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sábado, 27 de julho de 2024

A importância dos avós para os netos

Esse vínculo não fortalece os laços familiares e contribui para o desenvolvimento emocional e social das crianças, fornecendo um senso de pertencimento e segurança

 

 Para a maioria dos adultos algumas das boas lembranças da infância envolvem a presença amorosa dos avós, as trocas de experiências, os bons momentos de conversas e histórias contadas. Para as crianças nada como visitar a casa deles e se deliciar com aquelas comidinhas que só a vovó sabe fazer. Visitando essas memórias saudosistas, podemos perceber que esse relacionamento entre avós e netos é único e especial, cheia de afeto e benefícios. Afinal, eles ocupam um lugar de muita importância na educação dos netinhos e também contribuem para o desenvolvimento emocional, social, intelectual e afetivo.  

Segundo Cris Poli (ex-SuperNanny Brasil), que tem 3 filhos, 5 netos e um bisneto, e é coordenadora educacional, na EDF-Escola do Futuro Brasil, a presença dos avós na vida dos netos é muito importante porque dá lugar a um relacionamento díspar e diferenciado de qualquer outro vínculo afetivo. “Os avós se relacionam com os netos de forma muito especial porque são a extensão do amor, cuidado e intimidade dos filhos. O olhar é diferente, os abraços são diferentes, as conversas e as brincadeiras são especiais.  Neste vínculo há cumplicidade, amizade, cuidado e respeito mútuo diferenciados. Ainda que seja muito difícil de explicar, posso dizer que é necessário e importante experimentar e usufruir desses presentes de Deus”, explica. 

Para ela, a contribuição dos avós na educação dos netos se dá de maneira singular e com muita responsabilidade. “Os avós devem estabelecer um relacionamento equilibrado, alternando a curtição dos netos com o respeito e o cumprimento das regras, limites, horários e princípios que os pais ensinam no dia a dia da família. Creio que esses detalhes são muito importantes para um convívio familiar saudável e enriquecedor que traz harmonia, alegria e paz para todos. Não é fácil, mas vale a pena a conscientização, principalmente da parte dos avós. São gerações diferentes (pais e avós) mas creio que é possível chegar a um consenso”, completa.

 

 Avós têm direitos e deveres 

 O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), do Brasil, determina quais são os direitos e deveres das avós na criação dos netos e estabelece a proteção e os cuidados necessários para o bem-estar das crianças e adolescentes.  

 Na Constituição Brasileira também consta alguns direitos aplicáveis aos avós, como o direito à convivência familiar e comunitária (artigo 227, caput) e o direito à educação (artigo 205, caput). Além disso, os avós também podem ter outros direitos e deveres previstos em leis específicas, tais como a Lei do Direito de Visita (Lei nº 8.069/90) e a Lei do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003).


Benefício no relacionamento com os avós 

A ciência reconhece que esse relacionamento de avós e netos contribui com o desenvolvimento das crianças e é valioso na criação delas.  Segundo um estudo realizado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, as crianças que têm um forte vínculo com seus avós são menos propensas a ter problemas emocionais e comportamentais. Para esses pesquisadores existem vários motivos pelos quais os avós podem ter um impacto positivo no bem-estar dos netos, pois podem oferecer amor, apoio e orientação, além de fornecer uma perspectiva diferente sobre a vida.  

 Outro estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, diz que os avós com a mente saudável aumentam as chances de sobrevivência dos filhos de seus filhos porque, assim, são capazes de transmitir a eles seus conhecimentos e habilidades. Como um reforço à teoria, eles identificaram vários genes mutações que protegem os idosos contra doenças neurodegenerativas como o Alzheimer, que passam a viver mais e, desta forma, colaborar mais com a formação dos netos.   

 O Boston College, nos Estados Unidos, comprovou em uma pesquisa feita durante 19 anos com 374 avós e 356 netos que os dois lados se beneficiam do relacionamento. Para os mais idosos o contato com uma geração muito mais nova gera a abertura de novas ideias. Já para os pequenos, esses adultos oferecem a sabedoria da maturidade, contribuindo com o conhecimento incorporado no seu desenvolvimento. Além disso, os avós têm muita história para transmitir e enriquecer o aprendizado. O estudo concluiu que nesse envolvimento os dois lados saem ganhando emocionalmente e, com isso, são reduzidas as probabilidades depressivas em ambas as partes.

 

 Aproveitando o tempo

Os avós, que normalmente já viveram a maioria das coisas que planejaram viver e se encontram numa fase mais tranquila e com menos urgências de realizações, desfrutam de mais tempo e podem aproveitar melhor os filhos dos seus filhos. Muitas vezes, dando aos netos, aquilo que não tiveram tempo de dar aos seus próprios filhos. Por isso, passear e estar com os pequenos não é uma obrigação, mas uma oportunidade deliciosa de curtir e se divertir com eles de forma mais leve e prazerosa. 

 Mas, nem tudo é só diversão, alguns avós são parceiros dos pais, que trabalham e são muito ocupados, compartilhando tarefas como cuidar, fazer as refeições, levar a escola, ajudar nos estudos e até mesmo contribuir financeiramente com os gastos referente às crianças.  Mesmo tendo essa importância nesse revezamento de cuidados em algumas famílias, os avós precisam ser respeitados em suas individualidades, tendo tempo para o seu próprio descanso e bem estar, de forma que preservem a sua saúde física e mental. 

 

Benefício para a famílias 

Sem sombra de dúvidas, esse vínculo fortalece os laços familiares e contribui para o desenvolvimento emocional e social das crianças, abastecendo o senso de pertencimento e segurança. Essa convivência é um grande privilégio, já que os avós transmitem a herança de valores, princípios de vida e tradições culturais, que são passadas de geração para geração e se tornam pilares familiares. 

