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terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Os impactos das superbactérias na saúde pública e quais caminhos seguir para mitigar os riscos

Especialista do ramo tira as principais dúvidas acerca de patógenos e fala como a população pode se prevenir


A medicina é composta por diversas áreas, cada uma com suas especificidades. Há aquelas mais conhecidas pela população, como oncologia, ortopedia e ginecologia, mas existem diversas outras ramificações. Muitas, inclusive, são correlatas, o que pode trazer uma grande dúvida à população sobre a quem recorrer para cuidar de sua saúde. Diante de um cenário em que a pandemia de Covid-19 persiste em todo mundo há cerca de dois anos, uma especialidade agora tem ganhado mais destaque: a infectologia.

"Em linhas gerais, essa é uma área medicinal focada nos cuidados e estudos de doenças infecto-contagiosas, sejam causadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários ou vírion. São esses profissionais que estão na linha de frente de tratamentos de doenças como a Covid-19, H1N1, dengue, peste, raiva, febre amarela, dentre outras", explica o Dr. Hugo Morales, médico infectologista, diretor médico e cofundador da startup Laura, que utiliza a Inteligência Artificial para a coordenação dos cuidados com a saúde dentro e fora dos hospitais.

Apesar da pandemia de SARS-COV-2 ser algo de extrema preocupação para a saúde pública ao redor do globo, existe uma epidemia global silenciosa rodando em paralelo, que é tão preocupante e perigosa quanto o coronavírus: as superbactérias e sua resistência aos antibióticos. De acordo com estudos da Organização das Nações Unidas - a ONU -, estima-se que, por ano, mais de 700 mil pessoas morram por conta dessa resistência e, a partir de 2050, os números devem chegar à alarmante marca de 10 milhões de óbitos.

Pensando em auxiliar a população a entender e mitigar os riscos, convidamos Morales para explicar as principais dúvidas sobre o tema. Confira abaixo.


O que são as superbactérias e por que elas são perigosas?

As superbactérias são aquelas que, através de uma seleção natural, adquirem genes de resistência à múltiplas classes de antibióticos, tornando cada vez mais difícil o cuidado e o tratamento adequado das infecções causadas por elas. Sendo assim, a infecção por essas bactérias apresenta um grande desafio por limitar as opções terapêuticas. Há, inclusive, bactérias que são resistentes a todas as classes de antibiótico. Por esse motivo, esses quadros podem ser graves, podendo levar até mesmo à morte.


Como elas se tornam resistentes aos medicamentos?

A resistência aos antimicrobianos tem aumentado muito por causa do uso abusivo do medicamento. Isso se deve, pois, as bactérias se reproduzem de uma forma muito rápida (a cada 20 minutos, em média), e a cada vez que ela tem uma reprodução, podem ocorrer mutações. A maioria dessas mutações não deixam a bactéria "mais poderosa", inclusive são maléficas à própria bactéria. Contudo, algumas mutações podem conferir resistência aos antibióticos.

Então, quando temos essas bactérias que estão resistentes com a mutação e expomos ao antibiótico, matamos todas as bactérias sensíveis e só prevalecem aquelas que têm resistência na sua genética. E é justamente por isso que o uso abusivo é perigoso, pois há uma seleção bacteriana no organismo. Mas é importante entender que a causa da resistência é multifatorial e sistêmica, passando desde falhas no saneamento básico até o uso indiscriminado do antibiótico no setor agropecuário.


As bactérias sempre são as vilãs?

Existem muitas bactérias que são benéficas para nosso organismo. Inclusive, a maioria absoluta das bactérias são "boazinhas". Para se ter uma ideia, há mais bactérias que células humanas em nosso corpo e elas têm funções fundamentais, como a contribuição na digestão de alimentos e também na proteção contra bactérias patogênicas, por exemplo. Esse convívio em harmonia do nosso corpo com as bactérias é denominado de uma relação sinérgica.

Quando falamos de tomar um antimicrobiano (antibióticos), existe um grande risco de matar as bactérias comensais ("boazinhas"). Para exemplificar, imagine o seguinte cenário: você está com uma dor de garganta, pede a um médico prescrever um antibiótico para ajudar a curar. O problema é que esse medicamento não vai, especificamente, para sua garganta, mas, sim, tem uma absorção em todo organismo e se distribui no intestino, na pele e no pulmão, por exemplo.

O que pode acontecer é que se você tiver alguma bactéria resistente ou que tem uma mutação genética de resistência, o antimicrobiano vai selecionar e matar as bactérias sensíveis, e aquelas resistentes, irão permanecer. Além disso, o uso de antibiótico causa uma desarmonia na microbiota do intestino, fazendo com que algumas poucas bactérias prevaleçam. Isso torna o ambiente mais suscetível à infecções, por exemplo.


Quais soluções e medidas podem ser tomadas para diminuir o uso errado desses medicamentos?
A prescrição de antimicrobiano é um ato médico, então é fundamental uma análise do caso e pensar se aquele quadro clínico é realmente compatível com uma infecção bacteriana ou se tem outra causa (viral, por exemplo). Em casos de pacientes graves, deve-se iniciar o tratamento empírico imediato e realizar a coleta de culturas para tentar identificar a causa e a bactéria causadora. Já em outras infecções leves, pode-se realizar a investigação ou acompanhar a evolução do caso sem começar antibióticos. Para aumentar a chance de acerto terapêutico, é fundamental um profundo conhecimento do perfil de sensibilidade e os protocolos institucionais, de cada hospital.

