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terça-feira, 10 de setembro de 2024

Setembro Verde: Conheça detalhes sobre o transplante de fígado

O fígado é um dos órgãos possíveis de serem transplantados entre pessoas vivas. Médica hepatologista explica como se dá a cirurgia, os cuidados e os procedimentos concernentes à operação

 

Dia 27 de setembro celebra-se o dia nacional da doação de órgãos e tecidos. E, ao longo do chamado setembro verde, secretarias de saúde mobilizam ações de incentivo à doação e ao conhecimento do assunto. 

Para contribuir com o movimento, a Dra. Patricia Almeida, Hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Doutora pela Universidade de São Paulo (USP), oferece detalhes sobre o transplante de fígado, um dos transplantes que podem ser feitos de uma pessoa viva para a pessoa que precisa de um fígado novo. 

"O transplante intervivos acontece quando o paciente recebe parte do fígado de outra pessoa viva. No caso duas pessoas são submetidas a cirurgia no mesmo momento. Nesses casos, há várias particularidades para a escolha do doador, a fim de obter segurança e sucesso do procedimento", explica a médica. 

A Dra. Patricia enfatiza que qualquer pessoa (que não seja transplantada de fígado) pode ser uma doadora. "Basta informar a sua família para realizar seu desejo", informa. Ela, inclusive, reforça que não há burocracia para se tornar um doador: "Não há necessidade de registrar em cartório ou colocar na carteira de identidade. Apenas declarar explicitamente escolha de ser doador de órgãos à sua família", diz a Dra. Patricia.

 

Motivos que levam à necessidade de um transplante de fígado 

Segundo a hepatologista, o transplante pode ser a única possibilidade quando o fígado é lesionado persistentemente, por muito tempo, por vários agentes. "Os mais comuns são o abuso de álcool, as hepatites B e C, gordura no fígado, doenças autoimunes, uso de medicamentos tóxicos, além de outras doenças genéticas", conta ela. 

Além desse quadro, a Dra. Patricia conta que o órgão também pode ser acometido de forma aguda e grave, levando à necessidade de transplante em dias ou semanas, em razão de ingestão de altas doses de paracetamol, uso de fórmulas e chás com ervas/produtos naturais específicos.

 

Organização da fila para o transplante de fígado 

O grau de gravidade de cada paciente determina sua ordem na lista de transplante hepático, informa a médica. "Atualmente, usamos o valor do Meld Na para alocar os pacientes na lista. Esse índice é calculado com os resultados dos exames (creatinina, bilirrubina total, INR, sódio) de cada paciente. Os pacientes mais graves têm Meld Na maior e tem prioridade na lista", detalha ela, ao acrescentar que há condições especiais que podem gerar maior pontuação, como câncer de fígado, ascite refratária e encefalopatia hepática persistente. "O tempo de lista atualmente serve apenas critério de desempate", lembra a hepatologista.

 

A vida pós-transplante 

Na meta de viver uma vida saudável após receber um transplante de fígado, o paciente transplantado deve ter rigor na alimentação e na prática de atividades físicas. "Ressalto fortemente que o paciente transplantado precisará adotar um estilo de vida saudável, com alimentação baseada em alimento in natura e rica em legumes, grãos e frutas", destaca a Dra. Patricia, recomendando o não consumo de alimentos processados/industrializados, como fast foods e refrigerantes. 

Associado a esses cuidados, ela explica que os pacientes receptores também passam a fazer uso de imunossupressores de forma rigorosa, além da necessidade de regularidade nas consultas médicas de acompanhamento.

 

Dra. Patricia Almeida - CRM SP 159821 - Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (2010). Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Geral Dr César Cals em Fortaleza-CE- (2011-12). Residência em Gastroenterologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo-(USP RP) (2013/15). Aprimoramento em Hepatologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP RP)- (2016). Aprimoramento em Transplante de fígado no Hospital das clínicas da Universidade de São Paulo (USP RP) (2017). Observership no Jackson Memorial Hospital em Miami/EUA 2017. Doutorado em Hepatologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Título de Especialista em Gastroenterologia pela FBG Título em Hepatologia pela SBH. Hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein.


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