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segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Confira 6 dicas para se proteger da poluição causada pelas queimadas


Vários estados brasileiros estão com a qualidade do ar comprometida e os registros de incêndio já ultrapassam mais de 110 mil ocorrências

 

O Brasil enfrenta um aumento significativo no número de queimadas e até o momento registrou mais de 110 mil ocorrências, um aumento de 80% em relação ao mesmo período em 2023, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A fumaça resultante dessas queimadas já alcançou cerca de onze estados brasileiros, elevando as preocupações sobre os impactos na saúde pública. 

A fumaça das queimadas libera uma mistura complexa de poluentes, incluindo fuligem, monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio. Segundo relatou o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dr. José Miguel Chatkin, a inalação dessa fumaça pode causar inflamações nas vias aéreas, resultando em irritação nos olhos, nariz e garganta. Crianças, idosos e pessoas com condições respiratórias crônicas, como asma e bronquite, estão particularmente vulneráveis aos efeitos adversos da poluição. 

O Ministério da Saúde fez uma série de recomendações com o objetivo de minimizar a exposição à fumaça e seus efeitos. Seguem algumas dicas abaixo:

 

1- Hidrate-se 

Além das queimadas o tempo está extremamente seco, por isso deve-se aumentar a ingestão de água para manter as membranas respiratórias úmidas e protegidas.

 

2 - Fechamento de janelas e portas

Mantenha portas e janelas fechadas durante períodos de alta concentração de fumaça.

 

3- Uso de máscaras

Se precisar sair de casa opte pelas máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100, que podem reduzir a inalação de partículas se usadas corretamente.

 

4- Evitar atividades físicas

Evite exercícios físicos se estiver em área com alta exposição à poluição.

 

5- Cuidados especiais

Crianças, idosos e gestantes devem seguir rigorosamente as recomendações e buscar atendimento médico em caso de sintomas de insuficiência respiratória.

 

6- Redução de exposição

Pessoas que estão nas regiões afetadas devem se proteger dentro de casa e se possível encontrar conforto térmico por meio de ar condicionado ou purificadores de ar.

 

Inovação na purificação do ar 

Durante os períodos de queimadas, as concentrações de gases tóxicos podem levar a problemas respiratórios e agravamento de condições de saúde preexistentes. Além das medidas recomendadas existe uma ferramenta alternativa no combate aos efeitos da poluição do ar: a tecnologia PlasmaCluster By Sharp.  

Para quem busca soluções para ter mais qualidade ao respirar, a tecnologia de origem japonesa acaba de chegar ao Brasil e é certificada por mais de 35 instituições globais, incluindo a Universidade de Harvard e a Universidade de Columbia nos Estados Unidos e é utilizada por diversas escolas, escritórios, entre outros estabelecimentos no Japão. 

A tecnologia PlasmaCluster By Sharp, trazida ao país em exclusividade pela Plasma Power, diferente dos umidificadores usuais, utiliza íons positivos e negativos patenteados para purificar o ambiente e elevam a qualidade do ar e o transformam como um ar de floresta. Esses íons neutralizam e removem partículas poluentes e gases tóxicos que os demais não fazem. Além de trazer umidade ao ar, elimina vírus, bactérias e mofo.  

Dentre os benefícios para essas crises de queimadas estão a redução de poluentes no ambiente, a melhoria da qualidade do ar e o alívio de sintomas respiratórios como asma e bronquite, especialmente em áreas urbanas afetadas por queimadas. 

A tecnologia PlasmaCluster By Sharp representa um avanço significativo na luta contra a poluição do ar causada pelas queimadas. Ela oferece uma solução prática para melhorar a qualidade do ar e proteger a saúde das pessoas. Com a aplicação desta tecnologia é possível criar ambientes mais seguros e saudáveis.


PlasmaCluster
www.ppower.com.br


Setembro amarelo: qual o papel do RH na saúde mental dos times?


Setembro é um mês que carrega um significado especial, sobretudo, no Brasil, onde, desde 2015, acontece a campanha Setembro Amarelo®️ salva vidas. O tema, apesar de delicado, é imprescindível de ser constantemente abordado em nossa sociedade, principalmente no contexto das organizações – no qual o RH desempenha um papel crucial não apenas na promoção do bem-estar, mas também na criação de um ambiente onde os colaboradores se sintam seguros para buscar ajuda, caso precisem.

Liderada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o objetivo principal dessa campanha é a conscientização sobre a prevenção ao suicídio. O movimento nasceu em 2014, inspirado pelo Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro, e vem crescendo em relevância ao longo dos anos – apesar de, até hoje, este ser um tabu em nossa sociedade e, inclusive, no ambiente corporativo.

Não é incomum observar empresas que costumam estar mais focadas em produtividade e resultados financeiros, dando pouca atenção à saúde emocional de seus colaboradores. No entanto, na última década, especialmente após a popularização do movimento Setembro Amarelo, essa visão começou a mudar e, com isso, o entendimento que a saúde mental tem correlação direta com rendimento, entrega e comprometimento dos colaboradores.

Em um estudo da Infojobs, como prova disso, 86% dos funcionários mudariam de emprego para preservar a saúde mental. Ainda, outra pesquisa da Conexa identificou que 87% dos profissionais afirmaram ter ocorrido afastamento em sua empresa este ano por causa de doenças que afetam a mente do colaborador – sendo a ansiedade o transtorno mais identificado entre os respondentes (51%).

Já não fosse preocupante suficiente essa incidência recorrente em um ambiente de trabalho, há, ainda, os casos não diagnosticados e relatados pelos profissionais nesse sentido. A mesma pesquisa da Conexa relatou que 48% dos gestores e funcionários de RH acreditam que possam existir, pelo menos, 10% de colaboradores espalhados em suas empresas com doenças mentais não detectadas.