Para isso, já existem algumas ferramentas tecnológicas no país que auxiliam médicos prescritores nas tomadas de decisões e gerenciamento de riscos. Um exemplo disso é a solução Laura Antimicrobial Stewardship - Powered by MSD, que utiliza Inteligência Artificial para medir e sinalizar piora clínica nos pacientes, bem como auxilia o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar a entender os padrões de consumo de antimicrobianos e perfis de sensibilidade em tempo real.


Uso de oxigenoterapia de alto fluxo diminui tempo de recuperação clínica em casos graves de Covid-19

De acordo com estudo realizado na Fundação Valle del Lili, na Colômbia, com apoio de pesquisadores do Hcor, técnica também reduz necessidade de suporte mecânico ventilatório invasivo


Um estudo conduzido pelos pesquisadores do Departamento de Medicina Intensiva da Fundação Valle del Lili, na Colômbia, com apoio técnico do Instituto de Pesquisa do Hcor – hospital multiespecialista de São Paulo – concluiu que o uso de oxigenoterapia de alto fluxo através de cânula nasal diminui o tempo necessário para recuperação do paciente.

A pesquisa, conduzida pelo Dr. Gustavo A. Ospina-Tascón, intensivista da UTI da Fundação Valle del Lili, publicada em uma das mais importantes revistas médicas do mundo, o Journal of the American Medical Association (JAMA), nesta terça-feira (7), também demonstrou que a técnica reduz a probabilidade de ele ser submetido à intubação e conexão com ventilação mecânica invasiva.

No que diz respeito ao tempo de recuperação clínica, o intervalo caiu de 14 para 11 dias, nos pacientes que receberam a oxigenoterapia de alto fluxo. Já o risco de intubação teve queda de 51% para 34% entre um grupo de participantes e outro, sendo o que recebeu a oxigenoterapia de alto fluxo o maior beneficiado.

De acordo com Ospina, o ensaio clínico buscou comparar duas estratégias de suporte respiratório não invasivo introduzidas muito cedo após a identificação de insuficiência respiratória aguda induzida pela Covid-19. Assim, um primeiro grupo de pacientes utilizou uma estratégia convencional de suporte ao oxigênio (com fluxos de oxigênio de até 15 L/min) enquanto o segundo grupo contou com uma estratégia de oxigenoterapia de alto fluxo fornecida através de uma cânula nasal especial (capaz de gerar fluxos de oxigênio de até 80 L/min).

Os pacientes foram separados em grupos de maneira randomizada (aleatória) e acompanhados em três hospitais colombianos: Fundação Valle del Lili, Clínica de la Universidad de la Sabana em Chía (Cundinamarca) e o Hospital Santa Clara, em Bogotá.

Ainda segundo o pesquisador, a diminuição dos níveis de oxigênio no sangue é uma das características clínicas mais importantes dos casos graves de Covid-19. Por isso, a suplementação de oxigênio (classificadas como invasivas e não invasivas) são um dos pilares fundamentais na gestão desses casos, com o objetivo de ajudar a melhorar a oxigenação do sangue e reduzir o esforço feito pelo paciente para respirar.

“O estudo tinha como objetivos (1) avaliar a probabilidade de progressão da doença com posterior necessidade de intubação e conexão à ventilação mecânica invasiva no prazo de 28 dias após a crise respiratória; e (2) avaliar o impacto de cada uma das estratégias sobre o tempo necessário para alcançar a recuperação clínica”, explica.

Para o Dr. Alexandre Biasi, diretor do Instituto de Pesquisa do Hcor, responsável pela análise de dados do estudo, os resultados da pesquisa são altamente relevantes em meio à situação atual mundial, uma vez que a pandemia ainda não terminou, e o aparecimento de novos picos de infecções e, consequentemente, de pacientes com manifestações respiratórias graves é esperado. “A redução do número de intubações geradas pela terapia de alto fluxo de oxigênio deve ser refletida em pacientes com menos complicações, menor tempo de recuperação e consequente maior disponibilidade de leitos e recursos de UTI”, prevê Biasi.

Todos os detalhes do ensaio clínico podem ser consultados e baixados gratuitamente no site da revista (https://jamanetwork.com/journals/jama)

 

A corrida por respiradores

No início da pandemia de Covid-19, não havia certeza sobre qual seria a estratégia de suporte respiratório mais adequada para abordar inicialmente os casos mais graves. No entanto, considerando a gravidade da queda dos níveis de oxigênio no sangue nesta doença, a primeira possibilidade contemplada foi o uso imediato de ventilação mecânica invasiva, que envolveu a intubação do paciente e sua conexão com um ventilador mecânico.

