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terça-feira, 10 de setembro de 2024

Setembro Verde: Conheça detalhes sobre o transplante de fígado

O fígado é um dos órgãos possíveis de serem transplantados entre pessoas vivas. Médica hepatologista explica como se dá a cirurgia, os cuidados e os procedimentos concernentes à operação

 

Dia 27 de setembro celebra-se o dia nacional da doação de órgãos e tecidos. E, ao longo do chamado setembro verde, secretarias de saúde mobilizam ações de incentivo à doação e ao conhecimento do assunto. 

Para contribuir com o movimento, a Dra. Patricia Almeida, Hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Doutora pela Universidade de São Paulo (USP), oferece detalhes sobre o transplante de fígado, um dos transplantes que podem ser feitos de uma pessoa viva para a pessoa que precisa de um fígado novo. 

"O transplante intervivos acontece quando o paciente recebe parte do fígado de outra pessoa viva. No caso duas pessoas são submetidas a cirurgia no mesmo momento. Nesses casos, há várias particularidades para a escolha do doador, a fim de obter segurança e sucesso do procedimento", explica a médica. 

A Dra. Patricia enfatiza que qualquer pessoa (que não seja transplantada de fígado) pode ser uma doadora. "Basta informar a sua família para realizar seu desejo", informa. Ela, inclusive, reforça que não há burocracia para se tornar um doador: "Não há necessidade de registrar em cartório ou colocar na carteira de identidade. Apenas declarar explicitamente escolha de ser doador de órgãos à sua família", diz a Dra. Patricia.

 

Motivos que levam à necessidade de um transplante de fígado 

Segundo a hepatologista, o transplante pode ser a única possibilidade quando o fígado é lesionado persistentemente, por muito tempo, por vários agentes. "Os mais comuns são o abuso de álcool, as hepatites B e C, gordura no fígado, doenças autoimunes, uso de medicamentos tóxicos, além de outras doenças genéticas", conta ela. 

Além desse quadro, a Dra. Patricia conta que o órgão também pode ser acometido de forma aguda e grave, levando à necessidade de transplante em dias ou semanas, em razão de ingestão de altas doses de paracetamol, uso de fórmulas e chás com ervas/produtos naturais específicos.

 

Organização da fila para o transplante de fígado 

O grau de gravidade de cada paciente determina sua ordem na lista de transplante hepático, informa a médica. "Atualmente, usamos o valor do Meld Na para alocar os pacientes na lista. Esse índice é calculado com os resultados dos exames (creatinina, bilirrubina total, INR, sódio) de cada paciente. Os pacientes mais graves têm Meld Na maior e tem prioridade na lista", detalha ela, ao acrescentar que há condições especiais que podem gerar maior pontuação, como câncer de fígado, ascite refratária e encefalopatia hepática persistente. "O tempo de lista atualmente serve apenas critério de desempate", lembra a hepatologista.

 

A vida pós-transplante 

Na meta de viver uma vida saudável após receber um transplante de fígado, o paciente transplantado deve ter rigor na alimentação e na prática de atividades físicas. "Ressalto fortemente que o paciente transplantado precisará adotar um estilo de vida saudável, com alimentação baseada em alimento in natura e rica em legumes, grãos e frutas", destaca a Dra. Patricia, recomendando o não consumo de alimentos processados/industrializados, como fast foods e refrigerantes. 

Associado a esses cuidados, ela explica que os pacientes receptores também passam a fazer uso de imunossupressores de forma rigorosa, além da necessidade de regularidade nas consultas médicas de acompanhamento.

 

Dra. Patricia Almeida - CRM SP 159821 - Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (2010). Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Geral Dr César Cals em Fortaleza-CE- (2011-12). Residência em Gastroenterologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo-(USP RP) (2013/15). Aprimoramento em Hepatologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP RP)- (2016). Aprimoramento em Transplante de fígado no Hospital das clínicas da Universidade de São Paulo (USP RP) (2017). Observership no Jackson Memorial Hospital em Miami/EUA 2017. Doutorado em Hepatologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Título de Especialista em Gastroenterologia pela FBG Título em Hepatologia pela SBH. Hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein.


O que a ciência diz sobre tratamentos com canabidiol: mitos e verdades

Neurocirurgião funcional e pesquisador da Unicamp explica em quais casos há comprovação científica para o uso do CDB e faz ressalvas à indicação indiscriminada

  

O canabidiol (CBD) tem sido alardeado como recurso promissor para a medicina moderna, principalmente em casos de distúrbios neurológicos como a epilepsia, sendo administrado, em grande parte, por meio de óleo sublingual, o que garante uma rápida absorção e efeitos mais rápidos. Entretanto, este não é um tratamento cientificamente comprovado para todas as condições e seus efeitos são marginais em alguns casos.

Derivado da Cannabis sativa, a eficácia do CDB depende de fatores como a dosagem, a absorção e a qualidade do produto, o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) alerta, ainda, que a resposta ao tratamento depende especialmente da indicação médica adequada.

