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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Lei do Superendividamento: crédito saudável é opção para ter dívidas sob controle

A Lei nº 14.181/2021, sancionada em 02 de julho de 2021, vem para dar um fôlego aos cerca de 30 milhões de cidadãos que se encontram na condição de superendividados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC). A Lei do Superendividamento surgiu para aqueles que, muitas vezes, têm a dívida total superior a própria renda.

Para não fazer parte dessas estatísticas e retomar o controle sobre a vida financeira, recomenda-se uma análise sobre o tipo de dívida presente, trocando, sempre que possível, dívidas ruins por dívidas mais saudáveis.

Ao analisar as taxas cobradas pelos diferentes produtos do mercado financeiro, dívidas ruins são aquelas que possuem elevadas taxas, como rotativo do cartão de crédito ou cheque especial. As dívidas saudáveis são de opções com taxas reduzidas, como Crédito com Garantia de Imóvel.

De acordo com dados fornecidos pelo Banco Bari, as solicitações de crédito com garantia de imóvel cresceram 64,7%, de junho de 2020 a junho de 2021. Os maiores aumentos no número de solicitações foram registrados em Porto Alegre (85,86%), São Paulo (77,67%) e Curitiba (74,21%). Mas o grande destaque vai para o crescimento acelerado em volume de concessão de crédito registrado em Belo Horizonte (69,40%), Goiânia (59,07%) e Brasília (49,64%).

Especializado nesse tipo de crédito, o Bari aponta que a principal finalidade do crédito declarada pelos clientes foi para pagamento de dívidas (29,91%), seguido de construção e reforma (27,7%) e investimento (12,92%).

Segundo números divulgados pelo Banco Central, o endividamento de famílias brasileiras chegou aos 58%, em março, maior percentual desde o início da série histórica, em janeiro de 2005.

“Um bom negócio para pessoas que possuem dívidas, como cheque especial, é migrar para o crédito com garantia de imóvel. No Banco Bari, dependendo do score do tomador e do prazo para pagamento, a taxa de juros para essa modalidade pode começar a 0,70% ao mês + IPCA, a menor do mercado”, explica Gustavo Caciatori, Head de Operações e Inside Sales do Banco Bari.

 


Banco Bari

www.bancobari.com.br

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Vagas para atuar no setor de tecnologia crescem 17,9% no primeiro semestre do ano

Programadores são os profissionais mais requisitados, revela levantamento realizado pela Catho

 

Mesmo com a taxa de desemprego no país em 14,7%, de acordo com os últimos dados divulgados pelo IBGE  (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as oportunidades, principalmente no setor de tecnologia, continuam crescendo. Balanço feito pela Catho, marketplace de tecnologia que conecta empresas e candidatos, revela um crescimento de 17,9% no número de vagas no primeiro semestre de 2021 quando comparado ao mesmo período do ano anterior.  

Profissionais de programação foram os mais procurados no primeiro semestre de 2021, representando 28,63% das vagas disponíveis no setor. seguidos por especialistas em sistemas (8,36%), tecnologia da informação (7,32%), desenvolvedores (4,98%) e designers (4,51%). Os cargos disponíveis vão desde analistas, auxiliares, técnicos, consultores, supervisores, coordenadores até gerentes. 

Com 43,23% das oportunidades, o nível que mais proporciona oportunidades no setor é o de analista. Além disso, também existem oportunidades para quem ainda está estudando: vagas de estágio, trainee e aprendiz somam 5,88% das posições em aberto.

Os dados do levantamento são da base de dados da Catho com vagas para atuar em todo o País.


Como alavancar a governança corporativa nas empresas?

A governança corporativa ainda é um tabu para muitas empresas, especialmente as pequenas e médias. Muitos empreendedores associam essas práticas a companhias de grande porte, que buscam investimentos ou estão listadas em Bolsas de Valores. Contudo, é preciso quebrar de uma vez por todas esse paradigma, mostrando claramente como ela é capaz de auxiliar na criação de mecanismos voltados a uma melhor estruturação, exponencialização e perpetuação de organizações de todos os portes e segmentos.

Um estudo realizado pela ACE Cortex com 343 empresas brasileiras que desenvolvem soluções relacionadas ao ESG, mostra que 180 atuam principalmente na área de meio ambiente, 130 possuem negócios relacionados ao impacto social e apenas 33 desenvolvem soluções de governança. Muitas vezes, o problema não está na falta de interesse, mas sim na ausência de conhecimento suficiente sobre o que é e, principalmente, como implementar uma cultura de governança corporativa.

O conceito está relacionado à uma série de mecanismos e ferramentas que permitem uma gestão mais estruturada de uma empresa. Trata-se de um sistema que estabelece processos para dirigir, monitorar, acompanhar e apoiar o crescimento de uma companhia em suas mais diversas áreas, seja na operação, no marketing, recursos humanos, contabilidade e, especialmente, nas estratégias de gestão –independentemente da fase em que a empresa se encontra, seja ela recém-fundada ou uma organização centenária.

Na prática, a governança corporativa funciona como um grande guia de boas práticas para a gestão de negócios. Ela proporciona uma minuciosa análise da organização para, a partir disso, traçar os objetivos e metas desejadas, bem como os direcionamentos assertivos para que essas conquistas sejam alcançadas de forma sólida.

