Pesquisar no Blog

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

É permitida a demissão do servidor público que não se vacinar?


Estão circulando várias notícias que o servidor público pode ser demitido por não se vacinar. Mas isso está dentro da lei? É algo legal com o trabalhador, seja ele público ou não? Acompanhe!

 

Uma notícia recente divulgada que a Prefeitura de São Paulo promoveu em outubro as primeiras demissões de funcionários que não se vacinaram contra covid-19. A notícia gerou uma alta repercussão e muitas notícias.


 

Pessoas são demitidas dos seus cargos em São Paulo por não se vacinarem

 

A assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo informou que dois funcionários de cargo de confiança foram exonerados. Além disso, outros três respondem a um processo disciplinar por não terem se imunizado.

 

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, a tomada dessa medida é para mostrar que a vacinação é uma medida séria.

 

Portanto, o poder público deve dar o exemplo. As demissões foram publicadas no Diário Oficial de São Paulo.


 

É permitida a demissão do servidor público que não se vacinar?

 

O servidor público demitido por não se vacinar é legal? De acordo com a proposta da deputada Carla Zambelli, PSL-SP, não há argumento pátrio jurídico, em matéria trabalhista, qualquer previsão legal que considere como falta grave a não imunização contra a covid-19. Portanto, uma dispensa seria totalmente ilegal.

 

Mesmo sabendo que a imunização seja importante, ninguém pode obrigar uma pessoa a se vacinar. Muito menos pode demitir um servidor público por não se vacinar. Isso não está na lei.

 

Além disso, quando o servidor público tomou posse do seu cargo, o seu contrato de trabalho não previa essa medida. Ou seja, não era uma exigência.

 

Ministério do Trabalho proíbe dispensa de trabalhadores que não se vacinaram

 

O servidor público que não tiver tomado a vacina contra a covid-19 não pode ser demitido. Além disso, ele também não pode ser barrado de nenhum processo seletivo.

 

Essa proibição está na Portaria 620 , publicada no dia 1 de novembro de 2021, pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

 

Entretanto, é importante ressaltar que essa é uma medida ampla. Ela vale tanto para empresas privadas como para órgãos públicos.

 

De acordo com o texto publicado, a não apresentação do cartão de vacina contra qualquer doença não está inscrita como motivo para justa causa.

Portanto, conforme o artigo 484 da CLT, esse não é um motivo para rescisão do contrato de trabalho do profissional, muito menos por justa causa.

 

O ministro Onyx Lorenzoni, diz que essa portaria protege o trabalhador, pois ele tem a escolha de se vacinar ou não. Entendemos que a imunização é importante, mas não são todas as pessoas que estão de acordo com a ciência.

 

O motivo para demissão é que não vacinado coloque em risco a vida de quem não está imunizado. Porém, não há comprovação ainda para esta afirmação.

 

O texto da portaria relata que o ministério do trabalho considera como "prática discriminatória a obrigatoriedade de certificado de vacinação em processos seletivos de admissão de trabalhadores, assim como a demissão por justa causa de taxa da não apresentação da carteira de vacinação."

 

Além disso, uma portaria ainda é que os empregadores podem realizar uma testagem periódica dos seus colaboradores.

 

Mesmo assim, somente se estabelece para assegurar a preservação das condições sanitárias do ambiente de trabalho.

 

Para caso de servidor público demitido por não se vacinar, o ministério do Trabalho de acordo que ele seja reintegrado ao cargo público.São Paulo já demitiu colaboradores

 

Mesmo com a portaria do governo federal, a Prefeitura de São Paulo já demitiu algumas pessoas. A determinação foi dada pelo prefeito da cidade, que ainda não falou sobre a reintegração dos funcionários.

 

Como o caso é recente, ele ainda está sendo analisado. Os nomes dos profissionais não foram divulgados.

 

Concurso na Paraíba não exige vacinação contra covid-19

 

No concurso da Polícia Civil da Paraíba havia determinado a obrigatoriedade da vacinação para participação nas fases do certame.

 

Porém, não será mais exigida a apresentação do passaporte de vacinação contra a covid-19 para realização das provas aos candidatos.

 

De acordo com um dos membros da comissão, a lei foi divulgada no Diário Oficial Estadual quando o edital já estava publicado e no período de aceitação de inscrições.

 

As inscrições foram iniciadas uma semana antes da aprovação da lei pela Assembleia Legislativa da Paraíba e da sanção do governador da Paraíba.

As informações repassadas à imprensa foram do delegado Hugo Lucena, que é membro da comissão organizadora do certame.

