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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Previsões de segurança digital para 2022

Especialistas em cibersegurança da DigiCert fazem uma análise das principais tendências do setor para o próximo ano


Os últimos dois anos foram marcados por fraudes, vazamento de dados e violações de segurança, devido ao aumento do número de pessoas online e usando serviços digitais durante a pandemia. Além disso, a instabilidade econômica no Brasil e em toda a América Latina tem gerado preocupações, deixando todos mais sensíveis e instáveis. 

As empresas estão cada vez mais preocupadas com a segurança de computadores, servidores e sistemas eletrônicos. A mudança de parte dos funcionários para o modelo de home office também contribuiu para essa atenção por parte das empresas. 

Conhecer as tendências de segurança cibernética para 2022 é uma forma de buscar soluções para tornar os ambientes mais seguros para todos. Afinal, sabemos que os cibercriminosos estão sempre atentos às lacunas deixadas nos sistemas, a fim de invadir e usar informações de forma prejudicial.

Para avaliar onde estamos e o que está no horizonte, mais uma vez reunimos nossa equipe de especialistas em segurança cibernética, incluindo Jeremy Rowley, Avesta Hojjati, Mike Nelson, Jason Sabin, Dean Coclin, Stephen Davidson, Tim Hollebeek e Brian Trzupek. Vamos dar uma olhada mais de perto no que eles observaram na bola de cristal para 2022:

 

Previsão: ataques à cadeia de suprimentos, ransomware e ciberterrorismo continuarão a aumentar 

As consequências de ataques audaciosos como o episódio SolarWinds e a violação Colonial Pipeline estavam em todas as manchetes em 2021. Os ataques bem-sucedidos iluminaram três campos de batalha de segurança cibernética essenciais - e provavelmente encorajaram hackers. Algumas ameaças que provavelmente prosperarão no próximo ano incluem:

 

• A complexidade e as vulnerabilidades da cadeia de suprimentos aumentam. A violação do SolarWinds foi baseada em malware em uma atualização de software que não foi detectada. No entanto, proteger o software não é fácil em organizações voltadas para DevOps em ritmo acelerado. Isso ocorre porque a maioria dos fluxos de trabalho tem tudo a ver com enviar resultados rapidamente, em vez de segurança por design. Conforme os processos de desenvolvimento e a cadeia de suprimentos de dispositivos se tornam mais complexos, a superfície de ataque só aumentará. A boa notícia é que as melhores práticas, como a assinatura de código, podem ajudar as empresas a incorporar a segurança em cada estágio do processo de desenvolvimento. Eles podem assumir o controle do desenvolvimento e confirmar a integridade do código antes que ele avance no ciclo de desenvolvimento e chegue aos clientes e ambientes de produção. A consciência dos perigos do compartilhamento de chaves e da inspeção de código ao longo de cada etapa do ciclo de desenvolvimento, bem como a prevenção de adulteração após a assinatura, contribuirá muito para proteger o código. A configuração de uma lista de materiais de software (SWBOM) também pode fornecer visibilidade sobre a origem do código, rastreando todos os componentes que constituem um aplicativo de software.

 

• O ciberterrorismo encoraja os maus atores. Os ciberterroristas demonstraram seu potencial para paralisar a infraestrutura em eventos como os ataques ao Oleoduto Colonial e à estação de tratamento de água Oldsmar na Flórida. O incidente na Flórida pode ter tido consequências graves, já que o atacante estava tentando envenenar o abastecimento de água da cidade. Novas oportunidades estão surgindo o tempo todo, limitadas apenas pela imaginação dos invasores, e ambientes de tecnologia de alto perfil, como lançamentos espaciais privados e eleições, podem ser alvos convidativos. As organizações públicas e privadas que são vulneráveis ​​a ataques cibernéticos espetaculares precisam redobrar seu foco em uma abordagem de confiança zero para a segurança.

 

• O ransomware continuará a expandir seu alcance. Os ataques de ransomware impactaram uma ampla gama de setores em 2021, incluindo organizações de saúde, empresas de tecnologia, fabricantes automotivos e até mesmo a NBA. Como os eventos ciberterroristas, os ataques de ransomware costumam atrair grande cobertura da imprensa, o que pode encorajar ainda mais os malfeitores em busca de publicidade. Prevemos que os ataques de ransomware continuarão a aumentar, especialmente à medida que o uso de criptomoedas se expande - e torna os pagamentos de resgate mais difíceis de rastrear fora do sistema bancário.

 

Previsão: confiança e identidade aumentam os processos de negócios 

Há anos que empresas de todos os setores adotam a transformação digital e a tendência está se acelerando. A pesquisa mostra que o mercado global de transformação digital deve crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 24% de 2021 a 2028. À medida que a tecnologia complexa se torna uma parte mais profunda dos processos mais críticos de cada organização, prevemos que o uso do digital as assinaturas aumentarão - e exigirão um nível mais forte de confiança e identidade.

 

• As apostas estão crescendo para assinaturas digitais. Prevemos que mais fluxos de trabalho serão associados a assinaturas digitais, em setores como serviços financeiros, imobiliário, saúde e educação. As assinaturas digitais também são úteis para organizações com trabalho híbrido, para integrar ou dar suporte a funcionários remotos. As apostas estão crescendo à medida que as assinaturas digitais se tornam mais amplamente aceitas, e um processo recente na Áustria / Suíça invalidou um acordo de 3 bilhões de euros porque utilizou a assinatura digital errada. 

Há muito tempo líder na implantação de assinaturas eletrônicas, a Europa está atualizando seu regulamento eIDAS, aprendendo as lições da pandemia COVID-19 para permitir a validação remota de alta qualidade da identidade dos signatários por provedores de serviços de confiança qualificados. Além disso, novas propostas irão expandir drasticamente o uso de identidade eletrônica emitida pelo governo para facilitar as interações internacionais. Essas mudanças são parte de uma tendência contínua para restaurar o controle da identidade aos cidadãos, em vez de às empresas privadas.

 

• Identidade e confiança fortalecem a IoT e muito mais. Para casos de uso baseados em dados, como a IoT, a confiança é mais importante do que nunca. Dispositivos como monitores de saúde, dispositivos de controle industrial, sistemas de segurança residencial e sensores de veículos, todos dependem da integridade de seus dados em tempo real para apoiar processos e decisões. À medida que a adoção da tecnologia 5G se acelera, veremos uma convergência crescente em aplicativos IoT e 5G - o que pode atrair mais ataques. A PKI continua sendo um método robusto e comprovado para garantir a confiança em ambientes de IoT.


