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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Setores de turismo, eventos e educação devem se fortalecer com a transformação digital, afirma especialista

O cenário de incertezas ocasionado pela pandemia de coronavírus evidenciou a importância da transformação digital. Devido à crise, empresas de praticamente todos os setores têm acelerado os processos para a digitalização de serviços, sobretudo os de turismo, eventos e educação, que sofreram forte impacto, se reinventaram e devem se beneficiar com as modernizações – mesmo que lentamente.

Segundo o especialista em desenvolvimento de estratégias para a inovação digital e CEO da ExímiaCo, Elemar Júnior, a adoção dos modelos home office e híbridos, além do uso de novas ferramentas facilitadoras para a rotina no trabalho, pessoal ou para clientes deve prosseguir, mesmo quando a pandemia acabar. “Trata-se de alternativas que antes eram vistas como tendências, mas que ficavam para segundo plano. Com a impossibilidade de práticas presenciais, houve uma aceleração significativa para transformar hábitos como compra e venda, participação em reuniões, fechamento de negócio, estudos, entre outros”, explica.

Seguindo esta linha, um estudo global da VMware, realizado com 5 mil tomadores de decisão de negócios, de TI e desenvolvedores de aplicações, indica que apenas 2% dos entrevistados acreditam que as adaptações rumo à transformação digital não foram bem sucedidas. A pesquisa revela que as empresas que investem na modernização de canais e ferramentas têm conseguido os melhores resultados durante a crise.

Em meio à retomada gradual de algumas atividades, os setores de turismo, eventos e educação já fazem estimativas das perdas para este ano. Apesar dos desafios e da necessidade de reinvenção, Elemar Júnior aponta os fatores que devem nortear o fortalecimento e crescimento desses segmentos a partir da transformação digital.


Turismo

Um levantamento do IPC Maps, aponta que, mesmo com o retorno progressivo, o setor de turismo brasileiro deve ter prejuízo de 25% em suas receitas até o final deste ano - em relação a 2019 –, totalizando perda de R$ 18 bilhões no fechamento de 2020.

“Como alternativa para os aeroportos que mantinham um grande fluxo de empresários que viajavam para reuniões, além de turistas e estudantes a diversas partes do mundo, as videoconferências se tornaram cruciais para as tomadas de decisão de executivos, conversas com parentes e amigos residentes em outras cidades e estados, e cursos on-line – a forma mais viável de se conectar a outros países para os estudos”, observa o especialista.

Além disso, ele pontua que a digitalização tem ajudado a operação de empresas do setor por meio do apelo a campanhas de marketing e ações para assegurar um faturamento imediatista, com vendas de passagens e promoções de pacotes a médio prazo, aumentando consideravelmente o tráfego dos sites – o que deve seguir depois da pandemia.


Eventos

Outro setor fortemente atingido pela crise é o de eventos. De acordo com a Associação Brasileira de Promotores de Eventos, a estimativa de prejuízo com a pandemia é de R$ 90 bilhões. Além disso, mais de 300 mil eventos foram cancelados ou transferidos, e cerca de 580 mil empregos diretos foram perdidos.

Segundo Elemar Júnior, com o cancelamento de grandes eventos, a principal solução encontrada pelas organizações foi voltar as atenções para a transmissão online. “Nos últimos meses, os brasileiros precisaram se acostumar com cerimônias, workshops, palestras, festividades e shows neste formato. O cenário musical, por exemplo, tem sobrevivido por meio de lives, com apoio interessante da tecnologia. Tem sido comum o uso de chroma key, que é uma técnica de efeito visual na qual o cenário do vídeo é substituído por uma imagem. Desta forma, enquanto os artistas se apresentavam em tempo real, o restante da equipe aparece ao fundo, como se estivessem no mesmo espaço. Essa é uma tendência que não surgiu somente para tapar buraco, definitivamente, ela veio para ficar”, afirma.


Educação

Recentemente, o governo de São Paulo apresentou os critérios para a volta às aulas presenciais nas universidades e escolas técnicas para as cidades que se mantiverem por catorze dias consecutivos na fase amarela do plano de retomada gradual das atividades. Além disso, os cursos de ensino complementar, como idiomas, música e informática também poderão ser retomados.

“Durante a quarentena, até mesmo as instituições de ensino mais tradicionais precisaram se adequar ao novo cenário e investiram em ferramentas digitais. Com isso, a tecnologia evidenciou sua importância como forte aliada dos professores, já que havia preconceito e desconfiança quanto a utilização de plataformas e outros recursos modernos para as aulas”, pontua.

Neste sentido, o especialista reforça que as pessoas são a base das mudanças organizacionais e precisam sempre ser o foco das estratégias e metas das empresas. “As transformações digitais necessitam de pessoas para desenvolver, aplicar, gerenciar e manter todos os processos e projetos”, conclui.

 

Como a medicina baseada em evidência pode colaborar positivamente para a redução da judicialização da saúde e maior qualidade do cuidado

 

Como sabemos a situação da saúde pública no Brasil é complexa e influenciada por uma série de questões. Sabe-se que os investimentos são aquém dos necessários, os desperdícios inúmeros e a qualidade do cuidado, em grande parte das regiões, é precária. Um fator que onera o ecossistema como um todo e espelha a pouca eficácia do cuidado é a judicialização da saúde. Sem dúvida nenhuma, é preciso diminuir os índices.

 

A judicialização da saúde em números

Entre 2008 e 2017, o número de demandas judiciais relativas à saúde praticamente triplicou. Os dados são da pesquisa "Judicialização da Saúde no Brasil: perfil das demandas, causas e proposta de solução", realizada pelo CNJ em parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).

No último ano da análise, 95,7 mil demandas acerca de saúde começaram a tramitar no Judiciário brasileiro. Atualmente, a maioria destes processos está relacionada à requisição de direito aos medicamentos e tratamentos que não são disponibilizados pelo SUS e pelos planos de saúde.

Além disso, conforme apurado no mais recente relatório Justiça em Números que será publicado em agosto, somente em 2019 foram ajuizadas 474.429 novas ações com demandas relacionadas à temática direito à saúde.

Em paralelo, o fenômeno intensificou-se na epidemia. No período de três meses de vigência das medidas de prevenção ao contágio do novo coronavírus, foram ajuizadas mais de três mil ações.

