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sábado, 6 de maio de 2023

Prisão emocional: é possível amar e ser livre

Psicólogo Marcos Lacerda, criador de um dos maiores canais do YouTube, aponta em lançamento da Latitude que o autoconhecimento é fundamental para estimular a liberdade individual dentro das relações


Como é possível viver um relacionamento amorosos e ser livre? Ou a independência na relação com quem se ama sempre implicará em egoísmo? A solidão é o único caminho para a liberdade? Inspirado por estes e outros questionamentos que recebe frequentemente por e-mail e em comentários nas redes sociais, o psicólogo e autor Marcos Lacerda escreveu a obra Amar e ser livre é possível: como viver o amor sem deixar de ser você mesmo, publicada pela Latitude. Ciente de que não existem fórmulas prontas para reprogramar os sentimentos, o lançamento abrange uma série de reflexões e exercícios práticos para fortalecer e direcionar o leitor para mudanças interiores.

Criador de um dos maiores canais do Youtube, Nós da Questão, com mais de 1,5 milhões de inscritos, Lacerda reúne na produção os mais de 20 anos de experiência na Psicologia. O autor dedica partes do livro para explicar como o ciúme, a ansiedade, a inveja, o medo da perda, a dependência afetiva, a obsessão pelo controle do comportamento do outro e a insegurança afetam não apenas a liberdade individual, como também a confiança nos relacionamentos.

[...] o amor precisa ser o desejo de se unir a alguém, compreendendo essa pessoa como um ser livre. Ou seja, pensar o amor é nos questionarmos sobre a relação que estabelecemos com a liberdade do outro, nos perguntando o que exigimos da pessoa amada e o que fazemos com quem amamos [...] quando você se apodera do outro ou tenta controlá-lo, acaba tirando dessa pessoa a possibilidade de ser quem realmente ela é.
(Amar e ser livre é possível, p.13)

Em Amar e ser livre é possível, Marcos Lacerda alerta o público que, para alcançar a liberdade dentro de qualquer relacionamento, é necessário, em primeiro lugar, se autoconhecer. Ele guia o leitor para encontrar o “seu verdadeiro eu”, a fim de viver uma relação a dois sem perder a essência ou desrespeitar o próprio mundo emocional. "Quando não mergulhamos em nós mesmos, quando não sabemos do nosso autocuidado, da nossa forma de perceber a realidade, tendemos a responsabilizar as pessoas pelo poder que permitimos que elas tenham sobre nossa existência. Não existe liberdade individual sem autoconhecimento”, define o psicólogo.

Dividido em cinco capítulos, o especialista explica a importância de não ter medo de tomar decisões, seja no relacionamento ou fora dele, como compartilhar os sentimentos de forma transparente e, o mais importante, de que forma as pessoas devem assumir a responsabilidade da própria felicidade. O psicólogo também é autor de “Amar, desamar e amar de novo” e “Amar-se: uma viagem em busca de si mesmo”, ambos publicados pela VR Editora, selo Latitude.

Sinopse: SEJA LIVRE PARA AMAR! Amar e ser livre... como pode essas duas palavras andarem juntas?  Sim, elas podem. Mas aqui mora uma grande confusão: fomos ensinados que as duas coisas não estão relacionadas, pois nos acostumamos a entender que amar é estar “preso” a alguém ou que aquela pessoa é “exclusivamente minha”. E essa é uma visão que, na verdade, nos faz associar o amor à posse. E “posse” não combina com amor. Ficou complexo? Calma, bebê!  Acomode-se aqui no divã para uma conversa muito tranquila e você vai compreender melhor o que quero dizer. Pois, sim, o amor e a liberdade precisam caminhar juntos, para que cada pessoa saiba o seu lugar dentro da relação e na própria vida. 

 

Divulgação | VR Editora
Ficha Técnica:
Título: Amar e ser livre é possível
Subtítulo: Como viver o amor sem deixar de ser você mesmo 
Autor: Marcos Lacerda
Editora: Latitude
Gênero: psicologia | desenvolvimento pessoal | relacionamentos  
ISBN: 978-65-89275-29-9
 
Edição/ano: 1ª ed. /2022 
Formato:  16 x 23cm 
Páginas: 208
Preço: R$ 54,27
Link de venda:Amazon e  E-commerce VR Editora

 

Sobre o autor: Marcos Lacerda é psicólogo e influenciador digital. Nascido em João Pessoa, Paraíba, é mestre em Psicologia Social. Atende em sua clínica particular desde 1993. Dono do canal Nós da Questão, no YouTube, desde 2016, com mais de 1,5M inscritos, Marcos quer democratizar a psicologia pela internet, levando as pessoas a refletirem sobre suas próprias emoções e repensarem seus relacionamentos afetivos. Um verdadeiro despertar para a busca da qualidade de vida. 

Instagram: @mrmarcoslacerda

YouTube: Nós da Questão


Aprenda a declarar seu amor para sua mãe!


É muito comum ouvirmos a frase “você é a melhor mãe do mundo” e claro que isso gera alegria. Ouvir elogios como “você é linda”, “você é maravilhosa” e ganhar flores e presentes é gostoso, sem dúvida. Mas elogio é diferente de reconhecimento, sabia?