Previsão: as ameaças pós-COVID irão persistir e evoluir 

As previsões do ano passado incluíam uma variedade de ameaças à segurança diretamente relacionadas à pandemia COVID-19. À medida que a pandemia diminui lentamente, prevemos que essas ameaças continuarão a existir. Estamos vendo um uso crescente de tecnologias sem contato em aeroportos, ambientes de varejo, restaurantes e outros espaços públicos - todos vulneráveis ​​a ataques cibernéticos. Esquemas de identificação digital, como carteiras de motorista e registros de saúde estão se tornando mais amplamente usados ​​- e também permanecem como possíveis pontos que podem ser hackeados.

 

Previsão: a computação pós-quântica desafiará o status quo da segurança 

Uma pesquisa DigiCert descobriu que 71% dos tomadores de decisão de TI acreditam que os computadores quânticos serão capazes de quebrar os algoritmos criptográficos existentes até 2025. Isso significa que as organizações de segurança precisarão repensar a segurança para um mundo pós-quântico. A criptografia pós-quântica (PQC) pode fortalecer a criptografia, diminuindo a possibilidade de violações de segurança. Mas muitas empresas não têm um entendimento claro da criptografia que implantam, então elas vão querer tomar medidas proativas para localizar todos os servidores e dispositivos expostos e atualizá-los rapidamente quando uma nova vulnerabilidade vier à tona. Prevemos alguns desenvolvimentos importantes no mundo PQC em 2022, já que o NIST deve anunciar o vencedor de seu esforço para substituir as versões atuais dos algoritmos de criptografia RSA e ECC.

 

Previsão: a automação vai impulsionar as melhorias de segurança cibernética 

À medida que as organizações trabalham para manter as luzes acesas e examinar os resultados financeiros, haverá um impulso resultante para a eficiência nas tecnologias de segurança. As equipes de segurança serão solicitadas a fazer mais com ainda menos recursos. O ano de 2022 trará uma ênfase em tecnologias que permitem às organizações fazer mais com menos, e a automação terá um papel significativo em termos de inovação de segurança no ano novo. Uma pesquisa recente da DigiCert mostrou que 91% das empresas estão pelo menos discutindo a automatização do gerenciamento de certificados PKI. As tecnologias de IA e ML continuarão a desempenhar um papel essencial no desenvolvimento dessa automação.

 

Previsão: a soberania da nuvem criará novas demandas de segurança 

Em um mundo cada vez mais com várias nuvens, as abordagens tradicionais de segurança baseada em perímetro tornaram-se obsoletas. Prevemos que os desafios da segurança cibernética se tornarão ainda mais exigentes à medida que os serviços em nuvem se tornarem mais granulares. As organizações estão implantando soluções em nuvem que estão cada vez mais sujeitas à jurisdição e regulamentações locais. Os controles de soberania da nuvem se concentram na proteção de dados confidenciais e privados e na garantia de que os dados permaneçam sob o controle dos proprietários. 

Por exemplo, a T-Systems e o Google Cloud anunciaram recentemente que construirão e fornecerão serviços de nuvem soberanos para empresas, setor público e organizações de saúde na Alemanha. À medida que mais iniciativas de nuvem soberana surgem, prevemos que as organizações exigirão um alerta cada vez maior.

 

Previsão: a confiança e a identidade da VMC mudarão a cara do marketing por e-mail 

Não é fácil se destacar em um ambiente de marketing agitado, mas estão surgindo novas tecnologias que podem ajudar os profissionais de marketing a causar uma impressão duradoura. De acordo com um estudo da Wpromote, 31% dos profissionais de marketing B2B estavam fazendo do reconhecimento da marca sua principal prioridade para 2020. Prevemos que as organizações adotarão cada vez mais os Certificados de Marca Verificada (VMCs) para construir seu valor de marca e fortalecer a confiança. 

Parte de uma iniciativa cooperativa com a iniciativa Brand Indicator Message Identification (BIMI), VMCs certificam a autenticidade para exibir um logotipo para destinatários de e-mail diretamente em sua caixa de entrada, antes de uma mensagem ser aberta. Eles são aplicados pela segurança DMARC (Domain Based Message Authentication Reporting). 

Ao usar VMCs protegidos por DMARC, os profissionais de marketing não apenas reforçam sua marca e melhoram as taxas de abertura em até 10%, mas também mostram aos clientes que se preocupam com sua privacidade e segurança de TI e estão tomando medidas proativas para ajudar a minimizar os riscos.

 

Previsão: Organizações priorizando estratégia / cultura de segurança 

Por fim, prevemos que as organizações trabalhem mais para fortalecer uma cultura de segurança cibernética, liderada do topo. Estamos ouvindo mais sobre a educação de funcionários usando testes de phishing, treinamento on-line obrigatório e exercícios de simulação cibernética que ocorrem no nível do conselho, para ajudar os participantes de nível C a testar suas estratégias de comunicação e tomada de decisão no caso de uma grande crise de segurança cibernética. É claro que os ciberataques continuarão a inovar e a criar ameaças mais complexas e insidiosas. Mitigar as ameaças de amanhã exigirá um compromisso da liderança e uma boa comunicação em todas as organizações.

 


DigiCert - provedora mundial de escaláveis TLS/SSL, soluções PKI para identidade e encriptografia.

 

O dilema do ICMS sobre o preço dos combustíveis

O preço dos combustíveis é uma preocupação devido ao seu reflexo no custo de vida da população. É uma despesa que tem um impacto direto no orçamento das famílias ao abastecerem seus veículos e também atinge indiretamente o preço dos produtos, inclusive alimentos básicos, diante da utilização massiva do transporte rodoviário no Brasil. 

A alta constante do preço dos combustíveis nos últimos meses tem preocupado os brasileiros, que aguardam uma solução dos governantes na esperança de, ao menos, paralisar o aumento semanal dos preços pagos pelos consumidores, tanto nos postos de combustíveis, como nos supermercados.

A solução proposta pela Câmara dos Deputados foi a mudança na forma de cálculo do ICMS cobrado na venda dos combustíveis. Segundo a proposta, o imposto terá um valor fixo em reais por litro e será definido com base no preço médio dos combustíveis dos últimos 2 anos. A proposta também permite aos Estados o reajuste anual do imposto. Hoje, o ICMS é cobrado em percentual sobre o preço atual do litro do combustível.

Essa forma de cálculo é adotada na cobrança da CIDE- Combustíveis, exigida pelo governo federal, que também é cobrada sobre o valor unitário do litro. O governo federal já utilizou a redução da CIDE- Combustível como medida para diminuir o preço dos combustíveis. Porém, na prática, a redução do tributo não foi repassada para o consumidor.