Eles proporcionam conhecimento e a importância de preservar a identidade da família e fortalecem a conexão com as raízes, além de facilitar a compreensão da própria história. Com eles, os filhos dos filhos entendem de onde vieram, quais são os princípios da família e podem vislumbrar a possibilidade de um futuro embasado em vínculos de afeto e respeito. 

Isso porque a família desempenha um papel fundamental na vida de qualquer pessoa, formando uma base sólida embasada em aprendizado, amor, carinho, suporte, entre outros valores. Dentro dessa rede, a relação entre avós e netos certamente ocupa um lugar de destaque e vale ser cultivada e respeitada.


Uma viagem sinestésica chamada Avós

Se tem uma palavra na língua portuguesa que cheira a bolo de cenoura com cobertura de chocolate e bolinho de chuva polvilhado com açúcar, é o vocábulo "avós". E pensar que todo esse mar de água doce, repleto de ondas do tamanho da imaginação e do poder lúdico das princesas e dos heróis, cabe em apenas quatro letras.  

Letras essas que, justiça seja feita, deveriam entrar para a classe dos adjetivos! E dos mais positivos, por sinal. Pensa só: a pessoa acorda num domingo ensolarado, abre a janela, estica as pernas inchadas pelo calor da velocidade do tempo e os punhos com túnel de carpo e, ainda assim, consegue pensar: “Nossa! Hoje estou tão avós!”. 

O primeiro motivo para que essa mudança aconteça é bem claro, e ai do filho, filha, nora ou genro que entrar na frente com um “não”. Avós tudo fazem, ainda que cansados e querendo deitar no sofá para dormir, digo, assistir qualquer coisa na TV, mandar mensagem bíblica com florzinha para a Arlete da hidro ou cochilar, ops, acompanhar o último capítulo da novela das seis do canal cinco. 

Vocês já pararam pra pensar que, se toda a turma engravatada, lá pelas bandas de Brasília, tivesse metade da agilidade deles, a mesma que faz surgir aquele bolo de cenoura com cobertura de chocolate em menos de 20 minutos, os problemas estariam resolvidos? E falando em comida, não posso deixar de mencionar o olhar de desnutrição que eles têm para com os netos: “Tão magrinho, meu filho. Vem cá comer um pote de biscoito de nata.” 

Avós também têm um "Q" de David Copperfield! A diferença é que, na magia da galera da plantação de algodão na cabeça, as coisas são reais. Parte dela, dessa magia, é atribuída à capacidade que eles têm de gerar ideias que possam entreter os rebentos de suas crias.  

É deles também o título de melhores companhias para ir aos estádios de futebol ver o time do coração jogar. “Quando eu tinha a sua idade, os jogadores entravam em campo com mais raça”, esbraveja ou esbravejam após o jogador perder um gol feito.  

Mas, em outra ocasião, a bola entra “onde a coruja dorme”. Isso ocorre quando o campo é de tecido ou de madeira, o guarda-metas é uma caixa de fósforos, os jogadores são de botão e não há juiz com coragem para apitar o final do jogo, pelo menos até que alguma coisa saia quentinha do forno. Aí é jogo baixo mesmo.   

Falando em final e em jogo, diferente dos contos antes de dormir, onde o casal de protagonista vive feliz para sempre, avós e netos um dia se separam fisicamente. No entanto, acredito que, de um jeito ou de outro, no ir e vir da vida, a ligação é mantida. A afinidade cuida do resto, para que eles se reconheçam. E se encontrem. E se reencontrem.  

Avós não são parentes, são adjetivos.

Que hoje, amanhã e sempre a gente possa acordar em pleno estado de espírito de avós. 


Maternidade sem ilusões: psicóloga responde as 8 maiores dúvidas das mães

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"Estou grávida!" E a resposta vem: "Parabéns!" A maioria das mulheres, ao revelar que está grávida, costuma ouvir o famoso "parabéns", que carrega a ideia de que está plena e feliz, realizando um sonho. No entanto, mais da metade das mulheres que ficam grávidas hoje no Brasil não planejaram essa gestação. Alegria e felicidade nem sempre são as primeiras emoções que elas sentem. 

Rafaela Schiavo, psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline (@materonline no Instagram), responde as maiores dúvidas sobre a romantização da maternidade e oferece dicas práticas para lidar com essa fase de forma mais realista.


“Por que a maternidade é tão idealizada?”

A sociedade costuma ver a maternidade como a realização suprema da mulher, o que dificulta o reconhecimento de sentimentos negativos. Essa idealização cria expectativas irreais, fazendo muitas mães se sentirem inadequadas ou culpadas por não corresponderem a esse ideal. Nós precisamos falar mais sobre essa romantização. Tem milhares de mulheres chorando porque não têm com quem contar e se sentindo culpadas simplesmente por estarem exaustas.


“Quais são os impactos negativos dessa idealização?”

A idealização pode levar ao isolamento emocional. Mães que não se sentem felizes o tempo todo podem ter dificuldade em expressar seus sentimentos, o que pode piorar problemas de saúde mental, como a depressão puerperal. A romantização da maternidade está afetando muitas mulheres, o que influencia diretamente seus bebês.


“Como lidar com a pressão para ser uma mãe perfeita?”

É importante entender que não existe uma 'mãe perfeita'. Aceitar que é normal ter dias difíceis e buscar apoio emocional e prático é essencial. Conversar com outras mães, familiares e amigos pode ajudar a compartilhar experiências e aliviar a pressão. Nossa sociedade não sabe como tratar mulheres como mães humanas, que têm direitos e não precisam lidar com tudo com um sorriso no rosto.