Assim, uma das principais inquietações em 2020 era se o número de ventiladores mecânicos disponíveis nos sistemas de saúde seria suficiente para lidar com a magnitude da emergência. No entanto, uma maior preocupação foi gerada quando dados de países que inicialmente enfrentaram a emergência mostraram uma alta taxa de mortalidade inesperada naqueles pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva.

O dado contrastou com índices pré-pandemia mostrando que, em casos graves de insuficiência respiratória aguda, o próprio paciente poderia auto-induzir mais lesões pulmonares, aumentando brutalmente seu esforço para respirar quando inadequadamente apoiado.  

Assim, os pesquisadores se dedicaram a avaliar em estudos clínicos respostas sobre a melhor estratégia inicial de apoio respiratório em casos graves da doença.


6 cuidados com os olhos das crianças nas férias de verão

Clima quente e atividades aquáticas podem contribuir para doenças oculares


As férias escolares chegaram! Os meses de dezembro e janeiro são propícios para atividades de lazer, como ir à praia, ao clube, frequentar rios e cachoeiras, além das brincadeiras ao ar livre. Contudo, é preciso adotar cuidados com os olhos das crianças nas férias de verão que são bastante específicos.
 
Isso porque o verão aumenta a chance de a criança desenvolver alguns problemas oculares. Dessa maneira, com a ajuda da oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo, elaboramos 6 dicas de como garantir a diversão e manter a saúde ocular em dia.
 
 1- Investir em óculos de natação

Nem sempre a água de piscinas, mar, rios e cachoeiras é limpa o suficiente. Em muitos casos, a água pode estar contaminada com micro-organismos que podem levar ao desenvolvimento de doenças como conjuntivite. Tanto a água de piscinas tratadas com cloro, quanto a água do mar podem causar irritação e alergias.
 
Por isso, a recomendação é investir em um bom óculos de natação para proteger os olhos dos pequenos durante essas atividades aquáticas. Caso a criança ou adolescente use lentes de contato, deve retirá-las para essas práticas.


 
2-Óculos de sol e chapéu

Outro perigo para os olhos são os raios solares. Seja na praia ou na piscina, o ideal é que a criança use óculos de sol com proteção UVA/UVB. Procure óticas especializadas para encontrar óculos infantil. 
Além dos óculos, que pode ser mais difícil para a criança aceitar, invista em bonés e chapéus para reforçar a proteção. 

 
3- Atenção ao aplicar o protetor solar
Apesar de ser imprescindível, o protetor solar pode causar irritação nos olhos das crianças ao ser aplicado no rosto. 
Hoje, há algumas versões de protetores solares em forma de bastão, que facilita bastante essa tarefa. Para quem usar os protetores em creme ou gel, é importante ter por perto uma garrafa de água filtrada.
Isso porque, caso haja algum incidente, basta lavar os olhos da criança em abundância. Procure ainda orientar a criança a esperar o protetor secar para entrar na piscina ou mar.

 
4Olho seco

Apesar de o olho seco parecer uma doença de adultos, pode afetar os pequenos também. No verão, temos ambientes com ar-condicionado, bem como com ventiladores.
Além desses fatores, as águas de piscina e dor mar também podem causar ressecamento ocular. Assim, peça ao oftalmopediatra para receitar um colírio lubrificante, caso a criança se queixa de ardência e sensação de areia nos olhos após práticas aquáticas.
 
 

5Brinquedos perigosos
Atualmente, é comum ver as crianças usando brinquedos que se parecem com armas e espirram jatos de água. Entretanto, caso esse jato seja muito intenso e for direcionado para os olhos, podem causar um ferimento na córnea. Por isso, evite comprar esse tipo de brinquedo para a criança, bem como fique atento se há outras crianças usado por perto.


 
6Cuidados extras

Como vimos, os sintomas irritativos são comuns e até esperados. Porém, sintomas como secreção com aspecto de pus, olhos grudados, coceira e inchaço das pálpebras podem indicar uma conjuntivite viral ou bacteriana. Nesses casos, o indicado é procurar um oftalmopediatra para avaliação e tratamento.
 
Por último, jamais use nenhum colírio nas crianças sem a prescrição médica!

ANVISA aprova novo medicamento para o tratamento de bebês e crianças que vivem com HIV

A agência aprovou o uso do antirretroviral Tivicay PD (dolutegravir 5 mg), comprimido dispersível para suspensão oral no tratamento de crianças e bebês a partir de quatro semanas de idade, com peso mínimo de 3kg 1

Além dessa nova opção de tratamento, a ANVISA ampliou, recentemente, a indicação do antirretroviral Tivicay (dolutegravir 50mg) para crianças acima de 6 anos, com peso superior a 20kg 2



Duas novas opções de tratamento para crianças que vivem com HIV estão aprovadas no país. A ANVISA aprovou o uso do antirretroviral Tivicay PD (dolutegravir 5mg), comprimido dispersível para suspensão oral de crianças e bebês a partir de quatro semanas de idade e com peso mínimo de 3 kg.1 O medicamento tem sabor de morango e poderá ser dissolvido em água, facilitando a ingestão, principalmente dos bebês.

