Disfunção Erétil (DE) é a incapacidade de manter uma ereção adequada para um desempenho sexual satisfatório. A falha de ereção pode ser um sinal de alerta precoce para doenças cardiovasculares. Estudos recentes evidenciaram que homens com Disfunção Erétil apresentam maior probabilidade de sofrer um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) ou apresentar problemas circulatórios nas pernas ao longo da vida.
Segundo publicações da
Sociedade Americana de Urologia (AUA), estima-se que aproximadamente 30 milhões
de homens nos Estados Unidos e 320 milhões no mundo apresentam algum quadro de
disfunção erétil. Os fatores de risco para DE e Doenças Cardiovasculares (DCV)
são bem conhecidos: envelhecimento, tabagismo, diabetes mellitus, hipertensão
arterial, dislipidemia (aumento de gordura no sangue), apneia do sono (suspensão momentânea
da respiração),
redução dos níveis de testosterona, depressão, obesidade e um estilo de vida
sedentário.
Estudos científicos
mostram que a Disfunção Erétil (DE) representa um marcador de risco para o
homem desenvolver doenças ou até mesmo morrer por Doenças Cardiovasculares
(DCV). Em recente revisão de cinco meta-análises e duas revisões sistemáticas
que abordam a associação de DE com DCV, publicado em janeiro de 2021, foram
encontrados maiores riscos de doença cardíaca, coronariana, infarto do
miocárdio e acidente vascular cerebral em pacientes com disfunção erétil do que
em outros pacientes. Além disso, quando a DE manifesta-se em homens mais
jovens, ela prediz um aumento acentuado no risco de eventos cardíacos futuros
em até 50 vezes, sugerindo que homens jovens com disfunção erétil, em
particular, se beneficiariam do diagnóstico precoce e tratamento adequado para
DCV e DE.
A seguir, citaremos
fatores que podem ser relacionados ou diagnosticados em pacientes com disfunção
erétil, a saber:
Hipertensão Arterial (pressão alta): Está
presente em 38% a 42% dos homens com Disfunção Erétil e aproximadamente 35% dos
homens com Hipertensão Arterial apresentam algum grau de Disfunção Erétil.
Dislipidemia (aumento de gordura no
sangue): Níveis elevados de colesterol estão correlacionados em até
42,4% dos homens com disfunção erétil de moderada a grave.
Diabetes mellitus (aumento dos níveis de
açúcar no sangue): A DE é uma das complicações mais comuns do Diabetes
Mellitus, dependendo da gravidade e duração do diabetes. Estudos mostram que a
DE pode variar de 20% a 85%, dependendo do período e população estudada.
Segundo dados da AUA, em um Estudo de Envelhecimento Masculino, foi observado
um risco três vezes maior para homens diabéticos evoluírem com DE quando
comparados a não diabéticos na mesma faixa etária. Da mesma forma, os estudos
científicos evidenciam que a presença de DE pode prever eventos
cardiovasculares em homens diabéticos.
Apneia do sono: É um distúrbio que
resulta na parada repentina dos movimentos respiratórios por tempo suficiente
para acordar e diminuir a quantidade de oxigênio no sangue. Os distúrbios do
sono podem resultar em sonolência diurna, aumento da frequência miccional
noturna, fadiga, irritabilidade, dores de cabeça pela manhã, lentidão de
pensamento, dificuldade de concentração e redução dos níveis séricos de
testosterona (hormônio masculino), além de favorecer o aparecimento das doenças
cardíacas e hipertensão arterial, que em última análise pode resultar em fator
de risco para DCV e DE.
Podemos concluir que a
Disfunção Erétil pode ser uma manifestação precoce de outras doenças e deve ser
encarada como um importante sinal de alerta. O melhor tratamento é a prevenção,
por isso não deixe de conversar com o seu Urologista. Ele saberá como melhorar
a sua saúde sexual, bem como a saúde geral.
Dr. Marco Aurélio Lipay - Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP
(Universidade Federal de São Paulo), Titular em Urologia pela Sociedade
Brasileira de Urologia, Membro Correspondente da Associação Americana e Latino
Americano de Urologia e Autor do Livro "Genética Oncológica Aplicada à
Urologia".
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