 

Lucena comunicou ainda que não haverá prorrogação das inscrições do concurso público.

 

A seleção oferta 1.400 vagas para Escrivão, Agente, Técnico em Perícia, Papiloscopista, Necrotomista, Delegado, Perito Oficial Criminal, Perito Oficial Médico-Legal, Perito Oficial Odonto-Legal e Perito Oficial Químico-Legal para ingresso na Polícia Civil do Estado da Paraíba .

 

As provas estão previstas para acontecer entre os dias 13 e 20 de fevereiro de 2022, de acordo com a ocupação escolhida no ato de candidatura.

 


Agnaldo Bastos - advogado, atuante no Direito Administrativo, especialista em causas envolvendo concursos públicos e servidores públicos e sócio-proprietário do escritório Agnaldo Bastos Advocacia Especializada


A crise ética que condena o Brasil

 

Circula nas redes sociais um post com um pensamento de Ayn Rand, filósofa norte-americana de origem judaico-russa, falecida em 1982, que merece reflexão: “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; ao comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; ao perceber que a corrução é recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

O texto não é novo, mas permanece atual, e embora concebido como de caráter universal, parece ter sido escrito especificamente como uma alerta a nós, brasileiros. Não é exagero, porque aqueles que desejam produzir, gerar emprego e renda, movimentar a economia, enfim, dependem de autorização de quem nada produz além de regras. São os burocratas e as autoridades, verdadeiras ou autointituladas como tais.

O dinheiro que deveria fluir para quem produz e negocia com bens circula fácil e farto nas mãos de lobistas e de autoridades corruptas. Brota na advocacia administrativa, no superfaturamento de obras públicas, no vazamento de informações privilegiadas, no tráfico de influência. Propicia a riqueza que não é gerada pelo trabalho honesto, mas pela corrupção quase institucionalizada em um mundo de comissões, subornos e rachadinhas.

Igualmente preocupante é constatar que a lei não protege os cidadãos dos autores desses malfeitos, mas sim àqueles, por meio de mecanismos como o foro privilegiado que beneficia 55.000 autoridades, aposentadorias precoces, benefícios vitalícios, impossibilidade de prisão mesmo após condenação em segunda instância, prescrição e consequente impunidade.

Em total oposição aos princípios éticos e morais que devem reger as sociedades civilizadas, no Brasil a prática da corrupção, em vez de combatida com rigor, é recompensada, tendo se banalizado a ponto de ser vista como meio de vida.

Antes mesmo de Ayn Rand, Ruy Barbosa já antecipava o momento em que o brasileiro sentiria vergonha de ser honesto. O grande jurista baiano nem poderia imaginar que a “Lei de Gerson” instituiria ser mais importante levar vantagem em tudo a vencer pelo esforço, pela dedicação ao estudo, pelo trabalho, pelo aprimoramento do talento, sem atropelar os princípios éticos e os valores morais. Nossa imagem de pessoas de fácil relacionamento – produto-exportação – esconde nossa tendência de preferir a esperteza, de enxergar virtudes na malandragem, de desprezar o mérito e optar pelo caminho mais fácil.

Caminhamos rapidamente rumo à situação de uma sociedade condenada. Vivemos – sem termos a coragem e a humildade de admitir – uma crise política, ética e moral, da qual resulta a absoluta falta de compromisso com a coletividade e com o País. É o Brasil de 2021, não uma nação imaginada pela filósofa norte-americana na metade do século passado.

A 12ª economia do mundo possui um enorme contingente de cidadãos que não terá nada para comer nas próximas 24 horas.  Somos um país de imensas riquezas com quase 28 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. São brasileiros sem nada, nem perspectiva.

A crise econômica que nos aflige não é causa, mas efeito da crise moral vivida no País e que precisa ser enfrentada com efetividade. Somente uma grande mobilização da sociedade brasileira será capaz de mudar esse quadro. Que tenhamos coragem e pressa!.

 


Samuel Hanan - engenheiro, com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002).


Qual é o lugar da mulher na tecnologia?

Você sabia que as mulheres representam apenas 20% do total de profissionais na área de TI no Brasil? Apesar disso, dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), apontam um crescimento de 60% na representatividade feminina no setor nos últimos cinco anos - passando de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil.

