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terça-feira, 13 de julho de 2021

Como lidar com efeitos colaterais das vacinas contra a Covid-19

Divulgação 
Especialistas recomendam que a população não tema a vacina e explicam o que fazer em caso de reações


A vacinação contra a Covid-19 trouxe um medo natural relacionado às reações adversas que algumas pessoas já apresentaram, principalmente da Astrazeneca. Depois da agulha, o medo de o braço doer, da febre, mal-estar e até mesmo outros sintomas menos comuns, como diarreia e vômito.

O Instituto da Vacina de Curitiba sempre alerta aos pacientes que as reações a qualquer vacina podem acontecer e que a melhor forma de lidar com os efeitos colaterais é a informação. 

“No caso das vacinas contra a Covid-19, as dores de cabeça e perda de apetite são reações comuns. Existem relatos de complicações mais específicas, como a formação de trombos, mas não foi comprovado que tenham realmente sido desencadeadas pelas vacinas. E, mesmo que tenham sido, foram em uma incidência baixíssima”, conta Josiele Baranovski, gerente do Instituto da Vacina de Curitiba.

De acordo com os especialistas, as reações a qualquer tipo de vacina se dividem em leves, moderadas e graves. As leves seriam dor, vermelhidão e inchaço no local da aplicação. Reações moderadas incluem cansaço, febre, dor no corpo, semelhante a um resfriado. As reações graves, como choques anafiláticos, podem acontecer mas são raras e não são exclusividade das vacinas contra a Covid-19, podem ocorrer com qualquer vacina ou medicamento.

“As reações às vacinas da Covid-19 não são diferentes das outras. Na maioria das vezes basta repouso, aumento de ingestão de líquidos e compressas locais com água em temperatura ambiente por período não maior do que 24 a 48 horas. Analgésicos e antitérmicos podem ser empregados, com orientação médica, quando necessário. Se os sintomas persistirem é preciso buscar atendimento especializado”, explica a médica Maria Teresa Resnauer Taques, do Plunes Centro Médico, de Curitiba (PR).

Para os especialistas, a esmagadora maioria das reações às vacinas contra a Covid-19 são leves ou moderadas, ocorrendo dentro de 24 a 48 horas, e desaparecendo no máximo em três dias. “Nos casos que não seguem essa evolução é recomendado procurar orientação médica para maior segurança”, alerta Josiele. 


Vacina ainda é a melhor prevenção

Os benefícios do uso da vacina superam em muito o risco de alguma reação. A Covid-19 ainda não tem um tratamento específico e somente a vacina pode frear a pandemia. “Medos e mitos infundados não devem servir de desculpa para abrir mão desse recurso inestimável. O risco de quem prefere não tomar o imunizante é sempre muito maior que o de quem toma”, frisa Josiele.

Para o Instituto da Vacina, a reação vacinal não está relacionada com a eficiência do processo. A vacina irá desencadear proteção esperada independentemente de causar ou não reações adversas.


Médico desmistifica informações sobre o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão.1 A doença exige cuidados e precisa de acompanhamento de especialista. O Dr. Morton Scheinberg, pesquisador em doenças autoimunes, PhD (Universidade de Boston/EUA), livre-docente em imunologia (USP), e reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein e do núcleo de doenças autoimunes, esclarece os principais mitos e verdades sobre a enfermidade.


A incidência de Lúpus é maior em mulheres?

Verdade - A doença ainda continua a ser uma das enfermidades crônicas mais frequentes nas mulheres em idade reprodutiva; sendo também a doença dez vezes mais frequente no sexo feminino.2,3


O paciente com Lúpus não pode ser vacinado contra a Covid-19?

Mito - Segundo Dr. Scheinberg, o quadro de Covid-19 em portadores de doença autoimune tem sido muito variável. Alguns estudos, com número elevado de pacientes, dão conta de que não há muita diferença no quadro clínico de um paciente com e sem doença autoimune que desenvolve a forma mais grave da Covid-19. Os estudos que avaliaram a eficácia das vacinas excluíram os pacientes portadores de doenças autoimunes, mas os benefícios para seguir com a vacina é melhor nestes casos do que não tomar. Não há relatos de eventos adversos graves nesse grupo de pacientes que tomaram a vacina. Mas o ideal é que o paciente se informe com o médico que o acompanha.4,5


O sol é um dos gatilhos do Lúpus?

Verdade - Há sempre um gatilho que deflagra o Lúpus. Quando ambiental, ele costuma ser a exposição a luz solar. E o sol é o principal fator. Por isso, é sempre recomendada a fotoproteção.6


O Lúpus tem cura?

Mito - Até o momento, o Lúpus não tem causa ou cura conhecida. O diagnóstico e o tratamento precoces são a chave para um melhor resultado de saúde e geralmente podem diminuir a progressão e a gravidade da doença.1 Mas, o prognóstico mudou e melhorou muito nas últimas duas décadas quando comparado com as respectivas décadas anteriores.


O tratamento com imunobiológicos tem boa eficácia?

Verdade - Os tratamentos com imunobiológicos têm se mostrado eficazes para pacientes que sofrem com Lúpus com ou sem comprometimento do rim, a Nefrite Lúpica (NL). Inclusive, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou neste ano a primeira terapia biológica para o tratamento da NL ativa em pacientes adultos.7 A aprovação foi baseada nos resultados do estudo BLISS-LN, que apresentou informações sobre a resposta renal de eficácia primária no período de 104 semanas. No total, participaram 448 voluntários e 107 centros de pesquisa, sendo nove deles brasileiros ⁹. Os resultados evidenciaram que pacientes tratados com terapia biológica, associada à terapia padrão, tiveram 55% mais chances de atingirem a esta resposta, quando comparados ao grupo placebo mais a terapia padrão, além da probabilidade de 46% de manter a resposta renal até a semana 104.8

 

 

Referências:

• SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Lúpus Eritematoso Sistêmico. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/lupus-eritematoso-sistemico-les/. Acesso em: 21 jun. 2021.