A experiência observada com a CIDE- Combustíveis, que é cobrada por valor fixo, comprova que esse formato proposto pelo Poder Legislativo para a exigência do ICMS não garante a redução do valor dos combustíveis pago pelo consumidor, pois existem outros fatores envolvidos na composição do preço. Atualmente, o aumento do preço do barril do petróleo e a desvalorização do real frente ao dólar são as causas que tornarão sem efeito prático as modificações no ICMS aprovadas pela Câmara dos Deputados no sentido de reduzir o valor dos combustíveis cobrado do consumidor final. 

A nova fórmula do ICMS proposta no projeto de lei complementar estabelecerá o valor do imposto cobrado sobre os combustíveis, que não sofrerá variação no caso de reajuste dos preços, pois terá por base o preço médio cobrado nos últimos 2 anos. Hoje, o ICMS é calculado sobre o valor atual dos combustíveis.

Agora, as mudanças no cálculo do ICMS serão apreciadas pelo Senado Federal. Independentemente das questões políticas envolvidas, quem sofre é o cidadão que está com seu orçamento no limite do suportável e aguarda medidas rápidas, concretas e efetivas para cessar o ciclo de alta dos combustíveis.

 

 

Ludmila Heloise Bondaczuk

www.morad.com.br


Criptomoedas: a importância da regulamentação

Todo efeito econômico possui um efeito jurídico acoplado. Neste sentido, o papel do Estado se torna fundamental para uma adequada regulação financeira do país. No entanto, tudo isso tem sido colocado à prova desde o surgimento das criptomoedas, em 2008, logo após a crise dos bancos norte-americanos, que revelou toda a fragilidade do sistema financeiro.

Hoje, especula-se que já existam mais de 6 mil criptomoedas – cerca de 30 vezes mais que as moedas emitidas pelos governos. Quase todos os dias surge uma nova, agora com apelos mais sustentáveis, visto que o volume de energia necessário para a mineração tem acendido o alerta para questões ambientais. Segundo o site Coin Market Cap, o valor somado de todas as criptomoedas era de US$ 1,44 trilhão no mês de julho desse ano. Só o Bitcoin representa 47% desse total.

O Brasil vem se destacando nesse cenário. Segundo um levantamento da Hashdex, realizado em setembro, existiam 325 mil investidores de criptomoedas no Brasil – número quase 1.000% maior que o de setembro de 2020, quando os investidores eram apenas 30 mil.

Quase a totalidade desses investidores, o fazem como uma alternativa ao mercado financeiro tradicional. Esses valores, em sua maioria, são destinados às reservas financeiras pessoais, deixando de lado opções tradicionais do mercado, como poupança, renda fixa ou mesmo ações.

O volume negociado já é tão alto que a quebra do sistema de criptomoedas geraria um grande impacto financeiro a milhares de pessoas no mundo todo. Há o risco de empobrecer nações inteiras.

Nesse contexto, a regularização é um debate urgente e inadiável. Há uma revolução no sistema monetário mundial em curso e precisamos falar sobre isso. O governo precisa estar atento às necessidades de segurança jurídica dessas relações de troca e de pagamento realizadas por meio de ativos digitais.

Ainda que o Banco Central do Brasil não tenha sinalizado nenhuma ação sobre o tema, já há no Senado e na Câmara dos Deputados projetos de lei com o objetivo de criar uma legislação sobre o mercado e formas de aceitação de criptomoedas na economia brasileira – algo que já é feito em alguns estabelecimentos, mas ainda de forma muito tímida e isolada.

Mas, fato é que estamos longe de um debate coerente, que deve ser global e não apenas local. As criptomoedas são emitidas e comercializadas de forma transnacional, o que demanda um esforço universal para estabelecer regras que confiram mais segurança jurídica – contudo, sem criar restrições em excesso, que poderiam inibir as inovações num segmento que vem conquistando cada vez mais adeptos.

Alguns movimentos já podem ser vistos em outros países. Em outubro de 2012, o Banco Central Europeu (ECB) apresentou uma definição estrita de moedas virtuais que as classifica como “um tipo de dinheiro digital desregulado, que é emitido e usualmente controlado por seus desenvolvedores e utilizado entre membros de uma comunidade virtual específica”.

O primeiro posicionamento nos EUA sobre criptomoedas foi em 2013, com a publicação de uma orientação interpretativa sobre como moedas virtuais poderiam ser enquadradas no US Bank Secrecy Act, a lei que rege o funcionamento das instituições financeiras no país.

Na China, a propriedade ou a transferência de criptomoedas não são proibidas. Contudo, em maio desse ano, diversas províncias ordenaram o banimento de atividades relacionadas a mineração de criptomoedas. Por outro lado, em junho de 2021, El Salvador aprovou um projeto legalizando apenas o Bitcoin. A justificativa é a de impulsionar o crescimento econômico do país, obedecendo a critérios exclusivos de livre mercado. 

As escassas reflexões evidenciam que ainda temos um longo caminho pela frente. A regulamentação garantirá não somente mecanismos mais adequados para leis de tributação, mas principalmente para prevenir esquemas de lavagem de dinheiro, corrupção e até ações terroristas. É preciso supervisionar e fiscalizar quem emite e intermedia a economia das criptomoedas a fim de garantir mais segurança jurídica aos consumidores, que hoje se encontram numa situação de extrema vulnerabilidade e alto risco.



Jayme Petra de Mello Neto - advogado do escritório Marcos Martins Advogados e especialista em Direito cível e societário.

 

Marcos Martins Advogados

https://www.marcosmartins.adv.br/pt/  

 

A importância da gestão de talentos 4.0

No momento de se candidatar para uma empresa, os profissionais de hoje querem saber se os seus propósitos estão alinhados com os da companhia. Além de buscar requisitos como possibilidades de desenvolvimento, também querem estar inseridos em projetos ambiciosos, inovadores, além de contínuo aprendizado.

As empresas também precisam estar atentas à cultura de diversidade e inclusão dos candidatos. Partindo dessas informações, fica claro que é necessário um programa moderno de gestão que atenda esta expectativa. E aí entra a gestão de talentos 4.0, que envolve técnicas para atrair, reter e desenvolver talentos, impulsionando inovações por meio da aplicação de tecnologia à boa parte das funções dos Recursos Humanos.

A gestão de talentos 4.0 está embasada em três pilares:

Tecnologia: recursos como computação em nuvem e conectividade são usados para analisar perfis comportamentais e automatizar processos de recrutamento e seleção;

Estratégia: as soluções de tecnologia começam a fazer parte do planejamento estratégico do RH da organização, garantindo tomadas de decisões mais assertivas e analíticas;

Gestão Comportamental: aqui não se olha apenas para a gestão dos colaboradores, mas também se preocupa em treinar e desenvolver habilidades, para que se tenha equipes eficientes e que saibam que fazem parte de projetos com propósito.

