Consumo de álcool e alimentação
desregulada têm relação com o câncer de próstata?
Especialistas do Vera Cruz Oncologia, em Campinas
(SP), explicam quais fatores contribuem para a baixa imunidade e consequente
desenvolvimento da doença
Novembro é dedicado à prevenção do câncer de próstata, que, segundo dados do Ministério da Saúde, deve acometer mais de 71,7 mil homens até o final do triênio 2023-2025. À medida em que os anos passam, novos estudos vão sendo feitos a fim de buscar a cura e, também, fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença. E dois deles são o consumo, mesmo leve, de bebidas alcoólicas (não há um nível seguro o suficiente) e a alimentação desregulada.
De acordo com André Sasse, especialista do Vera Cruz Oncologia, em Campinas (SP), uma análise recente apontou que o consumo moderado a elevado de álcool (25-50 g/dia) aumenta o risco relativo para câncer de próstata em aproximadamente 11%; se for acima de 50 g/dia, intensifica o risco de outros tipos da doença, como esôfago e fígado. Quanto maior o consumo, maior o risco. Estudos também destacam que o consumo de álcool afeta o organismo em múltiplos níveis, influenciando a produção de hormônios, como a testosterona, que podem alimentar o crescimento tumoral, além de gerar mutações celulares e estresse oxidativo, fatores associados ao desenvolvimento da patologia. “No caso do câncer de próstata, esses mecanismos biológicos podem explicar o aumento de risco observado mesmo em consumidores leves”, sugere Sasse.
Com base nas evidências, portanto, é possível afirmar que o há uma influência negativa do álcool na resposta imunológica do organismo. “A queda da imunidade facilita o avanço e a agressividade de tumores em diversas regiões do corpo. Assim, a recomendação é minimizar ou evitar o consumo alcoólico como forma de importante de prevenção, especialmente para indivíduos com histórico familiar de câncer ou fatores de risco associados”, orienta.
Para a população geral, recomenda-se atenção redobrada quanto ao
consumo de álcool e, para os pacientes com diagnóstico de câncer ou risco
elevado, a redução ou abstinência pode ser uma estratégia preventiva
fundamental. As diretrizes atuais indicam que a abordagem de risco zero para
álcool é a mais segura. Quando se trata de prevenção do câncer de próstata, a
alimentação exerce um papel importante e respaldado pelos estudos, oferece
recursos para reduzir riscos e promover a saúde masculina.
Alimentação
Segundo a nutróloga Gisele Figueiredo, também do Vera Cruz
Hospital, a alimentação exerce um papel importante quando se trata de prevenção
ao câncer de próstata. A especialista elenca alguns alimentos que não podem
faltar no cardápio de quem deseja se proteger ou já tem o diagnóstico da
doença. Um recurso para a promoção da saúde masculina, melhor qualidade de vida
e redução de riscos.
Consumo de licopeno: antioxidante encontrado em alimentos como tomates,
melancias e goiabas, tem sido associado à redução do risco de câncer de
próstata. Estudos sugerem que o consumo regular de alimentos ricos em licopeno
pode ajudar a combater os radicais livres e a reduzir o estresse oxidativo, um
dos fatores envolvidos no desenvolvimento do câncer;
Dieta rica em vegetais crucíferos: brócolis, couve-flor,
couve-de-bruxelas e repolho contêm compostos chamados glucosinolatos, que, após
serem metabolizados, formam isotiocianatos, substâncias que auxiliam na
inibição do crescimento de células cancerígenas. Esses vegetais têm ação
antioxidante e anti-inflamatória comprovada em estudos sobre câncer;
Ácidos graxos ômega-3: os ômega-3, encontrados em peixes de
águas frias, como salmão e sardinha, possuem propriedades anti-inflamatórias e
antioxidantes que ajudam a prevenir o desenvolvimento de cânceres hormonais,
incluindo o de próstata. Estudos sugerem que dietas ricas em ômega-3 estão
associadas a um menor risco de câncer de próstata agressivo;
Ingestão de chá verde: o chá verde é rico em catequinas, um
tipo de antioxidante potente que pode ajudar a reduzir o risco de câncer de
próstata.
Redução de produtos ultraprocessados e gorduras saturadas: estudos indicam que uma dieta rica em
gorduras saturadas e produtos ultraprocessados pode aumentar o risco de
desenvolvimento de câncer de próstata. A moderação no consumo de carnes
vermelhas e alimentos industrializados é recomendada para reduzir a inflamação
e o estresse oxidativo.
Suplementação e moderação no consumo de cálcio: embora o cálcio seja importante para a
saúde óssea, uma ingestão excessiva de suplementos de cálcio pode estar
associada a um risco aumentado de câncer de próstata. Recomenda-se manter o
consumo moderado de laticínios e realizar a reposição de cálcio por meio de
suplementos apenas com indicação médica.
Curcumina: a presente no açafrão-da-terra, possui propriedades
anti-inflamatórias e anticancerígenas. Alguns estudos sugerem que o consumo
regular de cúrcuma, juntamente com a piperina para aumentar sua
biodisponibilidade, pode contribuir para a prevenção do câncer de próstata.
Vera Cruz Oncologia
Grupo SOnHe
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