A psicopedagogia está diretamente ligada no ato de ensinar-aprender. Como psicóloga e pedagoga, observo que o trabalho de um psicopedagogo na inclusão escolar, principalmente nos anos finais da Educação infantil e iniciais do Ensino Fundamental, com um olhar mais cauteloso voltado para a aprendizagem, se faz necessário.
Por meio de ações psicopedagógicas, o profissional
precisa ter como principal objetivo a prevenção e intervenção em dificuldades
de aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo, sempre em parceria com a
família e a equipe pedagógica da instituição de ensino; e quando necessário,
outros profissionais envolvidos nos cuidados desta criança devem ser acionados.
Para isso, o ideal é descobrir as melhores formas de aprendizagem para que o
aluno tenha o melhor desempenho escolar possível dentro de suas
possibilidades.
Com ou sem deficiência, cada criança tem a sua
maneira de aprender. Algumas têm maior facilidade auditiva, outras por meio da
escrita, ou ainda por experiências mais concretas. Quando identificamos a
melhor forma que o aluno aprende, utilizamos o método mais adequado para
potencializar sua capacidade de aprendizagem e tornar o trabalho do professor
mais eficiente.
Já para atender as demandas da educação inclusiva,
muitas vezes, aspectos cognitivos, emocionais, físicos e psicológicos precisam
de especialistas de cada área, para oferecer um suporte mais focado e ter uma
visão integral da criança. Forma-se assim, com maior clareza, uma linha de
trabalho a ser seguida. Em minha opinião, uma maneira de iniciar esse processo
é buscar as áreas de interesse do estudante e seus conhecimentos prévios, que podem
ajudar muito.
Vencer os desafios da inclusão escolar é um
trabalho ininterrupto. Acredito que a criatividade dos psicopedagogos em usar
estratégias diferenciadas de ensino fora da sala de aula, assim como dos
professores dentro de sala despertam nessas crianças a curiosidade por
aprender. Para mim, jogos e histórias são muito interessantes, além do uso de
brinquedos estruturados e não estruturados (como cones, latas, tampas e
caixas), pois aumentam o potencial de criatividade. A brincadeira traz diversos
conteúdos internos significativos em vários aspectos como, por exemplo,
questões emocionais, assim como outras questões que também podem estar afetando
o processo de aprendizagem.
A educação inclusiva está sempre em constante
transformação, assim como a evolução dos estudos na área da psicopedagogia, que
vão além dos recursos direcionados ao diagnóstico, atendimento e intervenção. O
uso da tecnologia, por exemplo, é um aliado tanto para o psicopedagogo quanto
para o estudante. Tecnologias assistivas, que facilitam o acesso de crianças
com deficiência ao conteúdo a ser estudado, como os aplicativos de programas de
voz, fazem parte da inclusão e acessibilidade visando à sua autonomia e
qualidade de vida.
Para finalizar, quero pontuar que a afetividade na educação por meio da relação aluno-professor e do aluno com seu psicopedagogo é essencial. Se não houver afeto não há como aprender. E o afeto é tanto no sentido de relação de carinho como também no sentido de afetar o próximo e o meio ambiente a ser afetado por ele. Pode-se desenvolver técnicas de ensino onde os alunos sem dificuldades possam estudar junto com os colegas que têm dificuldades. Assim, a inclusão se torna uma proposta e também aumenta o aprendizado de todos.
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