• DA COSTA, LM. et al. Lúpus Eritematoso Sistêmico: Incidência e Tratamento em Mulheres. Revista Uningá Review, 20(1): 81-86, 2014.

• SCHEINBERG, MA, et al. Lupus low disease activity (SLE) in patients treated with belimumab: a single-center real-life experience (2016-2019). Clin Rheumatol, 40(3): 923-927, doi: 10.1007/s10067-020-05315-w, 2021.

• SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Pacientes com doenças reumáticas autoimunes estão no grupo prioritário para vacinação contra a Covid-19. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/noticias/pacientes-com-doencas-reumaticas-autoimunes-estao-no-grupo-prioritario-para-vacinacao-contra-a-covid-19/. Disponível em: 21 jun. 2021.

• FOLHA DE SÃO PAULO. Vacinas e doenças autoimunes. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/05/vacinas-e-doencas-autoimunes.shtml. Acesso em: 21 jun. 2021.

• SOCIEDADE PARANAENSE DE REUMATOLOGIA. Lúpus Eritematoso Sistêmico. Disponível em: https://reumatologiapr.com.br/lupus-eritematoso-sistemico/. Acesso em: 21 jun. 2021.

• BENLYSTA (belimumabe). Bula do produto.

• FURIE, R. et al. A - Two-Year, Randomized, Controlled Trial of Belimumab in Lupus Nephritis. N Engl J Med, 383(12): 117-28, doi: 10.1056/NEJMoa2001180, 2020.


Autocuidado: Como lidar com a ansiedade no home office

As mudanças causadas pela pandemia da Covid-19 pegaram todos nós de surpresa. Em um breve espaço de tempo, todas as relações, tanto profissionais como pessoais sofreram alterações drásticas e tivemos que nos adaptar a um cenário de grande incerteza. A saúde e o bem estar coletivo passaram a ser as principais pautas e preocupações das pessoas, e também das empresas.

Antes, apenas vistos como uma alternativa à rotina de trabalho, práticas como o home office e o trabalho híbrido logo tornaram-se realidade para a maioria das empresas. É importante ressaltar também que, para muitos, essa foi a primeira experiência de trabalho nessa modalidade, e além do fator novidade, isso também desencadeou outras sensações, como ansiedade.

Por ser uma novidade, as empresas logo se depararam com uma certa falta de preparo para organizar e gerenciar as atividades e rotinas, bem como delimitar um espaço para compromissos de trabalho e vida pessoal. Sendo assim, muitas pessoas começaram a trabalhar muito mais horas do que quando estavam no escritório.

De acordo com uma pesquisa realizada pela runrun.it , 55% dos respondentes dizem estar com um nível de estresse moderado durante este período de trabalho remoto, e 29% apresentam níveis altos de estresse. Ainda nesse sentido, 61% afirmam se sentir exaustos, sem energia física e/ou emocional, e 43% apontam que existe uma grande dificuldade em se desconectar depois de um dia de trabalho.

Mas então, como a empresa pode ser uma grande facilitadora e protagonista na promoção do bem estar e autocuidado dos colaboradores?

É importante que exista um olhar integral para a saúde da empresa e do colaborador, bem como mapear possíveis dores e pontos de atenção. Algumas práticas que podem ajudar a sua empresa colocar isso em prática são:

• Estimular um ambiente de trabalho humanizado, com comunicação não violenta: para isso, é muito importante que, principalmente as pessoas em papéis de liderança, estejam preparadas para estimular esta atitude, e até, oferecer algum treinamento para esta soft skill;

• Escuta ativa e ambiente de comunicação seguro: implementar uma cultura de feedbacks pode ser muito útil para melhorar o fluxo de informações entre as pessoas e áreas, ou até mesmo, criar algum canal de escuta anônimo;

• Oferecer serviços e benefícios focados em saúde mental;

• Criar rotinas de descompressão, promovendo a interação entre as pessoas e um ambiente para não falar sobre trabalho - pode ser um happy hour online, por exemplo.

Essas são algumas das várias possibilidades que a sua empresa tem para promover um ambiente mais focado em autocuidado, visando mitigar os efeitos negativos do home office nos colaboradores. Mas é claro que sempre existe a possibilidade de adaptar ou criar coisas novas, observando suas próprias necessidades e particularidades.

Um exemplo desse tipo de ação na prática é o suporte que serviços de saúde podem oferecer. Além de todo o suporte de médicos e enfermeiros de família, é importante ter como parte da equipe de saúde o acompanhamento com o psicólogo.

Por meio da telemedicina, o contato com os profissionais é facilitado, o que faz com que os riscos de uma piora do quadro de ansiedade, por exemplo, sejam observados. Além disso, o time pode promover também workshops e ações coletivas, visando trazer temas que podem ser importantes a serem trabalhados dentro da empresa. Esta é uma forma de dar suporte ao olhar que o RH possui de seus colaboradores.

Lembre-se que, cuidar dos seus colaboradores e de sua saúde, é também cuidar da sua empresa. O RH deve ser um aliado nesta transformação, pensando de maneira proativa, e não deixando situações extremas surgirem.