Pensando nesse cenário, cheguei à conclusão de que estamos imersos em um emaranhado histórico de conquista de espaço e, ao mesmo tempo, enfrentando ainda inúmeros desafios, os quais citarei os principais abaixo:


Diversidade - Boa parte dos avanços que temos acompanhado no mercado deve-se ao holofote que o tema tem ganhado. Felizmente, a diversidade tem sido uma pauta recorrente nas empresas, inclusive com a criação de vagas afirmativas, que estabelecem a preferência por pessoas negras, mulheres, PCD (pessoas com deficiência), pessoas LGBTQI+, entre outros. Essa é uma importante forma de minimizar e combater o preconceito estrutural dos processos de recrutamento e seleção.


Cabe salientar ainda que o RH – tanto interno quanto o realizado por consultorias – tem trazido aspectos bastante relevantes para a ampliação do quadro feminino na área. Em muitos processos seletivos, os avanços vão na direção de empresas atentas aos diálogos gerados pelos prejuízos dos 'vieses inconscientes', ou seja, muitos candidatos já não aceitam mais perguntas ligadas à estado civil, se a mulher tem filhos ou se pretende engravidar. Inclusive, tem sido cada vez mais comum os casos de mulheres que são contratadas ou mesmo promovidas durante uma gestação. Isso elimina importantes entraves que prejudicavam a presença e o crescimento delas nas empresas.


Flexibilidade e inclusão - Além disso, o trabalho remoto estabelecido massivamente por muitas empresas durante a pandemia, permitiu que mais mulheres, especialmente as que são donas de casa e/ ou mães e/ou estudam, tivessem horários mais flexíveis, permitindo o cumprimento de suas múltiplas jornadas.

Soma-se a isso o fato que muitas estão se sentindo mais à vontade para compartilhar suas conquistas e desafios por meio de comunidades dedicadas exclusivamente ao tema. Nesse contexto, temos visto um crescimento das mentorias ou programas de capacitação profissional de mulheres com mais experiência no ramo ajudando e inspirando outras que queiram iniciar em carreiras de tecnologia e, juntas, elas vão conquistando e consolidando o seu espaço no mercado.

Também vejo surgir muitos projetos, da própria iniciativa privada, para proporcionar cursos gratuitos que contribuam para a inclusão feminina no mercado de trabalho de tecnologia, seja para iniciantes no mercado, seja para mulheres que queiram mudar de carreira, de diversas idades e perfis.

Esse sentimento de pertencimento e sororidade – termo que ficou conhecido no mercado como sendo a união de mulheres que compartilham das mesmas dores e propósitos - tem surtido efeito no empoderamento delas.

Há também outro ponto importante a destacar aqui, que é o papel das empresas em incentivar a iniciação do gênero já nas vagas de base. É fundamental a abertura de oportunidades juniores ou em nível ainda mais inicial para que elas possam conquistar seu espaço dentro das cadeiras de TI, de forma gradual e contínua.


Formação - Contudo, o maior desafio enfrentado está no processo de formação. Ainda na educação infantil, as meninas raramente são incentivadas nas matérias de exatas, como matemática e física, por exemplo, que são disciplinas fundamentais para quem trabalha com TI. É preciso deixar no passado a ideia de que essas atividades são masculinas e estimulá-las desde muito cedo a experimentá-las com menos resistência e objeção.

Quando conseguem vencer essa barreira e se capacitar tecnicamente para a área, as mulheres podem até dispor de certa vantagem competitiva frente aos homens. Elas costumam ser bastante detalhistas, conseguindo enxergar o todo – sem perder a visão das partes. Há estudos que mostram que o olhar feminino é 360º, sendo capaz de ser multitarefa, mas sensível e técnico/estratégico ao mesmo tempo. Isso faz com que, por mais que encontrem barreiras iniciais, uma vez que entram nessa carreira, elas tendem a deslanchar.


Preconceito - Apesar dos avanços, mais de 80% das mulheres que trabalham com tecnologia afirmam já terem vivenciado preconceito de gênero, segundo uma pesquisa realizada pela Yoctoo em 2021. De acordo com 63% das entrevistadas, é nas empresas onde o preconceito mais acontece. Para elas, o maior desafio é ter que provar sua própria competência técnica o tempo todo (82%). Na sequência, aparece a dificuldade em serem respeitadas por pares, superiores e subordinados do gênero masculino (51%).

Boa parte desse preconceito é percebido pela falta de equidade salarial. Homens ainda ganham mais que as mulheres, mesmo quando exercem a mesma função. Em consequência de toda essa jornada desafiadora e cheia de entraves, elas também costumam ocupar menos cargos na liderança.