O melhor de tudo isso é que sua implementação não requer grandes investimentos. Há diversas instituições que auxiliam as empresas nessa jornada, oferecendo todo o apoio necessário para a criação de políticas de gestão alinhadas a esse propósito. Normalmente, elas orientam sobre o acordo de acionistas, onde são estabelecidos os papéis e responsabilidades de cada um dos sócios, a fim de evitar conflitos que possam colocar a empresa em risco.

Além disso, há sempre recomendações para o estabelecimento de um conselho consultivo, onde conselheiros profissionais assumem o papel de orientar a liderança sobre decisões estratégicas, no intuito de apresentar um prisma diferente e compartilhar conhecimentos, networking, advindos de suas experiências anteriores, inclusive em empresas de outros segmentos. Essa visão externa costuma preencher lacunas e trazer visibilidade a pontos cegos que, sozinhos, os gestores seriam incapazes de enxergar.

Somado a isso, é importante que uma empresa com cultura de governança corporativa use a tecnologia a favor de sua gestão. A adoção de um software ERP inteligente, capaz de automatizar os processos e oferecer mais segurança jurídica, contábil, fiscal para suas transações, é fundamental para a profissionalização do negócio. Acompanhar as informações da empresa em tempo real é indispensável para a tomada de decisões mais assertivas – além de aumentar o valor da companhia e facilitar processos de auditoria de clientes ou mesmo para a busca de capital externo.

Os resultados dessas ações não costumam demorar a aparecer e são facilmente percebidos. Além de melhorar a gestão e reduzir os riscos do negócio, pesquisas mostram que a cultura de governança corporativa aumenta o valor de mercado e melhora significativamente a percepção de sua imagem pelo cliente, colaboradores, comunidade e investidores. Dessa forma, a empresa tende a ser muito mais sustentável e longeva, gerando benefícios para si mesma e para toda a sociedade, seja ela pequena, média ou grande.  

 


Marcelo Villa Nova - Senior Channel Sales Manager na SAP Business One.

 

SAP Business One

https://www.sap.com/brazil/products/business-one.html

 

Reforma Tributária Global: o que muda para as empresas multinacionais?

O G7, que reúne representantes dos governos da Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Japão e Estados Unidos, reascendeu as discussões sobre a reforma tributária global, que pretende tributar o lucro das empresas multinacionais com alíquota mínima de 15%. O projeto ainda será submetido ao G20, mas tem grandes chances de aprovação.

O fato nos faz relembrar as três grandes revoluções econômicas pelas quais o mundo passou. Entre os séculos XV e XVII, a riqueza era de quem detinha terras. Não à toa, a Europa protagonizou a era das expedições, buscando novos territórios para explorar. Já no século XVIII, entramos na era da revolução industrial, onde a riqueza passou para as mãos dos detentores dos meios produtivos. O foco era a produção de manufaturados em larga escala.

No entanto, no século XXI vivemos uma nova realidade. Hoje, a riqueza pertence a quem tem um grande volume de dados. É quem coleta, processa e os manipula que detém o poder. Logo, a proposta de tributação global muito preocupa as gigantes da tecnologia, que costumam se aproveitar de paraísos fiscais.

Hoje, as BigTechs, basicamente, concentram os lucros de todas as suas unidades de negócios espalhadas pelo mundo em países com baixa ou nenhuma tributação, como Suíça, Luxemburgo e Irlanda. Dessa forma, os países onde os lucros são gerados deixam de arrecadar bilhões em impostos.

Pelas simulações do Observatório da Tributação da União Europeia, a aprovação da alíquota de 15% pode gerar uma arrecadação extra de mais de 48,3 bilhões de euros para a União Europeia; 40,7 bilhões de euros aos Estados Unidos e 900 milhões de euros por ano ao Brasil, o equivalente a R$ 5,58 bilhões.

A proposta parece bastante adequada ao momento econômico atual. Cabe lembrar que, no passado, quando vivenciamos a era da globalização e o aumento exponencial das exportações, foi estabelecida a neutralidade tributária, onde os produtos que são exportados se mantêm livres de impostos. Apenas quando chegam ao país de destino é que sofrem a incidência da carga tributária por meio da nacionalização do produto. É por isso que muitos dos produtos que o Brasil exporta possuem preços menores do que os vendidos no mercado interno. Isso significa que a carga tributária do país importador, em regra, é menor que a nossa.

No que tange a exportação e importação de produtos, temos uma barreira física, as alfândegas. Quando uma mercadoria chega a um porto, ela passa por uma verificação e é ali que acontece a tributação.

Contudo, outro grande desafio nos dias atuais é a fiscalização e a tributação de serviços. Atualmente, não há uma regra clara se os impostos devem ser pagos no local de origem da empresa prestadora ou na tomadora de um serviço. Municípios, Estados e Nações possuem regras próprias que acarretam, muitas vezes, em bitributação ou mesmo em sonegação fiscal.

Na era da digitalização, uma empresa pode prestar serviços a pessoas físicas ou jurídicas de qualquer parte do mundo. O conceito de barreira geográfica simplesmente não existe mais. E os pagamentos por esses serviços podem acontecer por meio não detectáveis pelas regras dos Bancos Centrais, como por exemplo, a utilização de criptoativos, que possuem pouca ou nenhuma regulamentação nos governos.