Hoje, sabemos que problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e o risco de suicídio, podem afetar qualquer pessoa, em qualquer nível hierárquico. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano em todo o mundo. No Brasil, o suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, números alarmantes que reforçam a importância de um ambiente de trabalho acolhedor e consciente promovido, especialmente, pelo departamento de recursos humanos.

Esses profissionais têm a responsabilidade de criar políticas e práticas que promovam a saúde mental no ambiente de trabalho, o que pode envolver desde a implementação de programas de assistência aos colaboradores, até a oferta de treinamentos para lideranças sobre como identificar sinais de sofrimento emocional em suas equipes.

Priorizar essa capacitação dos gestores é fundamental para que consigam reconhecer os sinais de alerta e como abordar colaboradores que possam estar em risco, de forma que saibam como agir com empatia e eficácia. Junto a isso, é preciso realizar campanhas internas alinhadas ao Setembro Amarelo para educar os colaboradores sobre a importância da saúde mental, quebrando o tabu e incentivando a busca por ajuda.

Todo o ambiente corporativo precisa ser construído para que os times possam expressar suas preocupações e sentimentos sem medo de julgamentos, como grupos de apoio ou sessões de terapia organizacional. Caso sintam necessidade, a empresa também pode facilitar o acesso a psicólogos e psiquiatras, seja por meio de convênios, parcerias ou disponibilizando profissionais no próprio ambiente de trabalho.

A busca por um ambiente de trabalho que valorize o bem-estar emocional é fundamental não apenas para a prevenção ao suicídio, mas também para a retenção de talentos, aumento de produtividade e fortalecimento da cultura organizacional. Quando os colaboradores se sentem apoiados e valorizados, a empresa como um todo colhe os benefícios.

No entanto, é importante lembrar que a prevenção ao suicídio não é uma responsabilidade exclusiva do RH, mas sim um esforço coletivo que envolve todos os membros da organização. Os profissionais deste departamento podem liderar o caminho, mas a colaboração entre diferentes áreas e a promoção de uma cultura de empatia e cuidado são essenciais.

O Setembro Amarelo nos lembra que a prevenção ao suicídio e a promoção de um local de trabalho saudável e acolhedor é um compromisso contínuo que deve ser incorporado à cultura organizacional. Para os profissionais de Recursos Humanos, essa é uma oportunidade de reafirmar o compromisso com a saúde e o bem-estar dos colaboradores, implementando práticas que vão além do discurso e que se transformem em ações concretas para que ninguém se sinta sozinho nessa luta. 

 


Gisele Matias Analista de Departamento Pessoal na ECOVIS® BSP.


BSP
https://ecovisbsp.com.br/


Cristo Redentor, no Rio, e Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, são iluminados em verde pelo Dia Nacional do Cerrado


Em prol da iniciativa "Sou Cerrado", com apoio do Instituto Chico Mendes, agência ACUCA, Rede Cerrado, ISPN, Instituto Alok e Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, cartões-postais alertam brasileiros sobre o bioma mais devastado do país

Pesquisa mostrou que 70% dos brasileiros não sabem que o Cerrado é o berço das águas do  Brasil e 3 em cada 10 sequer sabem da existência de água na região, enquanto o bioma  ultrapassou a Amazônia em desmatamento no último ano 


O monumento ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e o Obelisco  do Ibirapuera, em São Paulo, serão iluminados em verde nessa quarta-feira, 11 de setembro,  Dia Nacional do Cerrado, das 19h às 20h e das 19h30 às 20h30, respectivamente. As luzes  simbolizam um pedido de socorro pelo bioma mais devastado do país e um alerta aos brasileiros  sobre a necessidade de conservação. O Cerrado responde por 61% do desmatamento total do  Brasil, ultrapassando a Amazônia (Relatório Anual de Desmatamento/MapBiomas,  maio/2024). Enquanto isso, a iniciativa Sou Cerrado revelou que 70% dos brasileiros  desconhecem que o bioma é o berço das águas do Brasil, e 30% sequer sabiam que lá existe  água. (Hibou, novembro 2023).  

O evento da iluminação dos monumentos é uma iniciativa do “Sou Cerrado”, com apoio do  Instituto Chico Mendes, Agência ACUCA, Rede Cerrado, ISPN, Instituto Alok e Santuário  Arquidiocesano Cristo Redentor, que engajaram esses marcos brasileiros para conscientizar a  população sobre a situação do bioma que precisa urgentemente de proteção. 

É inadmissível que as nascentes de água sequem e a vegetação nativa do Cerrado seja destruída  diante dos olhos de milhões de brasileiros por falta de reconhecimento do bioma como  fundamental para a sobrevivência da população. O Cerrado, além de ser o coração do Brasil,  precisa ocupar o coração dos brasileiros. 

“Esperamos que, com o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e o Obelisco do Ibirapuera, coração  da cidade de São Paulo, consigamos chegar mais perto desse lugar de destaque na luta contra  a destruição do meio ambiente, cativando cada vez mais brasileiros para a defesa e conservação  do bioma”, diz Laura Bergamo, coordenadora de comunicação do Sou Cerrado.


Sou Cerrado 

Com base na invisibilidade do bioma, a iniciativa Sou Cerrado, idealizada pela agência de  comunicação Fresh PR e pelo ativista e detentor do canal @chapadadosveadeiros, Felipe  Triaca, tem o objetivo de alcançar e engajar o maior número de pessoas na preservação do  Cerrado, por meio de uma marca forte e uma plataforma de acesso a dezenas de ONGs e  instituições para que os brasileiros colaborem com quais quiserem de forma fácil e rápida:  www.soucerrado.com.br

Dentre as ONGs que recebem apoio pelo site estão: Rede Contra Fogo, Fundação Mais  Cerrado, Cerrado de Pé, Movimento Lixo Zero, Rede Kalunga, Brigada Voluntária São Jorge,  Desacelere pela Vida, Turma que Faz, Salvar, Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso,  Instituto Pouso Alto, Museu do Cerrado e toda a rede de ONGs presentes na Rede Cerrado. 

