Diante da possibilidade de uma Reforma Tributária, um tema já vem preocupando consumidores e empresários, que é a sinalização do Ministro da Economia, Paulo Guedes, da intenção de criar um novo imposto para taxar transações financeiras, mais especificamente pagamentos eletrônicos.
Essa nova modalidade que vem já sendo
analisada e pode ser enviada junto com a referida Reforma Tributária para
minimizar as perdas de arrecadação do Governo com uma eventual desoneração da
folha de pagamentos e é uma espécie de "imposto digital". Caso
realmente seja implantado, mais uma vez quem será a principal prejudicada é a
população, que verá o aumento de preços em toda a cadeia.
"Por mais que o ministro afirme
que essa nova tributação não tenha nenhuma relação com a Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira (CPMF), que valeu no país de 1993 à 2008, e que
foi muito criticada pela população, é impossível negar que existam grandes
semelhanças e problemas muito parecidos", explica o diretor executivo
da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos.
Ele analisa que, por mais que seja um
imposto que todo mundo pague, essa nova cobrança será maléfica, pois é
cumulativa, ou seja, estará incidindo em todas as etapas da cadeia, assim,
mesmo com uma alíquota baixa, o preço a ser pago vai sendo somado em cada
transação, o que encarece os produtos.
"A tributação não é sobre
renda, contudo devido a sua base de incidência ser tão grande, mesmo com a
alíquota pequena afetará todo mundo. Para o governo é uma forma interessante de
tributar, principalmente por ser mais simples de fiscalizar, alíquota pequena e
cobra todo mundo, já para o contribuinte não", explica o diretor da
Confirp, que complementa que a tributação cumulativa é negativa por não ser
transparente, além de ser contra tudo contra o que o governo prega que é a
neutralidade.
Entretanto, ainda faltam informações
sobre a formatação desse novo imposto e a ideia do governo ainda está pouco
clara. Falta detalhar muitos pontos, como qual será sua incidência, se seria em
todos os pagamentos realizados eletronicamente (como pagamento por internet
banking) ou apenas na compra online de bens e serviços.
"Enquanto não se tem esse
detalhamento é difícil uma análise profunda sobre o tema, mas o que se
apresentou até o momento é bastante preocupante. Acredito que seria prudente
por parte do governo definir realmente o que quer e em quais moldes para que se
inicie um debate sobre o tema, minimizando suposições", finaliza
Richard Domingos.
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