 

 

Rafael Barreto - Enfermeiro com residência em Atenção Primária pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é mestrando pela mesma faculdade. Atuou como enfermeiro de família por quase dois anos no Albert Einstein e é Head de Enfermagem da Cuidas desde 2018.

Libido exagerada: os riscos da hiperssexualização em tratamentos hormonais

Crédito: Unsplash/Reproductive Health Supplies Coalition

Endocrinologista explica como os exageros podem causar desequilíbrio e comportamentos sexuais autodestrutivos

 

A libido - que é o desejo sexual humano - e a forma como ela se manifesta são controladas por diversos fatores, e varia de pessoa para pessoa. Questões psicológicas e culturais têm influência, mas além deles os hormônios também fazem a diferença.

Nos homens e nas mulheres, são hormônios diferentes que determinam a libido. Enquanto no público masculino os níveis de testosterona são o principal indicativo de apetite sexual, no feminino são a progesterona e a testosterona.

Ao falar de desejo sexual, o primeiro pensamento que pode surgir é: "quanto mais, melhor". Contudo, isso está longe de ser o ideal. Por isso, ao recorrer a tratamentos hormonais para equilibrar a libido, é preciso encontrar um profissional responsável e com bom senso.

De acordo com Dr. Luis Bianchi, endocrinologista da clínica Corporeum, em Brasília, qualquer pessoa que recebe testosterona, progesterona ou outros hormônios derivados podem passar por um processo de hiperssexualização. Ou seja, um aumento artificial e fora do padrão dessa pessoa.

"É possível que ocorra uma desinibição social inadequada em vários níveis, chegando até a comportamentos sexuais bizarros e autodestrutivos, como exposição a doenças sexualmente transmissíveis, relacionamentos extraconjugais e até psicose, com alucinações e sintomas parecidos com os da Esquizofrenia", explica o médico.

Por mais inocente que possa parecer "turbinar o desejo sexual", se isso não for feito com cuidado e parcimônia, doses excessivas podem desencadear euforia inconsequente, divórcios e até mesmo aumento de criminalidade nos pacientes.


Por que isso acontece?

Dr. Bianchi afirma que os riscos existem porque, apesar de se tratarem de hormônios, os efeitos são diferentes para os que são produzidos naturalmente pelo organismo e pelos que são introduzidos de forma artificial.

"Aliado a isso existe uma forte tendência ao uso de hormônios como fonte da juventude e de vigor sexual de maneira artificial e padronizada, sem respeitar as características de cada pessoa", aponta.

Logo, a solução para não passar por esse tipo de problema é estar acompanhado de um médico endocrinologista adequado e com boas referências. "Isso é indispensável para determinar se a causa das alterações de desejo sexual são hormonais ou não e definir um tratamento adequado e seguro", finaliza. 


Disfunção erétil: um alerta para doenças cardiovasculares

Disfunção Erétil (DE) é a incapacidade de manter uma ereção adequada para um desempenho sexual satisfatório. A falha de ereção pode ser um sinal de alerta precoce para doenças cardiovasculares. Estudos recentes evidenciaram que homens com Disfunção Erétil apresentam maior probabilidade de sofrer um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) ou apresentar problemas circulatórios nas pernas ao longo da vida.

Segundo publicações da Sociedade Americana de Urologia (AUA), estima-se que aproximadamente 30 milhões de homens nos Estados Unidos e 320 milhões no mundo apresentam algum quadro de disfunção erétil. Os fatores de risco para DE e Doenças Cardiovasculares (DCV) são bem conhecidos: envelhecimento, tabagismo, diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia (aumento de gordura no sangue), apneia do sono (suspensão momentânea da respiração), redução dos níveis de testosterona, depressão, obesidade e um estilo de vida sedentário.

Estudos científicos mostram que a Disfunção Erétil (DE) representa um marcador de risco para o homem desenvolver doenças ou até mesmo morrer por Doenças Cardiovasculares (DCV). Em recente revisão de cinco meta-análises e duas revisões sistemáticas que abordam a associação de DE com DCV, publicado em janeiro de 2021, foram encontrados maiores riscos de doença cardíaca, coronariana, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral em pacientes com disfunção erétil do que em outros pacientes. Além disso, quando a DE manifesta-se em homens mais jovens, ela prediz um aumento acentuado no risco de eventos cardíacos futuros em até 50 vezes, sugerindo que homens jovens com disfunção erétil, em particular, se beneficiariam do diagnóstico precoce e tratamento adequado para DCV e DE.

A seguir, citaremos fatores que podem ser relacionados ou diagnosticados em pacientes com disfunção erétil, a saber:


Hipertensão Arterial (pressão alta): Está presente em 38% a 42% dos homens com Disfunção Erétil e aproximadamente 35% dos homens com Hipertensão Arterial apresentam algum grau de Disfunção Erétil.


Dislipidemia (aumento de gordura no sangue): Níveis elevados de colesterol estão correlacionados em até 42,4% dos homens com disfunção erétil de moderada a grave.


Diabetes mellitus (aumento dos níveis de açúcar no sangue): A DE é uma das complicações mais comuns do Diabetes Mellitus, dependendo da gravidade e duração do diabetes. Estudos mostram que a DE pode variar de 20% a 85%, dependendo do período e população estudada. Segundo dados da AUA, em um Estudo de Envelhecimento Masculino, foi observado um risco três vezes maior para homens diabéticos evoluírem com DE quando comparados a não diabéticos na mesma faixa etária. Da mesma forma, os estudos científicos evidenciam que a presença de DE pode prever eventos cardiovasculares em homens diabéticos.