“A prescrição de canabidiol como indicação terapêutica para doenças em substituição a tratamentos convencionais e cientificamente comprovados deve ser vista com cautela. Esses produtos podem auxiliar ou entrar com alternativa quando não alcançamos respostas satisfatórias com as medicações tradicionais, por exemplo”, explica ele.

Confira alguns dos principais mitos e verdades sobre o uso do CDB na medicina elencados pelo Dr. Marcelo Valadares e respaldados por evidências científicas:


1.      O canabidiol é eficaz para o controle da dor

Isso é um mito. Duas das dores mais intensas que existem, a fibromialgia1 e as dores oncológicas2, não são gerenciáveis com o canabidiol, segundo revisões sistemáticas da Biblioteca Cochrane.

As evidências de ensaios clínicos sobre o uso de produtos de cannabis na fibromialgia foram limitadas a dois pequenos estudos com curta duração. Neste contexto, não foram encontradas evidências que sugiram que o canabinoide sintético interfira no tratamento de pessoas com fibromialgia, com eventos adversos, como sonolência, tontura e vertigem que podem inviabilizar a sua recomendação.

“Em relação às dores provenientes dos diferentes tipos e estágios da dor do câncer, o potencial dos medicamentos à base de cannabis e da cannabis medicinal não pode ser definido devido à falta de evidência de eficácia ou dano, com indícios de efeito adversos psiquiátricos e do sistema nervoso prevalentes e não tão bem tolerados, o que pode limitar a utilidade clínica”, explica o Dr. Marcelo Valadares.



2.      O canabidiol é indicado contra o Alzheimer

Mito. “O uso de canabinoides para o tratamento de pacientes com síndrome demencial, caracterizada por declínio cognitivo e funcional e acometimento principalmente de idosos, é alvo de intensa pesquisa, mas não há resultados uniformes até o momento”, reforça o especialista.

Uma revisão sistemática da Cochrane3, que incluiu dados de quatro estudos de curta duração realizados com 126 participantes - sendo a maioria dos casos de Alzheimer - não mostrou benefícios nem malefícios para pacientes com demência. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia4 manifesta-se contrária a seu uso, bem como a Academia Brasileira de Neurologia5, que constatou não haver evidência científica que corrobore o uso do CBD ou mesmo do THC para o tratamento dos sintomas, reversão ou estabilização do Alzheimer.

A revisão também apontou a necessidade de estudos de longo prazo para avaliar os resultados. Nesse sentido, cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) 6 conduzem os maiores ensaios clínicos do mundo, com 140 pacientes e duração prevista de três anos, para avaliar como o uso de substâncias extraídas da Cannabis sativa, podem colaborar para o tratamento do Alzheimer e Parkinson.


3.      O canabidiol é a nova aposta para pacientes com epilepsia

Verdade. Atualmente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aceita o uso de canabinoides em ensaios clínicos controlados ou na falta de alternativas terapêuticas para crianças e jovens adultos com crises epilépticas refratárias aos tratamentos usuais, como a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut (LGS). Os estudos mostram que o CDB é capaz de reduzir e, em alguns casos, extinguir as convulsões nos pacientes.

O uso do CDB para casos de epilepsia é a aplicação com maior número de estudos e com mais tempo de análise, com estudos que datam desde a década de 1980 - iniciando com Elisaldo Carlini, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), um dos precursores dos trabalhos com a maconha medicinal.


4.      O canabidiol é promissor no tratamento de crianças com transtorno do espectro autista (TEA)

Parcialmente verdade. “Até o momento, não existem medicamentos comprovadamente eficazes para tratar os principais sintomas do TEA, que consistem em dificuldades na comunicação e interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, apesar do interesse em explorar o potencial terapêutico do CBD”, explica o Dr. Valadares.

No entanto, indivíduos com TEA frequentemente apresentam alguns transtornos psiquiátricos associados, como ansiedade, depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e epilepsia. No caso desta última, há evidências científicas significativas da ação anticonvulsivante do Canabidiol em epilepsias da infância e da adolescência refratárias aos tratamentos convencionais, razão pela qual pode ser benéfico aos autistas e é regulamentado pelo CFM.7


5.      Canabinoides podem ser utilizados no tratamento da esclerose múltipla

Parcialmente verdade. “As terapias à base de Cannabis sativa já são indicações consolidadas para o controle da espasticidade - excesso de tônus muscular que dificulta a movimentação e causa dores - que é sintoma da esclerose múltipla”, elucida o neurocirurgião. É importante reforçar que a substância é um tratamento, na verdade, para este sintoma especificamente, e não para a esclerose múltipla como um todo.

Neste caso, o principal responsável pelo benefício é o THC (tetra-hidrocanabinol), ainda que o CDB possa ser usado conjuntamente para potencializar a resposta e proporcionar alívio ao paciente.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já liberou o uso dessa combinação direcionada ao tratamento de espasmos, moderados e graves ligados à esclerose múltipla em pacientes que não apresentaram bons resultados após tratamento com medicamentos conservadores.


Importante entender também: CBD X THC

A planta contém centenas de substâncias químicas, das quais 60 são classificadas como canabinoides. Nos produtos medicinais, o CBD é o principal ativo presente, não causando efeitos psicoativos ou gerando dependência.