Portanto, usando as melhores práticas de gestão de pessoas 4.0, gestores de diferentes áreas começam a trabalhar junto à área de RH para desenvolverem estratégias mais eficientes no recrutamento e para no desenvolvimento dos colaboradores.

Ao focar nessas melhores práticas da gestão de talentos, a organização garante a satisfação de seus melhores colaboradores e consequentemente, atinge melhores resultados nas soluções desenvolvidas.

As práticas de Gestão 4.0 também ajudam nos imprevistos, como foi o caso da pandemia de COVID-19. Neste ano e em 2020, um aliado fundamental para fortalecer o comprometimento dos profissionais foram os cursos online, particularmente adequados ao contexto de trabalho inteligente e às necessidades especiais de conciliação da vida profissional e pessoal.

Na Indra, por exemplo, oferecemos um entorno de aprendizado 360º, no qual cada profissional pode estudar onde, como e quando quiser, através das ferramentas gratuitas e de livre acesso como a Udemy, que faz parte do programa Open University da Indra e, até agosto deste ano, já tivemos mais de 13 mil acessos.


Diversidade e inclusão

A diversidade e a inclusão estão no pilar comportamental da gestão 4.0 e precisam fazer parte da cultura de inovação das empresas. Com o objetivo de combater preconceitos e proporcionar um ambiente saudável para que pessoas com diferentes orientações sexuais se sintam à vontade nos ambientes de trabalho, a Indra aderiu às Normas de Conduta da ONU, reforçando seu compromisso com os direitos humanos dos públicos LGBTQI e se comprometendo a estabelecer mecanismos para vigiar seu cumprimento.

Além disso, é preciso investir também no talento feminino e criar um ambiente para o seu pleno desenvolvimento e equidade. No Brasil, 43,91% do quadro de colaboradores da Indra são mulheres.

Ainda falando de inclusão, a força de trabalho das pessoas 50+ também precisa ser lembrada. A expectativa para o Brasil de 2050 é que 30% da população tenha mais de 60 anos. Sendo assim, o trabalho também vai acompanhar essa faixa etária. Então é preciso pensar em programas para pessoas 50+ para que continuem contribuindo com sua experiência profissional e de vida dentro das equipes das empresas.

A gestão 4.0 de talentos está alinhada com o mundo atual. As novas gerações, incluindo mulheres, LGBTQIA+ e profissionais acima de 50 anos, podem impulsionar a mudança cultural, a transformação digital e o desenvolvimento de novas soluções e serviços.

A Gestão 4.0 oferece suporte aos colaboradores em formação, desenvolvimento de carreira e a realização de todas as pessoas em fazer parte de projetos que impactam a sociedade em inovação e com sustentabilidade.

 


Renata Lemos Castro - diretora de Recursos Humanos da Indra no Brasil


Valorizar o colaborador impacta diretamente na produtividade


Manter os colaboradores engajados e motivados é um dos principais desafios enfrentados pelos gestores das empresas na atualidade. Essa busca incessante por manter os profissionais motivados tem explicação. Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia aponta que um trabalhador feliz é 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende 37% mais, quando tem o desempenho comparado ao de outros profissionais. Além disso, colaboradores com alto nível de satisfação são mais cooperativos e estão sempre dispostos a ajudar os demais. 

 

O fato é que ter colaboradores pouco produtivos afeta diretamente os negócios da empresa e, claro, as consequências são negativas para os resultados da companhia. De acordo com um estudo feito pela entidade americana The Conference Board, o Brasil ocupa a 75ª colocação no ranking mundial de desempenho da produtividade. Se forem considerados apenas os países da América Latina, nosso país fica na 15ª posição. A pesquisa mostra, ainda, que a produtividade dos brasileiros corresponde a 25% dos norte-americanos. 

 

Alguns fatores contribuem para que o funcionário se sinta desmotivado. Uma comunicação falha por parte dos líderes, por exemplo, pode gerar um sentimento de distanciamento e de não reconhecimento no time. A falta de incentivos também está diretamente relacionada à desmotivação e em boa parte das vezes isso pode ser resolvido sem o envolvimento de recompensa em dinheiro. Organizar uma pequena comemoração em conjunto, quando determinadas metas forem alcançadas, pode ser uma forma de incentivar. Agradecer pessoalmente a um colaborador por um trabalho bem-feito é outra prática bastante motivadora. Oferecer benefícios flexíveis, por exemplo, também aumenta a atração e retenção de talentos, além de dar maior efetividade ao investimento da empresa, já que muitos benefícios padrão têm custos altos e não são valorizados pelos funcionários. Outra maneira interessante de manter o colaborador motivado é oferecer treinamentos aos profissionais. Ao mesmo tempo em que a empresa aumenta o nível técnico da equipe, ainda conquista outro importante resultado, que envolve a retenção de talentos. 

 

Outro caminho interessante é disponibilizar recursos para aliviar o estresse. Uma maneira de auxiliar o colaborador é oferecer um espaço de descontração, onde as equipes possam fazer uma pausa, relaxar e colocar os pensamentos em ordem. Algumas empresas têm ido além e passaram a oferecer sessões com psicólogos, na própria companhia ou remotamente, para auxiliar na melhoria da saúde mental dos colaboradores. Se levarmos em conta que, desde 2017, o Brasil tem o maior índice de pessoas com transtornos de ansiedade na comparação com o restante do mundo, faz muito sentido elevar a preocupação com esse aspecto especialmente depois de enfrentarmos uma pandemia, que deixou consequências no bem-estar mental das pessoas. De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2020, 80% dos brasileiros entrevistados reportaram sintomas moderados a graves de ansiedade e 68% de depressão. Em média, nos outros países, o índice é de 30%. 

 

Independente do porte ou do segmento de atuação da companhia, valorizar os colaboradores, mantê-los motivados e produtivos são tarefas que devem envolver todas as lideranças da empresa e não apenas a área de RH. Não há nada mais importante do que elevar a experiência do colaborador e estabelecer uma relação ganha entre ele e a empresa. Essa é a premissa principal do Employee Experience Plus, metodologia que se propõe a transformar custo com pessoas em valor para a organização. Sua empresa já pratica essas ações? 

 



José Carlos Figueira - diretor da Energy People, consultoria estratégica e operacional de RH – www.energygroup.com.br  


Em quais situações o condomínio é responsável por danos aos veículos nas garagens?

 A responsabilidade do condomínio em determinadas situações sempre gera muitos debates e, como em qualquer relação que envolva a divisão de algo, os conflitos são inúmeros e o desconhecimento sobre os reais direitos e deveres das pessoas cria ainda mais dificuldades.