Apneia do sono: É um distúrbio que resulta na parada repentina dos movimentos respiratórios por tempo suficiente para acordar e diminuir a quantidade de oxigênio no sangue. Os distúrbios do sono podem resultar em sonolência diurna, aumento da frequência miccional noturna, fadiga, irritabilidade, dores de cabeça pela manhã, lentidão de pensamento, dificuldade de concentração e redução dos níveis séricos de testosterona (hormônio masculino), além de favorecer o aparecimento das doenças cardíacas e hipertensão arterial, que em última análise pode resultar em fator de risco para DCV e DE.

Podemos concluir que a Disfunção Erétil pode ser uma manifestação precoce de outras doenças e deve ser encarada como um importante sinal de alerta. O melhor tratamento é a prevenção, por isso não deixe de conversar com o seu Urologista. Ele saberá como melhorar a sua saúde sexual, bem como a saúde geral.

 


Dr. Marco Aurélio Lipay - Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, Membro Correspondente da Associação Americana e Latino Americano de Urologia e Autor do Livro "Genética Oncológica Aplicada à Urologia".


A volta à vida no Vale do Silício

Estamos em julho de 2021, Califórnia, Estados Unidos. Nas próximas linhas, pretendo fazer uma prévia sobre o que deve acontecer com o mundo nos próximos meses. Espero estar certa nessa radiografia.

No Vale do Silício, mais de 80% da população já está vacinada contra a covid-19. Ainda há quem seja contra a vacinação - algo em torno de 25% - mas a boa notícia é que já atingimos a imunidade de rebanho. Com isso, não é mais obrigatório o uso de máscaras e nem fazer distanciamento.

Na região, o mundo está voltando ao normal, porém um normal diferente, mais intenso, no qual as pequenas coisas estão supervalorizadas. Pessoas que nunca se viram se cumprimentam, sorriem umas para as outras, se parabenizam pelas pequenas vitórias e ficam emocionadas com facilidade.

A piscina pública que eu frequentava abre as portas na próxima semana. Isso significa o retorno da prática de exercícios físicos após 18 meses sem treinar. Nadar sem máscaras - claro! - e dividindo as raias. Eu odiava ter que dividir a minha, mas agora estou na contagem regressiva para isso acontecer.

Será que era preciso a chegada de um vírus mortal para aterrorizar nossas vidas e nos fazer acordar para valorizar o que sempre teve valor? Mas não é por esse ponto que eu escrevo esse artigo. Quero contar mais sobre a retomada das atividades no Vale do Silício, como é um dia normal no cotidiano dessa região.



No café é que brotam as ideias

Oito da manhã. Sentada em um café para participar da primeira reunião com o Felipe, sócio de uma das empresas de educação mais disruptivas atualmente no Brasil e que é nossa parceira. Que orgulho dessa moçada que veio para "quebrar tudo", tanto no Vale quanto no Brasil. Por aqui é costume fazermos esses encontros nos cafés. Após vários goles da minha bebida quentinha, embalada pela narrativa de retomada das atividades, fico sabendo que eles logo estarão na mídia no Brasil. Já me deixou muito feliz!

Na sequência, passada rápida ao supermercado para comprar algumas coisas que estão faltando, um pulo na Universidade de Stanford e depois almoço com duas grandes figuras do Vale. Laura, que é uma das líderes responsáveis pela área educacional das escolas públicas da Bay Area, e Sherry, advogada que atuava em Davos e prefeita de uma das cidades mais charmosas da região.

Na pauta de nossa conversa, a abertura da Europa para as nossas próximas viagens de estudo. Nós fazemos parte de uma associação de arqueologia e estamos desesperados para voltar aos sítios arqueológicos. Porém, as fronteiras ainda estão fechadas.

No entanto, o que nos deixa animados é que já temos como pensar em datas e perspectivas concretas sobre esse retorno, o que é muito mais do que tínhamos há 18 meses. Acho que sou a única do grupo que não é aposentada. Muitos deles aproveitaram o momento e penduraram as chuteiras da vida profissional para se dedicar à sua paixão por arqueologia.

Na parte da tarde, seis mulheres que integram um grupo de investidores e de startups brasileiros, que não se encontrava desde o início da pandemia, elegeu a mesa de um restaurante para retomar seu "tricot" sobre as novidades. Na pauta, além de maquiagens, o assunto mais importante: como os nossos negócios lidaram com a covid.

Todas estão se mexendo para surfar essa retomada. A Debora e a Heloísa estão prestes a revolucionar a indústria da moda com a BePop, uma startup que desenvolveu uma plataforma que usa tecnologia para transformar desenhos dos filhos em roupas lindas. Já a Mirelly está bombando com a Verbena - a Daslu das flores, disruptiva na entrega, no charme e no escopo do negócio - agora com presença em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já a Lona fundou a Education Journey, uma startup de educação que nasceu durante a pandemia, recebendo investimentos de todos os lados e está revolucionando o ensino corporativo.

A Ellen percebeu, durante a conversa, uma oportunidade de fazer o "landing" de produtos nos Estados Unidos. Todas deram palpites no negócio de cada uma e voltamos para casa com ideias trocadas, testadas e prototipadas. Um business plan, que normalmente demora um ano para ser feito, no Vale é desenvolvido em um guardanapo durante a conversa em um café e passa para a próxima fase em poucos dias. Essa é a pegada de funcionamento do Vale.