Soma-se a isso as mudanças no próprio conceito jurídico sobre a definição de serviços. Pela doutrina civilista, cuja matriz está no direito romano, serviço é considerado “obrigação de fazer”. Dessa forma, presume-se um esforço humano, de uma atividade material ou imaterial. A tributação parte da ideia de intangibilidade como critério para a classificação dos bens, dividindo-os em bens corpóreos e incorpóreos, dada a inexistência física.

Entretanto, com a revolução tecnológica, novos paradigmas estão sendo quebrados no Direito, inclusive, a alteração do conceito de serviço para fins de tributação pelo Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISSQN, em que se considera serviço o oferecimento de uma utilidade para outrem.

Esse movimento culminou no Convênio 106/2017, que criou o conceito de “mercadoria digital”, autorizando a instituição de ICMS sobre “operações com bens e mercadorias digitais”, tais como softwares, programas, jogos eletrônicos, aplicativos, arquivos eletrônicos e congêneres, que sejam padronizadas, ainda que tenham sido ou possam ser adaptados, comercializados por meio de transferência eletrônica de dados”.

Entre o ISS, tributo municipal cuja alíquota máxima é de 5% e o ICMS, cuja alíquota modal é de 18%, os contribuintes, obviamente, defendem a incidência do primeiro. Por isso, a criação de uma nova diretriz mundial se faz tão necessária, a fim de estabelecer regras que atendam às demandas atuais da sociedade.

Além disso, a alteração do conceito de serviço somada aos avanços tecnológicos, permitem tanto a importação quanto a exportação de serviços à praticamente todas as partes do mundo e esta modalidade de negócios provoca desafios para a área tributária, principalmente para evitar a bitributação, que ocorreria se o prestador e o tomador do serviço fossem tributados de forma isolada em seus países. Este desafio se assemelha muito ao do Imposto de Renda.

Não há como negar que há uma dificuldade crescente no controle fiscal das operações de prestação de serviços e uma preocupação crescente dos países em estabelecer regras de tributação, seja para tributar o prestador do serviço (exportador) ou o tomador do serviço (importador).

Um possível modelo é a tributação compartilhada entre os países prestadores e tomadores de serviço, ficando a maior parte no endereço do prestador, que é onde a riqueza está sendo gerada.

Embora não seja possível no Brasil pela legislação existente, é necessário se pensar em alíquotas de ISSQN importação ou exportação progressivas e essenciais. Por exemplo, serviços de saúde, educação e comunicação, devem ter uma tributação inferior. Por outro lado, serviços menos essenciais, como os de entretenimento, podem ter alíquota maior, chegando ao valor de 15% indicado na proposta.

De modo geral, a discussão é pertinente e extremamente relevante. Estamos diante de uma importante decisão tributária e, cabe às instituições públicas, privadas e acadêmicas de cada país, fomentar o diálogo sobre a proposta.

O mundo está deixando de ser físico para se tornar digital/virtual. No Direito, primeiro temos o fato e depois o tributo. Há uma modificação social e, aí sim, é criada uma legislação sobre ela. A tributação só pode acontecer após a estabilidade social e econômica sobre os fatos e, a realidade tecnológica mundial já está mais do que estabelecida.

 


Angelo Ambrizzi - advogado especialista em Direito Tributário pelo IBET, APET e FGV com Extensão em Finanças pela Saint Paul e em Turnaround pelo Insper e Líder da área tributária do Marcos Martins Advogados.

 

Marcos Martins Advogados 

www.marcosmartins.adv.br

 

 

‘Álcool é Álcool’: Campanha Doses Certas conscientiza sobre moderação e derruba mitos sobre consumo dos destilados

Apoiado por entidades do setor, Movimento mostra que não importa o tipo de bebida que se consome, mas sim a quantidade absoluta de álcool ingerida por indivíduo


As bebidas destiladas, a cerveja e o vinho possuem o mesmo tipo de álcool: o etanol. Por isso, o Movimento Doses Certas lançou uma campanha com objetivo de promover informação educativa e transformadora para o público adulto e saudável que opta por beber. Na prática, significa combater mitos e fake news que rondam as bebidas alcoólicas e causam prejuízo à saúde pública e à economia, tirando competitividade do setor e aumentando a formação do mercado ilegal. A ideia principal é mostrar que “Álcool é Álcool” e que o que importa mesmo é a quantidade absoluta de consumo do indivíduo e não o tipo da bebida ou seu teor de percentual alcoólico.

Com apoio de entidades representativas do setor, como a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e o Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac), o Doses Certas desmistifica a falsa ideia de que existem bebidas fortes e fracas de forma didática: imagine uma mesa de bar com três amigos. Um está bebendo 330 ml de cerveja, a um teor alcoólico de 4%; o outro está bebericando 100 ml de vinho tinto, a 12%; e o terceiro saboreia 30 ml de uísque, a 40% de teor alcoólico. Mesmo sendo bebidas diferentes, os três amigos estão ingerindo, cada um, a mesma quantidade absoluta de álcool: 10 gramas, aproximadamente.

Sendo assim, não importa o tipo de bebida e não existe uma “mais forte” do que a outra, já que o que varia mesmo é a quantidade total ingerida de etanol por pessoa. A campanha, que se baseia no mote central de que “Álcool é Álcool”, pretende abrir os olhos dos consumidores e trazer o conceito de Dose Padrão, norteado por uma medida de 10 gramas de álcool, que ajuda a estabelecer uma referência da quantidade absoluta da substância.

A própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) defende que 10g é a porção padrão para efeito de rotulagem nutricional de alimentos. Em nível global, a Organização Mundial de Saúde (OMS) também já chegou a recomendar a dose padrão de 10 a 12 gramas de álcool, sugerindo até três doses para homens e duas doses para mulheres, com pelo menos dois dias de intervalo sem consumo na semana.

“A percepção equivocada de que existe uma bebida mais forte do que a outra ou ainda, bebidas frias e bebidas quentes, está enraizada no imaginário popular e traz consequências negativas para todos. Álcool é álcool e entender isso ajuda o consumidor a fazer melhores escolhas e a regular o mercado de forma isonômica, tanto no âmbito regulatório, quanto no tributário”, explica Eduardo Cidade, presidente da ABBD.


Informação transforma

Para a especialista Jessica Durán, uma das autoras do livro “Dose Padrão: uma ferramenta para o combate ao consumo nocivo de álcool”, a dose padrão de álcool – quantidade de etanol presente em qualquer tipo de bebida, medida em gramas – é um instrumento eficaz para a prevenção do consumo nocivo de bebidas alcoólicas. Usando o México como referência, país com características semelhantes ao Brasil, ela considera o consumo nocivo nas situações:

  • O consumo feito por menores de idade.
  • O consumo excessivo de álcool – superior a 3 doses diárias para mulheres e 4 para homens, sendo cada dose padrão correspondente a 13 gramas de álcool puro.
  • O “consumo explosivo”, ou seja, beber as doses rápido demais.
  • Combinar álcool e direção de veículos, incluindo bicicletas e patinetes.
  • Misturar bebidas com remédios; o consumo de álcool por pessoas com enfermidades crônicas, como câncer e diabetes.
  • O consumo de bebidas ilícitas, que nutrem o mercado informal e são acessíveis às pessoas mais vulneráveis.

Por ser um parâmetro de referência, adotado internacionalmente, a dose padrão oferece uma métrica de comparação única para estudos regionais e globais sobre o consumo de álcool. Isso torna possível avaliar hábitos e culturas locais e realizar comparações entre regiões de um mesmo país ou até entre países.

Além disso, o estabelecimento dessa referência ajuda na elaboração de políticas públicas eficazes para evitar o uso nocivo do álcool, tanto em nível local quanto global.


MOVIMENTO DOSES CERTAS

Doses Certas é um movimento essencialmente educativo que, por meio de estudos, pesquisas e informação científica e estatística, defende a moderação no consumo de bebidas alcoólicas. A ideia central é ajudar adultos saudáveis que optem por beber a fazerem escolhas conscientes e responsáveis.

 


https://dosescertas.com.br/


ENEL DISTRIBUIÇÃO SÃO PAULO REGISTRA AUMENTO DE 9,2% NO NÚMERO DE CLIENTES BENEFICIADOS PELA TARIFA SOCIAL EM 2021

·         Em julho de 2021, 620 mil clientes são beneficiados com a tarifa social;


·         Benefício do Governo Federal concede desconto de até 65% na conta de energia elétrica

 

A Enel Distribuição São Paulo, concessionária de energia elétrica que atua em 24 municípios da Grande São Paulo, registrou um aumento de 9,24% no número de clientes cadastrados no programa Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) em 2021. O benefício, oferecido pelo governo federal, é concedido aos clientes residenciais “baixa renda” e incide sobre primeiros 220 kWh consumidos mensalmente. 

Nos últimos doze meses, entre julho de 2020 e junho de 2021, o número de consumidores beneficiados passou de 568 mil para 620 mil. Entre os municípios atendidos pela distribuidora, o maior número de clientes cadastrados no programa está concentrado em São Paulo, com 85%, seguido das cidades de Santana de Parnaíba, com 4%, e São Bernardo do Campo, com 2%. 

O desconto na conta de luz é aplicado de modo acumulativo e varia de acordo com a faixa de consumo da instalação, limitados até 220 kWh. Isso significa que, quanto menor for o consumo, maior será o desconto: 

·         Consumo mensal até 30kWh - 65% de desconto;

·         Consumo mensal de 31 kWh a 100 kWh - 40% de desconto;

·         Consumo mensal de 101 kWh a 220 kWh - 10% de desconto;

·         Consumo Superior a 220 kWh - 0% 

Além do desconto, consumidores beneficiados com a Tarifa Social estão isentos da cobrança dos encargos setoriais Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA). A Tarifa Social foi criada pela lei federal n° 10.438, publicada em 26 de abril de 2002.

 

Adesão à Tarifa Social 

Pelas regras da tarifa social, é necessário o atendimento de pelo menos um dos seguintes critérios listado abaixo para ter acesso ao benefício:

 

·         Família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário-mínimo nacional; ou

 

·         Idosos com 65 anos ou mais ou pessoas com deficiência, que recebam o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), nos termos dos artigos 20 e 21 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993; ou

 

·         Família inscrita no CadÚnico com renda mensal de até três (3) salários-mínimos, que tenha portador de doença ou deficiência (física, motora, auditiva, visual, intelectual e múltipla) cujo tratamento requeira o uso continuado de aparelhos que, para o seu funcionamento, demandem consumo de energia.