Por fim, embora a área de tecnologia reserve muitos desafios às mulheres, é inegável que aquelas que conseguem superá-los não se arrependem de suas batalhas. Elas são apaixonadas pela profissão! É preciso deixar o medo de lado e 'arregaçar as mangas'. Não se pode permitir o abuso ou desvalorização da mulher em nenhum ambiente e/ou profissão.

Se a sua empresa não a valoriza, denuncie e procure meios de estar em um ambiente propício para seu desenvolvimento profissional. Se necessário, mude de empresa. Vá em busca de seus sonhos e não permita que ninguém determine o que você deve ou não fazer ou se tem ou não aptidão para determinada área. Afinal, respondendo a minha própria pergunta inicial: lugar de mulher é onde ela quiser!

 


Thássia Gonçalves - headhunter na Yoctoo, consultoria boutique de recrutamento e seleção especializada em TI e digital.

 

Yoctoo

https://www.yoctoo.com/pt

 

Instituto Semeia lança guia de acessibilidade em parques


Falar de inclusão das pessoas com deficiência remete a um movimento repleto de lutas, conquistas e personagens que buscam tornar a sociedade um local com mais igualdade de condições de acesso e oportunidades para todas as pessoas – o direito à natureza, contudo, nem sempre está contemplado nesse debate. As pessoas com deficiência representam quase 24% da população brasileira, e aquelas com mobilidade reduzida (temporária ou permanente) podem chegar a 10%, ou seja, uma parcela significativa dos brasileiros sofre com as barreiras de acesso ao nosso patrimônio natural.

 

É nesse contexto que o Instituto Semeia lança a publicação “A natureza ao alcance de todos: guia de acessibilidade em unidades de conservação”. Com o objetivo de incentivar a discussão pública e a adoção de medidas consistentes e abrangentes para a eliminação de barreiras de acesso para pessoas com deficiência (PcD), o guia traz um panorama sobre a importância e os desafios da acessibilidade nas unidades de conservação, além de apresentar as principais normas legais sobre o tema e exemplos de como parques no Brasil e no mundo estão se tornando mais acessíveis para esse público.

“A acessibilidade em parques e unidades de conservação não é uma questão apenas do ponto de vista ético ou de imposição legal”, afirma Fernando Pieroni, diretor-presidente do Semeia. “Significa falar também do potencial de desenvolvimento do turismo acessível nas áreas protegidas do Brasil, da ampliação da visibilidade e da valorização desses espaços e, claro, de saúde e bem-estar para todas as pessoas envolvidas”, completa. 

A publicação, que está disponível para download gratuito no site do Instituto Semeia, foi realizada em parceria com o Instituto Novo Ser e contou com apoio da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ).

 


Sobre o Instituto Semeia:

O Instituto Semeia é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Com sede em São Paulo (SP), trabalha para transformar áreas protegidas em motivo de orgulho para brasileiras e brasileiros. Atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão e projetos que unam governos, sociedade civil e iniciativa privada na conservação ambiental, histórica e arquitetônica de parques públicos e na sua transformação em espaços produtivos, geradores de emprego, renda, e oportunidades para as comunidades do entorno, sem perder de vista sua função de provedores de lazer, bem-estar e qualidade de vida.

 

Sobre o Instituto Novo Ser:

O Instituto Novo Ser é uma instituição sem fins lucrativos cuja missão é a busca pelo respeito e a valorização da cidadania das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, com o intuito de promover os seus direitos, a equalização das oportunidades e a superação dos obstáculos sociais predominantes ao processo de inclusão.

 

Estado lança aplicativo Seu Futuro Novotec para orientar estudantes sobre carreiras digitais


 Divulgação

App oferece quiz vocacional para descobrir os interesses do jovem, além de informações sobre profissões e cursos gratuitos do CPS na área de TIC 

 

Voltado a jovens de todas as idades, aplicativo Seu Futuro Novotec
está disponível gratuitamente para
Android e IOS

 

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo (SDE), em parceria com o Centro Paula Souza (CPS), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Itaú Educação e Trabalho, lançaram o aplicativo Seu Futuro Novotec, que oferece orientação profissional a jovens de todas as idades, especialmente alunos da rede pública de ensino, sobre carreiras na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Com design simples e intuitivo, o app pode ser baixado gratuitamente nas versões Android e IOS. 

Prática e atraente, a ferramenta pretende auxiliar os estudantes a encontrar a profissão que mais combina com seu interesse e visão de futuro. É possível ter acesso às diferentes modalidades de cursos, que vão desde qualificação profissional, Ensino Técnico modular ou integrado ao Médio, oferecidos pelas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), ao Ensino Superior das Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs).