Reaquecendo os motores

Na Wish International, estamos neste momento saindo gradualmente do estado de hibernação. Uma empresa que faz eventos internacionais e tem clientes brasileiros como maioria esteve no lugar errado na hora errada durante a Covid. Mas nunca deixamos de acreditar na demanda reprimida. Por isso, não demitimos ninguém e nem desplugamos parceiros que trabalham em nossos quatro escritórios instalados em três continentes.

O Vale do Silício sofreu bastante com a pandemia. Muitos parceiros deixaram a região, mas foram semear disrupção e inovação pelo mundo. E vejo novas pessoas e empresas chegando, com novas ideias pulsando nas veias. Se elas tiverem a mente aberta e a alma generosa, o "novo" Vale do Silício deve abraçar, inspirar e "vitaminar" essas ideias. E eu estou muito curiosa para acompanhar os próximos capítulos desse cenário.



Natasha de Caiado Castro - fundadora e CEO da Wish International, especialista em inteligência de mercado, Content Wizard e Investor. É também Board Member da United Nations e do Woman Silicon Valley Chapter.


Investimento em tecnologia e agilidade de negócio: o segredo para não naufragar na crise


Ter capacidade de mudar e de se adaptar a mudanças com rapidez e assertividade nunca foi tão importante no ambiente corporativo quanto agora, quando o mundo enfrenta a maior pandemia do século XXI. Sem agilidade de negócio ou business agility, muitas empresas teriam naufragado quando o coronavírus começou a se espalhar. Sobreviveram aquelas que conseguiram fazer ajustes em seus processos para acomodar as necessidades de seus negócios junto com o ambiente em mudança.

Sem dúvida, o investimento constante em tecnologia é fundamental para que as corporações possam superar momentos de crise como esse, além de se destacar em um ambiente marcado pelas altas expectativas dos clientes, a competição crescente e pelos tempos reduzidos para o mercado. As que sobrevivem e registram os maiores lucros são justamente as que investem pesado para se tornar mais ágeis.

A volatilidade do mercado não é algo previsível — mais uma lição ensinada pela pandemia do coronavírus. Usar sistemas e tendências para calcular e estimar a probabilidade do que está por vir é uma boa uma opção, mas com o número de variáveis em jogo, essas equações estão longe de ser perfeitas.

É por isso que planos de negócios realmente estratégicos e eficientes devem sempre levar em consideração que as coisas podem mudar a qualquer momento — isso significa ter um plano que permita à empresa se adequar rapidamente para sobreviver às interrupções.

Nós, da BHS, empresa especializada em estratégia de TI, percebemos que a pandemia daria um nó na economia global logo no início e sabíamos que muitos de nossos clientes precisariam se adaptar aos novos modelos de trabalho, como o home office. Imediatamente, começamos a desenvolver soluções customizadas para cada um que nos procurava.

É o caso da RHI Magnesita, que teve de migrar os cerca de 500 funcionários da sede de Contagem (MG) para o trabalho remoto. Depois, com a flexibilização das normas sanitárias, a companhia precisou mudar novamente e garantir o retorno seguro dessas pessoas para o trabalho presencial. Para isso, mais uma vez a corporação solicitou o apoio e expertise da BHS, que criou o BHS Booking.

Utilizando a Power Platform e o Microsoft 365, o aplicativo do Booking verifica a disponibilidade de mesas, salas de reunião e até vagas de garagem, possibilitando agendar previamente toda a estrutura que cada pessoa vai usar naquele dia de trabalho.

Também é possível acompanhar como os colaboradores estão utilizando os espaços disponíveis para que todo o ambiente possa ser otimizado de maneira segura nesse período de retomada. Além disso, todas as funcionalidades do aplicativo foram personalizadas de acordo com o espaço físico real da RHI Magnesita, incluindo a planta do escritório com os números das mesas.

Graças ao sucesso da plataforma, RHI Magnesita vai levar o BHS Booking para a unidade Europa. A sede, em Viena, vai receber um projeto piloto do aplicativo. Inicialmente, compreenderá um andar do edifício e, depois, todo o prédio. A BHS também já fechou contratos para desenvolvimento da interface com a empresa alemã Behringer, além das brasileiras Localiza e da Potencial Seguradora.

Não é à toa que a história do business agility como conceito começa com o desenvolvimento de software. A metodologia ágil foi criada para abordar problemas causados pela mudança de requisitos de uma aplicação durante o seu desenvolvimento.

No ambiente corporativo, os sistemas Enterprise Resource Planning (ERP) moldaram e ditaram o cenário de aplicativos por mais de 20 anos, resultando em uma estrutura monolítica, com alto custo e flexibilidade limitada.

Nos últimos anos, a nuvem começou a liberar o cenário de aplicativos, eliminando o controle do punhado de fornecedores de desenvolvimento tradicionais dominantes. Os aplicativos de hoje se originam de uma variedade de novas fontes, incluindo catálogos e trocas online.

Nesse ambiente, as plataformas são o canal de inovação dominante. Algumas das melhores inovações no mercado atual estão acontecendo fora das quatro paredes da empresa, limitando a necessidade das expansivas equipes de pesquisa e desenvolvimento de ontem.




André Xavier - diretor da BHS.

 

LGPD: falta de encarregado pode ser infração entre as mais comuns no país

Penalidades começam a ser aplicadas em 1º de agosto e variam de advertência a multas 


Não são poucos os desafios com a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais 13.709/2018 (LGPD). Para estar em conformidade com a nova regulamentação, é preciso um trabalho minucioso e eficaz de adequação, que envolve desde a aplicação de soluções tecnológicas, a revisão de contratos e políticas internas, e um trabalho educacional contínuo, de conscientização e treinamento de equipes. 