Apoio: WWF-Brasil, Voice of the Oceans, Instituto Alok, ISPN (Instituto Sociedade,  População e Natureza), agência ACUCA, Projeto Obelisco, Santuário Arquidiocesano Cristo  Redentor, Rede Cerrado, Associação Veadeiros, Rede Kalunga de Comunicação, Museu do  Cerrado, Urbia Cataratas, Casa de Cultura Cavaleiros de Jorge, Thear, Lígia Simões,  BetaDesign e portal Nosso Impacto. 


Marcos do Dia Nacional do Cerrado 

O Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor é o primeiro santuário a céu aberto do mundo e  símbolo nacional dos sentimentos cristãos do país. O monumento ao Cristo Redentor possui 38  metros de altura e foi erguido com doações do povo brasileiro, entre 1926 e 1931, sendo  inaugurado com a benção do Cardeal Leme, na presença do chefe de governo Getúlio Vargas,  no dia 12 de outubro de 1931. Em 2006, no 75° aniversário da inauguração do monumento, o  platô do Monte Corcovado recebeu, por decreto de Dom Eusébio Scheidt, o título de Santuário  Arquidiocesano do Cristo Redentor do Corcovado. O projeto do Cristo Redentor é do  engenheiro carioca Heitor da Silva Costa, que contou com a colaboração do pintor Carlos  Oswald e do escultor francês Paul Landowski e os cálculos estruturais do engenheiro francês  Albert Caquot.

O Obelisco do Ibirapuera foi inaugurado em 1955 e passa por um projeto de revitalização para  se tornar um dos maiores centros de lazer e cultura de São Paulo. Conheça o projeto de  revitalização Obelisco do Ibirapuera em http://www.obeliscodoibirapuera.com.br/

Para baixar a pesquisa completa realizada em novembro de 2023, com mais de 2 mil  brasileiros, pela Hibou para o Sou Cerrado clique aqui 

 

Marco Legal da IA ainda pressupõe riscos na tecnologia, e não na sua utilização, aponta FecomercioSP

Texto proposto pelo relator do PL 2.338/23, Eduardo Gomes, porém, traz avanços relevantes no escopo regulatório da tecnologia no País

 
Imerso em um dos debates nacionais mais importantes da atualidade — sobre a regulação brasileira da Inteligência Artificial (IA) —, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) observa progressos consideráveis na última versão do texto que vem servindo de base para esse processo: o Projeto de Lei (PL) 2.338/23, também chamado de Marco Legal da IA, relatado pelo senador Eduardo Gomes (PL/TO) e proposto pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), há pouco mais de um ano.
 
Contudo, o material atual ainda demanda alguns ajustes. Além disso, elementos bastante críticos precisam ser modificados ou retirados e, por isso, a Entidade tem se mobilizado no Congresso Nacional e com autoridades para que o texto passe por uma revisão profunda ainda no Legislativo.
 
Segundo a FecomercioSP, são sete os pontos que exigem mais atenção neste momento.
 
Dentre esses tópicos, o mais relevante é que o texto ainda não reflete um pressuposto que deveria estar na base da regulação da ferramenta no Brasil: os riscos da nova tecnologia estão nos seus possíveis usos maléficos, e não na IA em si. Logo, qualquer classificação de risco precisa existir, no texto da legislação, a partir da utilização dos sistemas.
 
Por isso, a Entidade considera desproporcional exigir a avaliação preliminar para a classificação de risco de IA em todas as suas aplicações. Segundo a Federação, essa medida deveria ser obrigatória apenas para quem utiliza a ferramenta em contextos específicos, levando em conta os riscos envolvidos.
 
É fundamental também excluir do texto o dispositivo que permite a participação pública na avaliação dos impactos algorítmicos, pois isso pode comprometer informações sigilosas.
 
Ainda, o PL deve incluir mecanismos claros de tratamento diferenciado para startups e Pequenas e Médias Empresas (PMEs), sem depender apenas das regras das autoridades setoriais. O excesso de governança sobre sistemas de baixo risco também deve ser evitado, pois prejudica a inovação e aumenta a burocracia regulatória.

 
MELHORIAS NECESSÁRIAS

Afora esses elementos críticos presentes, hoje, no escopo do Marco Legal da IA, existem outros pontos que devem ser aperfeiçoados antes que o texto vá à votação do Plenário da Casa. A maioria diz respeito à forma de avaliar preliminarmente os riscos inerentes a sistemas da tecnologia. Para a FecomercioSP, como já dito, a avaliação como obrigação legal representa uma burocracia excessiva.
 
No entanto, como o parecer limita o projeto em vigor, vale ajustar alguns pontos, como a manutenção dos registros e documentos dessas avaliações, deixando-as, desta vez, a cargo das autoridades setoriais, por exemplo.
 
A definição dos riscos da IA deve estar clara na lei, mas pode ser (mais bem) desenvolvida pelo Sistema Nacional de Regulação e Governança em IA (SIA). Os padrões de governança também precisam ser afinados, pois, do jeito que estão, apenas aumentam os custos e a burocracia para os negócios, sem garantir uma proteção eficaz dos dados.
 
A Entidade também apontou alguns avanços importantes nos últimos meses — período em que Gomes, vale dizer, circulou por diversos setores ouvindo propostas de atores envolvidos, como a própria Federação. Há, agora, por exemplo, uma divisão mais precisa dos agentes que compõem a cadeia da IA, assim como uma valorização maior das autoridades setoriais responsáveis por estabelecer as normas específicas e fiscalizar e sancionar os atores envolvidos depois que a regulação estiver em vigor.
 