Desenvolvido com a colaboração de estudantes do Ensino Médio da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) e do CPS, o app oferece um quiz vocacional, indicando a personalidade que combina mais com cada perfil: realista, investigativo, artístico, social, empreendedor ou convencional. Na sequência, são apresentadas as áreas de tecnologia com maior aderência aos interesses do jovem. Nesta primeira fase, as carreiras estão detalhadas com indicações de cursos sobre temas como banco de dados, big data, ciência de dados, computação em nuvem, desenvolvimento de software, redes de computadores e segurança da informação. 

O usuário vai conhecer a fundo as trilhas profissionais de cada área e as competências necessárias para ser bem-sucedido. Também estão à disposição vídeos com depoimentos, informações sobre empregabilidade, salários e indicações de cursos.

 

Setor em alta

 

A escolha pelo setor de TIC se deu pelo alto índice de contratações nos últimos anos. Um estudo divulgado na semana passada pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) indica que a demanda atual é de 159 mil novos profissionais por ano e a remuneração é 2,5 vezes maior que o salário médio nacional. 

“Não faltam boas oportunidades no mercado de tecnologia e precisamos que os jovens conheçam bem as carreiras digitais no momento de escolher seu futuro profissional. O aplicativo Seu Futuro Novotec traz informação qualificada para atrair o estudante para essa área tão promissora”, destaca a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen. 

Para o secretário da Educação, Rossieli Soares, o aplicativo significa mais uma possibilidade de apoio aos estudantes que já focam sua atenção para o mercado de trabalho. “O Ensino Médio de São Paulo passa pela transformação de oferecer a chance de escolha dos aprofundamentos curriculares, por meio dos itinerários formativos, para que a escola esteja mais alinhada aos desejos e faça mais sentido aos alunos”, afirma. 

“Precisamos acabar com a ideia de que é necessário ter um perfil muito específico para trabalhar em tecnologia. Há espaço para diferentes perfis, tanto para quem é mais introspectivo quanto para quem é mais sociável, por exemplo. Por isso, o aplicativo traz o teste de interesses profissionais e relaciona o resultado com as carreiras de tecnologia”, explica o coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante da SDE, Daniel Barros.

De acordo com a diretora-superintendente do CPS, Laura Laganá, a transformação digital tem sido uma das principais apostas das corporações para aprimorar a produção e ampliar as oportunidades de emprego e renda. “Os cursos das Etecs e Fatecs são elaborados em parceria com o setor produtivo e estão sempre antenados com as novas demandas da sociedade”, ressalta.

 


Centro Paula SouzaAutarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Centro Paula Souza (CPS) administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos, sob a supervisão de uma Etec –, em cerca de 360 municípios paulistas. As Etecs atendem mais de 228 mil estudantes nos Ensinos Técnico, Integrado e Médio. Nas Fatecs, o número de matriculados nos cursos de graduação tecnológica supera 94 mil alunos.


Testes de COVID-19 impactam diretamente na resposta à pandemia

Nestes quase dois anos de pandemia, o mundo ainda tenta se ajustar à vida na presença do novo CoronaVirus. Vacinas, variantes e lockdowns têm influenciado a presença do SARS-CoV-2 entre nós, mas especialistas ainda são categóricos sobre o não relaxamento das medidas de segurança em andamento, incluindo a testagem e a vigilância. No entanto, uma pesquisa online, envolvendo mais de 3 mil pessoas no Reino Unido e EUA revelou que o desconhecimento sobre os tipos de testes de COVID-19 disponíveis tem prejudicado significativamente a resposta à pandemia em nível de saúde pública. 

Desde que os testes de COVID-19 chegaram ao mercado, observamos um esforço educacional muito grande, tanto da comunidade científica quanto de autoridades (responsáveis) em saúde pública, em demostrar que alguns testes são mais precisos do que outros. Hoje já é ponto pacífico, respaldado por inúmeros estudos científicos, que os testes de antígeno têm menor sensibilidade e maior risco de resultados falso-negativos do que os testes de PCR, considerados o padrão ouro para testes de diagnóstico molecular. No entanto, a percepção generalizada de mais da metade dos americanos (56%) e de quase metade dos britânicos (48%) é de que as tecnologias são equivalentes, não importando o tipo de teste realizado. 