Com a aproximação da aplicação das sanções da LGPD, que começam a vigorar no dia 1º de agosto, o Comitê Privacy BR conduziu um estudo para saber como está esse processo de adaptação, com base na atuação do Encarregado de Dados (chamado também de DPO). A escolha foi devido a sua importância em casos de incidentes ou irregularidades, já que ele é o interlocutor entre a empresa, o titular das informações e as autoridades. 

Além de ser fundamental nesse momento em que passam a valer as penalidades, justamente por realizar a mediação com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão responsável por aplicar as sanções administrativas, a falta de um profissional para desempenhar a função de Encarregado é considerada infração pela LGPD, sujeita a penas que variam de advertência a multas. Conforme o artigo 41 da lei, “o controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais”.  

Isso porque ele desempenha funções essenciais para que a lei seja cumprida dentro do contexto das empresas, é quem lidera o desenvolvimento e a manutenção do programa de conformidade com a LGPD dentro de uma organização. Considerado o guardião dos dados pessoais, o Encarregado é o responsável pela adoção de medidas que garantem o cumprimento das regras.  

Para resolver a obrigatoriedade de ter o Encarregado, a pesquisa mostra que muitas empresas estão em busca de uma solução chamada "DPO as a service". Ou seja, a contratação de um especialista em privacidade de dados para ocupar a função, um DPO profissional, que atuar justamente para garantir a conformidade da lei dentro da organização. 

O levantamento foi feito entre os dias 20 de abril e 16 de maio e contou com a participação de 83 executivos das áreas Jurídicas e de TI de grandes empresas de todo o país, de mais de 20 setores econômicos. Aplicado por meio de questionário on-line, após divulgação nas redes sociais do Comitê, indicou três principais desafios na rotina dos Encarregados:  

1) Conscientização da empresa e colaboradores sobre a importância do tema de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais (49,4%) 

2) Engajamento das demais áreas que dão suporte para as atividades relacionadas à Privacidade e Proteção de Dados (48,2%) 

3) Equipe reduzida (47%)

Na avaliação da advogada Patricia Peck Pinheiro, presidente do Privacy BR e sócia head de Direito Digital do PG Advogados, são informações que demonstram como essa longa jornada de adequação à LGPD é feita em várias etapas, por vezes bastante complexas, e que demandam dedicação e comprometimento de todos os envolvidos. A dificuldade em atingir a conscientização e o engajamento necessários é indicativo de risco e preocupação nas empresas, e consequentemente, motivo de alerta para os titulares dos dados.  

“As ações de sensibilização podem ser cruciais para o sucesso da implementação de um projeto de LGPD, tendo em vista que o fator humano é uma das maiores vulnerabilidades para vazamento de dados. Além de nomear o Encarregado, realizar campanhas de capacitação e orientação das equipes estão entre as iniciativas mais importantes para fazer cumprir a nova regulamentação.” 

          Preocupar-se com a segurança dos dados dos clientes é mais do que uma postura estratégica das empresas: é uma necessidade de mercado. Mais do que as motivações legais, a perda da confiança do usuário em relação às marcas que sofrem ataques ou incidentes de dados tem aumentado a cada dia, demonstrando ainda mais a necessidade de se pensar o negócio de forma preventiva, ética e transparente quando o assunto é Segurança Digital.


O Líder precisa aprender a delegar

Hoje vamos refletir sobre uma das dificuldades que muito líderes enfrentam: delegar. E, falando em dividir os fardos, lembrei-me de uma boa história:

Moisés foi chamado para uma grande missão: libertar o povo da escravidão e do senhorio cruel de Faraó no Egito e guiar uma multidão atravessando o Mar Vermelho e enfrentando todos os tipos de dificuldades no deserto.

Todavia, chegou um momento em que ele não conseguia mais dar conta de todas as atividades no deserto, por isso, precisou delegar partes de suas responsabilidades a outros homens de confiança. Tal atitude foi fundamental naquele contexto e colocou muita coisa em ordem para que pudessem vencer os 40 anos que passaram no deserto.

Mas a pergunta que não quer calar: Você sabe qual o significado de delegar?

A definição do verbo delegar é atribuir poder a alguém para que esta pessoa o(a) represente. Trata-se em conceder poderes ou obrigações a outra pessoa.

Delegar faz parte do processo da atividade de qualquer gestão, mas pode se tornar um ato complexo caso não haja respeito, ética, planejamento e monitoramento da tarefa que será delegada ao outro, ou seja, a ação de delegar também está atrelada ao resultado final de quem executa a atividade proposta.

Sendo assim, há uma enorme diferença entre mandar (e obedecer quem tiver juízo) e delegar (transmitir poderes e obrigações ao outro). Para o líder delegar, não basta simplesmente mandar: “Estou ocupado, faça isso para mim”, pois esta atitude mais se assemelha a despachar tarefas e, consequentemente, a probabilidade desta ação não ter sucesso é altíssima.

Desenvolver o ato de delegar não é algo que ajuda somente o líder, mas é um procedimento que permitirá o desenvolvimento dos seus funcionários, da equipe e das pessoas que estão recebendo a autonomia.

Antes de delegar é de suma importância se questionar:

- Meus colaboradores serão capazes de executá-lo?

- Meus funcionários serão capazes de realizar conforme os padrões exigidos da empresa? 