Além dessa aprovação, a agência recentemente ampliou a recomendação do uso do Tivicay (dolutegravir 50mg) para pacientes acima de 6 anos, com peso superior a 20kg. Anteriormente, o medicamento era indicado apenas para pessoas que vivem com HIV acima de 12 anos (com peso superior a 40kg).2

Para o Dr. Rafael Maciel, gerente médico da GSK/ViiV Healthcare, essas duas novas opções de tratamento trazem ainda mais esperança e novas oportunidades para o tratamento do HIV pediátrico no Brasil. "Com a aprovação de Tivicay PD 5mg, o tratamento para crianças pequenas se torna menos complexo, frente a melhor comodidade posológica e a possibilidade de prover a dispersão do comprimido em água. E, unindo com a ampliação da faixa etária de Tivicay 50mg, teremos mais opções terapêuticas disponíveis para ajudar crianças e bebês que vivem com HIV a terem uma melhor qualidade de vida.", enfatiza Dr. Rafael Maciel.

A introdução do tratamento antirretroviral diminuiu substancialmente a mortalidade e morbidade de crianças pelo HIV.3 Apesar dos avanços, particular atenção ainda deve ser direcionada a fim de acelerar os esforços no combate ao HIV entre as crianças. Segundo um relatório da UNICEF revelou que, em 2019, 320 mil crianças e adolescentes foram infectados com HIV e cerca de 110 mil crianças morreram de AIDS, em todo o mundo.4 Já o relatório do UNAIDS, divulgado em julho deste ano, em 2020, as crianças representavam 5% de todas as pessoas vivendo com HIV no mundo, mas compreendia 15% de todas as pessoas que morreram de causas relacionadas à AIDS.11 Ainda segundo o UNAIDS, cerca de 1,7 milhão de crianças entre 0 e 14 anos vivem com HIV.5

No Brasil, milhares de crianças ainda vivem com HIV e os dados também preocupam.6 9 Segundo o mais recente Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, do Ministério da Saúde, na faixa etária de crianças de 2 a 11 anos que vivem com HIV foi observado um aumento de 12% no início tardio ou não início do tratamento com antirretroviral, comparando 2009 com 2020.6

Ainda segundo os dados do Relatório, a meta cascata 90-90-90, estipulada pela UNAIDS, que visa levar testagem e tratamento para a grande maioria das pessoas que vivem com HIV e reduzir a carga viral em seus organismos a níveis indetectáveis, ainda está longe de ser atingida. Em 2019, 84% das crianças de 5 a 8 anos que vivem com HIV foram diagnosticadas, destas 78% estão em tratamento, das quais apenas 52% estão com carga viral indetectável. Já na faixa etária de 9 a 11 anos os valores são de 87% estão diagnosticadas, destas 81% estão em tratamento, das quais 57% apresentam carga viral indetectável.6 10

Para o Dr. Rafael Maciel, o tratamento do HIV pediátrico apresenta desafios e requer muitos cuidados. "Um dos principais obstáculos que enfrentamos no tratamento de HIV em crianças e bebês é a restrição nas opções de medicamentos. Fornecer tratamento seguro, eficaz e bem tolerado para as crianças que vivem com HIV é fundamental para garantir o controle da infecção e prevenir sua evolução para a AIDS. A boa adesão à terapia antirretroviral traz grandes benefícios, entre outros fatores, a ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas", explica Dr. Rafael.

O antirretroviral Dolutegravir é o primeiro inibidor da integrase aprovado como comprimido dispersível para suspensão oral de crianças e bebês a partir de quatro semanas de idade e com peso mínimo de 3 kg.1 Dolutegravir 50 mg apresenta taxas significativas de supressão viral, além de possuir baixo risco de descontinuação de uso devido a eventos adversos.7

Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.

 


GSK/ViiV Healthcare



Referências:

1 TIVICAY PD 5mg (dolutegravir). Bula do produto

2 TIVICAY 50mg (dolutegravir). Bula do produto

3 BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em crianças e adolescentes. Brasília-DF. 2018.

4 NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Relatório revela que HIV contamina uma criança ou jovem a cada 100 segundos. Disponível aqui. Acesso em: 19 maio. 2021.

5 UNAIDS. Global HIV & AIDS statistics - 2020 fact sheet. Disponível aqui. Acesso em: 19 maio. 2021.

6 BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório de Monitoramento Clínico do HIV 2020. Brasília-DF. 2020.

7 Cahn P, et al. Three-year durable efficacy of dolutegravir plus lamivudine in antiretroviral therapy-naive adults with HIV-1 infection. CROI 2021. Disponível aqui. Acesso: 09 Outubro 2021

8 BRASIL. Ministério da Saúde. Diagnóstico do HIV. Disponível aqui. Acesso em: 19 maio. 2021.

9 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Imunizações em Crianças e Adolescentes que vivem com HIV/Aids. Disponível aqui. Acesso em: 27 maio. 2021.

10 UNAIDS. 90-90-90: Uma meta ambiciosa de tratamento para contribuir para o fim da epidemia de AIDS. Disponível aqui. Acesso em: 27 maio. 2021.

11 UNAIDS. Start Free, Stay Free, AIDS Free. Final Report on 2020 targets. July 2021. Disponível aqui. Acesso em: 27 de jul.