Também são positivos os ajustes que simplificaram a responsabilização civil, inserindo algumas definições dentro do ordenamento já existente, e o estímulo mais claro à autorregulação e à corregulação da conjuntura da ferramenta no País.
 
Participando desse debate desde o início, a FecomercioSP entende que qualquer regulação deve ter dois pilares: evitar uma regulação burocrática e desproporcional da tecnologia no Brasil e, a partir disso, mitigar efeitos nocivos à inovação e ao desenvolvimento que essa nova ferramenta permite.

 
FecomercioSP
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Como formar um conselho campeão na sua empresa?

Um bom conselho administrativo ou consultivo assume um papel muito relevante na Cia, sendo responsável por tomar decisões inteligentes que potencializem a conquista dos resultados. Cadeiras, realmente, estratégicas, as quais, para que atinjam esse êxito, precisam ser formadas através de um conjunto de cuidados que assegurem uma composição campeã de seus membros em prol de sua máxima performance e sustentabilidade do negócio à longo prazo.

Cada vez mais as organizações vêm compreendendo a importância da condução deste tema em seus pilares. Em dados divulgados na pesquisa ‘Pratique ou Explique: Análise Quantitativa dos Informes de Governança, como prova disso, cerca de 65% das companhias aderiram, em 2023, a boas práticas de governança – uma das tarefas mais importantes que estes talentos são responsáveis nesta função.

Porém, o sucesso desta função não se limita à contratação desses profissionais em si, mas em uma série de características e habilidades que devem demonstrar para que, juntos, consigam comandar a empresa em sua melhor trajetória. Neste caso, é primordial, como base analítica, que o conselho seja formado por executivos / empresários que, verdadeiramente, acreditem na causa e missões buscadas pela organização, assim como busquem por profissionais com visões distintas que se contraponham às suas, visando gerar uma maior pluralidade de ideias que possam ser implementadas.

Essa composição é o que formará um conselho de verdade, e não em um que apenas cumprirá tabela ou que demonstrará mais interesses comerciais do que corporativos. Estes membros devem ter um alto nível de maturidade neste sentido, assim como uma genuína vontade de evoluir individualmente quanto coletivamente – dispondo de um intenso olhar crítico sobre as operações, flexibilidade para mudar as estratégias, caso preciso, e estar disposto a unir forças com todos os membros da empresa nessa trilha.

Aqui, muitos acreditam que um longo tempo atuando na área do negócio, independente do segmento, é um fator determinante que trará maior segurança na aplicação dessas habilidades em suas rotinas. Contudo, uma experiência consistente, na prática, vale e pena muito mais do que a quantidade de anos exercendo essas responsabilidades. Afinal, quanto maior for a qualidade de seu serviço, maior será a probabilidade de que acesse as dores e necessidades do negócio e consiga, com isso, aportar sua bagagem para tomar as decisões mais assertivas possíveis.

A vocação e paixão pelo trabalho são características que, muitas vezes, geram mais valor e resultados do que os anos de experiência na área. E, para encontrar esses conselheiros campeões, normalmente, existem três caminhos possíveis de serem tomados: “aproveitar” os talentos internos, buscar por conselheiros externos ou, ainda, contar com o apoio de uma consultoria especializada na área para encontrar o candidato ideal.

No primeiro caso, contratar algum profissional da própria empresa para assumir esse cargo pode ser benéfico para manter o histórico e visão que já foi construído ao longo de seu tempo na empresa. Entretanto, partindo da importância de um conselho ser formado por pessoas com visões distintas, buscar esse candidato externamente pode, justamente, favorecer essa multiplicidade de olhares sob um mesmo tema, ajudando a identificar oportunidades de melhorias que possam potencializar os resultados corporativos.

Já a terceira opção desponta como algo ainda mais assertivo nesta contratação. Por mais que seja ainda um movimento crescente no Brasil, contar com uma consultoria especializada auxiliará a ter uma análise mais profunda acerca das competências, histórico e capacidade dos possíveis conselheiros, enxergando aquele que mais se encaixa à realidade do negócio e que pode favorecer seu destaque competitivo.

Até hoje, muitas empresas contratam conselheiros mais por afinidade a esses profissionais, do que por suas reais competências – algo extremamente perigoso. Afinal, a camaradagem em um ambiente de negócios, nem sempre, é sinônimo de ter ao lado alguém que tenha e ofereça o que é esperado para suprir as necessidades e anseios da marca.

Quando integrado ao time, é importante que se sinta útil lá dentro, sendo reconhecido pelos seus esforços compreendendo a relevância de seu conhecimento e expertise para o destaque empresarial. Até porque, muito mais do que uma remuneração atraente, um bom conselho de verdade precisa saber de sua importância como membro, de forma que se empenhem, cada vez mais, para trazer visões e planos assertivos rumo a voos cada vez mais altos. 



Ricardo Haag - sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.


Wide
https://wide.works/


Crescimento de cargo não é sinônimo de sucesso para Geração Z

Psicanalista explica a importância de seguir a vocação e ensina a cocriar uma vida de sucesso profissional 

 

O comportamento tem mudado junto com drásticas alterações no globo e a geração Z está redefinindo as métricas de sucesso profissional. Ao contrário das gerações anteriores, que viam a ascensão hierárquica como um objetivo central, os jovens de hoje demonstram menos interesse em alcançar cargos de liderança, um fenômeno batizado de "quiet ambition".

Um estudo recente da Korn Ferry, consultoria global de gestão organizacional, revelou que 67% dos analistas de mercado acreditam que os líderes atuais não estão preparados para o futuro. A pesquisa também destaca a falta de investimento das empresas no desenvolvimento das habilidades necessárias para preparar os talentos, independentemente da idade, para assumirem posições de liderança no momento oportuno.