Muitos líderes apresentam dificuldades em delegar, pois acreditam que podem desenvolver a atividade com mais qualidade, agilidade e empenho. Que o tempo que gastará explicando como se faz, compartilhando instruções e conhecimentos gastara mais energia do que realizar a atividade em si. Além disso, existe a questão do ego e do medo. Alguns líderes de “mente fraca” acreditam que ao delegar poderão ser substituídos caso a outra pessoa desenvolva um trabalho melhor que eles, ou pior, se sentem tão superiores que acham impossível outra pessoa realizar um trabalho melhor de que próprios.  Prepotência!

Entretanto, delegar deve fazer parte da rotina de trabalho de todo bom líder a fim de motivar e desenvolver habilidades dentro de sua equipe. Sendo assim, delegar não é somente transmitir tarefas, mas é como construir um elo encorajador entre os membros da equipe, compartilhar os seus conhecimentos com os demais, formar novos líderes e atribuir desafios como forma de aumentar a performance do time.

Veja o que diz pesquisa científica da Faculdade de São Paulo sobre delegar:

“Uma equipe se destaca efetivamente quando o líder é capaz de delegar, agindo de forma descentralizada, dividindo o trabalho entre a equipe e procurando elevar a maturidade das pessoas através do repasse da responsabilidade e autoridade.”

Conforme a citação da pesquisa sobre delegar na modernidade é fácil compreender que o conceito de delegar está muito distante de mandar. Atualmente, os líderes delegam para motivar, obter resultados evolutivos e formar novos líderes dentro da sua equipe.           


Quais benefícios em delegar as minhas tarefas?


O líder moderno é aquele que tem muitos ganhos ao delegar. A capacidade de gerenciar outras pessoas para obter o trabalho que você executava sozinho é fundamental para você se desenvolver. Para subir hierarquicamente é necessário ter conhecimento e qualificações para desenvolver o serviço e assim delega-lo.   


Qual vantagem o líder terá ao delegar?


Muito líderes pensam que se delegarem suas atribuições e todos os seus liderados ficarem com as suas tarefas, como ele se destacará, contudo veja abaixo algumas vantagens para o líder que delega:

  • Ele obterá mais tempo para se concentrar em tarefas importantes que trarão mudanças e inovação para a companhia;
  • Ele terá orgulho da sua equipe ao vê-la se destacar e desenvolver bons resultados;
  • Ele poderá contribuir mais com a empresa, gerando aumento significativo nos lucros e resultados;
  • Ele irá se destacar como líder que promove e eleva o desempenho de sua equipe.

Portanto, delegue o quanto puder, pois além de ser uma ação sensata, é consciente na medida em que todos terão reconhecimento, o líder e os seus liderados.

E aí, será que não está na hora de começar a delegar mais? Pense nisso!

 


Marcelo Simonato - Possui mais de 25 anos de experiência profissional atuando em grandes empresas nacionais e multinacionais em cargos de liderança. É Executivo, Escritor e Palestrante, sendo Especialista em Liderança e Gestão de Pessoas. Atua com treinamentos e palestras em todo território nacional. Autor das obras “Pilares do sucesso profissional” e “O líder de A a Z”. Coordenador editorial dos livros “Segredos de alto impacto”, “O poder do óbvio” e “Liderando juntos”.


É permitido punir quem quer escolher a vacina?

Recentemente, o prefeito Orlando Morando da cidade de São Bernardo do Campo durante a transmissão de uma live nas redes sociais defendeu que "pessoas que se recusam a tomar a vacina no dia serão submetidas para o fim da campanha de imunização, ou seja, depois do último adulto de 18 anos na fila".

Assim como o prefeito de São Bernardo, chefes do poder executivo de outras cidades também adotaram o mesmo procedimento.

Orlando Morando, alegou ainda que "não se vacinar é um direito seu, ninguém faz nada obrigado. Mas também é um direito nosso te colocar no fim da fila porque tem a vacina, você não vai tomar porque não quer. Escolher vacina nós não vamos permitir. Tem tanta gente esperando a vacina, ansioso, e aquele que tem o direito simplesmente fala: não vou tomar vacina, essa eu não quero. Então, se você não quer tomar vacina, é um direito seu."

Respeitosamente ouso discordar em parte do Digníssimo Prefeito.

O posicionamento do chefe do Poder Executivo da Cidade de São Bernardo do Campo de "não tomar vacina" é o direito do indivíduo é equivocado pois quando falamos de uma pandemia, em regra o interesse público se sobrepõe ao particular e assim, um indivíduo quando se recusa a se imunizar coloca a coletividade em risco. Assim, é possível impor medidas a esse infrator pela não vacinação e não pela opção de escolha da vacina.

A recusa em se vacinar é uma forma de afetar a sociedade e assim, não proteger seus pares, podendo ser punido no caso.

Decisão do Supremo Tribunal Federal - STF em dezembro de 2020 deu aval para que os governos locais estabelecer medidas para vacinação compulsória da população contra a covid-19 e que a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios estabelecer medidas legais pela obrigatoriedade, mas sem poderem determinar a vacinação forçada.

Assim, observa-se que não foi autorizada punição aos indivíduos quando desejam escolher a vacina a tomar.

Se negarem expressamente a se vacinar, independente da vacina, aí é possível a eventual punição.

Mas quando a pessoa não se recusa e tenta ser imunizada pela vacina de sua escolha não está se recusando, mas tentando optar por aquela que mais confia.
A opção não é equiparada a recusa, e não pode ser objeto de punição.

Assim, a punição do optante da vacina ao final da fila de vacinação é equivocada e está em desacordo com a referida decisão do Supremo Tribunal Federal.