As pessoas em geral não estão cientes das diferenças entre os testes de antígeno e PCR. Apenas 30% afirmam saber a diferença entre os dois. Curiosamente, a percepção acerca dos diferentes testes caiu desde o início deste ano entre os estadunidenses, quando uma pesquisa de fevereiro mostrou que 36% deles podiam diferenciar entre um PCR de COVID-19 e um teste de antígeno. Essa tendência é revertida no Reino Unido, onde apenas 32% dos adultos sabiam a diferença entre os testes de antígeno e PCR na pesquisa de fevereiro, mas em setembro, quase metade (47%) alega entender a diferença entre os testes. 

Vale notar que, quando solicitadas para que escolhessem entre um teste mais preciso, com um tempo mais longo para o resultado, ou um teste mais rápido, porém menos preciso, a maioria das pessoas escolheria a precisão (63% nos EUA e 66% no Reino Unido). Isso mostra que se as pessoas estivessem mais conscientes das diferenças entre os testes, isso poderia influenciar suas escolhas de testagem e, consequentemente, alterar o número de casos e óbitos ao redor do mundo.

Sabemos que o Brasil não é exatamente o que podemos chamar de exemplo no tocante ao combate à pandemia de COVID-19. Para além das mensagens um tanto quanto truncadas das autoridades locais, os dados mostram que o Brasil testa cerca de 15 vezes menos que EUA e 12,5 vezes menos que Reino Unido.

Complica mais a preferência sobre os tipos de testes, como revela um artigo recente de um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Paraná. No trabalho, os pesquisadores mostraram que que os testes imunológicos (dentre testes de antígenos e sorológicos) respondem por 84,2% dos testes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e apenas 15,8% são testes baseados em ácido nucléico, onde situa-se o PCR. 

Outro estudo brasileiro, agora da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ, Rio de Janeiro), destacou que a taxa de resultados falso-negativos em testes que detectam anticorpos IgM contra SARS-CoV-2, utilizados para detecção de COVID-19 na fase aguda, variou de 10 a 44%. Esses números indicam com clareza que teríamos números bem melhores na pandemia se, dentre outras ações, adotássemos uma política de testagem preferencialmente focada em testes moleculares de PCR. 

É provável que a falta de conhecimento sobre os testes disponíveis esteja afetando a estratégia de testagem, porém é mais preocupante ainda que percepções equivocadas sobre os testes estejam impedindo as pessoas de se testarem em geral. Embora persista a visão equivocada sobre os testes de COVID-19, a ciência nos diz que a testagem segue sendo uma ferramenta fundamental para rastrear e monitorar as taxas de infecções em todo o mundo. Uma estatística positiva da pesquisa em questão sugere que a testagem esteja num crescente, ainda que lento, nestes países.  

Nos EUA, quase dois terços (58%) dos adultos foram testados pelo menos uma vez, contra 40% em fevereiro. Esses números são ainda maiores no Reino Unido, onde 68% dos adultos já fizeram o teste pelo menos uma vez, ante 33% em fevereiro. No entanto no Brasil o prognóstico é preocupante já que a testagem segue diminuindo a cada mês, segundo dados de monitoramento do Ministério da Saúde. Infelizmente, o país parece ignorar a estratégia de testagem, considerada por especialistas a melhor opção em termos sanitários e econômicos, para tentar viver às cegas com a pandemia, o que é cada vez mais prejudicial para  sociedade como um todo.

 

 

Eduardo Razza - Gerente de Desenvolvimento de Mercado da Thermo Fisher Scientifc no Brasil.

 

FALTA DE CAPITAL / AJUDA MÚTUA

Temos que resolver o problema da falta de capital tanto pela ajuda mútua como pela cooperação mútua que é o meio para solucionar e transformar todos em donos e usuários do capital.

 

Uma das maiores divergências dentro da empresa cooperativa são os conflitos econômicos e sociais que levam a ruptura dessas organizações. È uma sociedade de pessoas e não de capital e precisam deste para a sua auto-sustentação. É necessário examinar o conteúdo das novas regras dos princípios cooperativistas por meio do entendimento da época atual, baseando-se no problema; Dificuldade de capital. 

As cooperativas são instituições com objetivos definidos, normalmente com meios econômicos limitados, pessoas que se juntam em livre adesão para atingir objetivo econômico comum que se abastece da prática empresarial que é controlada democraticamente, através do quinhão que cabe a cada um, ou melhor, o capital necessário a cada parcela de risco e benefício.  

As organizações cooperativas são a reunião de pessoas com pouco capital que se unem para atingir os objetivos econômicos comuns formando uma empresa que exerce o poder democrático.

As cooperativas são empreendimentos socioeconômicos que tem por objetivo organizar as imprescindíveis necessidades econômicas, dos cooperadores. 

