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quarta-feira, 1 de abril de 2020

Agricultura garante soberania alimentar e contribui para atender demanda global durante pandemia do coronavírus


A crise global causada pelo coronavírus tem provocado uma corrida da população aosmercados para adquirir itens de proteção e desinfecção e estocar alimentos e outros produtos de uso doméstico. Apesar da escassez de álcool em gel e máscaras em muitos países e regiões, não há notícias de falta sistêmica de alimentos para suprir a demanda de consumo, mesmo em países mais afetados até agora, como China, Itália, Irã, Espanha, Estados Unidos e França.
No Brasil, nos últimos 46 anos, a agricultura tornou-se cada vez mais forte, alicerçada na Ciência. Isso transformou o País em líder mundial em tecnologias para a agricultura tropical e em produção de alimentos. Entre os exemplos bem-sucedidos da ciência brasileira está a tropicalização da soja, hoje cultivada em 34,8 milhões de hectares em todas as regiões do País, com previsão de produção de 117,9 milhões de toneladas na safra 2019/2020. Outros bons exemplos são a tropicalização e expansão do cultivo de trigo no Cerrado e o desenvolvimento de cultivares e sistemas de produção de uva e pera em cultivos irrigados na região Nordeste do Brasil.
Com a agricultura movida a Ciência, o Brasil foi capaz de garantir a sua soberania alimentar, expandir a produção de biocombustíveis e passar de importador a um dos principais exportadores mundiais de alimentos. O País é o maior produtor e exportador de açúcar, café e suco de laranja. É também o segundo maior produtor e o maior exportador de soja e carnes de frango e bovina. Além disso, tem papel crescente na produção e exportação de algodão e milho.
Estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para a safra 2019/2020, apontam crescimento de 4,1% na produção de grãos, em comparação à safra passada. O indicativo atual é de um volume total de 251,9 milhões de toneladas, com crescimento de 9,9 milhões de toneladas em relação a 2018/2019. Para a área semeada, a expectativa é que sejam cultivados 64,78 milhões de hectares, ou seja, uma variação positiva de 2,4% em comparação àquela área utilizada na safra anterior.
A produção agropecuária nacional garante a segurança alimentar dos 210 milhões de brasileiros, embora a desigualdade de renda ainda limite o acesso à alimentação adequada para mais de 13,5 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza. As exportações brasileiras de alimentos também contribuem para suprir a demanda de centenas de milhões de pessoas em mais de 200 países. Em 2019, o agronegócio nacional exportou 96,8 bilhões de dólares, o correspondente a 43,2% de todas as exportações do País. Mais uma vez, o agronegócio, que representa cerca de 20% do Produto Interno Bruto, atuou como âncora da economia brasileira.
Esse cenário é animador, mas os produtores brasileiros podem fazer muito mais. A produtividade atual da agricultura e pecuária brasileiras ainda está aquém da produtividade potencial, com uso das tecnologias já disponíveis, porém o acesso a recursos tecnológicos ainda é restrito no campo. Também, existem graves barreiras a serem vencidas para assegurar a continuidade do crescimento da produtividade e da produção agrícola do País. Os dois principais desafios são a universalização do acesso à assistência técnica e gerencial de qualidade e ao crédito rural, principalmente pelos pequenos e médios produtores.
É importante destacar que os mais de cinco milhões de produtores rurais, que fazem a produção agropecuária brasileira, também têm função vital na conservação ambiental do País. Esses produtores, de acordo com o Código Florestal, destinam parte de suas propriedades à conservação da biodiversidade da vegetação nativa em Reservas Legais e em áreas de Preservação Permanente, para a proteção dos cursos de água nos diferentes biomas brasileiros (80% na Amazônia, 35% no Cerrado e 20% nos demais biomas).
Nesses dias de crise global, além das medidas individuais e coletivas para prevenir o contágio com o coronavírus, uma das principais preocupações das pessoas e das comunidades é a segurança alimentar. Para evitar que as cadeias de produção, industrialização e comercialização de alimentos sejam interrompidas, o governo federal, em conjunto com outras esferas da gestão pública, vem atualizando regras legais e estabelecendo planos e estratégias para garantir o fluxo de transporte dos produtos agropecuários das propriedades rurais até as agroindústrias processadoras, as centrais de
abastecimento e os mercados e supermercados.
Essas medidas também visam assegurar os canais de produção, distribuição e comercialização de insumos agropecuários, essenciais para que esses milhões de estabelecimentos rurais possam continuar suas atividades de cultivo e de criações de animais, vitais para garantir a soberania alimentar e gerar excedentes para o País continuar exportando e contabilizando superávits na balança comercial, condição para a economia brasileira voltar a crescer.
Neste momento de crise, é importante também garantir a sustentabilidade do sistema de pesquisa e inovação agropecuário brasileiro, constituído pela Embrapa, organizações estaduais de pesquisa agropecuária, universidades e institutos federais de educação.
Diversas inovações que ajudaram os produtores a transformar a agricultura brasileira levaram anos até sair dos laboratórios para os pratos dos consumidores e envolveram esforços conjuntos de dezenas de pesquisadores de diferentes áreas de estudo. A liderança nacional em tecnologias para a agricultura tropical é um dos maiores ativos econômico, social e político do País e as inovações tecnológicas podem ajudar o Brasil e o mundo a superar momentos de crise, como a pandemia do coronavírus.