Impacto econômico da obesidade consome 1,8% do PIB no Brasil

O impacto econômico da obesidade e do sobrepeso equivale a 1,8% do produto interno bruto (PIB) do Brasil e deverá atingir 3,8% da economia do país em 2060.


O cálculo foi apresentado em um relatório recente realizado pela RTI International e Federação Internacional de Estudos da Obesidade (World Obesity Federation), com contribuições da Universidade de Berkeley, na Califórnia.

O estudo avaliou o impacto econômico da obesidade e do sobrepeso, durante os próximos 40 anos, em oito países: Espanha, Arábia Saudita, Índia, Tailândia, Austrália, Brasil, África do Sul e México. "O impacto econômico e social do sobrepeso e da obesidade é substancial para países com diferentes níveis de renda", aponta o relatório.

Os países selecionados possuem variedade geográfica e diferentes níveis de renda. Além disso, todos tinham estimativas anteriores para fins de comparação. O estudo será expandido para incluir a maioria dos países ao redor do mundo em 2022.

"A obesidade é uma doença causada por vários fatores, incluindo suscetibilidade genética, nutrição com alta densidade energética, baixa atividade física e estresse. A obesidade também é um fator de risco para várias outras doenças não transmissíveis (DNTs) como doenças cardiovasculares, diabetes e câncer", explica o cirurgião do aparelho digestivo e especialista no tratamento cirúrgico da obesidade, José Alfredo Sadowski.

As doenças relacionadas à obesidade são responsáveis por mais de 4,7 milhões de mortes em todo o mundo a cada ano, metade das quais ocorrem entre pessoas com menos de 70 anos de idade.

O relatório informa que a obesidade está aumentando em todos os países do mundo, entre os anos de 1975 e 2016 e que - uma melhor compreensão das suas consequências econômicas - pode ajudar a fortalecer e implementar políticas públicas abrangentes e intersetoriais voltadas à prevenção, controle e tratamento da obesidade.

"A pandemia da COVID-19 demonstrou que somos capazes de dar respostas sociais e mundiais aos desafios da saúde quando há vontade política e quando recursos são disponibilizados. O tempo de ação está passando e o problema aumenta cada vez mais", reforça Sadowski.


Medidas - Entre as sugestões de medidas propostas no relatório, para conter o avanço da obesidade nos países analisados, estão a restrição da comercialização de alimentos e bebidas para crianças, a tributação diferenciada de bebidas adoçadas com açúcar, a obrigatoriedade do valor calórico na embalagem e limitação dos tamanhos das porções.

Outra medida seria a voltada aos governos e entidades formuladoras de políticas públicas para que sejam adotados princípios rigorosos de engajamento para evitar que interesses comerciais minem as metas de saúde. "As intervenções para lidar com a obesidade exigirão uma abordagem de ‘todo o governo’ e ações de vários setores para criar um ambiente mais saudável para a população", diz o documento.

Perda de peso reduz gordura no fígado - Acaba de ser divulgado um estudo recente, realizado nos Estados Unidos, e que comprovou a redução da gordura no fígado em pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica. O estudo observacional analisou 1.100 pacientes, na Clínica Cleveland ao longo de 12 anos, e que tinham uma forma agressiva de doença hepática gordurosa.

Destes, 650 passaram pela cirurgia bariátrica. O resultado foi que, além da perda de peso, 90% deles deixaram de tomar medicamentos para o o fígado devido a remissão da doença.

Apenas cinco dos pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica desenvolveram posteriormente algum tipo de problema no fígado, se comparado com 40 dos 508 pacientes que não fizeram o procedimento. Os pesquisadores não identificaram exatamente a relac
̧ão causal na diminuição dos riscos de doenças graves do fígado ou do coração nos procedimentos da perda de peso, mas constataram que a cirurgia bariátrica pode fornecer benefícios à saúde além da perda de peso.

"Concluímos que a cirurgia bariátrica, além de ajudar na perda de peso, pode proteger o fígado", disse o cirurgião Ali Aminian, diretor do Instituto Bariátrico e Metabólico da Clínica Cleveland e principal autor do estudo
Os pacientes diagnosticados também apresentaram risco menor de doenc
̧as cardiovasculares. Eles tinham 70% menos probabilidade de sofrer de derrame ou insuficiência cardíaca ou morte de doença cardíaca, de acordo com o estudo publicado no JAMA.

"O resultado da doenc
̧a pós-cirúrgica foi o mais baixo que vi em 30 anos de estudos, uma redução de 88% na progressão para doença hepática avançada disse o médico Steven Nissen, diretor do Instituto Vascular da Clínica Cleveland e autor sênior do estudo, durante participação no XXI Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, realizado em São Paulo.

O cirurgião paranaense, José Alfredo Sadowski, reforça que não existem medicamentos para a doenc
̧a hepática gordurosa não-alcoólica. "Aconselhamos os pacientes a perder peso e adotarem hábitos alimentares mais saudáveis para reduzir a gordura e diminuir a chance de inflamação e fibrose no fígado, um órgão vital que transforma alimentos em nutrientes e filtra substâncias nocivas do sangue", enfatiza.

