Levantamento nacional feito pelo Grupo Rabbit com mais de 300 escolas registra aumento de 40% na procura de pais e alunos; inadimplência cai de 25% para 9% em 12 meses, e 60% das instituições atribuem retomada às aulas presenciais
A aproximação do final de mais um ano letivo em meio à
pandemia da Covid-19 aquece novamente as discussões sobre os modelos de ensino
e o desenvolvimento escolar de crianças e adolescentes. A volta às aulas
presenciais já está sendo obrigatória em alguns estados do Brasil em 2021,
causando expectativas sobre qual será o formato de ensino previsto para
2022.
Segundo pesquisa nacional do Grupo Rabbit, realizada entre
os meses de julho e outubro deste ano com mais de 300 escolas privadas em todo
o Brasil, a redução de 34% do mercado de escolas em 2020 parece estar próxima
do fim, com o início de 2022 com promessas de reaquecimento.
O levantamento mostrou que os casos de cancelamento de
matrícula diminuíram de 95% para 52%, em média, nos últimos 12 meses. Por sua
vez, o percentual de novas matrículas aumentou no mesmo período em cerca de 3%,
sendo o segmento de Ensino Infantil com crescimento de 6% nas matrículas.
Além disso, as famílias que tiraram seus filhos da rede
privada para a pública ao longo do isolamento social mais rígido começam a
fazer o movimento inverso, principalmente no que se refere às crianças, que
foram o segmento mais impactado durante a pandemia. Com a procura por escolas
tendo crescido em 40%, Christian Coelho, CEO do Grupo Rabbit - consultoria de
gestão educacional - e responsável pela pesquisa, alerta que as instituições de
ensino ainda não estão percebendo essa movimentação.
“A rede pública não comporta a quantidade de estudantes
que migraram para suas dependências, forçando muitas famílias a procurar
novamente a rede privada. No entanto, elas não estão conseguindo convencer
essas famílias de que são as melhores opções para seus filhos. A comunicação
delas precisa acompanhar a intenção de procura dos pais, e isso não pode
esperar mais”, diz.
Nesse ponto, a aposta é a de que até o fim do ano haverá
muitas escolas recorrendo à estratégia de preços baixos para conseguir novas
matrículas, o que, segundo ele, pode iniciar um processo de “guerra de preços”
no curto prazo.
Cenário socioeconômico ainda emperra
reaquecimento
Com todos os sinais internos favoráveis, a retomada do
mercado educacional ainda depende da situação macroeconômica do país. O
desemprego, a redução salarial e a falta de renda ainda estão entre os maiores
motivos para as famílias deixarem de procurar pelas escolas.
Embora as dificuldades para conciliar casa, trabalho e
educação dos filhos têm feito muitos pais preferirem cada vez mais a volta das
aulas totalmente presenciais, o que é um aspecto positivo para o crescimento do
mercado de escolas, o cenário atual ainda impede uma retomada mais
rápida.
“Esse momento de virada de ano é crucial para o mercado.
Com a pandemia sendo um fato cada vez mais superado, o cenário socioeconômico
brasileiro vai se tornar mais intenso para essas famílias. Porém, ao mesmo
tempo, esse será o período em que cada vez mais famílias, principalmente do
Ensino Infantil, estarão buscando novas escolas”, explica Coelho.
O contexto se mantém preocupante se levar em conta as
perdas de aprendizagem até agora e a falta de alternativas para recuperar e
preencher as lacunas do ensino remoto emergencial, principalmente na rede
pública. “Houve uma conscientização e um reconhecimento do ensino remoto, mas a
escola física ainda cumpre um papel de acolher estudantes e até mesmo
comunidades escolares que estão mais vulneráveis nesse momento”, completa
Coelho.
Grupo Rabbit
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