Um aspecto importante que merece ser ressaltado é que a judicialização da saúde consome cada vez mais verba do SUS e os juízes tendem a desconsiderar esse impacto orçamentário das decisões.

O que ocorre, neste caso, é que no entendimento jurídico, as questões relativas ao orçamento público (escassez de recursos, não pertencimento de medicamento às listas de medicamentos do SUS, entre outros) não são razões suficientes para que um pedido de tratamento seja negado, pois esse direito encontra-se assegurado pela Constituição Federal.

 

Judicialização da saúde x medicina baseada em evidência

Pesquisando sobre o tema, li um artigo bem interessante intitulado, "A Medicina Baseada em Evidências na jurisprudência relativa ao direito à saúde", apresentado por Eduardo Rocha Dias e Geraldo Bezerra da Silva Junior, pós- graduados em Direito Constitucional e Saúde Coletiva, respectivamente, que vem de encontro ao que preconizo.

O número de decisões processuais em que se deu a devida consideração à evidência científica e às peculiaridades dos pacientes é preocupante e abaixo do indicado.

Segundo o estudo, a desconsideração da evidência pode resultar em sentenças que esginulam o fornecimento de medicamentos e tratamentos desnecessários ou inadequados, ignorando alternativas disponibilizadas por planos de saúde e pelo Sistema Único de Saúde, o que além de onerar claramente o sistema de saúde como um todo, prejudica a saúde e a segurança do paciente.

 

Mas, qual o papel da medicina baseada em evidência na prática?

O uso da medicina baseada em evidência e das soluções de suporte à decisão clínica tem alguns objetivos que ajudam a justificá-las como uma alternativa vantajosa no dia a dia das instituições de saúde, especialmente na esfera pública.

Um de seus estudos, a médica e advogada Isabel Braga, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro, ressaltou que os processos judiciais movidos pelos pacientes tendem a ser motivados por ações que resultam em erros que poderiam ser identificados com rapidez, o que poderia ser facilmente apoiado pelo uso da tecnologia.

As soluções de apoio à decisão clínica e a medicina baseada em evidência agregam valores consideráveis quando integradas aos sistemas de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP).

Elas permitem, por exemplo, incorporar dados de medicamentos e emitir alertas inteligentes sobre potenciais conflitos na prescrição de drogas. Isso é essencial para suportar os usuários de saúde (médicos, enfermeiros e farmacêuticos), na entrega do melhor cuidado a seus pacientes e também para ajudar prescrever o que já faz parte do banco de medicamentos das instituições e ainda validar dosagens, necessidades, compatibilidades, e uma série de informações. Sempre com comprovação científica.

Outro ponto importante é que prover o acesso à medicina baseada em evidência, por meio de conhecimento técnico e científico a toda equipe de saúde, é algo fundamental também ao engrandecimento da prestação de serviços de qualidade à população.

Diante desse cenário, sem dúvida nenhuma é mais do que mandatório ampliar a discussão a respeito do uso da medicina baseada em evidência nos processos envolvendo a saúde pública e no combate aos altos índices da judicialização da saúde, pois ela representa uma ferramenta extremamente útil, podendo contribuir para decisões melhor fundamentadas e para uma maior qualidade do gasto delas decorrente.



 

Murilo Fernandes - Gerente de Canais & Alianças na Wolters Kluwer, empresa líder global no fornecimento de informações profissionais, soluções e serviços para médicos e enfermeiros.

 

Quais os problemas de um novo imposto digital?

Diante da possibilidade de uma Reforma Tributária, um tema já vem preocupando consumidores e empresários, que é a sinalização do Ministro da Economia, Paulo Guedes, da intenção de criar um novo imposto para taxar transações financeiras, mais especificamente pagamentos eletrônicos.

Essa nova modalidade que vem já sendo analisada e pode ser enviada junto com a referida Reforma Tributária para minimizar as perdas de arrecadação do Governo com uma eventual desoneração da folha de pagamentos e é uma espécie de "imposto digital". Caso realmente seja implantado, mais uma vez quem será a principal prejudicada é a população, que verá o aumento de preços em toda a cadeia.

"Por mais que o ministro afirme que essa nova tributação não tenha nenhuma relação com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que valeu no país de 1993 à 2008, e que foi muito criticada pela população, é impossível negar que existam grandes semelhanças e problemas muito parecidos", explica o diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos.

Ele analisa que, por mais que seja um imposto que todo mundo pague, essa nova cobrança será maléfica, pois é cumulativa, ou seja, estará incidindo em todas as etapas da cadeia, assim, mesmo com uma alíquota baixa, o preço a ser pago vai sendo somado em cada transação, o que encarece os produtos.

"A tributação não é sobre renda, contudo devido a sua base de incidência ser tão grande, mesmo com a alíquota pequena afetará todo mundo. Para o governo é uma forma interessante de tributar, principalmente por ser mais simples de fiscalizar, alíquota pequena e cobra todo mundo, já para o contribuinte não", explica o diretor da Confirp, que complementa que a tributação cumulativa é negativa por não ser transparente, além de ser contra tudo contra o que o governo prega que é a neutralidade.

Entretanto, ainda faltam informações sobre a formatação desse novo imposto e a ideia do governo ainda está pouco clara. Falta detalhar muitos pontos, como qual será sua incidência, se seria em todos os pagamentos realizados eletronicamente (como pagamento por internet banking) ou apenas na compra online de bens e serviços.

"Enquanto não se tem esse detalhamento é difícil uma análise profunda sobre o tema, mas o que se apresentou até o momento é bastante preocupante. Acredito que seria prudente por parte do governo definir realmente o que quer e em quais moldes para que se inicie um debate sobre o tema, minimizando suposições", finaliza Richard Domingos.


Uma nova Era da Educação: peça-chave para o desenvolvimento pessoal e o futuro das sociedades

A educação ficou visível; a sala de aula rompeu as fronteiras da escola; os pais estão questionando, e nada será como antes. Mas, como será o futuro da educação? A Organização das Nações Unidas aponta que estamos diante de uma oportunidade geracional de redesenhar a maneira como estudamos e aprendemos.