Embora o CBD tenha ganhado destaque, ele nem sempre é o protagonista. Outro composto, o THC (tetra-hidrocanabinol), responsável pelos efeitos psicoativos da Cannabis sativa, também têm comprovado potencial terapêutico.

“Os avanços no número de estudos clínicos e o interesse de médicos e pacientes pelos canabinoides, seja o CBD ou o THC, em suas diferentes dosagens e administrações, são de imenso valor, mas é imprescindível, em consultório, prescrever esse tipo de medicamento com olhar humanizado, sem levantar falsas esperanças a pessoas que estão em sofrimento”, pondera o Dr. Marcelo.

 

 

 

 

Dr. Marcelo Valadares - médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 
A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento, cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor. 
O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos. 
No setor público, recriou a divisão de Neurocirurgia Funcional da Unicamp, dando início à esperada cirurgia DBS (Deep Brain Stimulation – Estimulação Cerebral Profunda) naquela instituição. Estabeleceu linhas de pesquisa e abriu o Ambulatório de Atenção à Dor afiliado à Neurologia.




Referências:

1: Cannabinoids for fibromyalgia (Review). Acesso em: https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD011694.pub2/full

2: Cannabis-based medicines and medical cannabis for adults with cancer pain. Acesso em: https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD014915.pub2/full

3: Cannabinoids for the treatment of dementia. Acesso em: https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD012820.pub2/full?highlightAbstract=cannabidiol

4: Esclarecimento da SBGG sobre o uso de Cannabis medicinal em idosos com doença de Alzheimer. Acesso em: https://sbgg.org.br/esclarecimento-da-sbgg-sobre-o-uso-de-cannabis-medicinal-em-idosos-com-doenca-de-alzheimer/

5: Nota de Esclarecimento do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN. Acesso em: https://abneuro.org.br/2022/09/28/nota-de-esclarecimento/

6: UFSC estuda substâncias da cannabis para tratamento de Parkinson e Alzheimer. Acesso em: https://noticias.ufsc.br/2024/03/ufsc-estuda-substancias-da-cannabis-para-tratamento-de-parkinson-e-alzheimer/

7: Resolução CFM 2113|2014 aprova o uso compassivo do canabidiol para o tratamento de epilepsias da criança e do adolescente refratárias aos tratamentos convencionais. Acesso em: https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-atualiza-resolucao-sobre-prescricao-do-canabidiol-cbd-como-terapeutica-medica


É normal fazer sexo 50 vezes por semana, como Nicolas Prattes? Especialista João Borzino revela: "Comportamento compulsivo"

Médico clínico sexologista e terapeuta sexual João Borzino também falou sobre a média de atividade sexual dos brasileiros

Recentemente, Nicolas Prattes viralizou ao dizer que transa 50 vezes por semana com a namorada Sabrina Sato. Ele não foi o primeiro famoso. Naldo já disse que transava 37 vezes por semana e Deborah Secco dez vezes ao dia. Mas seria um número considerado normal?

"A média de atividade sexual dos brasileiros varia de acordo com diferentes estudos e pesquisas, mas uma referência comum é a pesquisa "Global Sex Survey" realizada pela Durex. De acordo com a pesquisa mais recente (2017), os brasileiros têm em média 2,7 relações sexuais por semana, o que posiciona o Brasil entre os países com maior frequência sexual", diz o Médico clínico sexologista e terapeuta sexual João Borzino.

Ele falou sobre o ranking:

"1 Grécia: Os gregos geralmente lideram a lista, com uma média de 164 relações sexuais por ano (cerca de 3 vezes por semana).

2 Brasil: Os brasileiros também estão entre os mais ativos sexualmente, com uma média de 2,7 vezes por semana, o que se traduz em aproximadamente 140 vezes por ano.

3 Rússia: Os russos também têm uma frequência sexual relativamente alta, com uma média de cerca de 143 vezes por ano.

4 Estados Unidos: A média nos Estados Unidos gira em torno de 1,2 vezes por semana, ou seja, aproximadamente 62 vezes por ano.

5 Japão: No Japão, a frequência tende a ser mais baixa, com uma média de apenas 45 vezes por ano (menos de uma vez por semana)".

O médico destaca que além disso, outros estudos revelam que fatores como a idade, a qualidade do relacionamento e o nível de saúde física e mental também podem influenciar essa média.

"Além da frequência, é importante destacar que a qualidade da vida sexual e a satisfação emocional são aspectos fundamentais para a saúde do relacionamento. A comunicação aberta entre parceiros é essencial para manter uma vida sexual saudável e satisfatória.

Como podem observar, a média dessas personalidades está muito além da geral. Mas como podemos analisar se está dentro da normalidade?", começa

"Vejamos o que a literatura nos pontua:“ satirismo refere-se à hiperatividade sexual masculina, ou seja, um desejo sexual extremamente elevado e persistente nos homens. Ele é o equivalente masculino da ninfomania, que se aplica às mulheres. O satirismo pode se manifestar em uma necessidade compulsiva por atividades sexuais, que pode interferir nas atividades diárias, relacionamentos e saúde mental.

