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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Seletividade alimentar pode resultar em obesidade

 Crianças que têm dificuldade de variar o repertório alimentar estão mais sujeitas a desenvolver obesidade, avalia fonoaudióloga, ao apontar os sinais de alerta para a família

 

A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) promove, neste mês, a campanha Setembro Laranja, de combate à obesidade infantil, no intuito de conscientizar a comunidade médica e a população sobre a gravidade do problema. Para se ter ideia, o Atlas Mundial da Obesidade 2024 estima que até 2035, 50% das crianças e adolescentes brasileiros entre 5 e 19 anos poderão estar com obesidade ou sobrepeso. 

Para a Carla Deliberato, fonoaudióloga especialista em motricidade oral, com enfoque em alimentação, um fator importante dessa tendência pode ser a seletividade alimentar, que é representada pelo desinteresse ou recusa de determinados alimentos com frequência pela criança. "Quando essa seletividade persiste, a criança pode apresentar deficiências nutricionais pela carência de determinados alimentos e uma dessas consequências pode ser um quadro de obesidade", alerta a especialista. 

Um ponto de atenção que ela enfatiza é quando a criança sempre aceita os mesmos alimentos e nunca varia. Segundo ela, pessoas com o comportamento alimentar seletivo dificilmente experimentam alimentos novos e se prendem sempre aos mesmos preparos e mesmas marcas de produtos. "Quando esse padrão alimentar se mantém por longos períodos, a criança pode ter mais chance de desenvolver obesidade", destaca.

 

Quando procurar ajuda 

Se você desconfia que sua criança pode estar num quadro de seletividade alimentar, a fonoaudióloga preparou uma lista de comportamentos que sugerem a necessidade de procurar ajuda profissional: 

  • Recusa ou não apresenta interesse na maioria das refeições;
  • Náuseas ou vômitos durante a alimentação;
  • Fica cuspindo alimentos com relativa frequência;
  • Aceita apenas uma textura ou consistência do alimento, ex: aceita apenas purês;
  • Engasga-se com frequência ou apresenta dificuldade para mastigar;
  • Não consegue se alimentar na mesa de refeição, preferindo andar ou ficar em outros lugares para comer;
  • Faz caretas ou sente muito incômodo com o cheiro dos alimentos;
  • Come seguindo rituais, ex: sempre no mesmo prato, no mesmo local, mesma marca de alimento, não come fora de casa.

 

Carla Cristina Ribeiro Deliberato-CRFa:2-13919 - Fonoaudióloga graduada pela PUC-SP (2003). Especialização em Motricidade oral com enfoque em disfagia (CEPEF- SP). Atuação fonoaudiológica em motricidade oral com ênfase em alimentação infantil (disfagia, recusa e seletividade alimentar) -Formação internacional nas abordagens: "Assessment and Treatment Using the SOS Approach to Feeding", ministrado por Kay A. Toomey e Erin S. Ross e “Feeding The Whole Child A Mealtime Approach” ministrado por Suzanne Evans Morris. Idealizadora e proprietária da Clínica Care Materno Infantil.
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