Cerca de 100 milhões de adultos americanos são ultra obesos e cerca de 250 mil deles se submetem às operac
̧ões bariátricas a cada ano. Mais de 40% dos adultos americanos lutam contra a obesidade. Cerca de 75% têm doença hepática gordurosa não-alcoólica, que costuma ser uma condição silenciosa, muitas vezes sem sintomas em suas fases iniciais.


Cadastro Positivo: como a inteligência de dados ajuda pessoas e empresas a se protegerem contra fraudes digitais


Criado para fortalecer as análises e opções de crédito, o Cadastro Positivo se trata de uma fonte de dados sobre adimplemento, que são os compromissos financeiros assumidos por pessoas e empresas, tanto os que já foram pagos como os que estão em andamento e também são consideradas informações relacionadas ao pagamento de contas de consumo. Os bureaus de crédito que são gestores do Cadastro Positivo recebem essas informações das empresas que realizam negócios e operações com os consumidores.

A ideia de implementar esse sistema beneficia as duas pontas de uma transação comercial. Com isso, as empresas que fazem a liberação de crédito conseguem saber se determinada pessoa está pagando ou não suas dívidas em dia, além de ser possível ter uma avaliação profunda sobre o grau de risco de inadimplência que cada pessoa oferece. Ou seja, é possível oferecer opções de crédito de acordo com cada perfil. Por outro lado, os bons pagadores costumam ser premiados com a oferta de boas taxas de juros e facilidades na hora de tomar o crédito.

Outro ponto importante é que o Cadastro Positivo pode ajudar no combate aos golpes digitais. Na fraude de subscrição, comum no mercado de Telecom, Bancos e Varejo, criminosos conseguem contratar serviços utilizando dados cadastrais ou identidades sintéticas, que combinam informações falsas e verdadeiras. Uma maneira de garantir que o usuário é realmente quem diz ser é solicitar informações específicas para autenticar as aberturas de cadastros e contas digitais e nos processos de troca ou recuperação de senha ou login.

A Serasa Experian, por exemplo, criou um KBA (Knowledge Based Authentication) com acesso exclusivo aos dados do Cadastro Positivo. Se trata de um quiz antifraude com perguntas personalizadas e desenhadas para cada etapa da jornada do cliente. É uma solução com questões randômicas, que mesclam perguntas cadastrais com informações positivas e geram um score final de risco. O sistema leva em conta até o tempo que a pessoa demorou para responder.

São solicitados dados específicos ao usuário, como a data de vencimento da fatura do seu cartão de crédito ou o banco em que possui conta. Essa dinâmica aumenta a segurança relacionada à autenticação sem afetar a experiência do cliente.

Uma questão que se tem falado muito também é o Open Banking. Como pode trazer benefícios para os correntistas que permitirem o compartilhamento de suas informações entre instituições autorizadas pelo Banco Central, pois terão ofertas personalizadas e condições especiais a partir de seu histórico financeiro.

Os dados positivos são inclusos pelos bureaus de crédito automaticamente. Por não saberem de todo potencial que eles oferecem, algumas pessoas podem acabar pedindo a exclusão do nome nesse banco de dados. Mas, acredito que é fundamental divulgar todas as vantagens do Cadastro Positivo, já que a ferramenta contribui para a análise de concessão de crédito e ainda pode ser usada em uma camada antifraude.

 

 

Rafael D'Agostino Garcia - gerente executivo de Prevenção à Fraude da Serasa Experian
 


Serasa Experian

www.serasaexperian.com.br


10 tendências de redes sociais para 2022 segundo Orkut Buyukkokten

“Quais são as tendências de redes sociais para o próximo ano?” Recebo essa pergunta todos os finais de ano, sem falhas. Confesso que prever o futuro é desafiador, mas quando o assunto é o universo de redes sociais me sinto confortável em praticar esse olhar futurista.  

As redes sociais são mais previsíveis do que você pode imaginar, pois a evolução desta plataforma está intimamente ligada aos nossos comportamentos, ascensão tecnológica e também desenvolvimento de infraestrutura. Por exemplo, há 15 anos as pessoas usavam desktops para se conectar à internet, hoje temos o universo online na palma das nossas mãos. Esses comportamentos moldam o futuro das redes sociais.

 

Portanto, aqui estão 10 tendências que vejo para 2022: 

