral é um indicador importante para as seguradoras, pois mudanças nas principais causas de morte podem exigir uma reavaliação do risco adicional em seus portfólios de mortalidade.

Os níveis atuais de excesso de mortalidade são preocupantes. No entanto, há uma variedade de ferramentas disponíveis para seguradoras e resseguradoras gerenciarem essa tendência. Ações específicas incluem adaptar a filosofia de subscrição, apetite ao risco e suposições de mortalidade em preços e reservas. As seguradoras podem ser proativas ao direcionar programas de prevenção para segurados, ajudando-os no esforço conjunto para dar suporte a vidas mais longas e saudáveis.

 

Como baixar este estudo

A publicação do Swiss Re Institute, “The future of excess mortality after Covid-19", está disponível neste link.


Grupo Swiss Re
www.swissre.com/brasil


Puerpério: como a rede de apoio pode contribuir para o bem-estar da mãe

Psicóloga e especialista da Philips Avent ensina como lidar com o período auxiliando mães no pós-parto

 

A chegada de um novo bebê na família traz muitas alegrias, além de marcar uma nova trajetória de adaptação e aprendizado para mães e pais que passam a viver uma nova rotina. No caso da mãe que acabou de gerar um filho, as transformações podem ser ainda mais intensas, já que o pós-parto marca o início do Puerpério, que acontece logo após o nascimento e costuma durar entre 6 e 8 semanas. O período é marcado por mudanças fisiológicas no organismo, afetando principalmente o psicológico. Entre os principais sintomas estão alterações de humor, fadiga, irritabilidade, ansiedade, entre outros.

Ainda que cada mulher viva o puerpério de uma forma única e desafiadora, sem conseguir prever os sintomas físicos e emocionais que o período vai apresentar, a psicóloga e especialista da Philips Avent, Rafaela Magarinos, orienta que alguns cuidados ainda durante a gestação podem contribuir para passar pelo período de uma forma mais branda.


A manutenção de hábitos saudáveis como um sono regulado, a prática de atividade física durante a gestação, quando autorizada pelo médico, e uma alimentação saudável impactam positivamente na saúde mental da mulher, que tende a estar mais vulnerável na gestação e no pós-parto.”, explica.

A especialista reforça ainda a importância de contar com o suporte da rede de apoio. “Suporte social envolve estar perto das pessoas que são importantes para a mulher, que transmitam cuidado e segurança. É ter com quem compartilhar aquilo que pensa e sente e receber acolhimento e amparo.

 

Manter-se informada também é importante para que a mulher conheça e identifique as mudanças físicas e psíquicas típicas do período, para lidar com a nova realidade e buscar ajuda caso necessário. Além disso, o parceiro e a rede de apoio também devem aprender sobre o tema para apoiar as mães neste momento. “O diálogo entre o casal é fundamental para que ambos ajustem as expectativas, façam combinados e definam a forma como pretendem conduzir as questões relacionadas ao bebê e às próprias necessidades.”, explica a psicóloga.

 

Por fim, a especialista indica que uma comunicação clara e objetiva com o parceiro e a rede de apoio é fundamental para que a mãe verbalize suas necessidades neste período, expondo a maneira que se sente mais confortável em ser auxiliada. “Algumas priorizam os momentos com o bebê e preferem ter auxílio com as tarefas de casa, por exemplo. Já outras fazem questão de ter os seus momentos realizando outras atividades, tendo com quem contar em relação aos cuidados do bebê. Mas especialmente nas primeiras semanas após a chegada do pequeno, oferecer suporte para que a nova mãe consiga descansar, se alimentar bem e ser poupada de situações estressoras é o melhor que a rede de apoio pode fazer.”

 

Philips Avent - https://www.loja.philips.com.br/avent


Seletividade alimentar pode resultar em obesidade

 Crianças que têm dificuldade de variar o repertório alimentar estão mais sujeitas a desenvolver obesidade, avalia fonoaudióloga, ao apontar os sinais de alerta para a família

 

A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) promove, neste mês, a campanha Setembro Laranja, de combate à obesidade infantil, no intuito de conscientizar a comunidade médica e a população sobre a gravidade do problema. Para se ter ideia, o Atlas Mundial da Obesidade 2024 estima que até 2035, 50% das crianças e adolescentes brasileiros entre 5 e 19 anos poderão estar com obesidade ou sobrepeso. 

Para a Carla Deliberato, fonoaudióloga especialista em motricidade oral, com enfoque em alimentação, um fator importante dessa tendência pode ser a seletividade alimentar, que é representada pelo desinteresse ou recusa de determinados alimentos com frequência pela criança. "Quando essa seletividade persiste, a criança pode apresentar deficiências nutricionais pela carência de determinados alimentos e uma dessas consequências pode ser um quadro de obesidade", alerta a especialista. 

Um ponto de atenção que ela enfatiza é quando a criança sempre aceita os mesmos alimentos e nunca varia. Segundo ela, pessoas com o comportamento alimentar seletivo dificilmente experimentam alimentos novos e se prendem sempre aos mesmos preparos e mesmas marcas de produtos. "Quando esse padrão alimentar se mantém por longos períodos, a criança pode ter mais chance de desenvolver obesidade", destaca.

 

Quando procurar ajuda 

Se você desconfia que sua criança pode estar num quadro de seletividade alimentar, a fonoaudióloga preparou uma lista de comportamentos que sugerem a necessidade de procurar ajuda profissional: 

  • Recusa ou não apresenta interesse na maioria das refeições;
  • Náuseas ou vômitos durante a alimentação;
  • Fica cuspindo alimentos com relativa frequência;
  • Aceita apenas uma textura ou consistência do alimento, ex: aceita apenas purês;
  • Engasga-se com frequência ou apresenta dificuldade para mastigar;
  • Não consegue se alimentar na mesa de refeição, preferindo andar ou ficar em outros lugares para comer;
  • Faz caretas ou sente muito incômodo com o cheiro dos alimentos;
  • Come seguindo rituais, ex: sempre no mesmo prato, no mesmo local, mesma marca de alimento, não come fora de casa.

 

Carla Cristina Ribeiro Deliberato-CRFa:2-13919 - Fonoaudióloga graduada pela PUC-SP (2003). Especialização em Motricidade oral com enfoque em disfagia (CEPEF- SP). Atuação fonoaudiológica em motricidade oral com ênfase em alimentação infantil (disfagia, recusa e seletividade alimentar) -Formação internacional nas abordagens: "Assessment and Treatment Using the SOS Approach to Feeding", ministrado por Kay A. Toomey e Erin S. Ross e “Feeding The Whole Child A Mealtime Approach” ministrado por Suzanne Evans Morris. Idealizadora e proprietária da Clínica Care Materno Infantil.
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