 

Estamos diante de uma nova Era da Educação. A frase pode parecer demasiada, mas o que vivenciamos nos últimos meses comprova que não há exagero em refletir sobre a enorme mudança no modo de vida da humanidade. A pandemia nos trouxe muita dor e transformação. Por outra ótica, devemos reconhecer que momentos extremos funcionam como um acelerador da evolução. Acredito que isso aconteça, porque é da natureza humana se adaptar; mudar para estar à altura do desafio que tem de enfrentar. Nunca na história da humanidade tivemos um desenvolvimento de vacinas em um tempo tão curto. Para se ter uma ideia, a vacina que foi produzida mais rapidamente – contra a caxumba, na década de 1960 – levou quatro anos para sua conclusão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 140 estudos estão sendo desenvolvidos ao redor do mundo contra a Covid-19; desses, mais de 16 estão em fase de testes clínicos humanos. No entanto, mesmo com a vacina acessível, em um prazo que desconhecemos ainda, devemos estar preparados para as mudanças que foram aceleradas pelo contexto sanitário. Na educação, esse rápido avanço também ocorreu, e a atenção com os desdobramentos desse novo cenário será fundamental.

O uso da tecnologia para manter a educação em um cenário adverso e inédito – pela impossibilidade de aulas presenciais – impulsionou o aprimoramento dos professores, que tiveram de se capacitar em tempo recorde. Os pais e responsáveis, por sua vez, nunca foram tão participativos; os alunos estão animados por poder usar nos estudos a tecnologia que está tão presente no cotidiano deles, mas que estava fora da escola. O fato é que quando trazemos a tecnologia com intencionalidade pedagógica para os estudos, ela se torna uma grande aliada ao potencializar e otimizar o trabalho do professor, e, assim, a educação convencional sofre mudanças. Como pai, tenho acompanhado de perto os desafios de aprendizagem e engajamento dos meus quatro filhos; essa experiência me trouxe a certeza da premissa de que a tecnologia é parte de um processo que trouxe essa nova Era da Educação.

Que fique claro que não estou dizendo que existem somente ganhos na educação em tempos de aulas remotas. Há críticas, inclusive, que apontam que o ensino on-line não funciona; que os estudantes estão ansiosos para voltar às aulas presenciais; que o aprendizado não está sendo o mesmo de condições regulares; que há múltiplas plataformas sem integração ou conteúdo adequado; que o tempo e esforço gastos para a produção de aulas e atividades comprometeram a rotina do professor; que os profissionais estão exaustos, lidando com horários alternativos. Há baixo controle e baixa visibilidade do engajamento do aluno e da eficiência dos professores; e as famílias estão sobrecarregadas e com fraca percepção da qualidade das aulas.

Entendo a validade das colocações e percebo que muitas das soluções adotadas no momento de urgência não são sustentáveis e não atendem às necessidades educacionais. Porém, ressalto que essa nova Era da Educação trabalha na perspectiva do ensino híbrido – modalidade que integra as melhores práticas educacionais off-line e on-line; nesta metodologia, há momentos em que o aluno estuda sozinho, aproveitando ferramentas on-line e, em outros, a aprendizagem acontece de forma presencial, valorizando a interação entre alunos e professores. Essa, aliás, é a visão de futuro do Fórum Econômico Mundial e da Organização das Nações Unidas (ONU).

O grande desafio será a habilidade de adaptação. Infelizmente, temos um cenário complexo e que requer extrema atenção para lidar com um momento para o qual nunca nos preparamos. A decisão do retorno às aulas presenciais deve ser objeto de um amplo debate propositivo entre toda a comunidade escolar. Independentemente da decisão, a escola terá que ser rápida nessa alternância entre o ensino remoto e o presencial; deverá atender a critérios de como educar de forma individualizada e, também, em grupo. Neste futuro próximo, é muito provável que tenhamos alunos em casa e nas escolas – cada grupo com necessidades próprias e demandando atenção específica para os contextos presencial e remoto. Um exemplo, um mesmo estudante terá momentos na residência e, outros, na sala de aula – cenário que demanda duas escolas rodando ao mesmo tempo. Se, hipoteticamente, um aluno que estava tendo aulas presenciais apresentar sintomas da Covid-19 ou tiver algum familiar nessa situação, esse colégio terá de estruturar aulas remotas para a sala inteira. O que quero dizer? O cenário traz a urgência de que os gestores sejam flexíveis e ágeis para conseguirem intercambiar formatos não apenas para salas, mas para pequenos grupos e até para indivíduos, sobretudo quando os pais não se sentirem confortáveis para liberar o filho para ir à escola.

De acordo com o report Policy brief: Education during Covid-19 and beyond, conduzido pela ONU, em meio à maior crise na educação global – que atingiu escolas de mais de 160 países, afetando mais de 1 bilhão de estudantes no mundo –, temos uma oportunidade geracional de redesenhar a forma como ensinamos. Em uma mensagem bastante propositiva, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, afirmou que a educação é peça-chave para o desenvolvimento pessoal e o futuro das sociedades por desbloquear oportunidades e reduzir desigualdades. Mais do que isso, é o alicerce para nos tornarmos mais informados e tolerantes, sendo o principal impulsionador do desenvolvimento sustentável. Ele chama a atenção para todo o esforço que tem sido feito para manter o ensino a distância com o apoio da tecnologia; na importância de investir na alfabetização digital e em infraestrutura.

Na minha análise, pensar nessas alternativas para redesenhar a educação é refletir sobre o papel da tecnologia que, nessa nova era, surge como uma aliada do professor, do aluno e da escola. Vamos usufruir o melhor dela e conseguir usar de forma mais racional o tempo presencial dentro da escola. A pandemia trouxe, sobretudo para os alunos, a percepção do quanto é precioso o tempo no colégio; a troca que esses momentos propiciam. Na prática, todos os atores da comunidade escolar passaram a valorizar o estar juntos. Nesse sentido, a tecnologia passou a ser um elemento que auxilia a qualificação desse novo olhar para a educação. E esse é, aliás, um fenômeno global – não é uma exclusividade do Brasil.