 

Para se inscrever no CadÚnico, é necessário que o consumidor vá a um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais próximo ou, alternativamente, procure a Prefeitura do seu município. Para solicitar o benefício da tarifa social à Enel Distribuição São Paulo, o cliente da concessionária deve fornecer as seguintes informações: 

1.    Nome, CPF e Carteira de Identidade ou, na inexistência desta, outro documento de identificação oficial com foto, ou ainda, o RANI, no caso de indígenas;

 

2.    Código da unidade consumidora a ser beneficiada;

 

3.    Número de identificação social (NIS) e/ou o Código Familiar no Cadastro Único ou o Número do Benefício (NB) quando do recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC);

 

4.    Apresentar o relatório e atestado subscrito por profissional médico, somente nos casos de famílias com uso continuado de aparelhos.


 

Os clientes da Enel Distribuição São Paulo podem solicitar o benefício por meio do Call Center da distribuidora (0800 72 72 120) ou WhatsApp Lojas (11 94053-9491) na opção 5. A concessionária irá realizar uma consulta ao Cadastro Único ou ao Cadastro do Benefício da Prestação Continuada para verificar as informações prestadas. A adesão à Tarifa Social será informada pela companhia por meio de mensagem na conta de luz, e a não “efetivação" será reportada ao cliente através do canal escolhido para resposta. 

Caso o cliente prefira realizar a solicitação presencialmente, é importante agendar previamente por meio do site (https://www.enel.com.br/pt-saopaulo/agende-seu-atendimento-presencial0.html) ou app Enel SP, disponível para Android (http://bit.ly/2VmOsIj) e IOS (https://apple.co/2VpYh8q). Os consumidores podem ter acesso a mais informações sobre a Tarifa Social no site da distribuidora: https://www.enel.com.br/pt-saopaulo/Para_Voce/Tarifa_Social_Baixa_Renda.html e também pelo telefone 167 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

 

Atualização Cadastral 

Os clientes que já são beneficiários do programa Tarifa Social devem estar atentos para manter os seus dados atualizados e não perder o desconto na fatura. O recadastramento é obrigatório a cada dois anos, ou quando houver qualquer mudança como endereço, por exemplo. Para manter o cadastro atualizado, o cliente deve procurar a unidade do CRAS mais próxima ou entrar em contato com a prefeitura do seu município. 

A Resolução Normativa nº 414/2010, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estabelece que os clientes devem atualizar o cadastro todos os anos para comprovação do atendimento aos critérios estabelecidos na Tarifa Social. Anualmente, as concessionárias enviam a base cadastral com todas as unidades consumidoras beneficiárias pela Tarifa Social para a Aneel realizar o cruzamento de dados. 

Caso o consumidor perca o benefício, deve atualizar os dados no CadÚnico e realizar uma nova solicitação junto à concessionária. A distribuidora alerta ainda que o cliente tem direito a receber o benefício da tarifa social em apenas uma unidade consumidora. Caso exista duplicidade no recebimento, o benefício será suspenso em todas as residências cadastradas. Para voltar a receber o desconto na conta de luz, o cliente deverá fazer uma nova solicitação e optar por uma das unidades consumidoras.


Poupança não é suficiente para guardar o dinheiro dos brasileiros

Com a inflação em alta, desafio das famílias é fazer o 'pé de meia' sem perder o valor de compra do dinheiro guardado, aponta Yubb


A instabilidade financeira gerada pela pandemia e intensificada com o cenário político traz um desafio para cada um que deseja guardar dinheiro. Apesar de ser o investimento mais popular do país, a poupança segue com o seu rendimento abaixo da inflação, o que, na prática, significa que o dinheiro guardado hoje poderá comprar menos coisas no futuro. O Yubb (https://yubb.com.br/), maior buscador de investimentos do país, estruturou uma série de dicas para mostrar que é possível guardar dinheiro e fazê-lo render no dia a dia.

“De tempos em tempos, a gente vê muito se falar de inflação no país. Por quê? Porque quando há uma alta na demanda de um produto, menor será seu estoque e, consequentemente, maior será o seu preço. Esse aumento dos preços é o que chamamos de inflação, algo que na pandemia estamos visualizando muito com alimentos, como o óleo de soja ou o arroz”, explica Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb.

Mas há outras formas da inflação aumentar, como quando há emissão em grande escala de papel-moeda ou quando o comércio reajusta os valores dos produtos como forma de se proteger de possíveis crises. Por isso, é importante ficar de olho na inflação. E quando a inflação está próxima da taxa Selic, caso do Brasil na pandemia, isso impacta diretamente o poder de compra da população.

“Hoje, a taxa Selic é de 4,25%, o que faz com o rendimento da poupança nova seja de 2,98%. Nesse cenário, a rentabilidade de um dinheiro na poupança é negativa, de -2,69%. Saindo das porcentagens, significa que o rendimento está abaixo da inflação, o que é, literalmente, perder dinheiro. É fazer com que o seu dinheiro não renda o mínimo para compensar o aumento dos preços na economia. Em outras palavras, se o valor investido render menos do que a inflação, a mesma quantia não comprará no futuro o que pode comprar hoje”, completa Pascowitch.

E como resolver esse dilema? Para o Yubb, a dica é buscar outros meios de se investir, começando com a renda fixa, que possui uma similaridade com o funcionamento da poupança.

“Para quem vai começar a investir, eu recomendo investimentos de renda fixa com baixo risco e liquidez diária. São os investimentos em que o rendimento é menor, mas não há riscos de perda do dinheiro. E aí, conforme a pessoa for se familiarizando com o ambiente dos investimentos, ela pode arriscar ir para outros caminhos”, pontua Bernardo. 