“O que fazer quando sentimentos negativos surgem?”

Reconhecer e aceitar esses sentimentos é o primeiro passo. Não há problema em pedir ajuda profissional. A psicoterapia pode ser uma ferramenta valiosa para trabalhar essas emoções e encontrar maneiras de lidar com elas. A saúde mental das próximas gerações também depende de como tratamos as mães hoje. Como psicólogos, temos a obrigação de mudar essa história.


“Como posso construir uma rede de apoio?”

Uma rede de apoio pode incluir familiares, amigos e até profissionais de saúde. Eles podem ajudar com tarefas diárias, oferecer um ombro amigo e compartilhar experiências. Ter um parceiro compreensivo também é fundamental.


“Qual é o papel do parceiro nesse processo?”

Um parceiro presente e envolvido pode fazer uma grande diferença. Dividir responsabilidades e apoiar emocionalmente a mãe pode aliviar significativamente a carga e promover um ambiente mais equilibrado e saudável para a família.


“O que posso fazer para evitar que eu e o meu bebê soframos com a romantização da maternidade?”

É fundamental oferecer suporte e atenção às mães. Isso envolve fornecer atendimento psicológico, criar redes de apoio entre familiares e amigos, e promover uma visão mais honesta e realista da maternidade. Como sociedade, precisamos nos preocupar com essa questão. Milhares de mães estão sem apoio necessário para cuidar de seus filhos. 


“Como encarar a maternidade de forma mais real?”

Informação e preparação são fundamentais. Participar de grupos de apoio, fazer terapia e aprender sobre os desafios da maternidade podem contribuir para ajustar as expectativas. É importante lembrar que cada experiência é única e válida. 

 

A importância da perspectiva psicopedagógica na inclusão escolar

A psicopedagogia está diretamente ligada no ato de ensinar-aprender. Como psicóloga e pedagoga, observo que o trabalho de um psicopedagogo na inclusão escolar, principalmente nos anos finais da Educação infantil e iniciais do Ensino Fundamental, com um olhar mais cauteloso voltado para a aprendizagem, se faz necessário.

Por meio de ações psicopedagógicas, o profissional precisa ter como principal objetivo a prevenção e intervenção em dificuldades de aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo, sempre em parceria com a família e a equipe pedagógica da instituição de ensino; e quando necessário, outros profissionais envolvidos nos cuidados desta criança devem ser acionados. Para isso, o ideal é descobrir as melhores formas de aprendizagem para que o aluno tenha o melhor desempenho escolar possível   dentro de suas possibilidades.

Com ou sem deficiência, cada criança tem a sua maneira de aprender. Algumas têm maior facilidade auditiva, outras por meio da escrita, ou ainda por experiências mais concretas. Quando identificamos a melhor forma que o aluno aprende, utilizamos o método mais adequado para potencializar sua capacidade de aprendizagem e tornar o trabalho do professor mais eficiente.

Já para atender as demandas da educação inclusiva, muitas vezes, aspectos cognitivos, emocionais, físicos e psicológicos precisam de especialistas de cada área, para oferecer um suporte mais focado e ter uma visão integral da criança. Forma-se assim, com maior clareza, uma linha de trabalho a ser seguida. Em minha opinião, uma maneira de iniciar esse processo é buscar as áreas de interesse do estudante e seus conhecimentos prévios, que podem ajudar muito.

Vencer os desafios da inclusão escolar é um trabalho ininterrupto. Acredito que a criatividade dos psicopedagogos em usar estratégias diferenciadas de ensino fora da sala de aula, assim como dos professores dentro de sala despertam nessas crianças a curiosidade por aprender. Para mim, jogos e histórias são muito interessantes, além do uso de brinquedos estruturados e não estruturados (como cones, latas, tampas e caixas), pois aumentam o potencial de criatividade. A brincadeira traz diversos conteúdos internos significativos em vários aspectos como, por exemplo, questões emocionais, assim como outras questões que também podem estar afetando o processo de aprendizagem.

A educação inclusiva está sempre em constante transformação, assim como a evolução dos estudos na área da psicopedagogia, que vão além dos recursos direcionados ao diagnóstico, atendimento e intervenção. O uso da tecnologia, por exemplo, é um aliado tanto para o psicopedagogo quanto para o estudante. Tecnologias assistivas, que facilitam o acesso de crianças com deficiência ao conteúdo a ser estudado, como os aplicativos de programas de voz, fazem parte da inclusão e acessibilidade visando à sua autonomia e qualidade de vida.

Para finalizar, quero pontuar que a afetividade na educação por meio da relação aluno-professor e do aluno com seu psicopedagogo é essencial. Se não houver afeto não há como aprender. E o afeto é tanto no sentido de relação de carinho como também no sentido de afetar o próximo e o meio ambiente a ser afetado por ele. Pode-se desenvolver técnicas de ensino onde os alunos sem dificuldades possam estudar junto com os colegas que têm dificuldades. Assim, a inclusão se torna uma proposta e também aumenta o aprendizado de todos. 

 

Natalie Schonwald - psicóloga, pedagoga, palestrante de inclusão e diversidade e autora dos livros “Na Cidade da Matemática” e “Na Cidade da Matemática – Bairro das Centenas”. É pós-graduanda em Psicopedagogia pelo Instituto Singularidades (SP). Na área da educação, trabalha com os anos finais da Educação Infantil e iniciais do Ensino Fundamental I. Nesta área, Natalie completa seu trabalho escrevendo artigos. A profissional também faz parte da direção da Associação dos AVCistas do Brasil - uma organização comunitária de acolhimento às vítimas de AVC e seus familiares, e da Comunidade Educadores Reinventares. Como atleta, participou do mundial de adestramento paraequestre em 2003 – pratica esporte desde seus 9 anos e também é embaixadora da equipe feminina de surfe adaptado. Após um AVC com 8 meses, enfrentou um caminho de superação. Sua história é marcada não apenas pela adversidade, mas pela resiliência e conquistas que a transformou em fonte de inspiração, destacando a importância da inclusão e da diversidade em todas as suas formas.