O condomínio não tem personalidade jurídica. Não presta serviços mediante remuneração. Constitui-se em uma comunhão de interesses, pela qual são rateadas despesas. Não tem objetivo de lucro, distinguindo-se, assim, das sociedades.

Além disso, a própria relação entre os condôminos e também com os síndicos precisa ser pautada em respeito e conscientização dos papeis de cada um.


Responsabilização do condomínio

Especificamente, no que tange a furtos ou danos ocorridos nas áreas comuns ou nas garagens dos edifícios, segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), para que o condomínio seja responsabilizado, é necessário que haja, na convenção deste condomínio ou em seu regimento interno, cláusula expressa prevendo tal responsabilidade.

Assim, nas ocorrências de avarias em veículos estacionados nas áreas comuns, o condomínio e os demais condôminos somente serão obrigados a arcar com possíveis danos, caso haja a existência expressa de uma cláusula com essa previsão na convenção do condomínio.

É importante salientar que quando se trata de uma situação de natureza comunitária e não de caráter lucrativo, não se pode falar em responsabilização das pessoas que não tenham qualquer envolvimento com o fato danoso e com os danos efetivamente sofridos pelo condômino, exceto nas ocasiões de aceitação expressa dos condôminos após ciência dessa responsabilidade e da possibilidade de socialização do prejuízo.


Motivos de conflito

Problemas em condomínios envolvendo veículos não são novidades, e costumam ser uma das causas mais recorrentes de atritos entre moradores.

Os motivos podem envolver: vagas bloqueadas, carros ocupando a vaga vizinha, espaços apertados, carros de visitantes nas vagas de moradores, entre outros. Geralmente, essas situações podem ser resolvidas com diálogo e uma boa mediação do síndico.

Em episódios de furto ou roubo, a legislação costuma afirmar que o condomínio só tem responsabilidade se estiver expresso em sua convenção. A maioria dos condomínios opta por não incluir essa questão em suas regras e normas. E no Código Civil, a legislação trata de forma discreta, sem fornecer solução para esta hipótese.

A principal preocupação do condômino, portanto, é se há comprometimento do condomínio com a segurança, tanto dos moradores quanto dos automóveis nas garagens. Outro aspecto que se precisa prestar atenção: se é cobrada uma taxa referente à segurança nas mensalidades do condomínio, significa que a responsabilidade pode sim recair ao condomínio. Contudo, somente alegar que a contratação de um serviço de vigilância não traz a responsabilidade para o condomínio.

Na hipótese de o morador tenha seguro individual da residência, cabe verificar na apólice se cobre esse tipo de delito. Assim, pode-se isentar a responsabilidade do condomínio e também do morador, acionando seu seguro.

Carro danificado na garagem

Você acorda pela manhã, se prepara para ir ao trabalho, desce até a garagem e encontra o seu carro danificado, riscado, batido. Que situação desagradável e bastante complicada.

Como agir nessas circunstâncias? Primeiramente, o proprietário do veículo danificado precisa provar que o acidente ocorreu dentro da garagem. Quando o condomínio possui câmeras de segurança, torna-se mais fácil encontrar o responsável.

Quando o condomínio possui um manobrista e ficar provado por meio das filmagens que o erro partiu do funcionário, o condomínio tem que se encarregar das despesas do reparo. Nestas condições, o condomínio tem que contar com uma boa apólice de seguros.

Agora se o dano foi causado por outro morador, este deverá assumir a responsabilidade.


Obras

Nesses casos, o morador prejudicado poderá imputar ao condomínio o prejuízo sofrido. E caberá ao síndico acionar a empresa que está realizando as melhorias no prédio para que faça o ressarcimento do condomínio. Contudo, isso deve constar no contrato firmado entre as duas partes.


Portão Automático

É necessário considerar dois aspectos fundamentais nos incidentes relacionados ao portão automático em condomínios.

Se o portão estiver com a manutenção em dia, será necessário verificar se o acidente ocorreu por falha técnica ou humana. Na eventualidade de um problema técnico, o condomínio deverá acionar a empresa responsável pelo portão para que arque com as despesas tanto do veículo, como do próprio portão. Na situação provocada por um descuido do funcionário, o condomínio poderá ser responsabilizado por ambos os consertos.

Porém, caso a manutenção não estiver em dia, o condomínio terá que cobrir os reparos tanto do veículo como do portão. Mas, se o morador não respeitar o tempo de abertura do portão e acabar causando um acidente, ele terá que pagar o conserto do próprio veículo e do portão.


Queda de árvores em estacionamentos abertos

Quando uma arvore saudável cai por conta de eventos naturais, como uma forte chuva, é chamado de evento fortuito. Isso significa que tal acidente não poderia ter sido previsto. Dessa forma, não cabe ao condomínio assumir a responsabilidade dos danos causados por sua queda.

No entanto, sendo comprovado que a árvore não estava em boas condições e tinha risco de cair, o condomínio poderá ser acusado por não ter tomado as providências cabíveis.

Existe ainda uma terceira situação, em que o condomínio fez a solicitação da remoção para a prefeitura, mas o pedido não foi atendido em tempo hábil. Nesse cenário, o condomínio ou morador poderá ingressar com uma ação contra o órgão público.

De qualquer modo, é importante que o condomínio tenha suas manutenções sempre em dia, bem como mantenha suas apólices de seguros com as coberturas que mais se adequem à realidade e às necessidades da copropriedade.

 


José R. Iampolsky - CEO da Paris Condomínios, empresa criada em 1945 para administrar condomínios e alugueis. www.pariscondominios.com.br


Pesquisa: Com inadimplência em 9%, “guerra de preços” promete aquecer mercado de escolas nas próximas semanas

Levantamento nacional feito pelo Grupo Rabbit com mais de 300 escolas registra aumento de 40% na procura de pais e alunos; inadimplência cai de 25% para 9% em 12 meses, e 60% das instituições atribuem retomada às aulas presenciais


A aproximação do final de mais um ano letivo em meio à pandemia da Covid-19 aquece novamente as discussões sobre os modelos de ensino e o desenvolvimento escolar de crianças e adolescentes. A volta às aulas presenciais já está sendo obrigatória em alguns estados do Brasil em 2021, causando expectativas sobre qual será o formato de ensino previsto para 2022. 

Segundo pesquisa nacional do Grupo Rabbit, realizada entre os meses de julho e outubro deste ano com mais de 300 escolas privadas em todo o Brasil, a redução de 34% do mercado de escolas em 2020 parece estar próxima do fim, com o início de 2022 com promessas de reaquecimento. 

