Modalidade
realiza tratamento visando a recuperação motora para execução de atividades
cotidianas
O câncer é uma das principais causas de
morte no mundo, entretanto, apesar dos avanços na área da medicina, de acordo
com dados do Observatório de Oncologia do Movimento Todos Juntos Contra o
Câncer, entre 2029 e 2030, a doença deve ultrapassar as complicações
cardiovasculares como principal causa de mortes no Brasil.
Muitos desses pacientes vão sofrer
danos psíquicos e/ou motores, entre outras consequências dadoença e seus
tratamentos, podendo perder sua autonomia na hora da realização de atividades
básicas do dia a dia, como vestir-se e alimentar-se. Nesse cenário, a Terapia
Ocupacional (TO), em conjunto com uma equipe multidisciplinar e o cuidado
familiar, ajuda a melhorar a qualidade de vida desses pacientes e a
reconquistar, aos poucos, a sua independência.
“O tratamento de câncer é sempre
difícil, afetando não apenas questões físicas, mas também psicológicas. Por
isso, o trabalho do terapeuta ocupacional tem como principal objetivo, devolver
a cada paciente sua condição de autonomia e independência para suas ocupações
cotidianas, mesmo diante de perdas motoras, sensoriais e psíquicas trazidas
pelo adoecimento”, destaca Syomara Cristina, terapeuta ocupacional, com mais de
30 anos de atuação.
Atuação da Terapia
Ocupacional
O ideal é o encaminhamento para a TO
logo no início do tratamento, uma vez que assim, o profissional poderá
identificar as necessidades do paciente, quais são os sintomas e como irão
progredir, além do impacto que o câncer e uma possível intervenção cirúrgica
terão no seu cotidiano. “Sempre ouvimos falar sobre a importância de um
diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura, mas se faz igualmente
essencial a intervenção de uma equipe multidisciplinar, ainda nos primeiros
momentos, ou seja, iniciar não apenas o tratamento de medicamentos contra o
câncer, mas também o psicológico, fisioterapia e terapia ocupacional. No caso
da TO, quanto mais cedo o terapeuta começar seu trabalho, melhor poderá
aperfeiçoar o desempenho ocupacional, favorecendo a independência, autonomia e
consequente melhora na qualidade de vida”, complementa Syomara.
Como é realizado o
tratamento?
O terapeuta ocupacional poderá oferecer
ao paciente em tratamento oncológico atividades manuais, lúdicas, artísticas e
expressivas, gerando autoconfiança, bem-estar e autoestima. Além de resgatar a
independência do paciente, a TO realiza atividades que ajudam a controlar dores
e incômodos, ensinam a ter um bom posicionamento na cama ao dormir ou voltar a
movimentar os membros superiores, por exemplo. E, quando o paciente apresentar
falta de ar, podem ser feitos exercícios que trabalhem a respiração, no sentido
de normalizá-la.
“As atividades e a regularidade serão
propostas pelos terapeutas a partir de uma análise do paciente e são avaliadas
caso a caso. Algumas podem ser facilmente realizadas pelo paciente em sua casa,
contribuindo para o sucesso do tratamento, que deve ter o aval do médico
responsável”, explica a terapeuta ocupacional.
O renomado oncologista pediátrico, Dr.
Giulio J. D’Angio, destacou no Congresso Internacional de Oncologia Pediátrica
em 2008, a importância da Terapia Ocupacional na qualidade de vida dos
pacientes com câncer. O profissional, que na década de 70 já destacava a
importância do tratamento das sequelas e comorbidades da doença, falou em seu
discurso: “Vocês, Terapeutas Ocupacionais, irão fazer a diferença na qualidade
de vida dos pacientes com câncer!”.
Onde encontrar?
Desde outubro de 2021, os profissionais
da área estão disponíveis não apenas na rede privada e particular, mas também
para os pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde, dependendo apenas da
demanda e se a região desejada é assistida pela modalidade. O serviço é
oferecido, dentre outras questões, para pacientes com câncer e em cuidados
paliativos.
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