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segunda-feira, 4 de maio de 2020

A saída de Sergio Moro e a manipulação do governo. Pode ser o fim do país?


Estamos vivendo um momento que demanda muita reflexão e que é preciso ponderar tudo o que está acontecendo nos cenários políticos e econômicos atuais. A ideia deste artigo é provocar uma reflexão, e não necessariamente assumir um determinado lado, até porque ainda há muito o que acontecer e precisamos estar com o pé no chão, e não viver de expectativas, como o brasileiro vive, principalmente um determinado grupo, que vive por um fanatismo, causando um verdadeiro atraso ao país.

E parte desse comportamento começou a se formar já na época das eleições. Entretanto, acredito sim que o presidente Jair Bolsonaro veio para fazer a mudança que a nação precisa, mesmo que forçando as coisas um pouco. O Brasil é um país dos direitos e não das obrigações, algo que todo o brasileiro deve ter. Por esses motivos, talvez todas as ações do governo sejam encaradas como uma forma de radicalismo, mas sem rigidez, nada vai acontecer, até mesmo as mudanças que essa população tanto necessita. E, ainda, soma-se isso o eterno jogo de quem é contra e a favor no congresso, impedindo que projetos e ações sociais sejam aprovadas. Temos então a “troca de moedas” senão, nada acontece. E quando alguém tenta quebrar esse ciclo, cria-se uma antipatia muito grande.

Quero deixar claro que o pais não precisa de um regime militar, algo que não sou a favor, mas sim, caberia dizer uma “ batuta” um pouquinho mais puxada, para equilibrar as reformas que precisam ser feitas, acabar com a corrupção, ajustar o que precisa ser feito e, principalmente, olhar para as empresas que estão fechando, e que irão gerar um alto índice de emprego.

O fanatismo e a bipolaridade que tomam conta do país, desde a disputa presidencial, são motivos de brigas e rótulos, e não como sendo algo que deva ser discutido em uma roda de amigos. Pelo contrário, pessoas não se falam mais e familiares se afastam, por conta de um posicionamento político, sendo que nem Bolsonaro, Dilma, Ciro, Amoedo.. sabem da existência desses, ou seja, muita incoerência. Por isso, acredito que qualquer idolatria nesse sentido reflete a falta de um autoquestionamento ou até mesmo a ausência da capacidade de questionar certos fatos e analisar a realidade.

Boa parte colocou muita expectativa em cima do governo Bolsonaro, e principalmente, da figura emblemática do Juiz Sérgio Moro e, depois de um certo tempo, tudo começou a conspirar ali dentro. Tivemos a Joice, o pessoal da Kim, e os demais que foram se afastando, brigando, dividindo poder e opinião.

Em relação ao Moro, tenho uma certa preocupação, porque ele teve uma atitude antiética quando decidiu publicar conversas entre ele e a deputada, ao qual foi padrinho de casamento, e dele com o presidente da república.

A deputada Carla Zambelli, que foi exposta em um dos prints, fez uma live mostrando toda a conversa que teve com o ex-ministro, em que tudo foi abordado de outra forma.

Posso me colocar nesse lugar, pois já aconteceu comigo. Uma pessoa já teve uma conversa comigo sobre determinado assunto, tirou um print de algo simples e criou uma nova narrativa baseada em duas frases. Por conta da experiência, me questionei algumas coisas. Por que Sérgio Moro fez isso? Por que ele apresentou para a Globo? E por que apenas trechos dessas conversas?

Um ministro não está acima de um presidente, porém existem algumas determinações constitucionais que estabelecem certos assuntos relacionados a poderes. Acredito que referente a essa questão ocorreram algumas confusões relacionadas às delimitações desses poderes.