De acordo com  Elainne Ourives, renomada especialista em emoções humanas, treinadora mental, psicanalista, neurocientista e autora do best-seller "DNA Revelado das Emoções", a prosperidade profissional possui significados diferentes de acordo com o contexto da pessoa, mas a busca por essa realização é um dos grandes objetivos de vida para muitos indivíduos. “Alcançar a verdadeira prosperidade e sucesso na carreira não depende apenas de habilidades técnicas ou qualificações, mas também da possibilidade de alinhar a vida profissional com a verdadeira vocação de cada pessoa”, ressalta. 

Para ela, uma pessoa que segue sua vocação pode se conectar com a sua essência, o que resulta em uma maior realização, propósito e, consequentemente, prosperidade. Considerando esses elementos, o Holo Cocriação é uma ferramenta de muita potência para ajudar as pessoas a cocriar o trabalho perfeito, alinhado com seus sonhos e metas, e alcançando assim a vida profissional que desejam e merecem.

"Quando você escuta o chamado da sua vocação, você abre as portas para uma vida de abundância e propósito. O Holo Cocriação é mais do que um treinamento - é um processo profundo de reconexão com seu potencial mais elevado, permitindo que você manifeste a realidade dos seus sonhos", completa a psicanalista. 

O objetivo do treinamento é reprogramar as mentes para o sucesso e eliminar crenças limitantes que impedem o êxito. Com mais de cem mil alunos já transformados, o método oferece uma jornada de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, permitindo que cada participante aceite seu direito inato de ser abundante. Ao longo do treinamento, os participantes aprendem a superar as limitações mentais que os prendem à escassez, redescobrem sua verdadeira essência e cocriam a vida profissional que sempre sonharam, além de movimentar todos os outros principais pilares da vida.

“O método não é para todos, mas sim para aqueles que estão prontos para uma verdadeira transformação”, pontua. Além disso, o processo auxilia outros setores da vida. Aqueles que decidem participar do Holo Cocriação descobrem como cocriar um relacionamento dos sonhos, alcançar a plenitude em todas as áreas da vida, eliminar sentimentos negativos e viver em paz com suas decisões.  



Elainne Ourives - Treinadora mental, cientista e pesquisadora nas áreas da Física Quântica, das Neurociências e da reprogramação mental; autora best-seller de 8 livros; mestra de mais de 200 mil alunos, sendo 120 mil deles no treinamento Holo Cocriação de Sonhos e Metas, a mais completa metodologia de reprogramação mental, cocriação e manifestação de sonhos do mundo; formada pelos maiores cientistas do mundo, tais como Jean Pierre Garnier Malet, Tom Campbell, Gregg Braden, Bob Proctor, Joe Dispenza, Bruce Lipton, Deepak Chopra e Tony Robbins; multiplicadora do Ativismo Quântico de Amit Goswami; certificada pelo Instituto HeartMath; única trainer de Joe Vitale no Brasil. É ainda idealizadora do Movimento “A Vida é Incrível”, lançado para ajudar a libertar o potencial máximo das pessoas na realização de seus sonhos; e criadora da Técnica Hertz®, que surgiu a partir de descobertas da física quântica e do estudo aprofundado das mais poderosas técnicas energéticas do mundo.
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Atendimento ao cliente: como escolher o melhor para a sua empresa?


Um simples detalhe na forma pela qual um cliente é atendido pode fazer toda a diferença em sua satisfação, retenção e divulgação orgânica. Neste mercado altamente dinâmico e exigente, deixar este cuidado de lado não é mais uma opção e, inclusive, aquelas que o priorizam como um dos maiores pilares de suas estratégias notam vantagens significativas para seu destaque competitivo. Mas, fica a dúvida: de tantas ferramentas existentes no mercado para auxiliar nessa tarefa, qual a melhor para a sua empresa?

Muito mais do que resolver problemas ou solucionar dúvidas, um bom atendimento ao cliente se caracteriza pela capacidade de oferecer uma experiência personalizada, eficiente e satisfatória em todos os pontos de contato. Na prática, isso envolve pilares como empatia, entendendo as necessidades e dores dos clientes; agilidade, respondendo as demandas de forma rápida e eficiente; personalização e proatividade, antecipando tais necessidades e as solucionando de forma individualizada; e consistência, garantindo que sua experiência seja positiva em qualquer canal escolhido.

Nesse contexto, não podemos deixar de evidenciar e, claro, usufruir das vantagens que os avanços tecnológicos trazem para o atendimento ao cliente. Hoje, a tecnologia é uma das maiores aliadas das empresas neste aspecto, contribuindo para uma automatização dos processos, liberando o time de atendimento ao cliente para se dedicar a questões mais complexas; personalização em massa, com ferramentas que permitem coletar e analisar grandes volumes de dados para oferecer experiências personalizadas em larga escala; a análise de tais informações em tempo real e, claro, um suporte omnichannel, para que os clientes possam interagir com a empresa por diversos canais, de forma integrada e consistente.

Algumas das tendências que, inclusive, vêm despontando com estes avanços incluem a inteligência artificial, com o uso de chatbots e assistentes virtuais que podem automatizar tarefas e oferecer um atendimento mais rápido e eficiente; realidade virtual e aumentada, as quais podem oferecer experiências de compra mais imersivas e personalizadas; e a Internet das Coisas (IoT), a qual possibilita que os produtos e serviços se conectem e ofereçam um atendimento mais proativo e personalizado.

Porém, o que determinará o desenvolvimento de um bom atendimento não se limita à incorporação destes recursos. Em dados publicados pela Kayako, como exemplo, 95% dos clientes valorizam mais um suporte completo e de alta qualidade do que a velocidade – o que, na prática, é representado pela união do que há de melhor em termos tecnológicos, com cuidados humanizados pautados pelas experiências personalizadas, transparência e proatividade por parte das empresas.