Estávamos, antes da pandemia, diante de uma mudança inevitável. Muitas escolas já tinham começado o processo de trazer mais tecnologia para dentro das salas de aula – como resposta à forte demanda de preparar os estudantes para o século XXI –, mas muitas ainda relutavam em abandonar o modelo tradicional. Com a necessidade do distanciamento social, percebemos as possibilidades trazidas pela tecnologia. E como vai ficar o futuro? Em um artigo assinado por Sandy Mackenzie, diretora da Copenhagen International School (Dinamarca), e Poornima Luthra, consultora externa da Copenhagen Business, as autoras especulam que há quatro maneiras de a Covid-19 mudar a forma como educamos as gerações futuras. Vamos ter que educar cidadãos em um mundo interconectado; redefinir o papel do educador; ensinar competências necessárias para a vida no futuro – estamos falando de habilidades socioemocionais e da capacidade de resolver problemas jamais vistos –; e integrar tecnologia a processos educacionais. Mas, essa é apenas uma parte dessa nova Era da Educação; muito mais está por vir.

 



Claudio Sassaki


Não existe vitória pública sem que primeiro haja a vitória privada

Quem nunca desejou conquistar a vitória profissional que atire a primeira pedra, não é mesmo? Independentemente de estarmos vivendo tempos de pandemia, nosso desejo de prosperar, ou seja, de brilhar no emprego dos sonhos ou no próprio negócio, eu aviso: além da necessidade de desenvolver uma atitude empreendedora, é preciso que haja uma mudança real e duradoura de dentro para fora. Mas, como fazer isso?

A primeira dica é: não espere nada de ninguém. A mudança começa internamente, depois na sua casa e por último lá fora. Somente após essas três etapas é que, consequentemente vem a vitória, não à toa o título do meu artigo diz “não existe vitória pública sem que primeiro haja a vitória privada”.

Nossas vidas pessoais, profissionais e financeiras estão integradas, logo, muito da desarmonia que temos em nosso cotidiano, vem da ideia de que as coisas funcionam de forma independente. Se você pensa assim, já está na hora de trocar esse círculo vicioso pelo círculo virtuoso e entender que é fortalecendo-se dentro de casa, que irá conquistar vitórias do lado de fora e incentivar mais gente a trilhar o mesmo caminho.

Vou te propor um teste rápido:
- O que você fala para si e para sua família quando acorda?


- O que você diz ao se despedir dos seus filhos pela manhã?


- Qual o tempo de atenção que você dispõe para as pessoas que ama? 


- O que sai da sua boca são palavras positivas ou negativas?

Convido você a fazer essa reflexão, pois a sua postura desde quando acorda e interage com a sua família é mais importante do que parece na sua trajetória de sucesso.

Minha segunda dica é: aprimore seus hábitos, sua visão de mundo e comunicação. Somos o que falamos, pensamos e fazemos. Quem não controla a própria comunicação não controla a própria vida.

Você está realmente decidido a trocar crenças que limitam por outras que potencializam? Para uma mudança verdadeira, é importante ter consciência de si mesmo, olhando-se com honestidade e firmeza a fim de entender seus pontos fracos e fortes, bem como comportamentos positivos e negativos, e enfim perceber o que, de fato, você precisa transformar para alcançar prosperidade e abundância.

Seu networking começa em casa, não é da porta para fora. Portanto, é preciso levar em consideração que, antes de ter uma vitória pública, prosperar, trabalhar, ganhar dinheiro, o ponto de partida são as vitórias pessoais. Por isso também proponho uma revisão de sua história, crenças e aprendizados.

Nós somos a soma da família e dos amigos, do trabalho e da carreira, das saúdes física e mental, da nossa espiritualidade, do amor, da vida financeira, do lazer e intelecto. O sucesso virá quando conseguirmos estabelecer laços fortes de confiança e cumplicidade com a nossa família, sejam eles pais, filhos ou cônjuges. Quem respira felicidade pessoal, transpira força de vontade para conquistar os objetivos externos.

Por fim, demonstre seu amor àqueles que ama e se pergunte todos os dias: Qual é a minha maior riqueza? Será que tenho deixado claro para as pessoas que
amo o quanto elas são especiais?

A sua vitória depende da sua decisão. Por isso, se você está falhando de alguma maneira ao responder essas perguntas, a hora para dar um novo rumo à sua vida é agora. Afinal, também é por elas que você está decidindo buscar um futuro próspero e abundante.

 




Eduardo Volpato - Nascido em Porto Alegre, começou a trabalhar muito cedo com o pai e aos 16 anos empreendeu como eletricista e manutenção geral. Saía de casa com o dinheiro da ida, mas sem o dinheiro da volta, como forma de forçá-lo a ganhar o dia de qualquer jeito, sem a alternativa de desistir ou desanimar. Dono de um saber em empreendedorismo um tanto quanto autodidata, Volpato nunca parou de estudar. Formado em eletrônica e especialista em segurança pública e privada, é CEO Founder do Grupo Volpato, uma das maiores empresas brasileiras do setor de segurança. Master Coach Integral Sistêmico pela Florida Christian University e Analista de Perfil Comportamental Cis Assessment pela Febracis, Volpato tem se dedicado a ensinamentos de coragem e determinação para quebrar o ciclo de insatisfação que acomete milhares de brasileiros.


Especialista aponta habilidades profissionais que serão fundamentais no pós-pandemia

Conheça quais são essas competências, como enfrentar a crise e gerar oportunidades para recolocação


A crise do novo coronavírus afetou duramente a economia e as formas de organização do trabalho com a maioria dos profissionais de áreas administrativas trabalhado em casa. Não é de agora que se fala sobre a Quarta Revolução Industrial e suas tendências, mas com a chegada da pandemia as empresas e os profissionais foram submetidos a aceleração desse processo para se adaptar ao “novo normal”. Rebeca Toyama especialista em estratégia de carreira, mostra a importância de novas habilidades para acompanhar o ritmo da mudança e como desenvolvê-las.

Segundo o e-book divulgado recentemente pelo Fórum Mundial da Economia em parceria com especialistas, mostram uma nova perspectiva sobre o futuro pós-pandêmico, onde é necessário olhar além da crise atual para os desafios potenciais e oportunidades que o mundo pós COVID-19 traz, além das diversas mudanças e observações como comportamento da sociedade e efeitos psicológicos, qualidade da governança e competências dos líderes, impacto na geopolítica e meio ambiente, sistemas de saúde e o novo tecnológico e industrial.

O distanciamento social modificou as organizações e trouxe uma nova forma de se conduzir o trabalho como o home office, que exige habilidades pessoais e muita organização. Com o passar dos anos, novas habilidades serão inseridas, outras excluídas, assim como algumas profissões que já existiram e hoje estão extintas.