Amizade: Trocas Valiosas


Em uma recente entrevista, a linda e talentosa atriz Jane Fonda, no programa Her Call Daddy, foi questionada sobre qual é o benefício de ter um grupo forte de amigas? 

E ela respondeu sem titubear: “A nossa saúde. E complementou falando de um estudo de Havard que diz que não ter amigas é tão ruim para a saúde quanto fumar. As mulheres olham nos olhos, pedem ajuda, mostram vulnerabilidade e Fonda diz que essa deve ser uma das razões para as mulheres viverem, em média, 05 (cinco), 07 (sete) anos a mais que os homens. E os homens quando conversam continuam falando sobre mulheres, carros e esportes”. 

Mas infelizmente trago um dado triste. A pesquisa PoderData, realizada pela Poder360 de 2 a 4 de abril de 2023, mostra que 1 em cada 4 brasileiros dizem ter, no máximo, 1 amigo próximo. Esse universo de 28% é composto por 14% que dizem não ter amigos e outros 14% que relatam ter apenas 1. O número de brasileiros que não têm amigos aumentou no último 1 ano e meio. Em setembro de 2021, no meio da pandemia de coronavírus, a taxa era de 9%.  

Tenho a benção de ter um grupo de amigas, que trocam sentimentos, emoções, fatos da vida, ideias etc; sendo a origem desses vínculos primeiramente a amizade, o bem querer, o respeito, a admiração, que somente depois ensejou também um relacionamento profissional haja vista que todas nós estamos em sintonia com interesses, assuntos similares relacionados ao Desenvolvimento Humano e Organizacional, surgindo daí também uma parceria de trabalho. Nossas trocas são semanais e regadas a conhecimento de cursos e estudos que fazemos juntas. Trata-se de troca valiosa e que brinda a vida com muita informação e material que faz a diferença positiva.  

O que seria melhor que trabalhar com amigas queridas com leveza e propósito de apoiar nossos semelhantes e as organizações, estas últimas por quais todas nós vivemos por muitos anos? 

Falando aqui em primeira pessoa, esses vínculos de amizade geram crescimento por meio da experiência vivida por cada um e aprendizados ilimitados, além de ser um espaço de segurança para falar, ouvir, ser quem realmente se é, sem máscaras, filtros etc., é algo sagrado, precioso e até raro; e que somente as relações verdadeiras e cheias de amor, permitem. 

Como somos adeptas do compartilhar, mencionarei aqui sobre algumas trocas preciosas que tivemos nas duas últimas semanas, por serem boas sementes e que podem germinar por aí, quem sabe, com um efeito positivo assim como foi e é para nós? Diga-se que muitas destas trocas baseiam-se no livro “uma vida bem vivida”, cuja autora é a médica centenária doutora Gladys McGarey, Ed. Rocco., são elas:

  1. Nestes últimos tempos estamos refletindo muito sobre o ciclo da terceira idade, idosos, velhice etc, e que o fim (sentido de finitude mesmo) de um ser, que tem o privilégio de viver essa idade, dependerá de duas coisas importantes: o que aquele idoso plantou e o que, portanto, irá colher das pessoas no seu entorno; e principalmente das qualidades das relações construídas ao longo da vida. Pois, segundo a experiência e o que estamos aprendendo neste sentido, nos mostra que prover o idoso com dinheiro, para quem o tem é fácil, porém dar amor, cuidado, atenção e tempo é que é o grande desafio, é o amar apesar da “inutilidade” e do trabalho que dá;

Um movimento bem interessante que percebo é a união de gerações. Tem surgido mundo afora um tipo de moradia que se especializou em mesclar gerações. É uma espécie de alternativa às casas de idosos tradicionais, acolhendo os mais velhos, que tiram proveito da rede de apoio na vizinhança, e os mais novos, que podem deixar os filhos sob os cuidados de um amigo setentão, em um dia a dia saudavelmente compartilhado, de acordo com uma reportagem publicada na Veja em 28/05/2023. 
 

  1. O maior temor não é a morte, propriamente dita, mas como serão os nossos últimos dias de vida, com quem estaremos e de que maneira estaremos especialmente pensando em nossa dignidade, bem viver e felicidade?
  2. Amor é o que há de mais importante na vida, amor em sentido amplo. O amor é cura. Importantíssima a reflexão sobre como recebo e dou amor? Segundo as palavras do apresentador e jornalista Pedro Bial “amor é o que dá sentido a vida, capacidade de se doar, de se entregar, de se submeter, de se transformar, escutar; e a maior expressão de amor é dar atenção a alguém, é cuidar de alguém;
  3. Estamos aqui por um motivo, importante entender qual a nossa real essência, a nossa missão.
  4. Vida é movimento. Esse movimento te leva em direção de sua essência? O que está te afastando de sua essência e de sua missão?
  5. Como você está construindo e nutrindo suas relações? Quais as conversas de qualidade que está tendo?
  6. Quanto vale a sua energia? 
  7. Estamos abrindo espaço, tempo, para enxergar os milagres da vida?
  8. Você está cuidando do seu EU do futuro, aquele que você quer ter o prazer e o orgulho de encontrar logo mais adiante?

Por toda a minha experiência de vida e carreira, ouso a dizer que é muito difícil alguém sem o devido apoio técnico e de acolhimento, pensar em todos estes aspectos tão relevantes da vida de qualquer um de nós, por si só. 