O levantamento mostrou que os casos de cancelamento de matrícula diminuíram de 95% para 52%, em média, nos últimos 12 meses. Por sua vez, o percentual de novas matrículas aumentou no mesmo período em cerca de 3%, sendo o segmento de Ensino Infantil com crescimento de 6% nas matrículas.


Além disso, as famílias que tiraram seus filhos da rede privada para a pública ao longo do isolamento social mais rígido começam a fazer o movimento inverso, principalmente no que se refere às crianças, que foram o segmento mais impactado durante a pandemia. Com a procura por escolas tendo crescido em 40%, Christian Coelho, CEO do Grupo Rabbit - consultoria de gestão educacional - e responsável pela pesquisa, alerta que as instituições de ensino ainda não estão percebendo essa movimentação. 

“A rede pública não comporta a quantidade de estudantes que migraram para suas dependências, forçando muitas famílias a procurar novamente a rede privada. No entanto, elas não estão conseguindo convencer essas famílias de que são as melhores opções para seus filhos. A comunicação delas precisa acompanhar a intenção de procura dos pais, e isso não pode esperar mais”, diz. 

Nesse ponto, a aposta é a de que até o fim do ano haverá muitas escolas recorrendo à estratégia de preços baixos para conseguir novas matrículas, o que, segundo ele, pode iniciar um processo de “guerra de preços” no curto prazo. 

 

Cenário socioeconômico ainda emperra reaquecimento

Com todos os sinais internos favoráveis, a retomada do mercado educacional ainda depende da situação macroeconômica do país. O desemprego, a redução salarial e a falta de renda ainda estão entre os maiores motivos para as famílias deixarem de procurar pelas escolas. 

Embora as dificuldades para conciliar casa, trabalho e educação dos filhos têm feito muitos pais preferirem cada vez mais a volta das aulas totalmente presenciais, o que é um aspecto positivo para o crescimento do mercado de escolas, o cenário atual ainda impede uma retomada mais rápida. 

“Esse momento de virada de ano é crucial para o mercado. Com a pandemia sendo um fato cada vez mais superado, o cenário socioeconômico brasileiro vai se tornar mais intenso para essas famílias. Porém, ao mesmo tempo, esse será o período em que cada vez mais famílias, principalmente do Ensino Infantil, estarão buscando novas escolas”, explica Coelho.



O contexto se mantém preocupante se levar em conta as perdas de aprendizagem até agora e a falta de alternativas para recuperar e preencher as lacunas do ensino remoto emergencial, principalmente na rede pública. “Houve uma conscientização e um reconhecimento do ensino remoto, mas a escola física ainda cumpre um papel de acolher estudantes e até mesmo comunidades escolares que estão mais vulneráveis nesse momento”, completa Coelho.

 

 

Grupo Rabbit


Governança socioambiental e a cafeicultura de baixo carbono

A julgar pela agenda multilateral em andamento, 2021 se configura como divisor de águas para as discussões sobre reponsabilidade socioambiental em sistemas agroalimentares.

Debates sobre o capitalismo de stakeholders – não apenas com foco no lucro, mas também no valor entregue às partes interessadas, incluindo a sociedade – estão presentes no Fórum Econômico Mundial e na Organização das Nações Unidas (ONU) há décadas, mas atingiram maior relevância em 2021, com o cenário pandêmico e as crescentes preocupações com impactos das mudanças climáticas na vida no planeta. 

Na “Agenda de Davos”, em janeiro deste ano, a importância do ESG (Ambiental, Social e Governança, em português) para a sustentabilidade dos retornos financeiros de longo prazo das empresas foi um ponto central e conferiu maior visibilidade ao tema. Já em novembro de 2021, todos os olhos se voltaram para a COP26, a conferência das Nações Unidas sobre clima e meio ambiente, em Glasgow, na Escócia, considerada uma das mais importantes da história, onde governos e setor privado mostraram o que pretendem fazer para evitar um aumento superior a 1,5°C na temperatura global em relação ao século XIX. 

É clara a coalescência entre o comportamento dos consumidores e a pauta dos acordos internacionais em discussão. Uma recente pesquisa realizada pela PWC  (PricewaterhouseCoopers) nos Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Alemanha e Índia mostra que a pandemia da Covid-19 ampliou o leque de consumidores conscientes dispostos a pagar mais por produtos e marcas mais saudáveis, seguros e ambiental e socialmente responsáveis. 

A esmagadora maioria dos consumidores e trabalhadores afirmou ser mais propensa a comprar ou trabalhar para empresas que compartilham seus valores entre os vários elementos do ESG. 

A consequência desse cenário ao agro é que temas como conservação da biodiversidade, trabalho decente, redução das pegadas de carbono e hídrica, boas práticas agronômicas, rastreabilidade e devida diligência terão cada vez mais influência no comércio internacional de produtos agropecuários e impactos diretos na reputação de origens, marcas e no acesso a mercados. 

Para equilibrar essa balança de cobranças e recompensas, o grande desafio reside em destravar programas amplos de pagamentos pelos serviços ambientais prestados pelos produtores de alimentos, fibras e energia à sociedade, incluindo o mercado global de carbono, cuja definição de regras claras é uma das grandes expectativas em relação à COP26. 

O primeiro passo nessa direção é quantificar e dar visibilidade às ações de conservação ambiental difundidas no agronegócio brasileiro. Em relação ao café nacional, os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, a preservação ambiental dos produtores, as rígidas e modernas Leis sociais ambientais e a organização e a eficiência de todos os segmentos trouxeram o Brasil, para o presente momento, como líder absoluto no mercado global da commodity. 

Faz-se necessário refletir, portanto, como se preparar para o futuro no contexto do ESG, com ênfase nos pilares da sustentabilidade, incluindo o olhar da governança corporativa orientada. Além da sustentabilidade e dos avanços na gestão corporativa, aplicando as práticas ESG, será necessário aprimorar a comunicação e promover a imagem dos cafés do Brasil, destacando os pontos fortes e as oportunidades. 

A cafeicultura brasileira presta muitos serviços ambientais à sociedade, frutos de investimentos em pesquisas que promovem saltos de produtividade, viabilizando a conservação de significativas áreas de vegetação nativa e da biodiversidade dentro das propriedades rurais. 

Para trazer mais transparência às contribuições dos cafés do Brasil à agenda socioambiental em voga nos fóruns multilaterais, em especial na COP26, uma das iniciativas do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) é medir o balanço líquido das emissões de gases de efeito estufa nas principais origens de Minas Gerais, o maior Estado produtor do produto no país. 

Esse projeto, desenvolvido em conjunto com exportadores associados e parceiros globais, sob a liderança técnico-científica do professor Carlos Eduardo Cerri, da Universidade de São Paulo (USP), e do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), calculará o carbono capturado da atmosfera e estocado no solo dos cafezais e nas áreas de vegetação nativa, conservadas de acordo com o Código Florestal brasileiro, nas fazendas de café do Sul, Cerrado e Matas de Minas. 