Quem vai te explicar a diferença é a Diana Bonar, especialista em gestão de conflitos e Comunicação Não Violenta.
“A CNV é uma abordagem de vida que nos ensina a expressar a nossa autenticidade, sentimentos e o que realmente importa. Não fomos educados a expressar verdadeiramente como outra pessoa torna a nossa vida mais maravilhosa. Nos nossos treinamentos é fácil vermos a troca de elogios entre membros de uma equipe, entre líderes, colaboradores e familiares. Mas quando chega a hora de aprofundar o elogio e transformá-lo em apreciação vem o nó na garganta, a vulnerabilidade, o choro de alegria e gratidão. É incrível como as pessoas têm dificuldade em manifestar o afeto e o melhor de si. E mostrar ao outro como ele é importante e nos alimenta a alma”, explica a especialista.



Mas afinal, qual é a diferença entre um elogio e uma apreciação?

Segundo Diana, o elogio é um rótulo positivo: você é inteligente, legal, diva, melhor mãe, sensível, por exemplo.  Já a apreciação conta sobre o que essa pessoa fez que nutriu em você sentimentos positivos e o motivo. Ela descreve sobre as suas necessidades importantes que foram atendidas e cuidadas na relação com a sua mãe ou qualquer outra pessoa, revelando o impacto positivo no seu ser e porque isso aconteceu. E é nessa hora que a maioria das pessoas, que falam ou recebem essa mensagem tão autêntica e sensível, se emocionam.

“As necessidades humanas são um elemento-chave na Comunicação Não Violenta, porque através delas nos aproximamos e criamos conexão. Algumas delas são: necessidade de apoio, fluidez, reconhecimento, amor, acolhimento, liberdade, autonomia, confiança, celebração, luto, paz interna, segurança física ou emocional, parceria. Pense na sua mãe, em toda doação de vida, tempo, dinheiro, afeto que ela já fez por você. Pense em toda renúncia que ela já fez na vida para cuidar de você e liste as atitudes e atos concretos que ela fez e faz.  Entre em contato com os sentimentos e necessidades que foram atendidas nessa relação”, ressalta Diana.



Veja alguns exemplos e diferenças:

Portanto, um elogio que diz: “mãe você é incrível, a melhor mãe do mundo, obrigada por existir.” Está escondendo o mais belo.


A apreciação seria:

1-“Mãe você é incrível, porque você dedicou tanto tempo para mim ao longo da sua vida. Porque sabe na minha voz quando estou bem ou não e sempre se coloca disponível para me dar colo”.


2-Você é a melhor mãe, porque você sempre confiou no meu potencial e me fez acreditar em mim em cada etapa da minha vida. Porque você esteve presente e acompanhou minhas histórias com amigas e inimigas, com namorados, nos términos”.


3-“Você é incrível, porque me educou a ser uma boa pessoa com os seus exemplos. Você trouxe leveza quando a vida estava cinzenta e derramou lágrimas em silêncio toda vez que eu ia viajar e demorava para voltar”.


4-“Você me faz uma pessoa melhor, mais segura e mais feliz. A vida não teria as mesmas cores em sua ausência, obrigada por tanto. Obrigada por cuidar de mim. Obrigada por existir”.


“A apreciação é uma declaração de amor. Neste Dia das Mães dê de presente uma declaração de amor”, finaliza Diana.


Pílulas diárias de acolhida e evolução feminina

Guiada pela neurociência, Abilene Rodrigues reúne textos 'ativacionais' para despertar coragem e autoconfiança todos os dias


Para ser aberto ao levantar ou mesmo na hora de deitar-se para dormir, o livro Pílulas para uma vida mais feliz e produtiva é a contribuição da escritora Abilene Rodrigues às mulheres que precisam de uma dose de coragem, conforto e inspiração para seguirem seus dias. Com 366 textos rápidos e curtos de sabedoria, um para cada dia do ano – incluindo os bissextos –, a autora toca as mais diversas áreas da vida para mostrar que é possível se conhecer ao ponto de ressignificar os acontecimentos da vida.

Cada pílula traz perguntas e conselhos práticos nos âmbitos pessoal, profissional e até mesmo financeiro. No formato “ativacional”, os textos ativam códigos cerebrais com o objetivo de incentivar a mudança; as leitoras são questionadas, desafiadas a pensarem sobre a própria realidade e tomarem nota. Por isso, nas páginas da obra há espaço para escrever e registrar a data das reflexões ou tomadas de atitude, com a possibilidade de, no futuro, voltar e reavaliar.

Ancorada em estudos da neurociência, com uma abordagem filosófica e espiritual, Abilene quer acolher mães, profissionais ou estudantes com a rotina apertada e que não têm tempo de ler. Por isso, busca fazer com que essas pequenas doses sejam de grande proveito, ao ponto de contribuir de forma evolutiva, na inteligência emocional, convívio, autoestima e superação de medos, por exemplo.