“Nós já sabemos que a tecnologia ganhará um espaço gigante no mercado de trabalho, pois isso já aconteceu em outros momentos da história da humanidade. O que precisa ser levado em conta hoje, é um conjunto de habilidades como inteligência emocional, adaptação e flexibilidade, pensamento crítico e habilidade com tecnologia, por exemplo. Além disso, a organização e colaboração, em tempos de home office e distanciamento social são fundamentais para o desenvolvimento do profissional do futuro. ”, afirma, Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira.


Era da automatização

Para que esse cenário seja positivo, é importante entender as mudanças da Quarta Revolução Industrial, onde a união das tecnologias modificará radicalmente não apenas o modo como se vive, mas a maneira como se trabalha também. O foco das habilidades estão ligadas nos aspectos que faz superar os robôs, como as relações interpessoais que são praticamente impossíveis de automatizar, criatividade, persuasão e colaboração.

De acordo com o relatório do Fórum Mundial da Economia, as competências e aptidões esperadas pelas novas empresas será habilidades que permitam os colaboradores construírem, projetarem e trabalharem ao lado de sistemas tecnológicos, ou em áreas que preenchem as lacunas deixadas pelas máquinas. Podendo haver um aumento de demanda por funções que as máquinas não conseguem realizar e que dependem de características profundamente humanas e capacidades como a empatia e a compaixão.

“O que os profissionais devem fazer é se antecipar e se requalificar, adaptar-se às novas funções disponíveis, e resgatar as habilidades que, por enquanto, só os humanos possuem. Além disso, é importante estar atento aos avanços científicos, tecnológicos e as tendências de mercado para saber como será o futuro. ”, finaliza, Rebeca Toyama.


A especialista em estratégia de carreira, Rebeca Toyama trouxe as 10 habilidades do futuro e dicas de como se qualificar.

1- Inteligência Emocional: Autoconhecimento para controlar os sentimentos, alterações de humor e tudo que envolve o nosso lado psicológico, que as máquinas não têm;

2- Pensamento Crítico: Sempre serão valorizados colaboradores que são capazes de julgar a qualidade das informações;

3-  Habilidades em Tecnologia: Esteja atento à novas tecnologias e aplicativos que possam contribuir com o seu trabalho. Adaptá-los à rotina é importante com horário de início e término, check list de atividades, tarefas de médio e longo prazo em planejamentos e foco são fundamentais;

4- Adaptação e Flexibilidade: Tenha em mente que as profissões evoluem e no futuro existirão outras profissões, com outras necessidades;

5- Criatividade: Os algoritmos, as máquinas e os robôs funcionam bem, mas eles não conseguem ser criativos como os humanos. Procure atividades que possam estimular a criatividade, sendo individual ou em grupo;

6- Habilidades de Liderança: Não é só fundamental para aqueles que estão no topo de uma hierarquia corporativa, mas para todos os colaboradores de uma empresa. É compreender como fazer melhor e inspirar a equipe;

7- Julgamento e Tomada de Decisão: As máquinas conseguem analisar os algoritmos em uma velocidade superior que os humanos, mas são incapazes de tomar decisões e analisar os dados com profundidade;

8- Colaboração: Em meio a tanta tecnologia, as organizações vão buscar por funcionários capazes de interagir bem com a equipe, que sejam capazes de compartilhar conhecimento para trazer bons resultados para a empresa;

9- Alfabetização de Dados: É o combustível da quarta revolução industrial, trazer conhecimento para interpretar e analisar dados e gráficos. Conhecer estatística, analisar tendências e números são vitais para o profissional do futuro;

10- Inteligência Cultural e Diversidade: Respeitar as diferenças é uma das habilidades do futuro, pois as organizações são cada vez mais operando além das fronteiras. São comuns projetos desenvolvidos à distância com equipes de vários países. Conduzir novos projetos, criar e cumprir um cronograma e validar ideias para novos produtos e serviços devem ser feitos à distância.



 

Rebeca Toyama - fundadora da RTDHO e ACI empresa com foco em bem-estar e educação corporativa. Especialista em estratégia de carreira e educação organizacional. Formada em administração, psicologia, marketing e tecnologia.  Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora e atualmente é mestranda em psicologia clínica. Colaboradora do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), Instituto Filantropia e Universidade Fenabrave.


Lei para a Aviação Civil: o olhar estratégico para os pó pandemia

 Conhecer e tratar a lei com transparência promove o relacionamento saudável entre empresas e consumidores do transporte aéreo mesmo em momentos de crise


Para muitas pessoas viajar é uma atividade de férias, para outras uma rotina comum de trabalho. Em ambos os casos, essa movimentação trazia até o ano de 2019, a expectativa de que o transporte aéreo brasileiro dobraria de tamanho no prazo de 20 anos. No entanto, a pandemia da Covid-19 foi implacável com o setor de turismo, com resultados de queda em nível global.

De acordo com a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a América Latina vinha crescendo de forma consecutiva há mais de 15 anos. Um crescimento significativo também para o Brasil, que tem aumentado a cada dia o uso de voos domésticos.

Diante de um cenário positivo, alguns entraves já impediam o crescimento mais agressivo do setor de aviação no Brasil, entre eles a falta de infraestrutura, além do alto volume de ações judiciais movidas contra empresas aéreas no país. Problemas que em um cenário de pandemia podem se potencializar e atrasar a retomada do setor.

Pensando em auxiliar o segmento, as Casas do Congresso Nacional (Câmara e Senado) aprovaram recentemente a Medida Provisória 925/20, que estabelecia regras para o cancelamento, reembolso e remarcação das passagens aéreas, em função da pandemia da Covid-19.

A lei é essencial para garantir o bom relacionamento dessas companhias aéreas com o consumidor e também deve ser observada por empresas que oferecem serviços de aquisição de passagens, como agências de turismo. Certamente, a preocupação com a transparência no assunto deve contribuir com a retomada do setor de turismo no pós crise, que já sente os reflexos dos inúmeros casos de  endividamento, desemprego e estagnação em todas as áreas da economia.