A cooperação econômica é pela contribuição de bens ou serviços para desempenho das funções pela atividade econômica.

A falta de capital depende do limite da contribuição de seus cooperadores/donos e da capacidade da captação de crédito dos bancos e/ou da cooperativa de crédito e como seus cooperadores são da classe média ou baixa e a taxa é limitada, isto causa transtorno na captação de recursos. 

A incapacidade de levantar seus próprios recursos e as fontes de financiamento é limitada e passam a depender dos fundos do governo, gerando dependência financeira. O Estado tem interesse em manipular o econômico pelo social, e as cooperativas aceitam esta imposição de cima para baixo, por precisarem da ajuda financeira, o que acaba por gerar subordinação.  

A privação do capital impede o desenvolvimento da empresa devido a situação crítica por deixá-la de acudir. Isto trava o empreendimento e o capital de giro que é todo recurso que a empresa precisa ter para que o negócio não seja interrompido, sendo esta a base para o funcionamento da cooperativa. O capital de giro é o necessário para o andamento dos negócios da empresa e a ajuda mútua e a cooperação mútua é um dos recursos. 

A participação econômica dos sócios, terceiro princípio cooperativista é através da cooperação econômica é quando os cooperadores que são donos e usuários do capital se unem para que juntos façam que se tornem um empreendimento sustentável para realização de  uma estratégia de negócios de uma organização ligada à sua sobrevivência. Sem sobras e/ou lucros o empreendimento não será sustentável nem sobreviverá.  

Uma sugestão é uma nova ação para as cooperativas e na gestão democrática que necessita investir em um software colaborativo e organizar-se com clareza e transparência para resolver os problemas da dificuldade de falta de capital. È um método que pode ser aplicado para buscar a imparcialidade, através de um software colaborativo, que pode ser um dos meios de fazer as vezes da real necessidade concentrada e significativa de seu grupo de ação, sem a manipulação de cima para baixo, mas o inverso.

 

Rosalvi Monteagudo - contista, pesquisadora, professora, bibliotecária, assistente agropecuária, funcionária pública aposentada e articulista na internet. Publicações:Revisão das regras dos princípios coope-rativistas, 2001. Economia solidária; novas regras, 2002. Autonomia na organização da iempresa; uma sugestão para o desemprego, 2004. Sustentabilidade socioeconômica, via web-service, 2006. Administração e a contabilização/ accountability para o terceiro setor, 2007/2018. Economia digital e sustentabilidade, 2002/2018. Autonomia Financeira e a Autogestão – Uma Ideia / 2019. Doutrina Econômica da Cooperação - Revisão das regras dos princípios cooperativistas – 2021.


Sensor com formato de caneta detecta bisfenol-A na água com rapidez e baixo custo

 

Pesquisadores da USP desenvolveram uma ferramenta portátil – feita com grafite, nanopartículas de prata e poliuretano – que identifica a presença desse composto químico prejudicial à saúde e considerado um indicador da presença de poluentes emergentes (protótipo do dispositivo; foto: Marina Baccarin/USP)


·         Pesquisadores dos institutos de Física (IFSC) e de Química (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos desenvolveram um sensor com formato alongado e cilíndrico, semelhante a uma caneta, para análise de poluentes químicos eliminados na água. Fabricado com grafite, nanopartículas de prata e poliuretano, o sensor detecta bisfenol-A (BPA) – composto químico considerado um marcador molecular da presença de contaminantes emergentes, como produtos farmacêuticos, hormônios e pesticidas, entre outros.

Resultados da pesquisa, financiada pela FAPESP, foram publicados na revista Materials Science and Engineering: C.

Paulo Augusto Raymundo-Pereira, coordenador do trabalho, explica que entre os poluentes químicos eliminados no meio ambiente destacam-se os denominados interferentes endócrinos (também conhecidos como desreguladores ou disruptores endócrinos). O BPA, comumente utilizado na produção de policarbonato (um tipo de plástico duro) e em vernizes (como o que reveste latas de alumínio), se enquadra nessa classificação.

Mesmo em baixas concentrações, essas substâncias são capazes de interferir no sistema endócrino dos organismos, que compreende um conjunto de glândulas responsáveis pela síntese de hormônios, e causar prejuízos à saúde, como desequilíbrio hormonal, infertilidade e câncer em órgãos reprodutores.

O Brasil proibiu a importação e a fabricação de mamadeiras e outros utensílios para lactentes que contenham BPA, considerando a maior exposição e suscetibilidade dos usuários desses produtos. Pela regra vigente desde janeiro de 2012, mamadeiras em policarbonato não podem mais ser vendidas no país.