  • Formato: se você é um fã ou um usuário de redes sociais vai perceber que a forma com que os conteúdos são entregues mudaram muito nos últimos anos. Passamos do feed de notícias para os stories e hoje somos inundados de vídeos. Sim, os vídeos curtos se tornarão ainda mais populares!  
  • Acesso: uma tendência muito clara é que a forma de acesso às redes sociais tem mudado a cada ano e, em 2022, o mobile vai dominar os hábitos de consumo dos usuários de redes sociais em todo o mundo.  
  • Privacidade: se teve um tema que não saiu das manchetes dos jornais e revistas de todo o mundo este foi privacidade de dados. E que bom, afinal é importante que todos os usuários de redes sociais, desde os mais apaixonados por tecnologia até os que usam mais cotidianamente saibam da importância da privacidade de seus dados pessoais. A tendência é que os usuários estejam cada vez mais atentos e exigentes quanto ao tratamento de seus dados. No Brasil, em 2021 entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais com objetivo de regular atividades de tratamento de dados pessoais, portanto em 2022, as empresas por trás das redes sociais ficarão ainda mais atentas à segurança das informações pessoais de seus usuários.  
  • TikTokização: todos sabemos que o Tiktok é um fenômeno mundial, portanto cada vez mais as redes sociais mais populares vão tentar incorporar o modelo de negócio da rede social chinesa. Atualmente já identificamos o aumento dos conteúdos em formato de vídeos verticais, por exemplo.  
  • Criação de conteúdo: as redes sociais deram espaço para pessoas brilhantes compartilharem seus conhecimentos, experiências e, consequentemente, seus conteúdos. Criador de conteúdo é a profissão do futuro. Inovação é a palavra de ordem! Por isso encontramos dados surpreendentes como, de acordo com a SignalFire, uma gestora de capital de risco americana, informa que há cerca de 50 milhões de criadores em todo o mundo e esta é a quarta carreira mais desejada entre as crianças britânicas de 7 a 11 anos! 
  • Moderação de conteúdo: com o fenômeno das fake news, uma tendência clara de redes sociais é a moderação de conteúdo. No app hello, por exemplo, trabalhamos com moderação de conteúdo para transformar o ambiente em um espaço mais seguro e livre de notícias falsas. Sendo as redes sociais responsáveis pelos conteúdos que ali são disseminados, os olhares estão totalmente voltados para a moderação de conteúdo. Em 2021 já foi possível ver esse movimento em casos de grande repercussão, quando o twitter deletou publicações falsas sobre vacinação, por exemplo. 
  • Fora da bolha: em algumas redes sociais os algoritmos seguem funcionando, mas já percebemos algumas mudanças, como a sugestão de conteúdos e temáticas que não são consumidas pelos usuários. Esta é a tentativa de “furar” as bolhas e ampliar o consumo e distribuição de conteúdo 
  • Hábitos de consumo: outra tendência que vem se desenhando nos últimos anos é que compraremos, cada vez mais, diretamente pelas redes sociais, mais do que pelos e-commerces e Amazon, por exemplo. Você está navegando no seu feed e, quando menos espera, em um clique, já comprou algo! 
  • Além do básico: as redes sociais estarão mais integradas a hardwares, como nossos carros e relógios. Além disso, com uma geração cada vez mais familiarizada com a tecnologia, a tendência é que estejamos presentes em redes simultâneas.  
  • Comunidades: por último e não menos importantes, as comunidades seguem como forte tendência nas redes sociais. Eu tenho falado sobre essa tendência a alguns anos, mas o Brasil tem caminhado para aderir às comunidades, mas o modelo praticado hoje dentro de algumas redes sociais funcionam mais como grupos de trocas transacionais, ou seja, eu te ofereço algo e você me “paga” com algo em troca, o que não transforma isso em uma comunidade.

 

As redes sociais têm o potencial de nos tornar mais sociais na vida real e as comunidades são ferramentas efetivas para nos aproximar. Por exemplo, se você tem um time de futebol favorito, pode ir a um grupo e falar sobre os jogadores de futebol. Mas é mais interessante assistir a um jogo juntos. Trata-se de experiências compartilhadas, não apenas de uma conversa.

 

Previsões podem falhar, mas a minha certeza é que a internet vai seguir evoluindo junto com a gente. É da nossa natureza nos reunir em torno de interesses em comum, continuaremos a buscar conexões e, por fim, formar verdadeiras comunidades. O grande papel das redes sociais é utilizar as tecnologias para potencializar isso. 

 


Orkut Buyukkokten - engenheiro fundador da primeira rede social que engajou brasileiros, o orkut.com, e CEO da Hello Network, www.hello.com


Cartórios do Brasil registram aumento de 67% na validação de documentos de brasileiros para viver no exterior

Pandemia e crise econômica aceleram a busca pelo serviço de Apostilamento - validação de documentos para uso no exterior - principalmente aqueles relacionados a dupla cidadania e formação internacional


As dificuldades enfrentadas pelo Brasil durante crise de saúde pública causada pela pandemia da Covid-19, aliada a perda do poder aquisitivo das famílias em razão da desvalorização da moeda, tem feito com que cada vez mais brasileiros tentem a vida no exterior. É o que mostram também o aumento nos atos de Apostilamentos, serviço de validação de documentos escolares e de dupla cidadania feitos em Cartórios, que cresceram 67% no segundo semestre deste ano.

Dados do Colégio Notarial do Brasil - Conselho Federal (CNB/CF), entidade que reúne os Cartórios de Notas do país e administra a plataforma de Apostilamentos, mostram que entre junho e novembro de 2021 foram realizados mais de 912 mil Apostilamentos no Brasil, enquanto no mesmo período do ano passado foram validados 544 mil documentos.

Quando observados apenas aqueles referentes a solicitações de vistos para estudos ou abertura de processos de dupla cidadania, o crescimento foi de 131%, passando de 299,5 mil no segundo semestre do ano passado, para 693 mil no mesmo período de 2021. Em 2020, os documentos apostilados referentes a quem desejava estudar ou tirar dupla cidadania representavam 55% do total de atos praticados, enquanto em 2021 já representam 76% das solicitações.