Transparência estratégica

A preocupação do setor de turismo e dos transportes aéreos na resolução dos problemas de forma facilitada contribui com a redução das ações judiciais, que podem nascer no meio deste caminho, e ainda fidelizam os clientes. Vale lembrar que, nos dias atuais, as marcas que enfrentam momentos difíceis de forma humana e aberta a negociações promovem uma melhor experiência de compra.

Portanto, compreendendo bem a legislação e seu objetivo de permitir a conciliação da empresa com o cliente através de várias possibilidades, cabe às empresas do setor ter um olhar estratégico e gestão das situações de cancelamento de voos, com o apoio de consultorias jurídicas especializadas, permitindo que as empresas possam superar esta fase e estejam mais fortalecidas para a retomada que se avizinha.

Toda a crise costuma guardar um grande salto por vir, oportunidades e agir com inteligência e estratégia, permitirá o fortalecimento da operação e benefícios relevantes para quem movimenta essa economia: as pessoas.


Lei a Aviação Civil que aprovou a MP 925 - entenda os benefícios da lei

Em relação às mudanças trazidas pela Lei 14.034/2020, que aprovou a MP da Aviação Civil, destaco abaixo as principais questões que devem ser observadas pelas empresas do segmento:


Com a legislação, os voos cancelados podem ser convertidos em créditos ao consumidor, que poderá utilizar em outros voos da mesma companhia aérea, e até mesmo ceder para outra pessoa dentro do prazo de até 18 meses da data do voo cancelado. 

A lei permite ainda que o consumidor receba o dinheiro da passagem de volta, com restituição acrescida do INPC - em até 12 meses da data do voo cancelado. 

Uma terceira solução, se for possível, seria de a companhia aérea remarcar ou reacomodar o cliente em um novo voo. Uma oportunidade que deve respeitar o estágio e liberação da quarentena nas localizações de embarque e desembarque. 

Também é direito do consumidor desistir de passagens adquiridas no período de 19.03.20 até 31.12.20, mesmo que os voos não estejam cancelados, mediante pedido formal à agência de turismo ou companhia aérea. Neste caso o cliente estará sujeito ao pagamento das multas. Aqui também existe a possibilidade do consumidor manter o crédito, e neste caso não haverá incidência das multas e o prazo de utilização segue para uso em até 18 meses, contando desde a data do voo comprado inicialmente. 

Para os casos de desistência em até 24 horas da compra, não ocorreu nenhuma modificação, e a restituição deve ocorrer de maneira imediata, exceto se a viagem for para até 7 dias da compra, conforme normativa da ANAC a respeito. 

Hoje, em plena pandemia, a lei também determina o cancelamento de cobranças de parcelas vincendas de voos cancelados – adquiridas através de financiamento bancário ou parcelamento com o cartão de crédito. Para estes casos a restituição das parcelas pagas até o cancelamento deve ocorrer em até 12 meses ou a conversão do crédito para utilização na aquisição de outras passagens da mesma companhia aérea. 

As tarifas aeroportuárias e demais tarifas para órgãos governamentais deverão ser restituídas em 7 dias após o cancelamento do voo, porém, sendo optada a concessão de crédito, não se faz necessária a devolução das tarifas e a utilização dos valores pagos ocorrerá também em até 18 meses.




Flávio Pinheiro Neto - advogado empresarial do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados que assessora empresas do Setor de Turismo.


Poupatempo abre agendamento para oito postos do Estado que retomam atividades nesta quarta-feira (19)

 Atendimento exclusivo, mediante agendamento, para serviços que não podem ser realizados online 

 

O cidadão que precisa de atendimento do Poupatempo poderá, a partir desta terça-feira (18), agendar serviços para as oito unidades do Estado que retomam suas atividades no dia 19 de agosto.  

Os agendamentos para serviços nos postos da Sé e Itaquera (capital), São Bernardo do Campo e Mauá (Região do ABC Paulista), Mogi das Cruzes (Alto Tietê), Santos e Guarujá (Baixada Santista) e Bauru (interior) deverão ser feitos pelo portal – www.poupatempo.sp.gov.br. O cronograma de reabertura do Poupatempo será semanal e a grade ficará disponível sempre um dia antes.   

Na reabertura das unidades, a prioridade é para os serviços que exigem atendimento presencial, como a expedição de RG e a primeira emissão de CNH, por exemplo.  Os demais continuam mantidos de forma remota. Juntos, site e aplicativo Poupatempo Digital oferecem mais de 80 opções online, sem sair de casa. Outra novidade é que o Poupatempo passa a incorporar todos os atendimentos do Detran.SP. 

Para garantir a segurança da população e colaboradores, serão adotadas medidas de controle de acesso, distanciamento social e higienização. “A preocupação com a saúde de quem tem a necessidade de ir ao Poupatempo neste momento é fundamental para que possamos dar continuidade aos serviços presenciais. Por isso, a reabertura das nossas unidades será feita de forma gradual e consciente, seguindo todas as recomendações sanitárias”, explica Murilo Macedo, diretor da Prodesp – empresa de Tecnologia do Governo de São Paulo que administra o Poupatempo. 

O retorno seguirá as diretrizes do Plano São Paulo, com flexibilização permitida apenas para cidades que estiverem nas fases laranja e amarela, e com fluxo de pessoas equivalente a 30% da capacidade de cada unidade. 


Mutirão do RG 

Nesta segunda e terça-feira (dias 17 e 18 de agosto), o Poupatempo promove um mutirão de RG nas unidades da Sé, no centro, e Itaquera, na zona leste. Nos dois dias de ação serão atendidas cerca de 3 mil pessoas nos dois postos. As vagas para agendamento foram esgotadas no sábado (15). 

Para ser atendido na data e horário marcados, o cidadão precisa comparecer aos postos com a Certidão de Nascimento ou Casamento original e cópia simples, ou mesmo com o RG anterior, caso tenha sido emitido no Estado de São Paulo. Já os menores de 16 anos devem estar acompanhados por um dos pais ou responsável legal, portando um documento de identificação com foto. Caso não seja possível, basta o responsável assinar uma autorização, que pode ser acessada pelo link http://bit.ly/2txpHQY, para ser apresentada no ato do atendimento, junto com documento de identificação do responsável, com a mesma assinatura. 

 


Serviço: 

Datas e horários: 17 e 18 de agosto (segunda e terça-feira), das 7h às 19h. 