Lembremos que o desenvolvimento na fase madura, adulta, ao contrário da fase infantil, adolescente, não ocorre de forma espontânea e depende de um esforço intencional, consciente por parte das pessoas e organizações, trata-se do desenvolvimento vertical e não o horizontal ao qual estamos mais acostumados, depende de uma autoeducação. 

Assim, recomendo firmemente que busquem contatos de especialistas para enxergar com melhores lentes e agir nesse universo amplo de ideias importantíssimas para ir rumo ao bem viver, de maneira a ter mais leveza, consciência das direções e escolhas tomadas. 

Estamos à disposição para apoiar, estimular e facilitar um plano de ação que os levem a sair do automatismo que o dia a dia e os sistemas aprisionam as pessoas.  

Como diz a professor Lúcia Helena Galvão, no EntrePalcos “É extremamente necessário, as pessoas darem uma parada, para mergulhar em si mesmas, questionarem-se quem eu sou de fato? A sociedade precisa disso, menos para fora e mais para dentro e para cima. A essência governando a vida!”

Meu muito obrigada a essas amigas queridas e tão amadas, este texto é em homenagem a vocês, que fazem a minha vida muito mais cheia de cores, bons aromas, sabedoria e aprendizados valiosos, vocês fazem a diferença positiva em minha vida, fazendo inclusive eu refletir mais, ampliando perspectivas para melhores ações a serem implementadas. 

 

Viviane Gago - advogada e consteladora pelo Instituto de Psiquiatria da USP (IPQ/USP) com parceria do Instituto Evoluir e ProSer e facilitadora pela Viviane Gago Desenvolvimento Humano. Mais informações no site


3 palavras francesas que parecem palavrões, mas não são

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Professora de francês explica como se pronúncia e o que significa

 

Quantas palavras de outras línguas você já viu ou ouviu por aí e descobriu depois que seu significado nada tinha a ver com a pronúncia, que é a forma como se fala aquela palavra? Por exemplo, burro no Brasil é usado para nomear um animel e também para ofender alguém. Na Itália, a mesma palavra significa manteiga. O contrário também acontece, que é quando as palavras em outras línguas parecem ter um significado diferente em português por conta da pronúncia.

Na língua francesa, existem algumas palavras que até parecem palavrões. Segundo Jana Schmidt, professora de francês, a pronúncia pode confundir mesmo, mas os significados são totalmente diferentes. A professora listou 3 palavras que exemplificam isso!  

Jana é professora de françes e é
 conhecida nas redes como
Francês com Mademoiselle
 Divulgação

1 - Cou 

A escrita não parece tanto, mas a pronúncia pode ganhar outro sentido pelo menos para quem fala português: "cu". Para eles, a palavra "cou" significa pescoço.

2 - Cousin 

Em francês, pronuncia-se "cuzã". A palavra parece ter um outro sentido e pode soar como uma ofensa, mas seu real significado é primo. 

3 - Chat 

Chat, para a língua portuguesa, está mais próximo de chato, mas seu significado em francês nada tem a ver com isso. A pronúncia da palavra é "chá" e significa gato. 

Conhecia essas palavras? A professora Jana compartilha várias outras curiosidades no @frances_com_mademoiselle. 



Jana Schmidt - Professora de francês, certificada pelo CEFLE como professora de língua estrangeira, em Quebec no Canadá, com especialização em Programação Neurolinguística (PNL) pela Psynapse (École de Psychothérapie), em Lyon, França. Fundadora do projeto Francês com Mademoiselle (FCM), que tem como objetivo compartilhar o ensino do francês com todas as pessoas que desejam realizar o sonho de se tornarem fluentes nesse idioma. Produtora de conteúdos digitais para as redes sociais YouTube, Instagram, Facebook e TikTok, onde se encontra como "Francês com Mademoiselle".
www.instagram.com/frances_com_mademoiselle


Aprender a aprender: como estimular o autodidatismo nas crianças?

divulgação
Incentivar a curiosidade e a autonomia desde cedo pode ajudar a desenvolver a aprendizagem independente

 

Desenvolver e potencializar o autodidatismo nas crianças desde cedo é uma forma poderosa de prepará-las para uma vida de aprendizado contínuo, adaptabilidade e sucesso. Este processo envolve incentivar a curiosidade natural das crianças, oferecer suporte e criar um ambiente que valorize a aprendizagem independente.

 

Para Mariana Bruno Chaves, pós-graduada em psicopedagogia e especialista em educação na rede Kumon, o autodidatismo é essencial para o aluno, pois fomenta a autonomia, a disciplina e a capacidade de resolver problemas de forma independente. “Quando as crianças aprendem a buscar respostas e solucionar desafios por conta própria, elas desenvolvem habilidades para a vida, como a perseverança e a autoconfiança”, conta.

 

Criar oportunidades para que explorem temas de interesse pessoal e encorajá-las a fazer perguntas e investigar soluções são maneiras eficazes de nutrir essa autonomia desde cedo. Diante disso, Mariana ainda detalha algumas estratégias que podem estimular o autodidatismo nas crianças.

 

1. Incentivar a curiosidade

As crianças são naturalmente curiosas. Estimular a curiosidade incentivando-as a fazer perguntas e buscar respostas é uma maneira de encorajá-las. Livros, filmes e visitas a parques e museus podem ser grandes fontes de inspiração.

 

2. Criar ambientes ricos em recursos

Disponibilizar uma variedade de materiais educativos em casa, como livros, quebra-cabeças e jogos educativos são ótimas opções. “Certifique-se de que esses recursos sejam acessíveis e que as crianças se sintam à vontade para explorá-los por conta própria”, reforça.