Eu cresci ouvindo o meu pai dizendo quem pode mais, pode menos, dentro de uma empresa. Se você é o dono, e contrata um faxineiro, pode demiti-lo a qualquer momento e inclusive pode também fazer o trabalho dele, senão, temos apenas a figura de um chefe e não um líder. Todas as pessoas que trabalham comigo, sabem que a minha posição sempre foi essa. Da mesma forma que eu sei gerenciar, tenho que saber como resolver os problemas do dia a dia que aquele colaborador solucionava.  E fiz isso várias vezes.  Além de administrar e saber lidar com os vários tipos de personalidades, diferenças e talentos.

E esse é o caso do presidente da república. Ele não precisa entender de saúde, economia ou justiça. É preciso saber contemporizar pessoas com honestidade e rigor.

Quando o ministro Moro saiu e publicou as mensagens, ele cometeu alguns crimes, e por isso a PGR pediu autorização para investigar o que houve, principalmente em relação a fala do ministro. A partir do momento que ele decidiu expor essas conversa, cometeu crimes, assim como ele acusou o presidente de cometer crimes também.  Muitos criticaram a PGR, mas estão certos, até porque se o procurador geral não tivesse tal atitude, ele mesmo estaria incorrendo em um crime.  Tudo precisa, e deve, ser apurado.

Depois, houve a suspenção da posse do Alexandre Ramagem, um delegado de carreira, para assumir a diretoria geral da Policia Federal, feita através do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que na minha opinião, não tinha bagagem para assumir o cargo que ocupa.  Sim, havia muita interferência na Policia Federal, e até mesmo era preciso trocar.

Com relação ao presidente Bolsonaro, não acredito que vá ocorrer outro impeachment, porque quem está como relator, com o pedido de investigação, da PGR é o ministro Melo, que sai no final do ano. Soma-se a isso ao período da pandemia. Digamos que ele volte em julho, terá somente quatro meses para definir essa situação e o próximo ministro, inclusive indicado pelo Bolsonaro, quem irá decidir então existe uma grande chance de isso não ocorrer, por mais que o Sérgio Moro seja culpado ou até mesmo que o próprio presidente seja culpado.

Os pedidos, já protocolados, estão na mão de Rodrigo Maia, que está em uma situação delicadíssima, pior que a do presidente. Mesmo que ele aceite o pedido de impeachment, vai para votação, mas Bolsonaro tem a maior no congresso, então isso não vai acontecer. Por isso, o pedido de destituição não ocorrerá tão facilmente. Se isso acontecer, teremos um general na presidência e aí sim existe uma probabilidade de os militares assumirem, mesmo que o Mourão, como gestor, tenha muito mais pulso.

A oposição, percebendo o enfraquecimento da estrutura governamental, vai fazer o possível para tirar o presidente do poder. Não sei se o Brasil aguentaria um 2º impeachment consecutivo, se há fôlego financeiro ou emocional para passar por essa situação. Mas tenho certeza que os empresários já estão sentindo esses efeitos na pele, acredito que vá haver uma grande evasão de empresas no Brasil, em especial as multinacionais e, consequentemente, uma taxa maior de desemprego e salários mais baixos, refletindo diretamente na economia.

Não acreditem em notícias de internet, esqueçam as fake News. Isso me lembra a história do Adelio Bispo e os perfis falsos, mas há muito mais por trás disto. E a Joice está indo pelo mesmo caminho, deixando um rastro de post e publicações falsas. E uma sujeira sem fim, que não só trai o Bolsonaro, como a nação toda, porque está manipulando informação.

O Brasil não precisa de pessoas bitoladas e fanáticos. O país precisa de pessoas que pensam, e que podem tomar suas próprias decisões.





Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 64 mil seguidores    https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente.


Temporada de balanços mostra que bancos já se preparam para uma onda de inadimplência


Começou oficialmente no Brasil a temporada de balanços 2020. As primeiras leituras já começam a apontar a direção que a economia do país deve seguir nos próximos meses e o possível impacto da pandemia de coronavírus nos principais setores da economia.