Ser alegre significa que somos excepcionalmente inteligentes, porque sabemos que
ao viver a vida num estado de prazer, conseguiremos enfrentar qualquer obstáculo
que surgir.
(Pílulas para uma vida mais feliz e produtiva, p. 42)

A partir de uma conversa sincera e sem rodeios sobre o ser e agir feminino, Abilene Rodrigues propõe a conexão das mulheres com a própria essência. “Quer ser feliz também de segunda a sexta-feira?”, “Você vive pelo que acredita?”, ou “Como reage às críticas?” são alguns questionamentos que vão incentivar as leitoras a encontrarem novos propósitos para viver cada dia de forma mais plena e significativa.

Divulgação / Abilene Rodrigues
FICHA TÉCNICA
Título: Pílulas para uma vida feliz e produtiva
Autora: Abilene Rodrigues
Editora: CoachI
ISBN/ASIN: 978-65-85220-002
Formato: 15 x 23 cm
Páginas: 403
Preço: R$ 70,00
Onde comprar: Editora CoachI

Sobre a autora: Abilene Rodrigues é natural de Foz do Iguaçu, no Paraná. Jornalista, com mais de 20 anos de experiência profissional, também é mãe, esposa e como muitas outras mulheres, passou por dificuldades que testaram os próprios limites. Em meio a uma depressão e declínio profissional, procurou ajuda nos livros e se apaixonou pela neurociência. Depois de ter aplicado o que estudou, começou a compartilhar essas experiências com pessoas à sua volta; e para fazer a transformação chegar a um público maior, se dedicou à literatura. Pílulas para uma vida feliz e produtiva é seu livro de estreia.

Redes sociais:
Instagram: @abilenerodrigues

 

Romance com gringos: 4 em cada 10 brasileiros estão abertos à possibilidade

Após ouvir centenas de pessoas, estudo descobriu que jovens são os mais interessados; para 60% dos entrevistados, idioma e distância são grandes desafios 

 

Ao que tudo indica, os brasileiros nunca estiveram tão interessados em um romance com gringos — e os dados estão aí para provar. Somente de 2020 para cá, as pesquisas online envolvendo o tema saltaram mais de 120% nacionalmente, entre buscas por redes sociais e apps de bate-papo com estrangeiros. Agora, em uma pesquisa da Preply, mais de 40% dos entrevistados admitiram: mesmo quem não cogita a hipótese no momento já pensou em viver uma “paixão internacional” no futuro.  

Para entender como as pessoas enxergam o assunto, recentemente, a plataforma de e-learning perguntou a 500 usuários se eles já se envolveram ou se envolveriam com estrangeiros, que tipo de vantagens uma relação como essa oferece e os desafios mais comuns em relacionamentos com gringos. Além das línguas e nacionalidades mais atraentes no país, ainda foram desvendadas as plataformas favoritas para conhecer pessoas de fora e, quem sabe, engatar em um amor sem fronteiras.

 

Principais conclusões

Espaços preferidos para conhecer gringos são as redes sociais (76%) e apps de namoro (43,8%);

Jovens (51%) são os que mais pensam no assunto, diferente dos mais velhos;

Nacionalidades mais atraentes para brasileiros são a italiana e estadunidense, enquanto línguas mais sexy são o inglês, francês e espanhol 


Romance internacional: os jovens dizem sim; os mais velhos, nem tanto 

Mesmo não faltando boas histórias de romances com gringos por aí, de forma geral, nosso estudo descobriu que os relacionamentos envolvendo outras nacionalidades não são tão comuns no país. Isso porque, quando questionados sobre suas experiências atuais ou passadas com estrangeiros, apenas 21% dos entrevistados disseram viver ou já ter vivido algo do tipo — uma porcentagem que pouco variou conforme o gênero, idade ou classe social das pessoas. 

No entanto, mesmo com a falta de experiências pessoais, diversos respondentes demonstraram abertura para a possibilidade de conhecer um estrangeiro no futuro. Em tempos nos quais não é difícil conhecer pessoas de fora virtualmente, mais de 40% dos usuários disseram já ter pensado no assunto, uma reflexão mais habitual entre os homens (46,2%) do que entre as mulheres (40,5%).

 


Os resultados também indicaram que viver um amor internacional futuramente é uma hipótese mais cogitada pelos jovens do que pelos mais velhos. Se comparadas as diferentes faixas etárias, por exemplo, 5 em cada 10 brasileiros entre 16 a 24 anos já pensaram no tema, um número maior que o encontrado entre pessoas com mais de 40 anos (36%). 

 

Entre desafios e aprendizados  

Se certos obstáculos são comuns em toda relação amorosa, não há dúvidas de que estar com uma pessoa de outra nacionalidade traz consigo suas próprias particularidades. De acordo com os brasileiros entrevistados, os maiores desafios ficam a cargo da barreira linguística (64,4%) e a distância geográfica (64,4%), que lideram a lista de dificuldades mais comuns.