Poupatempo da Sé: Praça do Carmo S/N - Centro. 

Poupatempo de Itaquera: Avenida do Contorno, 60 (ao lado da Estação Corinthians-Itaquera do Metrô).

 

Investir em quem precisa é a chave para mudança e combate à desigualdade social


Poucos temas obtém um consenso tão significativo entre as pessoas de diferentes opiniões como o que compete a educação. Direito irrevogável de todos e ferramenta de transformação social, mais do que saber ler e escrever, a educação é também conectar dados e fatos com um contexto e uma história, propondo, a partir daí, soluções criativas que levam ao crescimento pessoal e, mais adiante, ao amadurecimento profissional. Se defender o acesso à educação de qualidade é chover no molhado, precisamos entender, então, o que de fato ocorre para essa conta ainda não fechar no Brasil e como cada um pode, de alguma forma, interferir visando um futuro mais igualitário. 

Há hoje quase 48 milhões de estudantes matriculados na educação básica, número que, a título de comparação, equivale a totalidade da população da Espanha. Para atender todo esse contingente, são destinados a pasta 5,7% do PIB nacional, já considerando as três esferas públicas (federal, estadual e municipal). É mais do que a Argentina, Colômbia, Chile e até Estados Unidos destinam as suas respectivas populações. O entrave é: o valor destinado do PIB não é suficiente para atender todos os estudantes e é nessa relação que deixamos a desejar. Se é preciso investir mais ou melhorar a gestão desse dinheiro, focado em projetos sérios e que garantam o retorno a longo prazo, é também debater uma seara que nós, enquanto cidadãos, não conseguimos alterar de imediato e individualmente.

O que sabemos é que há uma discrepância entre o desempenho econômico e social com relação aqueles que avançaram nas etapas do ensino, principalmente com quem concluiu o Superior. Segundo um documento do Insper, “Retratos da Educação no Brasil”, publicado no último trimestre de 2018, o brasileiro que completou o Ensino Médio recebe até 32% a mais do que aquele que completou o Fundamental. E o número avança para 230% se compararmos este estudante com quem concluiu uma graduação. Significa que o retorno médio de um ano a mais de escolaridade no Brasil em 2015 era de 8% a mais no salário deste jovem para o resto da sua vida. 

Se o dado acima já começa a dar a dimensão da responsabilidade que temos frente aos desafios da educação formal, vale mais um adendo que endossa a importância e urgência de reter os jovens dentro das escolas: em 2015, época das análises dos dados divulgados pelo Insper, 10,5% da população economicamente ativa estava desempregada, sendo que, destes, apenas 5,2% tinha o curso superior completo. O que temos diante de nós é uma verdade que se revela ano após anos: somos o sétimo país mais desigual do mundo, ficando atrás apenas de nações do continente africano, como demonstrou um relatório publicado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no final do ano passado. 

Se o cenário não soa muito animador no que compete a esfera pública, dentro das escolas nos deparamos com professores desestimulados, com pouca liderança frente aos jovens, sem um programa de formação continuada, baixos salários e, em alguns casos, uma infraestrutura básica ou até precária. Já aos jovens, resta se moldarem a educação tradicional, que pouco corresponde ao estilo deles. A geração Alpha, crianças nascidas a partir de 2010, já nasceram inseridas em um cotidiano rodeado por tecnologia com dinâmicas de interação muito diferentes da anterior.

Em pleno desenvolvimento e com novos hábitos de relacionamento com o meio, esta geração será muito mais independente que seus antecessores. Parte daí, portanto, a imprescindibilidade de se criar um ambiente educacional mais voltado às necessidades e interesses dos alunos, e menos aos padrões sistematizados e hierárquicos de antes. Colocá-los enfileirados, em frente a um quadro, passivos diante da apresentação de conteúdos já deixou, há tempos, de ser o símbolo da educação ideal. O espaço agora precisa ser rediscutido, repensado e recriado para provocar a aprendizagem do aluno por meio de experiências e vivências em todos os campos.

Algumas escolas, sobretudo as destinadas ao público A ou AA, já se reinventaram e passaram a valer-se de inteligência artificial e da criatividade para propor aos estudantes novas formas de aprendizado, mais focado em suas habilidades e que são capazes de despertar neles o desejo de descobrir, sozinhos ou em grupo, as soluções dos problemas. Mais do que robotizar o ensino, o que estas escolas têm proposto é tirar do professor o papel centralizador de todo o conteúdo para ser influenciador e fortalecer, assim, o compromisso do aluno com o seu próprio aprendizado e autonomia, a fim de construir seu processo de conhecimento.  

A proposta da nova escola que vai ao encontro do perfil do atual jovem parece restrita aos mais privilegiados, que têm poder aquisitivo para mensalidades que podem ultrapassar R$ 10.000,00. É nesse momento que nós, cidadãos, podemos influenciar e deixar de alimentar uma sociedade tão desigual se pararmos para olhar que, num contingente de 48 milhões de estudantes da educação básica, apenas 19% é da rede privada. É possível oferecer com expertise um conteúdo atualizado, em um espaço integrativo e otimizado, que estimule o estudante o tempo todo a assumir seu papel de protagonista na vida e na sociedade, de forma a se tornar, sobretudo, um agente de transformação social. 

Longe de ferramentas caras e inacessíveis ou em um ambiente que lembre uma matrix, o jovem precisa mesmo é de uma dinâmica em sala de aula que favoreça a comunicação entre alunos e os incentivem a trocar experiências e conhecimentos.  Instigar investigações e validações os colocam como desbravadores do saber, dando condições para seguir, ao longo da vida, testando diferentes formas de mudar seus espaços sociais. O cenário é favorável e não à toa o número de matrículas nas escolas privadas cresceu 1,55%, passando dos 8.995.249 de 2018 para 9.134.785 em 2019. Se é consenso entre pais, educadores e sociedade geral que a educação é a chave para mudar o País, resta a nós investirmos em projetos e negócios que de fato promovam a mudança que desejamos e sejam, sobretudo, viável para todas as classes sociais.

 



Nathan Schmucler - graduado em administração de empresas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), MBA  Executivo no Coppead-UFRJ, com extensão em novos negócios na Faculdade Stellenbosh, na África do Sul. O executivo é diretor geral da rede Luminova, escola inovadora que tem como objetivo democratizar o acesso à educação de qualidade, promovendo o crescimento humano e ascensão social no Brasil.