Tentar se vacinar no seu período de vacinação através da vacina de sua escolha é um direito do indivíduo, mas não uma obrigação do Poder Público.

Entendemos que se passado o prazo de sua vacinação ou prioridade, é possível o indivíduo só poder se imunizar após os demais em seus respectivos momentos.
Enfim, se vacinar é uma obrigação e optar pelo tipo da vacina é um direito de opção, não de exigência do indivíduo frente ao órgão público, bem como, se ultrapassado o lapso temporal de vacinação daquela faixa etária ou prioridade, aí sim poderá o indivíduo ser deslocado para o final da fila de vacinação.
 

 

  

Marcelo Válio - graduado em 2001 PUC/SP, Marcelo Válio é especialista em direito constitucional pela ESDC, especialista em direito público pela EPD/SP, mestre em direito do trabalho pela PUC/SP, doutor em filosofia do direito pela UBA (Argentina), doutor em direito pela FADISP, pós doutor em direito pelo Universidade de Messina (Itália) e pós doutorando em direito pela Universidade de Salamanca (Espanha), e é referência nacional na área do direito dos vulneráveis (pessoas com deficiência, autistas, síndrome de down, doenças raras, burnout, idosos e doentes).  

 

Você sabia que o estresse financeiro pode atrapalhar a produtividade dos colaboradores?

Especialista explica como investir no bem-estar financeiro para ter uma equipe mais feliz e engajada


Com a pandemia muitos profissionais sofreram impactos nas finanças pessoais, e junto do cenário de incerteza, o estresse financeiro passou a fazer parte da realidade de muitos orçamentos domésticos. Por isso, a especialista em bem-estar financeiro, Rebeca Toyama chama a atenção para um tema que não é muito discutido e mostra que o estresse financeiro pode atrapalhar a produtividade e a saúde mental, além de impactar na qualidade de vida de todos os profissionais.

Um estudo da ‘The Employer’s Guide to Financial Wellbeing 2019-2020’ publicado em outubro de 2020 no Reino Unido, mostra que 36% dos trabalhadores têm preocupações financeiras, e que pessoas com a vida financeira desorganizada têm 4,1 vezes mais chance de ter ataques de pânico; e 4,6 vezes mais potencial de sofrer depressão em comparação com pessoas que tem a vida financeira estabilizada, e isso impacta diretamente na produtividade no trabalho.

Já existem empresas que investem em iniciativas, ações e programas que ajudam os colaboradores a cuidarem das finanças, mas esse número ainda é baixo e geralmente está restrito às grandes empresas. Portanto, há uma certa necessidade tanto dos profissionais em conhecerem sobre o tema, como das empresas em implementarem projetos de bem-estar financeiro, a fim de trazer mais confiança, estabilidade emocional, e ainda aumentar o engajamento, produtividade e a felicidade no trabalho.


Mas por que cuidar do bem-estar financeiro dos colaboradores?

De acordo com a especialista em bem-estar financeiro, existem inúmeros benefícios para os funcionários e também para as organizações, como uma melhora do clima organizacional, uma potencialização da criatividade e a ampliação do bem-estar.

“Empresas que promovem bem-estar financeiro aos colaboradores aumentam sua produtividade e motivação, fortalecem o engajamento e a retenção de seus talentos. Além disso, colaboradores mais saudáveis financeiramente identificam a realidade da empresa e prejuízos são evitados. Esse comportamento reflete positivamente no clima organizacional”, explica Rebeca Toyama, especialista em bem-estar financeiro. 


Bem-estar financeiro, como alcançar?

O bem-estar financeiro é um estilo de vida que garante uma relação melhor com o dinheiro e está diretamente associado a hábitos de controle, poupança e consumo consciente. Mas também vale lembrar que para se alcançar o bem-estar financeiro é necessário cuidar da saúde mental e emocional, além da financeira, mantendo o controle de receitas e despesas para garantir um envelhecimento saudável.

Para Rebeca, os programas de saúde financeira são excelentes porque conseguem modificar a relação das pessoas com o dinheiro, as conectando com os impactos das crenças recebidas ao longo da vida, e assim identificando o comportamento atual em relação ao dinheiro. Além disso, conseguem trazer a percepção do quão é essencial pensar nas finanças de curto, médio e longo prazo.

“A pandemia veio como uma oportunidade de repensarmos o que realmente importa para cada um de nós. Então, acredito que esse é o momento para transformar nosso estilo de vida, colocando em evidência a importância do bem-estar no presente sem colocar em risco nossa qualidade de vida no futuro”, finaliza, Rebeca Toyama.

E para auxiliar as empresas, a especialista em bem-estar financeiro, Rebeca Toyama, preparou 3 dicas.

  1. TREINAMENTO: Inclua temas como bem-estar financeiro, saúde ou educação financeira no planejamento na programação;
  2. LIDERANÇA: Prepare os gestores para identificar e conversar sobre esse tema com sua equipe, muitas vezes estresse financeiro pode ser a origem da queda de produtividade de um colaborador;
  3. GRUPO DE APOIO TEMÁTICOS: Que permitam discutir subtemas específicos como: início da reserva financeira para trainees, como lidar com o endividamento ou consumo excessivo e preparativos para o bem-estar financeiro na aposentadoria.

 


Rebeca Toyama - fundadora da ACI que integra competências e inteligências e transforma propósitos em carreiras e negócios. Especialista em estratégia de carreira e bem-estar financeiro. Possui formações em administração, marketing e tecnologia. Especialista e mestranda em psicologia. Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora. Colaboradora do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), da Universidade Fenabrave e do Instituto Filantropia.

 

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