A CIELO (CIEL3), maior empresa de pagamentos do Brasil, registrou uma contração do lucro líquido de 65,4% nos primeiros três meses do ano no comparativo anual, totalizando R$ 202,6 milhões contra R$ 585,5 milhões em 2019. Já as despesas financeiras aumentaram 41,5%, em relação a 2019. “A Cielo está diretamente exposta à queda de consumo interrompida bruscamente com o isolamento social”. Apesar dos números preocupantes, o pior resultado ainda está por vir no segundo trimestre, quando os dados irão retratar o período mais intenso do isolamento social.

O Banco Bradesco (BBDC4), segundo maior banco privado do país, apresentou  lucro recorrente de R$ 3,753 bilhões no primeiro trimestre de 2020, registrando uma queda de 39,8% no comparativo anual. Enquanto isso, as despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) chegaram ao montante de R$ 6,708 bilhões, um salto de 86,1% no comparativo anual.

Os resultados do banco ficaram mais concentrados ao crédito PJ neste começo de ano, mas o que chama a atenção é o forte aumento das provisões, indicando que o Bradesco está se preparando para uma disparada da inadimplência.

Contudo, o cenário ainda não está claro para o setor bancário. O banco espanhol Santander (SANB11) provisionou R$ 3,424 bilhões com despesas líquidas e provisões para devedores duvidosos (PDD), uma alta de 19,2%, bem abaixo do Bradesco. Apesar de haver diferença na exposição do crédito entre as instituições, a disparidade pode ser um forte indicador de que os bancos dividem opinião sobre a oferta do crédito nos próximos meses. 

Na área das commodities, a mineradora Vale (VALE3) registrou um lucro líquido de R$ 984 milhões neste começo do ano, uma recuperação significativa se comparada ao prejuízo de R$ 6,4 bilhões em 2019 devido à tragédia de Brumadinho (MG). De acordo com a companhia, a melhora no resultado aconteceu por conta do reconhecimento de despesas pontuais no 4º trimestre de 2019, como baixas contábeis em ativos de níquel e carvão (R$ 17,3 bilhões) e provisões relacionadas a Brumadinho (R$ 3,7 bilhões).

Já a dívida líquida da Vale ficou estável em US$ 4,8 bilhões em relação ao quarto trimestre de 2019, mas com forte queda no comparativo anual, quando o endividamento chegou a US$ 12,031 bilhões. O cenário da companhia reflete muito a expectativa da retomada econômica da China, tornando-se uma referência para o que pode ser projetado nos próximos meses quando a pandemia arrefecer por aqui.

Com tudo isso, conclui-se que a forte queda do consumo local ainda é o maior inimigo dos setores do varejo e serviços financeiros, enquanto o provável aumento no desemprego pressiona as provisões de inadimplência dos bancos.

Já para as exportações, em especial para a Ásia, uma frágil melhora de perspectiva começa a ser formada, ajudada principalmente pela alta do dólar.

Por fim, fica cada vez mais claro que para que haja melhora sistêmica nos setores, é necessária a flexibilização do isolamento social. No entanto, o movimento pode ser arriscado, já que a flexibilização abre espaço para a possibilidade de uma nova onda de contágio pelo coronavírus.





Ernani Reis - analista da Capital Research

Capital Research


O impacto econômico trazido pela pandemia e a necessidade de uma gestão de crise nas empresas


Todos já nos conscientizamos sobre os efeitos da pandemia no Brasil e no mundo. Enquanto médicos e cientistas correm contra o tempo para consolidar um tratamento mais efetivo contra a Covid-19, a população se resguarda em casa, para reduzir o contágio. Porém, esse cenário vem causando reflexos preocupantes na economia. É certo que enfrentaremos nos próximos meses uma recessão de grande escala. Segundo a previsão do governo federal, estima-se que o Produto Interno Bruto (PIB) para o ano, reduzirá drasticamente, e isso causará impacto nas empresas e em todos os setores. 