O satirismo não é oficialmente reconhecido como um distúrbio separado em muitos manuais de diagnóstico psiquiátrico, como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). No entanto, é considerado um sintoma de problemas mais amplos, como o transtorno de hipersexualidade ou comportamentos sexuais compulsivos.

É importante diferenciar um desejo sexual saudável e ativo de um comportamento que é compulsivo ou prejudicial. Pessoas que acreditam que estão passando por esse tipo de situação devem procurar orientação de um profissional de saúde mental", completa.

Ele pontua que são médias diárias ou mensais que chegam a números que ultrapassam as relações anuais da maioria. Em outras palavras, essa quantidade fora da curva remete a um comportamento compulsivo".

Dr. João explica o que é a compulsividade que pode estar ligada a uma atividade sexual muito alta.

“A compulsividade refere-se a um comportamento repetitivo e irresistível, que uma pessoa sente a necessidade de realizar, mesmo que isso possa ser prejudicial ou desnecessário. Essa compulsão está frequentemente associada a ansiedade e, muitas vezes, é realizada para aliviar o desconforto emocional. As compulsões podem envolver várias áreas da vida, como alimentação, jogo, compras, sexo ou rituais obsessivos.

Alguns exemplos de transtornos relacionados à compulsividade incluem:

1. Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Caracterizado por obsessões (pensamentos intrusivos e recorrentes) e compulsões (comportamentos repetitivos realizados para aliviar o estresse causado pelas obsessões).

2. Compulsão Alimentar: Um transtorno alimentar em que a pessoa sente a necessidade de comer em excesso, muitas vezes em um curto período de tempo, sem controle, mesmo quando não está com fome.

3. Compulsão por Compras: A pessoa sente uma necessidade constante de fazer compras, mesmo quando não precisa dos itens ou está ciente das consequências financeiras.

4. Compulsão Sexual: Um comportamento sexual excessivo e repetitivo que a pessoa não consegue controlar, muitas vezes prejudicando sua vida social, emocional e profissional.

A compulsividade, em geral, está associada a distúrbios de saúde mental e pode ter um impacto negativo significativo na vida de uma pessoa. O tratamento pode incluir terapia cognitivo-comportamental (TCC), psicoterapia e, em alguns casos, medicação. Procurar ajuda profissional é fundamental para o manejo adequado desses comportamentos.”

Ele afirma que pode ser prejudicial sim, pois algo que se mostra tão insaciável traduz a tentativa de aliviar um sofrimento emocional. As consequências vem como prejuízo da saúde mental e relacional, física por trazer rico de gravidez indesejada, transmissão de ISTs, violência psíquica e física por traição, submissão e até abuso sexual"

Borzino diz que prejuízos financeiros também estão envolvidos. E elencou os exemplos:

"1. Gastos com Serviços Sexuais: Indivíduos com compulsão sexual podem gastar grandes quantias de dinheiro em serviços como prostituição, acompanhantes ou pornografia paga, muitas vezes comprometendo suas economias ou endividando-se.

2. Assinaturas e Conteúdo Online: O acesso a conteúdos pornográficos pagos, salas de bate-papo eróticas, webcams, e aplicativos pode resultar em despesas recorrentes.

3. Viagens e Presentes: Muitos acabam investindo em viagens ou presentes caros na tentativa de satisfazer seus impulsos sexuais, especialmente em casos de múltiplos parceiros ou encontros.

4. Processos Legais: A compulsão sexual pode levar a comportamentos que resultam em consequências legais, como processos por assédio, divórcios custosos ou acordos legais, o que também afeta diretamente a situação financeira.

5. Perda de Emprego: O comportamento compulsivo pode interferir no desempenho profissional, levando à perda de produtividade, faltas frequentes ou até demissão, impactando negativamente as finanças da pessoa".

Segundo o médico, a solução está no identificação, tratamento e gerenciamento de quem sofre de compulsão sexual.

"Para aqueles que sofrem de compulsão sexual e enfrentam problemas financeiros e sofrimento afetivo/relacionamental, é crucial procurar ajuda. Terapias, como a cognitivo-comportamental (TCC), são eficazes para tratar o transtorno, ajudando a pessoa a identificar e modificar os comportamentos compulsivos. Grupos de apoio e, em alguns casos, medicamentos podem ser recomendados.

Buscar orientação de um terapeuta sexual especializado capacitado em tratamento de vícios e gerenciamento financeiro também pode ser essencial para ajudar a pessoa a recuperar o controle sobre suas finanças e sua vida pessoal'.