Ao compreenderem e priorizarem esses fundamentos, as marcas e empresas poderão construir um nome e reputação muito mais fortes no mercado, garantindo não apenas a satisfação de seus clientes, como também sua fidelização. Afinal, clientes felizes tendem a ser promotores da sua marca – reduzindo, ainda, o volume de reclamações e percepções negativas.

Por isso, no momento de decidir qual opção ou recurso adotar visando a melhora do atendimento a seus clientes, as empresas devem, primeiramente, torná-lo uma prioridade de suas estratégias, integrando, por completo, a cultura organizacional, e mantendo o foco de que tenham uma experiência positiva e memorável, gerando valor para ele e para o negócio.

No desenvolvimento desta jornada, é preciso compreender, com clareza, quais os objetivos esperados com este investimento, as necessidades e expectativas de seu público-alvo, os recursos financeiros e tecnológicos disponíveis e acessíveis, e quais ferramentas fazem mais sentido perante essas metas. Com a delimitação desses pontos, é importante que todos os colaboradores sejam treinados para oferecer um atendimento de qualidade através dessas soluções incorporadas, de forma que acompanhem, de perto, as ações adotadas monitorando seu desempenho e aplicando os ajustes precisos.

Nunca se esqueça de ouvir o que seu cliente quer. Até porque, é a opinião dele que mais importa, e que fornecerá a munição precisa para que apliquem as mudanças necessárias em prol do aperfeiçoamento contínuo deste atendimento. Crie canais propícios para esses feedbacks e os incentivem a compartilharem suas opiniões, sejam elas positivas ou negativas. Os dados capturados através dos recursos tecnológicos podem auxiliar aqui, ajudando a identificar tais oportunidades de melhorias.

Cada negócio terá suas próprias necessidades e objetivos, os quais nortearão a escolha de qual estratégia seguir frente ao desenvolvimento de uma jornada de sucesso. Quando bem estruturada levando em consideração os aspectos acima, contribuirá para a construção de relacionamentos duradouros, alcançando o tão desejado sucesso do cliente. 



Gisele Nucci - Head de Customer Experience e Customer Success na Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de VoiceBot, SMS, e-mail, chatbot e RCS.


Pontaltech


Estudo avalia como as emissões das 'lagoas de soda' do Pantanal contribuem para a mudança climática

As lagoas salino-alcalinas são menos comuns no Pantanal
do que as de água doce
foto: Thierry Alexandre Pellegrinetti/Cena-USP
Caracterizados por elevado pH e alta concentração de sais alcalinos, esses corpos d’água estão praticamente secando devido a aumento de temperatura, mudança no padrão de chuvas e queimadas; resultados mostram como a comunidade microbiana local e outros fatores influenciam na liberação de gases de efeito estufa

 

 As variações sazonais – com estações secas e úmidas – e o nível de nutrientes são fatores que influenciam significativamente as emissões de gases de efeito estufa das lagoas salino-alcalinas no Pantanal, consideradas menos comuns do que as de água doce no bioma. Pesquisa realizada por cientistas das universidades de São Paulo (USP) e Federal de São Carlos (UFSCar) traz novos entendimentos sobre os fatores biológicos que impactam essas emissões e destaca a urgência de aprofundar os estudos sobre o tema.

Chamados de “lagoas de soda”, esses corpos d’água são caracterizados por elevado pH e alta concentração de sais alcalinos, entre eles carbonatos e bicarbonatos que influenciam diretamente na microbiologia desse ambiente e em sua diversidade de plânctons.

No estudo, os pesquisadores apontam a necessidade de incluir a composição e a função das comunidades microbianas nos modelos de emissão de gases de efeito estufa visando obter uma análise mais completa desses ecossistemas e de como eles podem reagir a mudanças ambientais provocadas, por exemplo, por eventos climáticos extremos e queimadas.

O Pantanal vem sofrendo com secas extremas consecutivas e recordes de incêndios, tendo em 2020 atingido o pico, com 22.116 focos de calor durante todo o ano. Entre janeiro e agosto de 2024, o total de focos – 9.167 – já superou o registrado nos 12 meses dos últimos três anos (2023, 2022 e 2021, considerando o acumulado de cada ano separadamente), segundo o programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Publicado na revista Science of the Total Environment, o trabalho destaca três tipos distintos de lagoas salino-alcalinas no Pantanal que variam de acordo com a composição química da água e as comunidades microbianas. São elas: lagoas turvas eutróficas (ET), turvas oligotróficas (OT) e oligotróficas claras com vegetação (CVO).

Concluiu que houve maiores emissões de metano nas lagoas turvas eutróficas – associadas ao crescimento de cianobactérias e à decomposição de matéria orgânica. Quando essas cianobactérias morrem e se decompõem, junto com o carbono orgânico produzido pela fotossíntese, isso acelera a quebra de matéria orgânica na água pelas bactérias e arqueias. Esse processo libera subprodutos que, ao serem metabolizados nos sedimentos, geram metano, especialmente durante períodos de seca.

As lagoas oligotróficas claras com vegetação também emitiram metano, porém, em níveis mais baixos. Por outro lado, as oligotróficas turvas não emitiram esse gás, fato possivelmente associado aos altos níveis de sulfato na água, mas liberaram dióxido de carbono (CO2) e óxido nitroso (N2O).