 


“De fato, a barreira da língua pode até parecer um grande impedimento para a conexão entre pessoas de países diferentes. No entanto, com um pouco de prática e paciência, a tendência é que as trocas a dois se tornem cada vez mais confortáveis. Vale lembrar que, assim como a possibilidade de conhecer estrangeiros, hoje também conseguimos tirar nossas dúvidas e praticar um novo idioma com poucos cliques” afirma Yolanda Del Peso, especialista em Outreach da Preply.  

Mas, afinal, será que os brasileiros estariam dispostos a aprender um idioma diferente para um relacionamento amoroso? A resposta foi quase unanimidade, com cerca de 80% dos entrevistados afirmando que topariam, sim, o desafio. Só em seguida aparecem os indecisos (12%) e aqueles que afirmam com todas as letras: não encarariam outra língua em nome do amor (9,8%). 


Quanto aos benefícios, muitas pessoas parecem concordar que embarcar em um “relacionamento sem fronteiras” é como descobrir um novo mundo do zero, uma verdadeira experiência de enriquecimento cultural. Não à toa, a maioria dos respondentes disseram que aprender ou aprimorar um novo idioma (78,6%), poder viver em outro país (69,8%) e ter contato com novos costumes e tradições (71,4%) são algumas de suas grandes vantagens. 

 

Afinal, quem são os crushes nacionais?

Os gringos podem respirar aliviados: dada a quantidade de empates no pódio, há espaço para muita gente no coração dos brasileiros. Para se ter uma ideia, depois de uma disputa acirrada, o topo do ranking das nacionalidades mais atraentes foi encabeçado não por uma, mas duas — os italianos e os estadunidenses. O mesmo também aconteceu com o segundo lugar dos crushes nacionais, ocupado simultaneamente pelos franceses e espanhóis. Do top 3, apenas o terceiro lugar foi ocupado por uma única população: a portuguesa.


De certa forma, é possível dizer que uma lógica similar se aplica à preferência dos brasileiros pelos idiomas, visto que o inglês, o espanhol e o francês foram eleitos, respectivamente, os mais sexy do mundo segundo os respondentes. 


Esbarrando com gringos pela internet

Os números não nos deixam mentir: pelo menos no Brasil, o interesse em interagir virtualmente com estrangeiros é algo que vem crescendo a cada ano. Somente de 2020 a 2023, as buscas online em torno do tema saltaram 122% (no Sul e Sudeste, o crescimento passa dos 130%), entre pesquisas como “apps para namoro internacional” e “como conhecer gringo” — o que também sugere certa dúvida sobre por onde começar.  

Para nossos entrevistados, os espaços mais eficazes para “trombar” com pessoas de fora ainda são as redes sociais (76%), seguidas por apps de namoro como o Tinder, Happn e Badoo (43,8%).

 


Outras opções válidas são os bons e velhos aplicativos de mensagens (32,4%), plataformas de intercâmbio de idiomas (29,8%) e websites de chats online (14%), mais famosos há alguns anos. De toda forma, dos jogos (12,4%) aos fóruns (13,2%), opções certamente não faltam!

 

Preply
https://preply.com/pt/

 

Persuadidos da própria casa

Em animais humanos e não humanos, a capacidade de pensar é tema muito estudado. Charles Darwin – não por acaso algumas pessoas marcam a História – estudou, entre outros, o “pensamento” das minhocas. 

Darwin colocava papéis recortados em forma de cunha próximo às tocas desses anelídeos. Bem, eles “escolhiam” conduzir os papeis ao interior da toca pela ponta aguda, facilitando seu ingresso nos buracos.

 

Há, pois, “inteligência” incipiente nas minhocas. Mas, haveria pensamento? O Houaiss define pensamento como a “faculdade que tem como objetivo o conhecimento”. Não concordo com “tem por objetivo”.

 

Pensamento é inerente a alguns organismos (inscrição biológica). Faculdades orgânicas não possuem finalidade intrínseca. Admitir finalidade é compreender os organismos como criação. A evolução é errática.

 

Pelos milênios de evolução, restamos seletivamente com certos atributos, entre os quais está o pensar. Pensar, pois, é uma característica final (restamos com ela), não é um projeto inicial (desenho com objetivo).

 

Da minhoca ao cachorro. Cachorro pensa? Alguns estudos afirmam que sim. Eles sabem, porém não sabem que sabem. Pensam rudimentarmente e não conseguem pensar sobre o próprio pensamento.

 

Os mamíferos “inteligentes” têm emoções básicas: amor, saudade, satisfação, medo, asco, alegria, raiva, susto. Esses animais não possuem os sentimentos morais: culpa, orgulho, desprezo, vergonha.

 

O pensamento humano não é “puro”, mas valorado. Não é denotado, mas conotado. Contém subjetividades e é emocionado. Carrega nossas convicções. Não conseguimos ter um pensamento neutro.

 

Descartes (1596 – 1650) propôs que suspeitemos de tudo o que pensemos. Ele desconfiou até da própria existência. Concluiu que existia porque, afinal, pensava: “Penso, logo existo” (cogito ergo sum).

 

Espinosa (1632 – 1677) foi o primeiro filósofo a avisar que corpo e mente são coisas inseparáveis: o corpo pensa. Propunha uma ética demonstrada e que fossemos racionais para escolher a “melhor vida”.