Para as demais aplicações, o bisfenol-A ainda é permitido, mas a legislação estabelece um limite máximo de migração específica da substância para o alimento, definido com base nos resultados de estudos toxicológicos.

“Acontece que o resíduo da produção pode ser descartado em córregos e atingir a estação de água, na qual o tratamento não é 100% eficiente para remover todos esses poluentes. Eles podem, portanto, migrar para a torneira das nossas casas, sendo consumidos por nós.”

Esse cenário exige o monitoramento constante da qualidade da água. Hoje, a determinação de poluentes emergentes pode, em princípio, ser realizada com análises que envolvem coleta e condicionamento de amostras, além de longas etapas de limpeza. Já a determinação do BPA é normalmente feita por técnicas como cromatografia e espectroscopia. Esses métodos convencionais de monitoramento são caros e demorados.

“Não há uma maneira simples para a análise de poluentes emergentes e, talvez, essa seja a principal razão pela qual os testes com o bisfenol-A ou outros contaminantes ainda não estão disponíveis para as empresas de saneamento, agências de controle ambiental ou pelo menos não nos serviços públicos dos países em desenvolvimento. Esse cenário pode mudar se essas substâncias puderem ser analisadas a partir de sensores sensíveis e robustos, com um dispositivo simples e de baixo custo”, avalia Raymundo-Pereira.


Pen sensor

A escolha dos materiais usados no dispositivo – chamado pelos pesquisadores de pen sensor – levou em conta as vantagens obtidas pela combinação entre eles, incluindo estabilidade, facilidade de limpeza da superfície, simplicidade e baixo custo de preparação. Além disso, o poliuretano utilizado é um polímero ecologicamente correto, obtido a partir do óleo de mamona.

“Já tínhamos certa experiência com esses materiais. O grafite é bom condutor elétrico. As nanopartículas de prata, já sabíamos, melhoram a condutividade do grafite, evitam que outras substâncias ‘grudem’ no sensor, além de funcionar muito bem na detecção dos compostos fenólicos, como é o caso do bisfenol.”

A detecção é realizada pela geração de um sinal elétrico produzido por reações químicas de oxidação e/ou redução que ocorrem na superfície do sensor quando em contato com uma amostra contendo o bisfenol-A. Métodos baseados no uso de sensores podem fornecer resultados rápidos e confiáveis ainda nas estações de tratamento, dispensando a coleta da amostra, o uso de equipamentos sofisticados ou a necessidade de pessoal treinado.


Ineditismo e versatilidade

Raymundo-Pereira explica que tanto o desenho do sensor quanto a sua composição são inéditos. “Ele pode ser usado como alternativa às técnicas tradicionais, que são mais caras, consomem mais tempo, geram resíduos e exigem conhecimento técnico de alto nível. Nosso dispositivo pode ser usado por qualquer pessoa, mesmo sem treinamento. Acoplado a um analisador menor do que um celular, possível de ser conectado a um smartphone, forma um conjunto portátil, que pode ser levado a uma estação de tratamento, por exemplo. Não há necessidade de colher uma amostra de água para analisar em laboratório.”

Também é possível utilizá-lo em um rio, em um córrego, um contêiner, um poço e até na torneira. “Em menos de um minuto de contato da amostra com o sensor é possível saber o resultado da análise. Os testes convencionais demoram semanas, até meses. Além disso, a caneta pode ser usada na posição vertical, mas com o sensor virado para cima, e nesse caso apenas 25 microlitros (μl) de amostra – a metade do volume de uma gota – seriam suficientes para realizar o teste”, conta Marina Baccarin, primeira autora do artigo.

A patente do sensor foi submetida recentemente pelo grupo, por meio da Agência USP de Inovação. “A tecnologia está pronta para ser produzida e transferida. Tentamos usar material barato, nada de equipamentos supersofisticados ou importados; tudo pode ser encontrado aqui. E isso exatamente para facilitar essa transferência tecnológica”, ressalta.

A pesquisa teve apoio da FAPESP por meio de três projetos (16/01919-617/04211-7 e 18/22214-6).

O artigo Pen sensor made with silver nanoparticles decorating graphite-polyurethane electrodes to detect bisphenol-A in tap and river water samples pode ser acessado em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0928493120308730.

 

 

Karina Ninni

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/sensor-com-formato-de-caneta-detecta-bisfenol-a-na-agua-com-rapidez-e-baixo-custo/37481/


Posts mais acessados