Crianças que têm dificuldade de variar o repertório alimentar estão mais sujeitas a desenvolver obesidade, avalia fonoaudióloga, ao apontar os sinais de alerta para a família
A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) promove, neste mês, a campanha Setembro Laranja, de combate à obesidade infantil, no intuito de conscientizar a comunidade médica e a população sobre a gravidade do problema. Para se ter ideia, o Atlas Mundial da Obesidade 2024 estima que até 2035, 50% das crianças e adolescentes brasileiros entre 5 e 19 anos poderão estar com obesidade ou sobrepeso.
Para a Carla Deliberato, fonoaudióloga especialista em motricidade oral, com enfoque em alimentação, um fator importante dessa tendência pode ser a seletividade alimentar, que é representada pelo desinteresse ou recusa de determinados alimentos com frequência pela criança. "Quando essa seletividade persiste, a criança pode apresentar deficiências nutricionais pela carência de determinados alimentos e uma dessas consequências pode ser um quadro de obesidade", alerta a especialista.
Um
ponto de atenção que ela enfatiza é quando a criança sempre aceita os mesmos
alimentos e nunca varia. Segundo ela, pessoas com o comportamento alimentar
seletivo dificilmente experimentam alimentos novos e se prendem sempre aos
mesmos preparos e mesmas marcas de produtos. "Quando esse padrão alimentar
se mantém por longos períodos, a criança pode ter mais chance de desenvolver
obesidade", destaca.
Quando procurar ajuda
Se você desconfia
que sua criança pode estar num quadro de seletividade alimentar, a
fonoaudióloga preparou uma lista de comportamentos que sugerem a necessidade de
procurar ajuda profissional:
- Recusa
ou não apresenta interesse na maioria das refeições;
- Náuseas
ou vômitos durante a alimentação;
- Fica
cuspindo alimentos com relativa frequência;
- Aceita
apenas uma textura ou consistência do alimento, ex: aceita apenas purês;
- Engasga-se
com frequência ou apresenta dificuldade para mastigar;
- Não
consegue se alimentar na mesa de refeição, preferindo andar ou ficar em
outros lugares para comer;
- Faz
caretas ou sente muito incômodo com o cheiro dos alimentos;
- Come
seguindo rituais, ex: sempre no mesmo prato, no mesmo local, mesma marca
de alimento, não come fora de casa.
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