 

Afrontou a superstição e a metafísica. Arrostou as verdades religiosas. Não acreditava em livre-arbítrio. O presente advém de causas anteriores e circunstanciais sobre as quais não incidimos (historicidade).

 

Defendia, contudo, que, compreendendo as ideias e submetendo as paixões à razão, podemos agir em face das circunstâncias. É dizer: pensar o próprio pensamento, buscando orientar-se às ideias “adequadas”.

 

Espinosa prestigiava o conhecimento: “único bem verdadeiro”. Somos alegres ao conhecemos que conhecemos; somos lúcidos ao sabermos que fatos, situações ou pessoas nos afetam (seres no mundo).

 

Saberes distintos do meu, portanto, não são, a priori, certos ou errados. Ao avaliar com desdém pensamentos diversos do meu, demonstro afetos ruins: não me elucido; não me alegro; não aprendo.

 

Os termos racionais propostos por Espinosa são difíceis. Nietzsche, não obstante, exige mais: desprezando crentes e crenças, deseja que aprendamos a pensar na contramão de nossas convicções.

 

Propõe: “Uma convicção é a crença de estar, num ponto qualquer do conhecimento, de posse da verdade absoluta [...] A hipótese prévia de todo crente de qualquer tendência era não poder ser refutado;

 

Não foi a luta das opiniões que tornou a história tão violenta, mas o conflito da fé nas opiniões, ou seja, das convicções” (Humano, Demasiado Humano, §630). Eis a contenda dos “caluniadores da razão”.

 

Minhocas “escolhem”. Cachorros pensam, mas não sabem que pensam. Humanos pensam e sabem que pensam (sapiens sapiens); em geral, todavia, não pensam sobre o próprio pensar. Tomam-se de convicção.

 

O Brasil está tomado de persuadidos da própria causa. Soberba. Foros de certeza são violentos; convictos violentam a razão. O debate público brasileiro precisa de mais aprendizado e menos convicção.

 

Léo Rosa de Andrade
Doutor em Direito pela UFSC.
Psicanalista e Jornalista.

 

A mulher e a maternidade

Celebrando a notável resiliência da das mulheres na maternidade no Dia Internacional da Mulher


As mulheres têm um dia do ano dedicado a elas por uma boa razão. O dia é marcado pela celebração dos avanços políticos, sociais e culturais lutados pelas mulheres. Nota-se que ser mãe não está detalhado entre as conquistas, mas sempre foi associado ao ideal de ser uma mulher completa.

Ser mãe, mulher, educadora e trabalhadora requer uma série de habilidades que consistem em manter uma boa saúde mental para lidar com os problemas do dia-a-dia. E muito comum percebemos as mulheres bscando suas idealizações e se cobrando cada vez mais por não conseguirem muitas vezes atingirem as expectativas alheias, portanto, a psicanalista Regina Braghittoni sempre diz que o processo terapêutico e de auto conhecimento e extremamente gratificante para lidar com as adversidades que o mundo traz.

A maternidade pode ser uma experiência poderosa e transformadora. O papel das mães evoluiu e mudou ao longo do tempo, mas seu impacto na vida de seus filhos e na sociedade permanece incomparável. Ao celebrarmos o Dia Internacional da Mulher, é importante reconhecer o papel vital que as mães desempenham na formação do mundo e do futuro da humanidade.

Segundo a psicanalista, as mães são as primeiras professoras de seus filhos. “Eles os ensinam a andar, falar e navegar pelo mundo ao seu redor. Eles incutem valores como gentileza, empatia e respeito e fornecem um ambiente seguro e estimulante para que seus filhos cresçam e prosperem. As mães também costumam ser as principais cuidadoras, responsáveis por alimentar, vestir, confortar seus filhos e formar quem serão no futuro”, explica a especialista.

No entanto, a experiência da maternidade nem sempre é fácil. “As mães enfrentam inúmeros desafios, desde noites sem dormir até às demandas emocionais e físicas de cuidar de um filho, às vezes sozinhas. Também enfrentam pressões e expectativas sociais, desde equilibrar o trabalho e as responsabilidades familiares até a conformidade com os papéis e estereótipos de gênero”, diz Regina

Devemos honrar e apoiar as mulheres, reconhecer suas contribuições e trabalhar para garantir que sejam tratadas com o respeito e a dignidade que merecem. Ao fazer isso, podemos criar um mundo mais justo e equitativo para todos.

 

Regina Braghittoni - Psicopedagoga e Psicanalista de adolescentes e adultos
@regina.braghittoni

 

Você é perfeccionista e costuma se autocobrar com frequência? Saiba como esses hábitos podem prejudicar a sua saúde mental

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Psicólogo explica quando é necessário buscar ajuda profissional e quais são os pontos que servem de alerta 

 

Medo frequente de cometer erros, busca incessante para se atingir os melhores resultados e repetição frequente de tarefas ou atividades por achar que não estão boas o suficiente são algumas ações que podem caracterizar um indivíduo perfeccionista. Querer fazer algo bem-feito pode ser uma premissa comum para muita gente, mas essa questão se torna um problema quando vem acompanhada de autocríticas e autocobranças exageradas porque gera um sofrimento emocional e diversos impactos na saúde mental. 