“Estamos vendo uma variação muito grande nas paisagens dessas lagoas. Desde 2017, quando fizemos a primeira coleta, foi possível observar que elas estão praticamente secando por causa do aumento de temperatura, da mudança das precipitações de chuvas e queimadas. Imagens de satélites mostram que a área de água vem diminuindo entre 2000 e 2022, além do aumento de cianobactérias, aqueles microrganismos que fazem fotossíntese e deixam a água com coloração verde. São impactos das mudanças climáticas”, afirma à Agência FAPESP Thierry Alexandre Pellegrinetti, pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP (Cena-USP) e primeiro autor do artigo.

Parte do trabalho foi desenvolvida no doutorado de Pellegrinetti, quando ele teve bolsa da FAPESP, sob a orientação da professora Marli de Fátima Fiore, do Cena, que assina o trabalho como autora correspondente. A Fundação também apoiou a pesquisa por meio do Projeto Temático “Mudanças climáticas e impactos ambientais em áreas alagadas do Pantanal” .

Impacto

Embora as zonas úmidas naturais representem apenas entre 5% e 8% da paisagem terrestre global, elas armazenam entre 20% e 30% do carbono do solo na Terra, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais, desempenhando um importante papel na regulação da concentração atmosférica de CO2 e afetando o clima.

No caso do Pantanal, considerada a maior área úmida tropical do mundo, além das regiões alagadas com água doce, existem cerca de mil lagoas salino-alcalinas, concentradas principalmente na sub-região de Nhecolândia, um distrito do município de Corumbá (MS) e foco da pesquisa. O bioma, além de servir como santuário para inúmeras espécies selvagens, abriga em sua biodiversidade mais de 2 mil tipos de plantas e 580 de aves, que se beneficiam da abundante biomassa de plâncton dos lagos.

O estudo mostra uma tendência preocupante: o aumento na prevalência de lagoas com florações de cianobactérias, sugerindo que essas áreas podem se tornar emissoras significativas de gases de efeito estufa no futuro. “O trabalho começou com foco em entender a geologia dessas lagoas, como são formadas com o tempo e analisar os ciclos biogeoquímicos mais focados nas emissões, principalmente metano, CO2 e óxido nitroso”, completa Pellegrinetti.

Para a microbiologista Simone Raposo Cotta, uma das autoras do artigo e bolsista da FAPESP, é importante destacar o papel dessas áreas. “Todos os processos ecológicos e de funcionamento dos ecossistemas nas lagoas têm como base os microrganismos. Eles executam a ciclagem de nutrientes em geral e a manutenção de vários processos, por isso sua grande importância”, afirma Cotta, que atualmente é professora do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP).

Em 2022, o grupo já havia publicado um artigo em que desvendava o estilo de vida das comunidades bacterianas nas “lagoas de soda”, concluindo que durante a estação seca as cianobactérias podem se adaptar a condições ambientais adversas por meio da absorção de CO2. E em situações mais favoráveis (período chuvoso) elas sustentam o crescimento bacteriano.

Além do Pantanal, que tem as menores profundidades, essas lagoas são encontradas no Canadá, na Rússia (onde o nível de salinidade é alto) e na África, sendo maiores em tamanho e mais profundas. A pesquisa utilizou dados metagenômicos para explorar os ciclos biogeoquímicos e a contribuição das emissões biogênicas, particularmente metano, dos corpos de água.

Futuro

Cotta explica que ainda não foi possível estimar a contribuição das emissões dessas lagoas no total do bioma Pantanal e que o grupo vem trabalhando em uma série de desdobramentos, entre elas modelagens para responder a essa questão.

“Estamos finalizando trabalhos em outras áreas de funcionamento geoquímico, de formação dessas lagoas porque elas já estão mudando. Em algumas já há concentração maior de cianobactérias, que leva à alteração da água. Uma pergunta que estamos tentando resolver é o motivo disso e formas de mitigá-las”, diz a pesquisadora.

O artigo The role of microbial communities in biogeochemical cycles and greenhouse gas emissions within tropical soda lakes pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0048969724047958?via%3Dihub.

 

Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-avalia-como-as-emissoes-das-lagoas-de-soda-do-pantanal-contribuem-para-a-mudanca-climatica/52701

 

Eleições: deputados federais brancos eleitos receberam mais de 70% das verbas públicas em 2022 , diz novo estudo do Observatório da Branquitude

  

“As chances de ser eleito: branquitude e representação política” — contextualiza o cenário de desigualdade que se reflete na política do país e traz análises sobre a dinâmica das declarações raciais e de gênero, em relação ao repasse de verbas dos fundos eleitorais públicos nas eleições de deputados federais; 

Candidatos homens têm 2.5 mais chances de serem eleitos sobre as candidatas mulheres; e o impacto do financiamento aumenta as chances de eleição em 6.6 vezes em 2022 

Em 2022, homens brancos receberam pouco mais de 44% do orçamento dos fundos, enquanto homens e mulheres negros receberam valor inferior ao número proporcional de candidatos; 

Partidos se distanciam em aspectos político-ideológicos, mas se aproximam no perfil das cadeiras ocupadas na Câmara dos Deputados: em 2022, 73,74% dos eleitos pelo PL eram brancos e, pelo PT, o percentual é semelhante, 73,91% dos eleitos; os negros representam 25% e 23%, respectivamente;

 

Nesta segunda-feira, foi lançada a pesquisa As chances de ser eleito: branquitude e representação política, feita pelo Observatório da Branquitude, iniciativa dedicada a produzir conhecimento e incidência estratégica com foco na branquitude e suas estruturas de poder, materiais e simbólicos. O novo boletim analisa raça/cor, gênero e financiamento para deputados federais eleitos nos anos de 2018 e 2022. Com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aponta que quem recebe maior financiamento tem mais chances de ser eleito no período analisado. O estudo também sinaliza que candidatos brancos, independente do gênero, abocanham 70% deste valor. 