 Ainda de acordo com ele, a frequência ideal está diretamente relacionada à qualidade e não a quantidade. "Um par que tem um relacionamento saudável, terá predisposição a um bom proveito e gratificação com a intimidade. Lembremos que a sexualidade é um componente da energia vital do ser humano. Portanto, na qualidade de apetência, é fundamental que o estado emocional e afetivo de cada um esteja em equilíbrio para que a função sexual ande bem. A mesma coisa acontece com as demais apetências como fome ( apetite), sono, sede, necessidade de sociabilização entre outras. Quando o indivíduo se desequilibra emocionalmente ( seja por ansiedade, tristeza, angústia e etc), tudo tende a ficar fora do “prumo”: insônia, obesidade, anorexia, estafa e distúrbios sexuais acontecem"

Para manter a saúde mental é necessário incentivar o autoconhecimento, pontua João Borzino. "Só assim o ser humano vai encontrar o equilíbrio: reconhecendo seu lugar no mundo por respeitar suas apetências/necessidades inatas, atingindo assim o equilíbrio afetivo necessário alimentado pela verdadeira gratificação com a vida. Falo da VIDA REAL, e não da ilusão sobre uma vida ideal que vive a imensa maioria."


Especialista da Mayo Clinic alerta para a saúde óssea na perimenopausa e menopausa

A menopausa afeta as mulheres até mesmo em seus ossos, e é por isso que melhorar a saúde esquelética seja especialmente importante durante a perimenopausa e após a menopausa, explica a Dra. May Al-Araji, especialista em saúde da mulher e medicina de família no Sistema de Saúde da Mayo Clinic em Londres. Este é um bom momento para acrescentar atividades de treino de força como o levantamento de peso na sua rotina de exercícios, diz a Dra. Al-Araji. "A menopausa possui um efeito multissistêmico. Isso, literalmente, pode te afetar de cima para baixo, incluindo sua pele, cabelo, cérebro, sistema nervoso central, coração, órgãos e sistema esquelético", explica.  


Colocar pressão sobre os ossos durante a
perimenopausa e depois da menopausa pode aumentar a densidade óssea e reduzir o risco de osteoporose. "Exercícios de resistência ao peso são realmente fundamentais para a saúde óssea", diz a especialista. Mas isso não significa que você deve se tornar uma fisiculturista. "É tudo uma questão de resistência", reforça a Dr. Al-Araji. "Você constrói tudo isso de forma gradual”. 

Por exemplo, em vez de começar com barra de pesos e halteres, tente se exercitar com faixas de resistência, também conhecidas como tubos de resistência. Você também pode utilizar o peso do seu próprio corpo para gerar resistência durante um exercício. Para uma variedade de exercícios que vão desde afundos, onde você utiliza o peso do seu próprio corpo como resistência, até treinos com faixas de resistência, exercícios com pesos livres e máquinas de musculação, assista os
vídeos de treinos de força da Mayo Clinic aqui

Mulheres que estão se aproximando ou já passaram da menopausa também podem
melhorar a saúde óssea não fumando e adotando uma dieta saudável que inclua alimentos ricos em vitamina D, como leite fortificado, cereais e peixes gordurosos como salmão, cavala e sardinha, e ricos em cálcio, como produtos lácteos, amêndoas, brócolis, couve kale, salmão, sardinha e produtos à base de soja. Se você não está obtendo vitamina D o suficiente através da sua dieta, converse com sua equipe de saúde sobre suplementos, aconselha a Dra. Al-Araji.

Também é importante alcançar e manter um peso saudável, com uma ressalva importante, segundo a Dra. Al-Araji: "Tente evitar perder peso rapidamente. Os ossos não gostam disso. Nossos ossos gostam da perda de peso de forma muito gradual, feita ao longo do tempo”. Se você está tentando perder peso rapidamente, é importante trabalhar com sua equipe de saúde em um plano para minimizar a perda óssea, acrescenta ela.

A
terapia de reposição hormonal e outros medicamentospodem ser levados em consideração quando a osteoporose é diagnosticada em mulheres que sofrem de perimenopausa ou menopausa, diz a Dra. Al-Araji. Quando uma mulher que se aproxima da perimenopausa ou dos seus anos após a menopausa deve se preocupar com a possibilidade de ter problemas ósseos? Segundo a especialista, existem vários sinais que devem levá-la a uma consulta com sua equipe de saúde, como: 

  • Se você sentir dores ardentes nos ossos.
  • Se os seus ossos doerem.
  • Se você quebrar algum osso em uma queda simples, conhecido como fratura por fragilidade. Por exemplo, se você cair de sua própria altura (como uma queda por escorregar ou tropeçar) e quebrar algum osso. 
  • Se você estiver tomando medicamentos que suprimem o seu sistema imunitário, conhecidos como imunossupressores
  • Se você tiver histórico familiar de osteoporose.
  • Se você realizou um raio-X que apresentou um afinamento ósseo, conhecido como osteopenia.

Contudo, a preocupação com a saúde óssea não deve levar as mulheres a evitar exercícios físicos por medo de danificar seus ossos. "Contanto que você esteja fazendo algo com o qual se sinta confortável, eu encorajaria qualquer forma de exercício, inclusive os mais simples como caminhar", diz conta. "Uma caminhada rápida é o ideal. Apenas faça seu coração bater um pouco mais rápido do que o habitual para você suar um pouco. Esse é, de fato, o exercício ideal, e o conselho geral é caminhar 30 minutos pelo menos cinco vezes por semana, se for possível,” finaliza. 