Além de ocasionar um quadro de ansiedade generalizada, o perfeccionismo também pode contribuir para o surgimento do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). A pessoa, por achar que determinada atividade que está sendo desenvolvida não está correspondendo a um padrão de qualidade, que é imposto por ela mesma na maioria dos casos, repete aquilo por várias vezes, e isso gera estresse, irritação e até frustração, principalmente, se o resultado não sair conforme o esperado. Além de demandar um tempo maior para uma única tarefa, deixando as demais em segundo plano. 

De acordo com o psicólogo e professor de do curso de Psicologia da UNINASSAU Paulista, Cleyson Monteiro, O perfeccionismo e a autocobrança andam juntos e são condicionantes comportamentais que precisam ser cuidadas com atenção. "Para lidar com as adversidades causadas por essas condicionantes é necessário estabelecer uma rotina de cuidados com a saúde psíquica, saúde física, relações sociais, além de praticar mais a tolerância consigo mesmo, para compreender e aceitar que em alguns momentos ela vai falhar porque ninguém é perfeito, é preciso aprender a lidar e superar as frustrações", orienta. 

O psicólogo ainda reforça que encontrar um meio termo e buscar um equilíbrio é fundamental para casos como este. "O ideal é encontrar um equilíbrio entre a condição que você tem para desempenhar determinada função, com o tempo e conhecimento disponíveis, aliados ao que você pode fazer de melhor, respeitando as suas possibilidades e limites. Podemos substituir a perfeição pela eficiência, pela eficácia , fazer o melhor dentro das condições que nós temos", explica. 

O momento indicado para buscar ajuda profissional é quando o indivíduo não consegue atender as demandas do dia a dia, profissionais, pessoais e afetivas, por estar focado na repetição de tarefas, na busca pela perfeição, na autocobrança do que se tem que fazer ou autocrítica demasiada pelo que foi feito. 

"Quando ele deixa de ser cuidadoso e afetuoso com as pessoas que se relaciona, quando passa a ser mais irritado porque percebe que os seus projetos nunca correspondem ao padrão de qualidade que foi estabelecido, quando perde muito realizando um trabalho porque está sempre vendo ou apontando defeitos, que muitas vezes apenas ele mesmo enxerga, e acha que precisa refazê-lo são alguns indícios no qual identificamos a necessidade da ajuda de profissionais habilitados para controlar e reverter essa situação. Quanto mais cedo isso for identificado e tratado, menos sofrimento será gerado para quem convive com esse tipo de comportamento", finaliza Cleyson Monteiro.

 

10 dicas para desenvolver uma boa conversa

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 Especialista em comunicação e oratória explica a importância de melhorar a habilidade de conversar


 

Saber iniciar, desenvolver e encerrar um assunto é uma habilidade importante em nosso dia a dia, porque dessa maneira conseguimos construir bons relacionamentos profissionais.

 

Além disso, melhora a autoestima e autoconfiança, porque em alguma oportunidade de iniciar uma conversa com um desconhecido, como um novo cliente, ou até mesmo participar de um evento de networking, saber quebrar o gelo e iniciar um assunto traz muito mais segurança.

 

Segundo Fernanda de Morais, Fonoaudióloga Mentora e Especialista em Comunicação e Oratória, para vencer a timidez e a dificuldade de conversar com as pessoas, o primeiro passo é mudar o mindset (pensamento), pois quando conversamos não é necessário fazer um grande discurso. As melhores conversas são aquelas que além de falar, escutamos com atenção.


Dessa forma, mesmo sendo tímido é possível saber conversar e deixar uma boa impressão na outra pessoa se interessando genuinamente por ela.

 

Para algumas pessoas, construir uma boa conversa pode ser desafiador, porém seguindo alguns passos, é possível estabelecer uma ótima conexão. Primeiro, encontre algo em comum com a outra pessoa. Pode ser profissão, filhos ou interesses, por exemplo. Este é um ótimo passo para ter assunto. Depois, demonstre interesse pelo outro por meio do olhar, com acenos de cabeça e fazendo perguntas pertinentes para entender com mais detalhes um assunto. Na sequência também é interessante compartilhar exemplos pessoais do assunto que estão conversando. Lembre-se de ser natural e espontâneo.

 

“Antes de escolher o assunto seja observador, pois não adianta trazer um assunto que seja irrelevante ao ouvinte. Dessa forma, observe o que a outra pessoa gosta de falar ou fazer e explore isso por meio de perguntas abertas (como, por que, quando, de que forma), assim, você dará a chance da outra pessoa discorrer sobre esse assunto”, destaca Fernanda de Morais.