 

3. Desenvolver a habilidade da pesquisa

Ensinar as crianças a buscarem informações de maneira eficiente, mostrando como usar, por exemplo, a internet para as pesquisas, livros, entre outras fontes de informação.

 

4. Estimular a autonomia

Dê às crianças a oportunidade de tomar decisões sobre o que querem aprender e como querem aprender, mas mantenha um equilíbrio adequado. Ofereça-lhes a liberdade de escolher seus projetos e atividades, mas guie suas escolhas para garantir que as estejam fazendo de forma construtiva e adequada. Apoie suas decisões e ajude-as a planejar e executar suas ideias, garantindo que haja um direcionamento claro para evitar que fiquem muito soltas.

 

5. Modelar o comportamento autodidata

Os pais podem ser exemplos de aprendizagem autodidata para as crianças. Mostrar o interesse em aprender coisas novas e compartilhar suas descobertas com elas é importante. Quando elas veem os adultos ao seu redor valorizando a aprendizagem, elas são mais propensas a adotar esse comportamento.

 

6. Estabelecer metas e reconhecer esforços

Reconhecer o esforço e o progresso, em vez de apenas do resultado final, incentiva a persistência e a motivação intrínseca.

 

7. Usar a tecnologia

Existem inúmeras plataformas educacionais, aplicativos e jogos que podem tornar a aprendizagem mais interativa e divertida. No entanto, é importante monitorar o uso da tecnologia e garantir que ela seja usada de maneira equilibrada.

 

8. Promover a colaboração

Autodidatismo não significa aprender sozinho o tempo todo. Incentive a colaboração entre as crianças, permitindo que trabalhem juntas em projetos e compartilhem seus conhecimentos. A troca de ideias pode enriquecer o processo de aprendizagem e fomentar habilidades sociais.

 

9. Incentivar a reflexão

Ajudar as crianças a refletirem sobre o que aprenderam e como aprenderam. Pergunte-lhes sobre seus sentimentos em relação ao processo de aprendizagem e o que poderiam fazer diferente da próxima vez. A reflexão ajuda a consolidar o conhecimento e a melhorar as habilidades de aprendizagem autodidata.

 

10. Ofereça suporte e orientação

Embora o objetivo seja promover a independência, é importante estar disponível para oferecer suporte e orientação quando necessário. Estar presente para responder perguntas e oferecer feedback ajuda a superar desafios.

 

O método Kumon desenvolve habilidades acadêmicas essenciais para a rotina escolar e para a vida, entre elas o autodidatismo. Com material exclusivo e gradativo, o aluno avança na resolução de novos exercícios por meio de exemplos em que ele entende por si como fazer, evoluindo assim por forma do autodidatismo.

 

Além disso, o método Kumon também desenvolve a concentração, capacidade de síntese, raciocínio lógico, independência, hábito de estudo, responsabilidade e autoconfiança.

 

kumon.com.br


Ler para bem viver e envelhecer


A busca por uma vida de alta performance e envelhecimento sadio e autônomo requer um conjunto de práticas que envolvem alimentação saudável, um estilo de vida ativo e generoso, uma atitude agradecida e uma rotina de exercícios físicos. Contudo, um elemento frequentemente subestimado nesse conjunto é a leitura regular. Ler diariamente, mesmo que por apenas cinco minutos, desempenha um papel crucial na manutenção da saúde cerebral, estimulando sinapses e fomentando a criatividade e novas ideias. 

A leitura constante fortalece as redes neurais do cérebro, mantendo-o ativo e em bom estado de saúde. Um cérebro saudável é fundamental para que o corpo responda adequadamente aos estímulos físicos e alimentares. Esse princípio está alinhado com a antiga máxima "mente sã, corpo são". A prática da leitura vai além da absorção de informações; trata-se de um exercício mental que promove a plasticidade cerebral, essencial para a criatividade e a inovação. 

Não importa exatamente o que se lê, desde que o conteúdo não se limite a informações fragmentárias e esparsas típicas das redes sociais. Livros, artigos e outros materiais contínuos são necessários para o estímulo adequado das redes neurais. A leitura contínua cria um ambiente propício para o florescimento da criatividade e da saúde mental, facilitando a conexão entre novas ideias e a realidade observada. 

A interação entre um cérebro ativo e saudável e um corpo bem cuidado resulta em uma sinergia poderosa. A alimentação balanceada e os exercícios físicos são potencializados por uma mente ativa, criando um ciclo virtuoso de bem-estar. Aqueles que aspiram a uma performance eficiente e a um envelhecimento saudável devem, portanto, incluir a leitura em sua rotina diária. Apenas cinco minutos de leitura diária podem fazer uma diferença significativa, promovendo um envelhecimento mais saudável e autônomo, além de uma mente mais criativa e receptiva a novas ideias.

 

André Naves - Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor, professor, ganhador do Prêmio Best Seller pelo livro "Caminho - a Beleza é Enxergar", da Editora UICLAP (@andrenaves.def).


Qual o sentido da sua vida?

 

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O que é a vida? Diante dessa pergunta, logo nos vem à consciência a vida dos indivíduos, das pessoas. Quando repensamos, vem-nos a ideia de vida dos animais, das plantas etc. Mas existe o incomensurável plano da vida pré-individual — e, nesse, raramente pensamos. 

A realidade pura da vida se encontra antes, através e após os indivíduos vivos: seja a de uma formiga, de um organismo unicelular, de um elefante, de um vírus ou de um homem. Nem mesmo pensamos no fato de que ela sempre existiu.  