Para a presidente do CNB/CF, Giselle Oliveira de Barros, os números demonstram o acerto do Poder Judiciário ao ter delegado esta nova função aos Cartórios de todo o País. "Até então, o processo de apostilamento era feito em poucas unidades do Governo Federal e composto por várias etapas, que envolvia inclusive grandes deslocamentos. Hoje em dia, os Cartórios de Notas credenciados, presentes em diversos municípios, também pode realizar este importante serviço para a população de modo célere e seguro", destaca.

Dados do Ministério das Relações Exteriores já mostravam um aumento de quase 20% no número de brasileiros vivendo no exterior em comparação com 2018, isso sem se computar o número daqueles que vivem ilegalmente. Ainda segundo a pasta, 4,2 milhões de brasileiros moram atualmente longe do país.

O Apostilamento, realizado em Cartórios de todo o país, é utilizado para autenticar e permitir o reconhecimento mútuo de documentos brasileiros em outros 118 países. Entre os documentos mais comuns de serem apostilados estão as certidões de nascimento, casamento e óbito, as escrituras de divórcio, inventário, compra e venda e união estável, procurações, testamentos, diplomas, históricos e certificados escolares.


Convenção de Haia e Apostilamento digital

O Apostilamento visa dar agilidade e rapidez ao reconhecimento e autenticidade internacional de diferentes documentos dos países signatários da Convenção de Haia, firmado em 1965, na Holanda. Sob coordenação e regulamentação de aplicação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Convenção entrou em vigor no Brasil em 2016. Em junho de 2020 a base de dados do Apostilamento do CNJ foi migrada para o sistema gerido pelo Colégio Notarial do Brasil - Conselho Federal.

 

Colégio Notarial do Brasil - Conselho Federal (CNB/CF)


Festas de Fim de Ano: Porteiro não tem obrigação de receber encomendas para condôminos


Recebimento de mercadorias em condomínios deve ser feito pelo morador e não pelo porteiro

                                                                       Divulgação

 

 

Embora seja uma prática comum em muitos condomínios, situação só pode ocorrer desde que haja definição em regimento interno

 

 

Fim do ano se aproxima e com ele o movimento de entregas aumenta, inclusive em decorrência da recente semana de Black Friday. Em alguns condomínios, na ausência do morador, proprietário do imóvel ou inquilino, quem acaba por receber encomendas dos mais variados tipos é o porteiro ou o zelador.

 

O que na prática parece ser algo muito simples - e que em muitos condomínios acabou como uma “normalização” - não deve e nem pode virar regra sem regulamentação. O alerta é da Associação das Administradoras de Condomínios do Paraná (AACEP), entidade que congrega administradoras responsáveis por mais de mil condomínios no estado.

 

De acordo com o presidente da AACEP, Luiz Fernando Martins Alves, sem regulamentação interna e definição em estatuto, a situação fere os regimentos e também envolve outras questões como garantias dos produtos e segurança. “A portaria ou a área de zeladoria de grande parte dos imóveis, especialmente os mais antigos, não comporta um espaço para armazenamento seguro de entregas. A atividade também pode caracterizar desvio de função dos funcionários, contratados para outros serviços”, explica.

 

No entanto, condomínios recentes e também com a característica de “condomínios clube”, já dispõem de hall e portarias adequadas que aceitam entregas, inclusive com gavetas específicas para recebimentos e protocolos de entrega.

 

“Orientamos para que os síndicos e administradoras de condomínio conversem a respeito do tema com os moradores e, em caso necessário, formalizem os parâmetros da questão em assembleia. O diálogo e a organização dos processos garantem a boa convivência e evitam ruídos, que – nestes casos – envolvem valores e bens dos mais diversos portes”, enfatiza.


 

Extravios e danos


E o que parece simples, não é. Recentemente, uma administradora de condomínios da capital paranaense foi acionada por um ex-morador que – embora já tivesse se mudado do edifício há meses – mantinha o endereço para correspondências e entregas, pois era “amigo do porteiro”.  

 

“O cidadão comprou um celular de última geração e mandou entregar no antigo endereço.  O aparelho ficou na gaveta do porteiro por um tempo, o filho do rapaz passou lá, conversou com o funcionário, soube da entrega e a levou embora passando a usar o aparelho sem contar ao pai. Até que a situação tivesse sido esclarecida, o porteiro já estava com a reputação e o emprego comprometido”, ilustra Martins Alves.

 

O presidente da AACEP destaca a importância da participação dos condôminos nas assembleias e a necessidade de conhecer as regras da convenção do condomínio.

 

“Esse documento tem por finalidade organizar e estabelecer as regras para a convivência harmônica e pacífica entre os moradores. Ao mesmo tempo, estabelece as regras no relacionamento condominial, normas de utilização de áreas comuns, restrições ao uso de garagens, entre outros. Quem vive num espaço comum tem direitos, mas tem muitos deveres também.  Um deles é conhecer as regras do espaço de uso coletivo”, conclui Luiz Fernando Martins Alves.

 


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