 

Para finalizar, a especialista compartilha 10 dicas para desenvolver uma boa conversa:

 

1.      Saiba escutar e evite interromper

2.      Faça perguntas abertas

3.      Evite distrações

4.      Use uma linguagem corporal positiva: sorria e mantenha uma postura aberta

5.      Fale com clareza

6.      Varie a sua voz de acordo com o assunto

7.      Evite julgamentos precipitados sobre a outra pessoa

8.      Compartilhe experiências pessoais

9.      Respeite a opinião da pessoa, mesmo que seja diferente da sua

10.  Encerre a conversa de forma amigável agradecendo pela conversa

  



Fernanda de Morais - Diretora Voice Care Treinamentos e Palestras. Fonoaudióloga Mentora e Especialista em Comunicação e Oratória
Instagram: @fe.demorais


Estudo diz que dormir acompanhado pode ser a solução dos seus problemas

"Um sono tranquilo ao lado da pessoa ideal pode ser a melhor terapia para a mente e para o coração." diz o especialista. Mas o que será que diz a ciência? 

 

Muitas pessoas sofrem com problemas de sono e por mais incrível que pareça, um dos fatores que pode influenciar segundo Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos do MeuPatrocínio e o estudo realizado pela Universidade do Arizona, é a falta de uma companhia na cama.

O estudo avaliou o sono de mais de mil adultos no estado da Pensilvânia e constatou que dormir ao lado de alguém que te faz bem proporciona uma qualidade de sono maior. Pessoas que dormiam com filhos, sozinhos ou com outros parentes apresentavam mais problemas de sono em comparação àqueles que dormiam com um parceiro romântico.

Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos do MeuPatrocínio diz que “Dormir com alguém que você gosta claramente gera maior conforto, somos seres sociais, habituados a dormir acompanhados desde nossa versão mais primitiva. Ter uma relação sexual saudável também ajuda muito, fora o dia a dia tendo uma vida saudável, em um relacionamento sem drama e transparente.” 

Segundo Bittencourt, dificuldade financeira é um dos principais motivos de insônia entre os brasileiros. “Como para quase tudo na vida, existe uma solução até para isso. Hoje em dia as mulheres estão cansadas de relacionamentos com homens imaturos e sem estabilidade financeira, e por isso elas tem recorrido cada vez mais ao relacionamento Sugar, em que existe uma estabilidade financeira e o dinheiro não é um problema, o que acaba contribuindo para um relacionamento saudável. Tirar essa preocupação, da falta de dinheiro, trás uma tranquilidade maior”, complementa Caio Bittencourt. 

Um relacionamento saudável, onde ambos são sinceros e deixam claro seus objetivos de vida, gera uma relação leve e confortável. O que, consequentemente, faz com que você viva a vida de maneira mais tranquila, melhorando o sono, o estresse e a ansiedade. 

Caio finaliza dizendo que "é importante estar com alguém que seja maduro, que possa te proporcionar bons momentos, que venha para agregar e não ser um retrocesso na sua evolução como pessoa. Dormir com alguém que realmente te faça bem. Um sono tranquilo ao lado da pessoa ideal pode ser a melhor terapia para a mente e para o coração." 

Para quem dormiu com o companheiro, os relatos de insônia foram menores, além de terem menos fadiga e menor risco de "roncos”, também tinham menores índices de depressão, ansiedade e estresse. Já quem dorme sozinho, teve como resultado maiores chances de depressão, menor suporte social e menos satisfação com a vida e relacionamentos. Dormir ao lado da pessoa ideal pode trazer benefícios para o sono e para a saúde mental.

 

Superdotação ou esforço? Especialista ensina a diferenciar



Segundo o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu, muitas vezes os resultados positivos podem vir de estímulos e pressão dos pais, não necessariamente de superdotação

 

A superdotação é uma condição caracterizada por maior potencialidade em talentos e habilidades acima da média, o que ainda é tido como uma característica que leva as crianças a um desempenho fora do comum, em especial, em alguns casos, nas atividades escolares.

 

Mas esse tipo de resultado, como explica o Pós PhD em neurociências e especialista em QI, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, nem sempre pode ser explicado exclusivamente por um alto QI, mas também pode ser fruto de um esforço para suprir as expectativas dos pais.

Quando uma criança se destaca bastante em uma determinada área, tira excelentes notas ou é bastante criativa logo vem à cabeça dos pais que a criança pode ser superdotada e são feitos testes de QI, mas isso pode surtir efeito contrário”.

As habilidades fora da média podem ser uma tentativa dos filhos de atender às altas expectativas dos pais, que acreditando que os filhos possuem talentos mais desenvolvidos, acabam os pressionando por resultados melhores, nesses casos um teste de QI que descarte a possibilidade de superdotação pode desencadear frustrações na criança, por isso é preciso ter bastante cuidado” Explica Dr. Fabiano.

 

Como saber se meu filho realmente tem superdotação?


Existem alguns sinais que podem indicar que seu filho realmente possui altas habilidades, como curiosidade aguçada, excelente memória, facilidade de aprendizado, raciocínio rápido, entre outros, mas é importante observá-los no contexto e ao longo do tempo, não se basear em eventos isolados” Afirma Dr. Fabiano. 

Além disso, para ter certeza é preciso realizar um teste de QI e comparar o resultado com a média da idade da criança, mas em certos casos o teste pode não ser uma boa opção, como dito, pois um resultado negativo pode gerar desapontamento desnecessário à criança, deve-se analisar caso a caso e considerar a possibilidade de realizar o teste durante a adolescência ou até mesmo na idade adulta quando o cérebro estará mais formatado”. Esclarece. 