A vida é eterna, portanto, há um equívoco na espera da eternidade — ela já é desde sempre. Estamos inexoravelmente mergulhados nela, na vida que só pode ser eterna. O que morre é o indivíduo; a vida jamais morre.   

A filosofia definiu a vida de uma forma extraordinária: “A vida é pré-individual, pré-subjetiva, ontológica, imanência pura”, afirma Gilles Deleuze. A vida é antes da formação de qualquer ente e preexiste a qualquer formação de subjetividade (mente, pensamento, percepção, valores etc.).  

A vida não tem começo nem fim, tanto no sentido de término como no de propósito. Do mesmo modo, o universo. Por isso, “se o universo tivesse uma posição de equilíbrio, se o devir tivesse um objetivo ou um estado final, ele já o teria atingido”, diz Nietzsche.  

Não há nenhum valor necessariamente correspondente à vida. Ela não é má, não é bela, não é feia, nem mesmo é boa. A vida é a vida. Não tem um começo e nunca termina. Não se remete a um sujeito nem se dirige a um objeto. Logo, ela não existe por causa de alguma coisa, para alguma coisa. Ela não depende de nada fora dela.   

Só a vida das pessoas pode vir a ser boa ou má, triste ou alegre, com ou sem sentido. Não excluo o fato geral de haver comunicação em meio à natureza. Está fora de cogitação negar as linguagens diversas que os animais desenvolveram em seus hábitats.  

As formigas dispõem de feromônios e movimentos corporais comunicantes; os pássaros produzem sons específicos para o acasalamento e para a advertência, em momentos de ameaça.  

Em seu ambiente, animais e plantas modificam suas cores, aromas e formas como linguagens que comunicam estados de coisas. O verde das florestas verdeja em variedade. Ainda que nossa percepção tenha apenas um verde fixado diante de nossos olhos, há multiplicidades de tons de verde que verdejam.  

A filosofia nietzschiana diz que a vida está para além do bem e do mal, a vida está para além de valores morais. Mas a vida não tem valor transcendente, ou seja, exterior a si. Seu valor é imanente a ela mesma. Os valores que o homem dá à vida derivam dos sentimentos que ele experimenta: quando alguém está triste, com dor, amargurado por perdas e decepções, é possível que diga: “A vida é terrível” ou “A vida é ruim”. Por outro lado, quando essa mesma pessoa está feliz, apaixonada, dirá: “A vida é bela”. Mas tudo isso diz respeito apenas às nossas paixões.  

A vida continua em seu fluxo, indiferente aos valores que lhe atribuímos. O que realmente importa é que, sendo ela pura, sem imagem ou forma, faz com que o homem tenha o dever ético de produzir seu próprio sentido de viver.   

 

Clécio Branco - psicólogo clínico e professor de filosofia e sociologia, autor do livro “Ensaios de A a Z para Mentes Inquietas”.

 

Estudo conclui que música influencia positivamente na memória de longa duração

 

Pesquisa é de Marcio Reggiori, professor de Música na Formação Complementar e Neurociências e Aprendizagem do Colégio Anchieta


“A música, mais do que ensinar um instrumento e a técnica de tocá-lo, é o caminho que leva o cérebro a aprender a aprender. Este é o ponto de convergência entre a música e a neurociência”, ensina Marcio Reggiori, professor de Música na Formação Complementar e Neurociências e Aprendizagem do Colégio Anchieta, de Porto Alegre, e uma das 17 instituições de ensino integrantes da Rede Jesuíta de Educação (RJE). 
Reggiori, outros representantes das instituições de ensino do RJE e especialistas nacionais e internacionais em Educação estarão reunidos  no II Congresso da Rede Jesuítas, que acontecerá no Rio de Janeiro, entre os dias 6 e 9 de agosto. O encontro celebra os dez anos da RJE.

Mestre com a dissertação “A dependência de contexto por meio da intervenção de música e seu efeito na memória declarativa: um estudo exploratório”, Reggiori, em sua pesquisa realizada com 74 pessoas, verificou que o contexto é uma característica que adapta o ser humano, possibilitando-o a dar respostas adequadas às situações corriqueiras da vida. “A memória dependente de contexto engloba os sistemas neuro-humorais dopaminérgicos, serotoninérgicos, noradrenérgicos, beta endorfínicos e endócrino”, explica a extensão desse processo no cérebro. 

O estudo concluiu, entre outros pontos, que: (i) a memória declarativa (de longa duração) depende do contexto e (ii) que a influência da música é positiva e significante na aquisição e evocação dessa memória. 

Não à toa, a música vem sendo aplicada em disciplinas escolares para que os alunos entendam e sintam que aprender é um processo contínuo que pode ser aplicado em qualquer idade e em variadas situações, além de ser um apoio lúdico em anos mais turbulentos, como no Ensino Médio, no qual Reggiori leciona. 

Congresso será aberto por Dom Orani Tempesta, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro - Reggiori integra a lista de especialistas em Educação e Pedagogia que estarão reunidos no II Congresso da Rede Jesuíta de Educação Básica, que acontecerá no Rio de Janeiro, entre os dias 6 e 9 de agosto, para discutir a relação entre inovação e tradição no ensino das escolas jesuítas. O evento será aberto pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Dom Orani Tempesta, no dia 6 de agosto, às 16h30. 

Com uma série de conferências e debates, o encontro acontecerá na PUC-Rio, na Gávea, e no Colégio Santo Inácio, em Botafogo, ambos na Zona Sul da cidade. Terá também transmissão ao vivo das principais discussões e mesas de debate pelo Canal da RJE no YouTube. O congresso pedagógico e educacional será realizado em comemoração aos dez anos da Rede Jesuíta de Educação Básica (RJE), congregação que reúne 17 das maiores instituições de ensino do país e cerca de 25,5 mil estudantes. Nove dessas instituições estão situadas no Brasil.  