  

Mayo Clinic


Quiropraxia melhora a comunicação entre o cérebro e o corpo

Segundo a OMS, cerca de 80% da população mundial já sofre ou terá dor na coluna

 

Dor nas costas afeta ou irá afetar no futuro cerca de 80% da população brasileira, de acordo com a OMS, proveniente de má postura, lesões e tensões musculares ou até a hérnia de disco. Além de acompanhamento médico das dores, alongamentos, rotina de exercícios físicos, a quiropraxia é uma saída para a melhora dos sintomas de desconforto, diminuição de utilização de medicamentos e retomada da qualidade de vida do paciente. 

A quiropraxia é uma profissão com um pouco mais de 20 anos no Brasil, especializada na saúde da coluna vertebral, com reconhecimento recente do Ministério do Trabalho como ocupação. A prática consiste em ajustes feitos por profissionais graduados que auxiliam em problemas que acometem o sistema neuro-músculo-esquelético, ou seja, nervos, tendões, músculos e ossos. 

Para a quiropraxista Bianca Colisse, a prática melhora a comunicação do cérebro com o corpo. “Todos os públicos estão aptos a melhorar essa conexão dos membros / coluna com os comandos cognitivos, de mulheres grávidas, bebês a até idoso, já que a quiropraxia é para todos. Mas para isso, o profissional precisa fazer uma avaliação correta sobre o quadro e histórico de vida do paciente, para identificar possíveis contraindicações e quais são as melhores técnicas a serem desenvolvidas no tratamento dentro daquele cenário individualizado”, explica. 

Os ajustes ficaram famosos com as redes sociais, quando profissionais mostram em vídeo a prática sendo executada e o corpo do paciente sendo “estalado” e “colocado no lugar”. Porém, o ajuste pode ocorrer mesmo sem barulhos, afinal, os estalos são pequenas bolhas de ar que “estouram” nas articulações. 

Mesmo com a ascensão da profissão com a internet, a quiropraxista Bianca Colisse reforça a importância de buscar profissionais graduados, que fizeram faculdade entre as cinco disponíveis no Brasil, para a prática. “Sempre aconselho os pacientes a buscar informações sobre o profissional escolhido, qual a sua formação e cursos adicionais na área. A quiropraxia é uma profissão e que deve ser executada de forma séria, já que cuida da saúde da coluna dos pacientes”, finaliza.

 

Doenças x Quiropraxia 

As patologias que a quiropraxia mais auxilia são

     Dores no quadril e lombar;

     Hérnia de disco (cervical ou lombar);

     Torcicolo ou dores no ombro (como tendinite, bursite);

     Artrose;

     DTM ou bruxismo;

     Enxaqueca oriundas de questões ortopédicas;

     Lesões de extremidade (problemas na unha, cotovelo, joelho, tornozelo, pé).



Bianca Colisse - ABQ 1138 - Quiropraxista graduada pela Universidade Anhembi Morumbi. Acupunturista pós-graduada pela Escola Brasileira de Medicina Chinesa (EBRAMEC). Profissional de Educação Física, graduada pela Faculdades Integradas de Santo André (FEFISA), com experiência em Ginástica Laboral, Qualidade de Vida. Associada à Associação Brasileira de Quiropraxia (ABQ).
https://www.instagram.com/biancacolisse_quiropraxia/


Nível de estresse é alto entre os médicos que atuam na linha de frente contra o câncer

Em apoio à campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção do suicídio, Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) faz alerta sobre cuidados com a saúde mental dos médicos oncologistas

 

De acordo com a pesquisa Medscape National Physician Burnout and Suicide Report, 42% dos oncologistas clínicos nos Estados Unidos relataram, em 2019, sofrer de síndrome do esgotamento profissional, o burnout, 18% declararam estar deprimidos e 22% disseram já terem tido ideias suicidas. No Brasil, a realidade não parece muito distante. Segundo dados do Censo da Oncologia Clínica 2023 – realizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em parceria com o Instituto Datafolha, 55% dos mais de 700 oncologistas clínicos participantes disseram estar estressados em sua atuação médica. 

“É necessário falar sobre saúde mental para que possamos entender melhor qual é o cenário da oncologia hoje e o que podemos fazer para atender às demandas e às necessidades dos profissionais que atuam na área em nosso país”, avalia a Presidente da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho. “Esses números reforçam uma preocupação nossa, que é olhar para os nossos associados”, completa. 

Membro do Comitê de Cuidados Paliativos e Suporte da SBOC, o oncologista clínico Dr. Ricardo Caponero lembra que, entre os principais aspectos da vida profissional que impactam na saúde mental dos oncologistas, está a dificuldade de acesso aos novos tratamentos. O problema foi apontado por 54% dos participantes do Censo SBOC, que o colocaram como o principal desafio atual na prática da oncologia clínica no Brasil. 

“A dificuldade de acesso a terapias e medicamentos para tratar o paciente com câncer tem impacto direto na rotina do oncologista e, por consequência, no alto nível de estresse desse profissional”, explica Dr. Caponero. “Muitos medicamentos oncológicos já aprovados pela ANVISA, por exemplo, não estão disponíveis na rede pública de saúde”, exemplifica. 