De acordo com o especialista, as pessoas usam a poupança por comodidade, mas é possível investir de forma similar ao uso da poupança, com maiores ganhos. “O problema da poupança é seu baixo rendimento. É importante buscar outras opções em renda fixa que tenham um melhor rendimento, mas com a mesma segurança, como CDB, LCI, LCA e fundos de investimento”. 

Com a internet e a modernização do mercado financeiro, corretoras e bancos digitais estão ganhando espaço ao auxiliar pessoas que desejam começar a investir. O Yubb também criou um Guia de Melhores Empresas de Investimento, disponível gratuitamente em seu site oficial, com o objetivo de incentivar o investimento no país.

“Nós ainda temos aquela visão de que investir é para um público segmentado, mas não é assim, e a internet está auxiliando na difusão da educação financeira. As informações estão mais acessíveis, é só a pessoa ficar atenta. Agora, uma última dica: ao escolher uma corretora, procure aquela que tem menos taxa. Afinal, quanto menos você pagar, mais dinheiro tem para render”, conclui Bernardo.


Open Banking x LGPD: especialista explica como funcionará a novidade

Compartilhamento de informações entre bancos deve incentivar a concorrência e exigirá uma série de regras para a operação


O compartilhamento de dados pessoais atingirá uma nova fase a partir de agosto no Brasil. Os bancos e instituições financeiras que seguirem regras determinadas e forem autorizados pelo Banco Central (BC) poderão compartilhar informações dos clientes com a chegada do open banking, ou sistema financeiro aberto.

De início, a ideia de ter seus dados compartilhados entre instituições não parece algo muito confiável e seguro. Segundo o diretor financeiro do Popibank, Marcelo Pereira, não há motivo para preocupação. “O processo só acontecerá com autorização prévia do usuário e será realizado apenas em um sistema protegido seguindo os requisitos de segurança estabelecidos pelo BC”.

O especialista reforça que a novidade deve funcionar de forma a se adequar à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que exige das empresas maior proteção e cuidado no armazenamento e uso dos dados pessoais. A partir de agosto, quem descumprir as regras pode pagar multas milionárias e até ter o banco de dados suspenso.

Bancos poderão compartilhar dados dos
clientes se tiverem autorização prévia

Depositphotos


Vantagens

Pereira diz que o open banking traz uma série de benefícios e estimula a concorrência. “Quando você troca de banco, por exemplo, além de toda a burocracia, a nova instituição não tem nenhuma informação sua. Isso impede de te oferecerem um financiamento, um empréstimo, um limite de cartão que condiz com o seu perfil ou outros serviços personalizados que atendam diretamente à sua necessidade. Com o open banking, isso vai mudar”, afirma.

O objetivo da nova regra é, segundo o Banco Central, estimular a competição entre as instituições financeiras para que elas ofereçam melhores condições, serviços e benefícios para cada cliente. Também pretende dar mais transparência quanto ao uso e fluxo de informações pessoais dos usuários, já que terão o controle total de seus dados.

Segundo o especialista, para que isso aconteça, o cliente poderá autorizar que o banco que já tem o seu histórico compartilhe algumas informações de forma segura com a nova instituição. “Mas não é nada obrigatório. A nova instituição só terá acesso aos dados se a pessoa optar por compartilhá-los”, completa.

O BC determina que as empresas poderão acessar os dados cadastrais, de informações sobre transações em suas contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados, mas “sempre para finalidades determinadas e por um prazo específico”, que devem ser explicados de forma clara e objetiva para os usuários. “E o cliente poderá cancelar esse compartilhamento a qualquer momento pelo mesmo meio que fez a autorização”, pontua Marcelo Pereira.

Segurança e LGPD


Para participar do sistema de open banking, as instituições precisam de autorização e supervisão do Banco Central e, para isso, devem cumprir regras de segurança cibernética e da LGPD. Caso elas sejam descumpridas, valerão as sanções da lei e empresas e seus dirigentes serão responsabilizados.

“Os dados jamais poderão ser compartilhados sem a autorização do próprio cliente. A instituição precisará do consentimento, de uma autenticação e depois de uma confirmação para poder passá-los adiante. Também deverá permitir que, de forma fácil, a pessoa possa cancelar o uso de suas informações”, ressalta o diretor financeiro do Popibank, Marcelo Pereira. “As empresas que não se adequarem e utilizarem dados de forma indiscriminada serão punidas pela LGPD e podem sofrer processos. Os prejuízos para quem não cumprir a lei são muitos”, completa.

 


Marcelo Pereira - diretor financeiro do Popibank


Explode a violência contra médicos de São José do Rio Preto e região

Seis em cada dez profissionais já acompanharam agressões a colegas da área, segundo levantamento da Regional SJRP da Associação Paulista de Medicina


 

A violência contra médicos em São José do Rio Preto e cidades da região está em alta, equiparando-se, em alguns quesitos, a gravíssimos índices registrados em pesquisas estaduais.

 

De acordo com levantamento inédito da Regional SJRP da Associação Paulista de Medicina, divulgado, nesta manhã de 29 de julho, um em cada dois médicos já sofreu agressão por parte de pacientes e familiares. Os episódios vão desde ataque físicos a psicológicos, passando por situações de assédio sexual.