Também integra a relação de palestrantes a educadora Claudia Costin, fundadora e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (FGV-CEIPE), professora visitante na Faculdade de Educação de Harvard e ex-diretora global de Educação do Banco Mundial. Além dela, estarão ainda o espanhol David Martín Díaz, diretor de lançamento da estratégia "Educação Changemaker”, plataforma mundial de empreendedorismo social suportada pela Organização Não Governamental (ONG) Ashoka, uma das principais organizações no campo do empreendedorismo social, termo criado por seu fundador Bill Drayton e Johnny Go, SJ, doutor em educação pelo University College de Londres e pelo Instituto Nacional de Educação de Singapura e secretário de educação das escolas jesuítas de ensino primário e secundário em toda a região da Ásia-Pacífico.


Agosto Lilás: médica sexóloga expõe ferramentas de enfrentamento à violência doméstica e familiar

 Opinião 

Um dia inteiro. 24 horas. O que você faz em 24 horas? Acorda, escova os dentes, toma banho, come algo, se arruma, vai para escola ou trabalho, treina, come de novo mais algumas vezes, assiste série, cuida dos filhos, cuida de si, flerta, namora, lê algo, discute, reza, xinga, passa horas em frente ao celular. Vive! Pois é… Mas com pelo menos oito mulheres essa rotina é bem diferente. 

Dados apresentados pela Agência Brasil mostram que, em 2023, a cada 24 horas, oito mulheres foram vítimas de violência doméstica no país. A 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, feita pelo Instituto Datasenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV) mostrou que 68% das mulheres no Brasil tem uma amiga, familiar ou conhecida que já sofreu algum tipo de violência doméstica. 

Os números são alarmantes e poderiam ser ainda maiores, caso a notificação fosse realista. Falta de informação, medo do agressor, ou até mesmo do julgamento e a dificuldade de ter direitos garantidos por lei são empecilhos para que as denúncias sejam feitas, gerando subnotificação. 

Em países machistas como o Brasil, muitos comportamentos são tidos como “normais” , sendo necessário um mecanismo de educação em saúde e autocuidado nesse sentido. 

Saber identificar comportamentos abusivos é primordial para se defender e conseguir romper ciclos de violência ou pelo menos conseguir pedir ajuda. 

Rodas de conversa visando partilha de experiências de mulheres que já foram vítimas, com outras que felizmente não passaram por isso, pode fazer muita diferença, pois torna a experiência mais concreta e o aprendizado, real. 

Conversar com os meninos, adolescentes em formação, também é urgente. Não adianta apenas conscientizar as meninas e não falar sobre isso com os meninos. Eles repetem comportamento; e em uma sociedade patriarcal como a nossa, onde ser como o pai é uma honra, explicar para eles que comportamento de gênero não precisa ser baseado em atitudes violentas talvez possa ser a grande mudança de chave. 

Combate à cultura de estupro tem sido mecanismo importante de “empoderamento” para mulheres e meninas; mas também precisa ser mecanismo de transformação comportamental, evitando a formação de futuros agressores.  

Acredito que a escola seja um bom lugar para isso e que a arte seja uma ferramenta interessante. Já pensou em atividades teatrais onde os meninos tenham papéis de agressores? Ou que vejam e concordem com agressões contra papéis que representem suas mães, avós e irmãs? 

Parece terapia de choque, né? Sim. Na verdade, seria a arte imitando a realidade e causando incômodo. O incômodo abre as portas para a transformação, planta semente para reflexão e pode mudar atitudes. 

As atuações teatrais podem mostrar de forma clara e ensinar sobre os tipos de violência contra mulher, além de abrir espaço para diálogos sobre o tema. O cara nervoso quebrando o celular da namorada ensina sobre violência patrimonial. O pai fazendo “brincadeiras” que expõe o corpo das esposas de forma constrangedora pode ensinar aos jovens sobre o que é violência psicológica e verbal. Se um garoto atua no papel de menina e é violentado em uma festa, após beber e sem consentimento, ele aprende sobre violência sexual. Roteiros dramatúrgicos que mostram meninas se ajudando em vez de competir nos quesitos de corpo e beleza ensina sobre a importância da rede de apoio e conceito de aldeia entre mulheres. 

Enquanto sexóloga, na prática clínica, percebo que as pessoas sabem muito pouco sobre violências e quando falamos sobre, a resposta mais ouvida é que isso não acontece na casa delas:“Imagina, doutora! Meu marido é assim mesmo! Ele só está brincando!”. 

Muito já foi feito no combate à violência contra a mulher, mas muito há de ser feito ainda!

Destruir o patriarcado e as práticas misóginas por meio de mudança de atitude de jovens homens em formação pode fazer muita diferença, aliado à manutenção do movimento feminista de empoderamento das meninas.  

Acredito no poder que a educação e a arte têm e no quanto juntas podem mudar as sociedades, indo muito além de campanhas de televisão que ensinem sobre ligar para o canal 180, com imagens fortes e muito estereotipadas do que seria violência contra a mulher — e que, muitas vezes, mais incomodam do que educam. 

Somos afetados pelo semelhante e trazer esses temas para perto pode gerar mudanças significativas no combate ao feminicídio.




Camila do Nascimento Leite - médica endocrinologista e sexóloga. Formada pela Faculdade Estadual de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Mila também é escritora e seus textos perpassam o universo da violência doméstica, tendo encontrado na arte tanto cura para sua experiência pessoal como mecanismos de luta para a mudança social que tanto busca e acredita. "Poemas para antes do banho, durante o café e depois do abandono" (Patuá, 2024) é a sua obra mais recente.



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