Em seu Planejamento Estratégico, a SBOC estabeleceu como prioridades para os próximos anos uma série de ações que ao serem implementadas terão impacto na atuação do oncologista clínico brasileiro e, por consequência, presando pela saúde mental desses profissionais. Entre elas, destacam-se o desenvolvimento de um programa de gestão de carreira para oncologistas, maior participação na formação dos oncologistas a partir dos programas de Residência nessa especialidade e ampliação da atuação da entidade nos processos de incorporação de novos medicamentos nas redes pública e privada de saúde.


 

Cuidados diários 

A psicóloga Cristiane Decat Bergerot, também membro do Comitê de Cuidados Paliativos e Suporte da SBOC, explica que assim como outros profissionais, os médicos oncologistas clínicos precisam estabelecer limites claros entre o trabalho e a vida pessoal para reduzir o estresse. “É necessário aprender a dizer não a tarefas ou compromissos adicionais que possam sobrecarregá-lo e delegar tarefas para outros membros da equipe quando apropriado”, explica. “Para ter a saúde mental em dia é fundamental o equilíbrio entre o profissional e o pessoal, evitando levar trabalho para casa”, complementa. 

Para reduzir os impactos gerados pela rotina estressante, Cristiane chama a atenção sobre importância da prática de atividade física, alimentação balanceada, sono de qualidade, vida social e meditação: “Estudos científicos mostram que meditar 10 minutos ao dia pode contribuir para a redução do estresse e da ansiedade”, recomenda Cristiane. 

A boa saúde mental desses profissionais é fundamental não apenas para o seu bem-estar pessoal, mas também para garantir a qualidade do atendimento prestado aos pacientes com câncer. Neste aspecto, a psicóloga reforça a importância de prestar atenção aos sinais como sensação constante de cansaço, mesmo após o descanso, insônia, dor de cabeça frequente, alterações no apetite – falta ou excesso, palpitações, desinteresse por atividades que antes eram prazerosas, irritabilidade e falta de concentração. 

“Quando o estresse se tornar excessivo, o suporte psicológico pode ajudar no desenvolvimento de estratégias eficazes de enfrentamento. O médico também precisa de apoio. Não hesite em procurar ajuda”, enfatiza.


Saúde Sexual Masculina em Foco

Explorando as opções de tratamento: preenchimento e implante peniano e a importância do diagnóstico na Doença de Peyronie 

 

O universo da saúde sexual masculina envolve diversos aspectos, e entre eles, o preenchimento peniano tem ganhado destaque como uma opção para homens que buscam engrossamento do pênis. Essa prática, que utiliza substâncias para aumentar o diâmetro do órgão, é muitas vezes procurada por aqueles que desejam melhorar sua autoestima e vida sexual. Entretanto, é essencial compreender suas indicações, etapas e resultados.

A Doença de Peyronie, caracterizada pela formação de placas de tecido revestimento do pênis, pode provocar curvaturas, dor e dificuldades durante a relação sexual. Segundo o Dr. Tiago Mierzwa, médico urologista e andrologista especialista em medicina sexual e reprodutiva do homem, “a Doença de Peyronie é um desafio tanto físico quanto psicológico para os pacientes. A deformidade não apenas altera a função sexual, mas pode impactar a relação como um todo”, alerta.

Ao falar sobre o tratamento, Mierzwa ressalta que as manobras para implante de prótese peniana são frequentemente consideradas em casos extremos: “Quando os pacientes apresentam curvaturas severas e complexas, a prótese pode ser a solução mais eficaz para restaurar a funcionalidade sexual e a qualidade de vida”.

 

Preenchimento Peniano: Quando Pode Ser uma Opção?

O preenchimento peniano é uma técnica estética que promete aumentar a circunferência do pênis, utilizando substâncias como ácido hialurônico. Este procedimento é indicado para homens que buscam uma maior autoestima ou desejam um pênis mais volumoso sem a necessidade de cirurgia invasiva. Contudo, é crucial que os interessados busquem a avaliação de um especialista em saúde sexual masculina. “É fundamental que o paciente entenda os riscos e benefícios do preenchimento, além de ser avaliado de forma adequada quanto a possíveis contraindicações”, explica o Tiago Mierzwa.

 

Condições que Merecem Atenção

A Doença de Peyronie se torna um tópico crítico quando se trata de tratamentos estéticos. O histórico de traumas, condições genéticas e problemas de saúde associados aumentam o risco de complicações. Para pacientes com a doença, o tratamento deve ser para restaurano preenchimento pode não ser a melhor opção e, na verdade, pode agravar a condição. “Pacientes com Doença de Peyronie devem se consultar com um especialista antes de considerar qualquer procedimento estético. É vital abordar a curva e a disfunção antes de proceder com intervenções que podem não ser adequadas”, enfatiza Mierzwa.