Promover e dar mais visibilidade à conservação de florestas nos territórios cafeeiros é um dos objetivos do Cecafé com esta ação. Dados recentes publicados pela Embrapa Territorial, com base no Cadastro Ambiental Rural (CAR), corroboram que o cenário é “verde” nas três regiões em análise no projeto. Nas áreas rurais – onde o café é uma das culturas plantadas – dos municípios do Sul de Minas, do Cerrado Mineiro e das Matas de Minas há 51,1 mil km2 destinados à vegetação nativa, uma área 1,25 vez superior ao território da Suíça, por exemplo. 

Fundamentado em metodologia do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, o projeto carbono do Cecafé servirá de alicerce científico para novas ações do comércio exportador na agenda de desenvolvimento sustentável. Também permitirá demonstrar, nos principais mercados consumidores dos cafés do Brasil, que as origens nacionais unem produção competitiva e eficiente à preservação ambiental. 

Divulgar continuamente essas características intrínsecas da cafeicultura brasileira, que estão alinhadas à agenda socioambiental internacional e às tendências de comportamento dos consumidores, é compromisso do segmento exportador para que os cafés do Brasil continuem avançando na conquista de novos mercados. 

 

Marcos Matos - diretor Geral do Cecafé, e Silvia Pizzol é gestora de Sustentabilidade do CECAFÉ


Chega ao País tecnologia de controle de carga e consumo de eletricidade para consumidores com energia solar

 

Parceria entre a brasileira Win Energias Renováveis e a chinesa Ginlong Solis traz ao mercado nacional inversores chamados “zero grid”

 
Solução é destinada para projetos fotovoltaicos em regiões isoladas da rede elétrica ou para funcionar como backup de sistemas conectados no fio da concessionária, seja para viabilizar o consumo nos horários de pico ou para proteger as instalações solares contra surtos e falhas de fornecimento


 

A Win Energias Renováveis, distribuidora de equipamentos fotovoltaicos pertencente ao Grupo All Nations, acaba de anunciar uma parceria com a chinesa Ginlong Solis para trazer ao País uma tecnologia de inversor que permite o controle de carga e de consumo de eletricidade para os usuários de energia solar no Brasil.
 
Trata-se do último lançamento do inversor “zero grid” da marca Solis, uma solução destinada para projetos fotovoltaicos em regiões isoladas da rede elétrica ou para funcionar como backup de sistemas conectados no fio da concessionária, seja para viabilizar o consumo nos horários de pico ou para proteger as instalações solares contra surtos e falhas de fornecimento.
 
A nova tecnologia permite gerenciar a energia produzida pelo sistema fotovoltaico, evitando a injeção na rede da distribuidora local ou controlando a capacidade que pode ser injetada. O inversor possibilita que o consumidor direcione a energia produzida em sistema grid zero para a demanda de um determinado quadro de distribuição ou para diversas atividades específicas.
 
“Trata-se de um sistema inteligente que controla a geração de acordo com a necessidade de cada consumidor em carga e consumo”, comenta Camila Nascimento, diretora comercial da Win Energias Renováveis. 
 
A oferta da nova tecnologia no País integra o plano de expansão da empresa em novos projetos de energia solar em telhados e pequenos terrenos. A companhia registrou um aumento de 448% no faturamento com a comercialização de kits solares utilizados em residências e empresas entre janeiro e agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2020. O aumento nas vendas ocorre justamente no período de crise hídrica no setor elétrico e de elevação máxima na conta de luz com a nova bandeira tarifária de escassez hídrica.
 
A Win Energias Renováveis pretende figurar entre as TOP 3 empresas de distribuição de geradores fotovoltaicos no Brasil este ano. Ao longo dos dois anos de atuação, a empresa forneceu equipamentos fotovoltaicos para mais de 3,4 mil projetos de energia solar em residências, comércios, indústrias e propriedades rurais no País, espalhados por todos os estados brasileiros, sendo muitos deles para consumidores de média e baixa rendas.
 
“Somos a distribuidora que possui uma das melhores ferramentas web de criação de gerador fotovoltaico e uma das poucas grandes que trabalham com todas as tecnologias de inversor: inversor de string, microinversor e otimizador SolarEdge, além de mantermos parceria com importantes marcas, como Fronius, Canadian e JA, que já fazem parte do portfólio de produtos”, conta Camila.
 
 A distribuidora, sediada no Rio de Janeiro, consegue atender a todos os tipos de projetos dos integradores, desde sistemas em residências pequenas e médias, bem como em estabelecimentos comerciais e também para grandes usinas”, acrescenta.
 


 
Win Energias Renováveis


Transferência de propriedade de veículos ganha mais facilidades no aplicativo Poupatempo Digital

Simples e intuitivo, o serviço conta agora com menos etapas de digitação e mais agilidade no preenchimento e anexação dos documentos de forma online 

 

O serviço de transferência de propriedade para veículo registrado no mesmo município ou entre cidades do estado de São Paulo, procedimento necessário quando há mudança de um proprietário para outro, pode ser realizado pelo aplicativo Poupatempo Digital ou no site do Detran.SP (www.detran.sp.gov.br). A novidade é que, agora, a opção ganhou recursos mais práticos para facilitar ainda mais o processo de forma online. 

As informações disponíveis na base de dados do Detran.SP serão reutilizadas sem que haja necessidade de preencher, por exemplo, alguns campos. Caso já conste a comunicação de venda do veículo, com o CPF do comprador informado, as indicações para placa, Renavam e endereço residencial estarão automaticamente preenchidas. Inclusive, se o endereço estiver correto não é preciso enviar comprovante de residência, basta apenas confirmar e seguir adiante no processo. 

Com a nova atualização, os procedimentos para a realização do serviço ficaram ainda mais fáceis para os usuários. Selecionar o tipo de documento do veículo (CRV ou ATPV-e), por exemplo, contará com foto ilustrativa indicando o local correto para consultar a sequência de números. Também haverá uma lista de documentos dinâmica, permitindo que os itens sejam inseridos, substituídos ou excluídos durante a solicitação. 

Ao finalizar o processo, o condutor será direcionado para o campo de acompanhamento do serviço de transferência, onde será possível visualizar o histórico de análise dos documentos e o status do pedido. 