 

O arrefecer da truculência, mesmo em um momento em que os médicos têm exposto suas vidas e de seus familiares para salvar os acometidos pela Covid-19, já provoca reações das entidades representativas da classe.

 

A Associação Médica Brasileira (AMB), por meio do presidente César Eduardo Fernandes, acionou sua assessoria parlamentar em Brasília, na primeira hora de hoje (29), solicitando que deputados e senadores sejam contatados imediatamente e cobrados a dar celeridade à aprovação do Projeto de Lei n° 6749 de 2016. O PL tipifica de forma mais gravosa os crimes de lesão corporal, contra a honra, ameaça e desacato, quando cometidos contra médicos e demais profissionais da saúde no exercício de sua profissão.

 

“Lamentavelmente, as mazelas no sistema público e da rede suplementar são recorrentes e os pacientes sofrem na pele. São dificuldades para o acesso, demora para atendimento, falta de leitos, de medicamentos, de profissionais, entre outras”, argumenta César Eduardo Fernandes. “A indignação dos pacientes e familiares é justificável, somos solidários a eles. O problema é que alguns jogam sobre nós a responsabilidade da má-gestão da saúde, nos culpam por falhas estruturais. Isso é um equívoco inadmissível. Uma coisa é defender a cidadania, outra é calar ante a selvageria”.


 

Segurança Pública e Ministério da Justiça são acionados

 

No dia 27 de julho, imediatamente após tomar conhecimento dos dados do levantamento, a APM Estadual acionou os Ministérios da Justiça e da Saúde, o Governo do Estado de São Paulo, as Secretarias de Segurança Pública e Saúde, além da Procuradoria Geral de Justiça, requerendo providências urgentes para garantir a segurança dos profissionais de São José do Rio Preto e região.

 

“Faz anos que as pesquisas apontam o agravamento da violência”, pontua Marun David Cury, diretor de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina.

 

“Temos uma emergência de saúde pública e as autoridades responsáveis nos devem respostas e soluções. Além do fator humano, de garantia da integridade do médico, há outra questão: toda vez que sofremos um ataque desses e somos obrigados a nos afastar da linha de frente, aumentam os buracos da assistência”.

 

O presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, pondera que a violência na saúde não é alarmante apenas no Brasil; é fragilidade comum aos países com falta de justiça social.

 

“Os serviços de saúde nas periferias e até em consideradas áreas de melhor poder aquisitivo apresentam insuficiências. Isso acaba em transferência da revolta à gestão e aos responsáveis pelo sistema para quem está cuidando do cidadão na linha de frente”.


 

Números da pesquisa    

 

Essa é a primeira pesquisa da história, exclusivamente com médicos de Rio Preto, sobre violência. Foi motivada pelo aumento das denúncias informais de agressão para a Regional APM.

 

Assim, para compreender a extensão do problema, houve entre 5 e 19 de março de 2021, um levantamento junto aos profissionais por intermédio da plataforma on-line Survey Monkey. Em termos estatísticos, o retorno é excelente: 354 médicos responderam ao questionário, 68% homens e 32% mulheres.

 

Dessa amostra, 63,28% já tiveram o dissabor de assistir algum colega da saúde sofrer violência, sendo que 44,92 (praticamente um a cada dois) foram vítimas de agressões. 

 

Os números de São José do Rio Preto se aproximam de outros, alarmantes, de pesquisas estaduais. Em 2018, levantamento do Conselho Regional de Medicina dava conta de que a taxa no estado era de 7 vitimados em cada 10.

 

Os dados da região também se aproximam aos do conjunto da América Latina: 66,70%, em 2015, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde.

 

A agravante é a de que a estrutura de SJRP para garantir a segurança dos médicos e demais profissionais é extremamente insuficiente. Conforme a pesquisa da APM SJRP, na saúde pública, esse aparato só é perceptível para 17,80% dos que responderam; enquanto na saúde privada a percepção é de 30,79%.

 

Confira a íntegra da pesquisa em apm.org.br 

 

7 lições do esporte que valem para o mundo corporativo

Do brasileiro que surfou na onda da mudança à ginasta que desistiu da competição


Os últimos dias têm movimentado o mundo e colocado milhões de telespectadores de olho nas Olimpíadas de Tóquio. Depois de tanto tempo de isolamento social, é chegada a hora de acompanhar o desempenho dos atletas e torcer pelas estrelas do esporte. Chegar ao Japão exigiu – para esportistas e equipes – muito preparo e equilíbrio para superar não apenas os concorrentes, mas principalmente a ansiedade e a angústia da espera forçada pela pandemia.

Mas o que temos a aprender com o desempenho, a performance e os comportamentos dos competidores no que se refere ao universo corporativo? A especialista em gestão e liderança Luciane Botto avaliou a semana e destaca alguns aprendizados que podemos levar àqueles em cargos de comando e para a vida.

Segundo ela, “aprender com a experiência do outro, em situações tão reais e emocionantes como as acompanhadas nas telas, nos dá a oportunidade da reflexão por meio do lúdico, da dor e da superação - expostas e revisitadas em várias reprises pelos meios de comunicação.  “Todo mundo deseja vencer, mas é interessante pensar que uma competição não se faz apenas de vitoriosos. Nem sempre ganha quem domina a técnica, mas aquele que também sabe usar suas habilidades comportamentais para lidar com o estresse da competição em si”, enfatiza a consultora empresarial.