 

 

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Pesquisador e especialista em Nutrigenética e genômica. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society.

 

O papel da terapia cognitiva comportamental no desenvolvimento emocional de uma criança

Unsplash - Susana Coutinho
 Saiba como uma ajuda terapêutica pode melhorar a saúde mental do seu filho ou da sua filha, além de ampliar seus recursos para lidar com situações desafiadoras 

  

Você sabe como funciona uma terapia infantil e quando ela é necessária? Assim como nós adultos, as crianças também precisam cuidar da saúde mental. A diferença é que o processo terapêutico infantil funciona a partir de métodos lúdicos como brincadeiras, desenhos e uma linguagem adequada e compreensível aos pequenos para tratar de assuntos importantes  como o problemas emocionais, comportamentais e de desenvolvimento. Isso é terapia infantil. 

Geralmente a primeira sessão acontece com os responsáveis buscando coletar informações importantes, dados e possíveis queixas e demandas principais. As sessões podem ser feitas de forma individual ou em conjunto com os pais ou responsáveis, depende de cada caso. O profissional sempre dará o suporte necessário para que a família saiba como lidar com as questões em casa, na escola e em todos os ambientes de convivência da criança.

A terapia pode dar início a uma fase muito importante na vida de uma criança. Pode ser aplicada para que aprendam a lidar com dificuldades de aprendizado, separação dos pais, inseguranças, ansiedades, medos, nascimentos de um novo irmão ou irmã, luto, transtornos como tdah, comportamentos agressivos, problemas de relacionamento, traumas e assim por diante.

Por isso, a cada dia que passa, torna-se mais comum encontrar crianças que fazem terapia semanalmente ou quinzenalmente. Isso acontece não só porque distúrbios como ansiedade e depressão infantil estão aumentando, mas porque é justamente durante a primeira infância que as emoções humanas se desenvolvem e nutrem a personalidade de uma criança. 


Como funciona a terapia cognitivo-comportamental?

A terapia cognitiva comportamental infantil é uma das possíveis abordagens que um psicólogo pode aplicar para atender o seu público. É uma abordagem bastante reconhecida pela classe de psicólogos modernos e bastante utilizada por terapeutas durante o tratamento com diferentes públicos, incluindo as crianças. Surgiu nos anos 60 em estudos realizados pelo psicólogo Aaron Beck que buscou entender a influência da cognição sobre as emoções, comportamentos e sentimentos que, consequentemente, ajudava a identificar possíveis transtornos em seus pacientes. 

Essa terapia funciona como um processo de desenvolvimento das habilidades socioemocionais e comportamentais da criança, ajudando-a a lidar com o turbilhão de sentimentos desenvolvidos por meio de estímulos familiares, escolares e mesmo midiáticos.  O processo terapêutico trabalha essas situações, a partir da compreensão de que não são os eventos que presenciamos que influenciam diretamente no comportamento das crianças, mas sim a forma como os pacientes encaram e interpretam esses momentos. Com essa compreensão, o trabalho do terapeuta é entender as influências dos pensamentos em relação às emoções e os comportamentos dos pequenos. 

No consultório, por vezes, chegam crianças com questões relacionadas a como elas interpretam os eventos que acontecem e o que elas têm internalizado a respeito disso, de suas emoções e como se sentem. Por isso, é importante que o terapeuta entenda o que precisa ser trabalhado, ou seja, quais são os comportamentos que estão sendo repetidos, como as crianças lidam com as suas próprias emoções, em que situações surgem esses comportamentos, entre outros aspectos importantes. 

Além disso, na TCC (Terapia Cognitiva Comportamental) é essencial que o vínculo terapêutico seja estabelecido com a criança. Às vezes tendemos a pensar que a criança não entende muito sobre estabelecer conexões, porém elas são muito sensíveis quanto a isso. Estabelecer um vínculo forte e agradável é muito necessário no processo terapêutico infantil, faz com que a criança confie no terapeuta e se sinta mais à vontade para falar sobre seu dia, seus amigos, rotina e até mesmo seus medos, angústias e desejos. Durante o processo com as crianças, os pais são grandes aliados, ajudando em todo o percurso, observando os contextos em que a criança está inserida e quais têm sido as reações dela. 

Se o seu filho ou a sua filha está passando por esses desafios e você não sabe por onde começar é válido buscar ajuda terapêutica. Esse processo com certeza irá melhorar a saúde mental da criança, podendo auxiliar na melhoria do rendimento escolar, diminuir a ansiedade e ampliar os recursos que a criança tem para lidar com situações desafiadoras. Aos poucos,  os avanços serão percebidos pelos adultos que convivem com a criança e isso fará com que ela se sinta ainda mais amada e acolhida.  

 

Helen Mavichian - psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É graduada em Psicologia, com especialização em Psicopedagogia. Pesquisadora do Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui experiência na área de Psicologia, com ênfase em neuropsicologia e avaliação de leitura e escrita. 

 

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