No primeiro momento, a prioridade deve ser preservar as vidas. É o mínimo que deve ser feito. Porém, é preciso ter um equilíbrio na tomada de decisão, especialmente pela pressão nos líderes e governantes. É necessária uma análise técnica ponderada do cenário atual. 

Do ponto de vista econômico, em 2019, o PIB do Brasil fechou em R$ 7,3 trilhões de acordo com o IBGE, e a arrecadação foi R$ 2,5 trilhões, conforme o Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo. Ou seja, o estado arrecadou cerca de 34,2% do PIB. Quando se tem uma previsão inicial de queda de PIB de 5% sobre o previsto, estamos falando de cerca de 365 bilhões. A arrecadação em cima desse valor seria de R$125 bilhões, mas na ausência dessa produção, não há arrecadação proporcional. 

Sobre a saúde pública, segundo o portal da transparência, em 2019, o orçamento para a área foi de R$114 bilhões. Estima-se que o SUS abrange regiões do país que somadas possuem, aproximadamente, 150 milhões de pessoas beneficiadas. Segundo o jornal científico The Lancet, em 2018 morreram no Brasil 153 mil cidadãos por falta de estrutura relativa à saúde pública, e, entre esses, 51 mil faleceram por falta de acesso. 

O sistema de saneamento básico também requer atenção. Em 2019, o orçamento para o setor foi de apenas um bilhão de reais. E, segundo o Ministério da Saúde, morreram nos últimos dez anos, 73 mil pessoas, uma média de 7,3 mil por ano. Conforme a Agencia Reguladora de Serviços de Abastecimento de Agua e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE-MG), esse número pode chegar a 15 mil. Isso em um cenário com o qual já estávamos acostumados. Com os avanços da pandemia, a estimativa de mortes, infelizmente, aumenta. E ainda, os investimentos serão menores. 

Se a queda no PIB ficar em 5%, serão perdidos R$ 125 bilhões de arrecadação, mais do que o orçamento de um ano da saúde pública, que, com os recursos disponíveis, já não atende a todos com eficácia. 

Esses números são apenas alguns exemplos de como devemos analisar a questão com um olhar mais abrangente e racional para que possamos agir com o equilíbrio que o momento requer.
Além de ter essa visão quanto as perspectivas do país, os empresários ainda precisam redobrar a atenção com relação a quatro pontos, que são fundamentais para o desenvolvimento das empresas: seus colaboradores, clientes, cadeia de suprimentos e finanças. Por isso, algumas medidas, são essenciais nesse cenário, como: criar comitês de crise especializados nessas temáticas, que serão responsáveis por elaborar planos de contingência e tomar medidas como: antecipação de férias, e redução das jornadas de trabalho mantendo forte comunicação com os colaboradores e sendo transparente; antecipação de possíveis rescisões de contratos, aproximação com os clientes; análise de produtos substitutos na cadeia de suprimentos; e outras ações focadas em redução de custos. 

Além disso, direcionar uma equipe para apoiar o setor financeiro, fazendo análises criteriosas e detalhadas: custos operacionais devem ser reduzidos de acordo com a proporção das perdas em receitas; deve-se aproveitar pra fazer análise mais criteriosa se há falhas de produtividade ou eficiência operacional. Despesas administrativas como viagens, energia, água e vale-transporte devem ser naturalmente reduzidas, mas devem ser restringidos ainda gastos como aluguel, entregas e deslocamentos. É necessário rever o diferencial competitivo e revisitar o plano de marketing e vendas e avaliar se há necessidade de ajuste, na cartela de produtos ou serviços.  Os canais de venda deverão ser direcionados para as plataformas digitais. É preciso analisar o que está prosperando para direcionamento do target. Outros investimentos com visão de longo prazo devem ser mantidos e cortados apenas alguns de menor impacto e de curto prazo. 

Esse é um momento para manter o equilíbrio e a racionalidade, e para identificar oportunidades que possam recuperar e retomar a longevidade dos negócios.






Dino Bastos - presidente da Federaminas Jovem e  CEO da Partners Comunicação Pro Business


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