“Seguimos em aprimoramento contínuo na oferta dos serviços eletrônicos pelo Poupatempo. De janeiro a outubro deste ano, o programa contabilizou mais de 35 milhões de atendimentos só pelos canais digitais. Com o avanço das opções online, hoje com 164 serviços, incluindo a novidade para a transferência de propriedade de veículo pelo app, as pessoas devem optar cada vez mais pelo atendimento remoto, que oferece mais praticidade e segurança”, diz Murilo Macedo, diretor da Prodesp – Empresa de Tecnologia do Estado –, responsável pela administração do Poupatempo. 

Desde o início da atual gestão, a Prodesp trabalha para ampliar a oferta de serviços digitais do Poupatempo. Atualmente, são mais de 160 opções no site, aplicativo Poupatempo Digital e totens de autoatendimento. Até o fim de 2021, o objetivo é chegar a 180 serviços digitais, e a mais de 240 em 2022. 

“Nosso objetivo é ofertar facilidades aos cidadãos paulistas, a fim que eles possam realizar os serviços por conta própria, de maneira descomplicada, objetiva e sem burocracia, tornando o Detran.SP cada vez mais digital e integrado ao Poupatempo. Temos como premissa otimizar o tempo do cidadão e disponibilizar uma plataforma que todos possam acessar de maneira simples”, afirma o diretor-presidente do Detran.SP, Neto Mascellani.

 

Transferência de Propriedade - veículos do estado de SP

Para maior comodidade e segurança do motorista, a transferência de propriedade para veículo registrado no estado de São Paulo, seja dentro do mesmo município ou para outro, pode ser solicitada pela internet, pelo aplicativo Poupatempo Digital ou sites do Poupatempo e Detran.SP, sem necessidade de ir a um posto. 

Pelo app ou portal do Poupatempo, basta acessar Serviços > Veículos > Registro e transferências > Transferência do veículo > Transferência de propriedade > Veículo do estado de São Paulo. 

Lembrando que, para transferir o veículo, é necessário aprovação do veículo em vistoria no máximo há 60 dias, verificar Empresas Credenciadas de Vistoria (ECV), não ter restrição ou bloqueio que impeça a transferência, ter comunicação de venda em cartório do estado de São Paulo, os débitos vencidos precisam estar quitados (IPVA, DPVAT, licenciamento, multas) e a taxa do serviço de transferência paga (R$ 322,90 caso o licenciamento do ano em curso ainda não tenha sido realizado ou, caso tenha sido, R$ 223,99).

 

Destinação do Imposto de Renda pode impactar positivamente a saúde do país

O prazo para a doação de até 6% do IRPF vai até 30 de dezembro e pode auxiliar instituições filantrópicas, como o Hospital Pequeno Príncipe – maior exclusivamente pediátrico do Brasil


A destinação de parte do Imposto de Renda (IR) por pessoas físicas e jurídicas será de grande ajuda para que instituições filantrópicas como o Hospital Pequeno Príncipe consigam superar o déficit causado pela pandemia de coronavírus, que já dura mais de um ano. Nos últimos anos, essas doações via Renúncia Fiscal tornaram-se uma importante fonte de recursos financeiros, inclusive mudando a realidade dessas organizações, mas as contribuições poderiam ser ainda maiores.  

Regulamentadas por leis federais, estaduais e municipais, essas doações têm um grande potencial de arrecadação, mas, em 2020, a modalidade foi utilizada por apenas 3,15% dos contribuintes. Isso representa mais de R$ 7,7 bilhões que deixaram de ser destinados a projetos e que poderiam, por exemplo, impactar o cenário da saúde no Brasil, que foi um dos que mais sofreu com as consequências da pandemia.

Para o Pequeno Príncipe - maior hospital exclusivamente pediátrico do País e eleito um dos melhores hospitais pediátricos do mundo em um ranking elaborado pela revista norte-americana Newsweek – o cancelamento de procedimentos eletivos, a diminuição na taxa de ocupação de leitos e a queda na procura pelo atendimento nas emergências, associados aos investimentos para enfrentamento à COVID-19, entre outros, causaram um déficit de 30 milhões.

Centenário, o Hospital utiliza a modalidade de Renúncia Fiscal há cerca de 15 anos. Os recursos contribuem não só para a manutenção das suas atividades, como também garante a humanização no atendimento e a equidade para milhares de crianças e adolescentes. Os recursos ajudam ainda no investimento em pesquisa, na capacitação dos profissionais e no investimento em tecnologia, como a modernização do Centro Cirúrgico, onde anualmente são realizados mais de 20 mil procedimentos.

Melhorias realizadas em 2020, como a aquisição de equipamentos garantem que as cirurgias aconteçam em menos tempo, o que impacta numa recuperação mais rápida dos pacientes e na possibilidade de realizar um volume maior de procedimentos e também contribui para atender as demandas das intervenções eletivas que não puderam ser feitas por causa das restrições impostas pela pandemia.

“Ninguém imaginava que a pandemia se estenderia por tanto tempo. As dificuldades dos hospitais filantrópicos, como o nosso, são enormes e, nós mantivemos todos os atendimentos de alta complexidade. A destinação de recursos via Imposto de Renda permite que o contribuinte, além de cumprir a sua obrigação com o governo federal, possa ter a oportunidade de ajudar a viabilizar a continuidade de excelência das nossas atividades de assistência em saúde e pesquisa”, explica a diretora executiva do Hospital Pequeno Príncipe, Ety Cristina Forte Carneiro.


Como doar

Pessoas físicas que declaram seu Imposto de Renda, via formulário completo, podem fazer a doação de até 6% do IR pago ou devido. A destinação pode ser feita de forma fácil e sem custos, e não importa se o cidadão tem imposto a pagar ou a restituir. No caso de quem tem IR a pagar, o valor doado para a instituição será subtraído da quantia a ser paga. Já para o IR a restituir, o valor doado será somado à restituição que ele tem a receber e também é corrigido pela Taxa Selic. Pessoas jurídicas que fazem declaração por lucro real também podem destinar até 9% do IR.

O contribuinte pode tirar suas dúvidas, consultar o passo a passo e até simular ou calcular o valor que pode ser destinado no site do Hospital: www.doepequenoprincipe.org.br. Depois de realizar o cálculo com base no último recibo de entrega da declaração ou uma simulação, a pessoa pode solicitar o boleto por meio do preenchimento do formulário disponível no mesmo site e fazer o pagamento até o dia 30 de dezembro.

“O processo é simples e permite ao doador acompanhar como o recurso é utilizado. E, para o Hospital Pequeno Príncipe, as doações pelo Imposto de Renda são de fundamental importância”, destaca Ety. A instituição tem diversos projetos aprovados com os Fundos para Infância e Adolescência, todos monitorados pelos Conselhos de Direito e pelo Tribunal de Contas, responsáveis pela auditoria, acompanhando a utilização de recursos e fiscalizando a prestação de contas.

 

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