Ministério da Saúde lança chamada pública para financiar pesquisas sobre doenças crônicas não transmissíveis

 Serão disponibilizados R$ 15 milhões para custear projetos que proponham a organização e qualificação do cuidado às pessoas com diabetes, hipertensão e obesidade

 

O Ministério da Saúde, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), lança duas chamadas públicas relacionadas à formação e pesquisa sobre o tema das Doenças Crônicas não transmissíveis (DCNT) e seus fatores de risco associados no âmbito da Atenção Primária à Saúde. Pessoas e instituições interessadas, conforme editais, podem se inscrever até 18 de setembro deste ano.

O valor do investimento para as duas chamadas públicas é de R$ 15 milhões, compostos por R$ 7,5 milhões em bolsa e R$ 7,5 milhões em custeio, previstos no orçamento da Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição da Secretaria de Atenção Primária à saúde. As duas pesquisas vão contribuir para a organização do processo de trabalho das equipes que atuam na Atenção Primária e apoiar uma gestão federal integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde.

De acordo com Juliana Rezende, diretora do departamento de Promoção da Saúde, área técnica responsável pelo chamamento, o país vem avançando de maneira rápida no aumento de casos de doenças crônicas não transmissíveis. “A prevalência das doenças crônicas não transmissíveis está crescendo rapidamente e, cada vez mais, em pessoas mais jovens, o que resulta em um número elevado de óbitos prematuros por consequências de tais agravos. Com a qualificação do cuidado ofertado na Atenção Primária é possível diminuir os riscos de internações por essas doenças e a mortalidade associada”, destaca.

A chamada CNPq/MS/SAPS/DEPROS Nº 27/2020 trata do eixo “pesquisa em doenças crônicas não transmissíveis e fatores de risco associados”. A iniciativa apoiará projetos que possam contribuir de modo efetivo para avanço do conhecimento, formação de recursos humanos, geração de produtos e processos para o aprimoramento da Atenção Primária. Subsidiará, ainda, a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de saúde da população brasileira.

Já a chamada CNPq/MS/SAPS/DEPROS Nº 28/2020 também tem como foco a “formação em doenças crônicas não transmissíveis e seus fatores de risco associados”, mas busca apoiar  projetos que integrem atividades de pesquisa, extensão e formação de gestores e profissionais de saúde da Atenção Primária para organização e qualificação do cuidado às pessoas com Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e obesidade. Abordará como fatores de risco, especificamente, a alimentação inadequada, o tabagismo e a inatividade física.

Para saber mais sobre critérios, custeio, cronogramas e outras questões, acesse aqui a página onde constam os links das chamadas na íntegra. Outras informações também podem ser obtidas pelo endereço letrônico atendimento@cnpq.br">atendimento@cnpq.br ou pelo telefone (61) 3211-4000.

 

  

Ministério da Saúde, com informações do Nucom SAPS

 

Projeto obriga síndico a denunciar maus-tratos a animais

Está em debate na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) o Projeto de Lei Nº 492/2020 que versa sobre a ocorrência de casos de maus-tratos a animais.

De autoria do Deputado Estadual Bruno Ganem (Podemos), o projeto busca responsabilizar os síndicos e administradores, tanto de condomínios residenciais como comerciais, que não comunicarem as autoridades sobre maus-tratos a animais nas dependências dos condomínios. 

Dessa forma, os condomínios localizados no Estado de São Paulo, representados por seus síndicos ou administradores devidamente constituídos, ficam obrigados a comunicar às autoridades policiais a ocorrência ou indícios de casos de maus-tratos que ocorram tanto nas unidades condominiais privativas, assim como nas áreas comuns.

Esse projeto busca ser mais um dispositivo na luta pela proteção dos animais no Estado de São Paulo e se junta a projetos de outros Estados que têm o mesmo intuito, como é o caso do Projeto de Lei 617/2020 de autoria do presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso, deputado Eduardo Botelho (DEM). A proposta visa proteger os animais suscetíveis a maus-tratos, especialmente no momento de pandemia, determinando que condomínios denunciem maus-tratos a animais com informações precisas que permitam a identificação da vítima e do autor da violência.

No caso do Projeto de Lei de São Paulo, quando a ocorrência estiver em andamento, a comunicação deve ser realizada de imediato aos órgãos de segurança pública. Caso a ocorrência já tenha acontecido, a comunicação deve ser feita em até 24 horas após o ocorrido, podendo ser realizada por meio eletrônico, utilizando-se o portal da Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (DEPA), ou em qualquer Delegacia da Polícia Civil do Estado de São Paulo no município onde está localizado o condomínio.

Assim como no caso do Projeto de Lei Federal 2510/2020 que versa sobre a violência doméstica, síndicos e administradores têm a obrigação de denunciar esses casos, e caso seja comprovada a omissão, o condomínio será penalizado com a imposição de multa correspondente a 200 (duzentas) vezes o valor da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - UFESP.

Além disso, o Projeto de Lei, no seu Artigo 2º, obriga os condomínios a afixar informativos nas áreas comuns sobre essa questão. Caso a administração descumpra essa determinação de informar os moradores, funcionários e prestadores de serviço, acarretará multa ao condomínio de 50 (cinquenta) vezes o valor da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - UFESP.

Projetos como esses são muito importantes. Esses são dispositivos que se aprovados, irão somar-se aos dispositivos que já temos como o Art. 32, da Lei Federal nº. 9.605, de 1998 (Lei de Crimes Ambientais) e pela Constituição Federal Brasileira de 1988, abrangendo de forma ainda maior o cuidado e atenção com os animais, sendo eles silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.

Projetos como esses voltados para os animais, assim como o de violência doméstica, traz o debate para a sociedade no sentido de que não só o Poder Público tem o dever de fiscalizar, proteger e punir crimes, como nós como cidadãos comuns podemos participar desse debate no intuito de proteger as vítimas e, desse forma, criarmos uma sociedade melhor.




Rodrigo Karpat - especialista em direito imobiliário e questões condominiais. Coordenador de Direito Condominial na Comissão Especial de Direito Imobiliário da OAB-SP e Membro da Comissão Especial de Direito Imobiliário da OAB Nacional. 

 

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