Ponderação

Neste sentido, Luciane destaca três atletas e posturas que considera importantes para reflexão:

Ítalo Ferreira: o surfista brasileiro ganhou a primeira medalha de ouro do Brasil nos jogos de Tóquio. Em seu depoimento à Imprensa, falou que aquele momento representava a concretização de um sonho, fez o que ama fazer e que entrou na água sem pressão.

Rayssa Leal: a brasileirinha de 13 anos - que precisou viajar acompanhada da mãe - conquistou a prata no skate street feminino e se tornou a medalhista mais jovem do Brasil. Foi leve, dançou antes de entrar na pista, não absorveu a pressão e fez o seu melhor.

Já a americana Simone Biles, a tão esperada rainha da ginástica olímpica dos últimos anos, trouxe uma lição ao mundo ao desistir da final de Tóquio e revelar que o seu maior desafio, no momento, é a saúde mental: “Temos que proteger nossas mentes e nossos corpos e não apenas sair e fazer o que o mundo quer que façamos. Não somos apenas atletas, somos pessoas e às vezes é preciso dar um passo atrás”. 

A justificativa para a desistência da favorita ao título fala por si só e nos mostra que Simone é vencedora mesmo quando assume sua fragilidade e pensa em si. Como bem citou o psicólogo organizacional americano Adam Grant, “Por gerações, as ginastas sofreram abusos e sacrificaram seus corpos para nosso entretenimento. Simone Biles é o modelo que precisamos para mudar essa cultura tóxica”.

Das quadras para os escritórios

Acostumada a trabalhar com líderes de empresas em diversos ramos, Luciane Botto – autora do livro Liderança Integral – A evolução do ser humano e das organizações (ed. Vozes, 344 págs.) - relata que esse conjunto de situações, posturas e situações esportivas a fez pensar nos desafios da área corporativa.

“Tem algo que chama atenção nessas modalidades e permite fazer um paralelo com a vida: o surf diante da maré de incertezas que estamos vivendo e a importância de sairmos da zona de conforto, focarmos e nos adaptarmos aos diferentes cenários e mudanças; o skate nos mostra que sempre podemos encontrar oportunidades para ousar, aprender algo novo, se superar e acima de tudo, se divertir; e a ginástica - que revela a importância da nossa flexibilidade e do autoconhecimento - no sentido de descobrir nossos limites. E para todos esses desafios, surge a necessidade da coragem e da inteligência emocional”, explica.

E complementa usando uma frase da professora Brené Brown, pesquisadora da Universidade de Houston e que estuda há duas décadas a coragem, a vulnerabilidade, a vergonha e a empatia: “Às vezes, vencer não é chegar primeiro. Às vezes, vencer é fazer algo realmente corajoso. E talvez, para você, vencer seja sair de casa na chuva e se molhar”.

7 dicas do esporte ao mundo corporativo

Confira agora 7 dicas da especialista em gestão e liderança, Luciane Botto, para observar no esporte e levar para o mundo corporativo:

1) Preparo: é necessário para superar desafios e alcançar objetivos. Não há como esperar resultados melhores sem o compromisso de melhoria e atualização constante. Cursos, leituras, experiências nos fazem sentir mais preparados e confiantes.

2) Autoconhecimento: conhecer o seu limite, não depender da aprovação do outro para tomar decisões, saber “dizer não” e superar o “medo de errar” são alguns dos maiores desafios que as pessoas enfrentam na vida e na carreira. Será que precisamos ser tão duros com a gente mesmo? Como seria equilibrar melhor as prioridades, operando de modo saudável?

3) Resiliência: ter a capacidade de olhar para o copo cheio e não levar tudo “a ferro e fogo”. Implica na capacidade de extrair as lições de experiências, ter orgulho da sua história, das suas conquistas e tudo o que trilhou, de virar a página e seguir em frente.

4) Empatia e apoio: compreender o que o outro está sentindo e ter sensibilidade para observar quando a produtividade cai, quando se está no limite e ter condições de oferecer apoio e liberdade para o outro se expressar com autenticidade. O que os times esperam dos líderes em momentos críticos, de tensão ou pressão? Sem dúvida, eles desejam direção, apoio, reconhecimento, escuta e compreensão verdadeira.

5) Cuidados com a saúde física, mental e emocional: sem saúde e equilíbrio não há performance que se sustente. Momentos de pausa, meditação, diversão, interação e atividade física nos ajudam a ter mais foco e prazer no que realizamos. A disputa acontece todos os dias e o mais importante é se manter em movimento, na velocidade que for possível – não a qualquer custo.

6) Mantenha a humildade para ganhar e perder: nem sempre temos as melhores ideias, soluções ou respostas para o que estamos vivendo. Nem sempre estaremos no topo. É preciso aprender com as vitórias e derrotas. Numa competição, um lado ganha e outro perde. E é claro que ninguém deseja perder.

7) Desafie suas métricas ou “verdades absolutas”. Será mesmo que o comando e controle e a pressão trazem os melhores resultados? Ou o ato de mesclar talento, paixão, leveza e diversão são capazes de nos fazer ir além?

“Lembre-se de que o resultado é só a ponta do iceberg. Considere anos de dedicação, foco, treino e suor nos bastidores. O que as pessoas veem e acompanham é apenas uma parte da sua caminhada. No fim - com vitória ou derrota – percebemos que o importante vai muito além da medalha: saber quem realmente você é, com quem você pode contar, celebrar ou chorar”.

 

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