O boletim surge em um período alarmante da política nacional, em meio à aprovação em dois turnos no Senado Federal, da “PEC da Anistia”: uma Proposta de Emenda à Constituição, que perdoa partidos políticos que descumpriram decisões do TSE em favor da diversidade racial e de gênero nas eleições, como a proporcionalidade de distribuição do fundo eleitoral e do fundo partidário e o tempo de propaganda eleitoral gratuita para candidaturas negras e femininas. 

Para a coordenadora de pesquisa do Observatório da Branquitude, Carol Canegal, é extremamente importante que essas correlações sejam feitas para se poder enxergar com nitidez o cenário que está posto e que precisa ser questionado. “Nosso estudo analisa as correlações entre o financiamento público, a raça e o gênero nas duas últimas eleições para deputado federal, quando já estavam vigentes as normativas em prol da diversidade nos parlamentos, amplamente descumpridas. A PEC da Anistia terá impacto considerável sobre a realização de corridas eleitorais mais equitativas do ponto de vista racial, sobretudo. Com a anuência de praticamente todos os partidos políticos, as candidaturas negras serão as grandes prejudicadas”, afirma.

 

Financiamento eleitoral e partidário no Brasil 

O financiamento público de candidaturas se dá no Brasil por meio de dois principais fundos: o Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC) e o Fundo Partidário (FP). Para incrementar a participação de candidaturas negras e femininas, passos importantes foram dados, tais como a Emenda Constitucional 111 de 2021, que estabelece a contagem dobrada de votos para candidaturas de negros e mulheres para fins de distribuição dos recursos; a Emenda Constitucional 117 de 2022, que fixa a reserva do mínimo de 30% do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas e de parcela do Fundo Partidário para campanhas eleitorais de mulheres, na proporção do número de candidatadas de cada partido; e a decisão do TSE que determinou, a partir de 2022, a proporcionalidade da distribuição dos recursos e do tempo de propaganda eleitoral para candidatos negros de cada partido.

 

Principais resultados 

O boletim As chances de ser eleito: branquitude e representação política indica que os esforços feitos para ampliar as oportunidades entre candidatos negros ainda são insuficientes. Isso ocorre mesmo diante do aumento de candidatos autodeclarados pretos e pardos em 2022, quando o número de candidatos declarados brancos diminuiu em relação a 2018.

 

A pesquisa revela que entre os partidos com maior representação negra estão o PCdoB e o PROS que, embora tenham a menor bancada na Câmara, apresentam mais da metade de deputados eleitos pretos e pardos, 66,67% e 66,67%, respectivamente. Todos os candidatos a deputado federal eleitos pelos partidos PSDB, PSC, Cidadania e Novo se declararam brancos. 

Já o PL e o PT, que performam atuações antagônicas e possuem maior representação na Câmara dos Deputados, se assemelham em um ponto: mais de 70% de seus candidatos eleitos são brancos.

 


Segundo a Imagem 01, que demonstra os resultados do modelo estatístico para a análise de chances de um deputado federal ser eleito, homens tinham 2,5 vezes mais chances de serem eleitos do que uma mulher em 2022 em comparação a 2018. A respeito do financiamento, o impacto da verba aumenta as chances em 6,6 vezes no mesmo período (2022) em relação aos que não têm acesso ao recurso, independente de gênero e raça. 

Ao correlacionar o quesito raça/cor dos eleitos e o financiamento público destinado em 2018 e 2022, nota-se um comportamento semelhante em ambos os pleitos: mais de 70% do financiamento dos candidatos eleitos se acumula entre os brancos. No gráfico 2, é possível visualizar a distribuição do financiamento que acumula a maior parcela da verba para candidatos brancos. 

Gráfico 02 - Distribuição do financiamento (FEFC e FP) por raça/cor - % (2018 - 2022)

Fonte: Elaborado pelo Observatório da Branquitude com dados do TSE (2024).


Sobre a distribuição dos recursos (Fundo Especial de Financiamento de Campanhas e Fundo Eleitoral), inserindo a variável gênero na análise, além de raça/cor, de um total de R$ 2.829.049.659 em números absolutos, os homens brancos foram os maiores beneficiados, acessando 44% do total. 


Aqui, se observa que a verba destinada para os grupos subrrepresentados (homens e mulheres negras) é inferior ao percentual de candidatos: homens negros somam 30,20% do total e receberam 23,42% da verba, e entre as mulheres negras, esses números foram 18,08% e 14,34%. O contrário acontece com os candidatos brancos – homens e mulheres — que acessaram um quantitativo maior de verba que o percentual de candidatos: os brancos eram 33,81% dos inscritos e receberam 44,05% dos fundos, e as brancas, 16,30% e 17,17%, na mesma ordem.  

Nayara Melo, pesquisadora do Observatório da Branquitude, aponta que essas disparidades são exemplos de manutenção das posições de poder com a branquitude: “Se observarmos o decorrer da história nas eleições no Brasil, vemos que há uma inclusão tardia de pessoas negras e de mulheres nos pleitos. Ao visualizar os resultados que temos para deputados federais, conseguimos ver essa discrepância entre um país de maioria populacional negra e uma Câmara branca. O descumprimento das medidas de incentivo para candidaturas negras e de mulheres sinaliza que ainda estamos mais próximos do passado de exclusão e distantes de uma câmara representativa e diversa.”, finaliza. 

O estudo completo está disponível no site da iniciativa a partir de hoje, 9 de setembro. 



Sobre Observatório da Branquitude 
Fundado em 2022, o Observatório da Branquitude é uma iniciativa da sociedade civil dedicada a produzir conhecimento e incidência estratégica com foco na branquitude e suas estruturas de poder, materiais e simbólicos. Contando com uma equipe integralmente negra, multidisciplinar e com paridade de gênero, o Observatório da Branquitude é a primeira organização da sociedade civil que tem centralidade temática na análise da identidade racial.


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