A informação é especialmente relevante em um momento em que Dr. Mierzwa estará compartilhando conhecimentos na área, tanto no Congresso Paulista de Urologia quanto no Congresso Mundial de Medicina Sexual, ambos ocorrendo em setembro e atraindo a atenção de profissionais e pacientes para esses temas vitais. “Esses eventos são uma oportunidade única para compartilharmos conhecimentos e avançarmos no tratamento de condições que afetam a vida sexual de milhões de homens”, conclui o especialista. 



Dr. Tiago Cesar Mierzwa - Urologista e Andrologista especialista em medicina sexual e reprodutiva do homem
IG: @drtiago.urologia
www.andrologia.curitiba.br
https://www.youtube.com/@drtiagomierzwaandrologia



Setembro Amarelo: A hora de romper o silêncio e buscar ajuda

Psiquiatra da Kora Saúde alerta sobre os sinais e tratamentos da depressão   

 

O mês de setembro traz uma abordagem importante de um tema delicado: o suicídio. Sob o lema “Se precisar, peça ajuda!”, a campanha Setembro Amarelo 2024 é uma convocação para que todos falem e reflitam sobre saúde mental, buscando suporte em momentos de crise. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o suicídio representa um grave problema de saúde pública global, com mais de 700 mil mortes anuais – um número que pode ultrapassar 1 milhão quando se consideram as subnotificações. No Brasil, cerca de 14 mil casos são registrados anualmente, resultando em uma média de 38 suicídios por dia.

Iniciada em 2005 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a campanha tem o objetivo principal de alertar sobre os sinais e perigos da depressão. José Luis Leal de Oliveira, psiquiatra da Kora Saúde e integrante da diretoria da APES (Associação Psiquiátrica do Espírito Santo), esclarece as principais causas, sintomas, sinais de alerta e tratamentos da depressão

 

Como acontece o diagnóstico da depressão?

O diagnóstico da depressão requer a identificação de sintomas persistentes por, no mínimo, duas semanas. Além do fator tempo, é essencial considerar o impacto desses sintomas na vida da pessoa, bem como a presença de sinais específicos. O diagnóstico é feito com base em uma avaliação clínica cuidadosa, levando em conta tanto a duração quanto a intensidade dos sintomas e o prejuízo funcional causado por eles.


Como pode ser definida a depressão?

A depressão é caracterizada pela diminuição da energia necessária para o funcionamento físico e mental. Esta redução pode levar a episódios depressivos, que se manifestam por um humor persistente de baixa energia e motivação.


Quais são os principais sintomas?

Os sintomas incluem desânimo, dificuldade para sentir prazer, mau humor, irritabilidade, sentimento de vazio, desmotivação, isolamento social, alterações no sono e apetite, e pensamentos negativos persistentes. Estes sintomas, quando presentes por no mínimo duas semanas, são indicadores significativos de um episódio depressivo.


Quais são os tipos de depressão e suas características?

Existem diversos tipos de depressão, que variam desde formas mais tranquilas e lentificadas até outras com sintomas de inquietação e ansiedade. Destacam-se a depressão unipolar e a bipolar, a última com episódios alternantes de humor elevado e depressivo.


Há níveis de depressão?

Sim, a depressão pode ser classificada em leve, moderada e grave. A intensidade dos sintomas e o impacto no funcionamento global da pessoa variam de acordo com o nível, afetando a vida social, afetiva, profissional e financeira.


Quais são as principais causas?

As causas da depressão são múltiplas, incluindo fatores genéticos e estressores ambientais como traumas e negligência ao autocuidado. É essencial descartar causas físicas através de exames médicos gerais.


Existem grupos mais propensos a desenvolver depressão?

Todos estão suscetíveis à depressão, especialmente em um contexto de alta pressão e estresse. A faixa etária de maior risco para o primeiro episódio é entre 20 e 30 anos, embora a depressão possa surgir em qualquer idade. Fatores como baixa autoestima, alta autoexigência, abuso de substâncias, e histórico familiar também aumentam o risco.


A depressão tem cura?

Sim, é possível que algumas pessoas se curem da depressão. Aproximadamente 35% dos pacientes podem se recuperar com um tratamento simples. No entanto, avanços na compreensão e tratamento das depressões resistentes têm melhorado as perspectivas para pacientes que antes não respondiam aos tratamentos convencionais.


Quais são os tratamentos?

Os tratamentos incluem medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida. Para quadros resistentes, há opções como escetamina intranasal, estimulação magnética transcraniana, eletroconvulsoterapia e estimulação do nervo vago. O apoio da família também é crucial.


Quais hábitos de vida auxiliam no tratamento?

Adotar um estilo de vida saudável é fundamental para o tratamento da depressão. Isso inclui combater o sedentarismo, manter uma alimentação equilibrada, garantir qualidade de sono, evitar substâncias prejudiciais, e desenvolver relacionamentos afetivos saudáveis.

Setembro Amarelo é um momento para refletir sobre a saúde mental, promover a conscientização e incentivar todos a buscar ajuda. Falar sobre depressão e suicídio pode salvar vidas. Se você ou alguém que você conhece está passando por um momento difícil, não hesite em buscar apoio.


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