Judson Ferreira Valentim - pesquisador da Embrapa Acre


Coronajobs: O que está acontecendo e como buscar trabalho


O novo coronavírus, além de ameaçar muitos empregos, está causando um certo pânico em quem já estava procurando um nova oportunidade. A matemática atual é a seguinte: Sem gente nas ruas, não há vendas. São comércios fechados momentaneamente pela quarentena, pequenos negócios não resistindo à falta de gente consumindo em massa.  Para quem segue as dicas da RH NOSSA e está disposto a assumir novos desafios, o cenário atual pode trazer boas novas…


Aproveite o tempo

É hora de reorganizar processos nas empresas, então que tal aproveitar o momento para fazer cursos online grátis? São inúmeras opções em instituições como FGV e SENAI, portanto basta procurar no Google que todos os dias inúmeros cursos aparecem nas mais diversas entidades - a maioria grátis pela crise. E, é muito importante procurar esses cursos, pois as empresas estão apenas paradas, em algum momento retornarão com força total.

Atualize-se, não leia tantas notícias ruins e não entre na pilha de que tudo está perdido. Aprenda uma nova língua, adquira habilidades, faça um curso EAD e reinvente-se! E, atualize o seu currículo.

De olho no novo mundo

O planeta está mudando drasticamente e isso inclui as empresas. Claro que se você permanecer inalterado, esperando que tudo volte à normalidade, as chances de ficar para trás são enormes. Algumas carreiras que estão despontando envolvem saúde (médicos, enfermeiros e outros profissionais), equipamentos médicos e produtos farmacêuticos. Muitas empresas optaram por aumentar a produção de itens como álcool em gel e máscaras, por exemplo, movimentando uma cadeia de empregos que não estava no radar até o começo do ano.

Indiretamente, o setor de logística (entregas), como falamos logo acima, também está em alta - além de áreas ligadas a tecnologia e telecomunicações. A saúde das pessoas, assim como ao volume de informação de qualidade e acesso aos sistemas de tecnologia, abriram suas portas.

A produção também está, gradualmente, voltando. Se neste momento não há uma percepção clara de aumento nas fábricas e indústrias, há sim uma demanda alta por diversos produtos. O setor de alimentos, por exemplo, envolve produção, logística e vendas.






Colonialismo digital


Historicamente o ciclo colonial é caracterizado por transações comerciais em que países exportam matéria-prima bruta ou de baixo valor agregado e importam bens que não são capazes de produzir. Hoje, a matéria-prima são os dados dos usuários da internet, especialmente os pessoais e que refletem o perfil do consumidor. As informações pessoais são, de certa forma, cedidas quando acessamos um ambiente que exige um cadastro, um contato de telefone, idade, nacionalidade, estado civil, entre outros itens.

A China e os EUA são hoje os líderes da economia digital – que engloba todas as transações em infraestruturas digitais ou usando tecnologias digitais – e juntos mantém 90% do valor de capitalização de mercados das 70 maiores empresas on line do mundo. Em outras palavras, isso significa concentração de riqueza, e, por outro lado, desigualdade. O Relatório de Economia Digital  elaborado pela ONU – Organização das Nações Unidas revela um cenário que demonstra a situação  e a posição de inferioridade em países da África e América Latina.

Os riscos dos países que não estão inseridos no grupo dos que têm políticas fortes, básicas, preliminares para o desenvolvimento da indústria da informação podem ser submetidos ao colonialismo digital na contemporaneidade. Dentre essas ameaças estão a submissão, dependência econômica, incapacidade de crescimento, inibição do mercado interno e incapacidade para a ampliar a indústria de informação na economia.

O combate ao colonialismo contemporâneo e a configuração de uma nova economia digital em  países que ainda estão desenvolvendo a indústria de informação exige dos governos locais a implantação de políticas públicas que abrangem vários setores da sociedade. 

Entre as iniciativas estão o fomento a empresas locais, adoção de diretrizes para a área de gestão de governança digital, instrumentos de controle dos dados pessoais, criação de incubadoras, incentivo à manutenção de talentos, estímulo à indústria de softwares, regulamentação da transferência de dados transnacionais,  educação digital pública e da infraestrutura de comunicação.

O Brasil está entrando em um novo ciclo e já implementa algumas das ações para não fazer parte das colônias digitais. A política de digitalização do Governo Bolsonaro vai além de oferecer serviços públicos digitais; integra um plano maior de crescimento do País a partir da melhor gestão pública, dos ativos informacionais e em direção a um novo ciclo de crescimento sustentável com o investimento dos recursos financeiros do estado nacional. Contribuindo, inclusive para diminuir o endividamento do setor público, das fraudes e da corrupção.

O Plano de Internet das Coisas  por sua vez,  é um dos pilares da E-Digital  e define mecanismos para o fortalecimento da inovação nacional e o desenvolvimento de projetos de IoT. A consulta pública  para debater a legislação e uso da Inteligência Artificial – IA foi aberta e o objetivo é criar a Estratégia Brasileira para a Inteligência Artificial (IA). A plataforma Participa.br onde é possível participar das consultas públicas já é a demonstração da intenção do governo federal em compartilhar com a sociedade todas as suas iniciativas. 

O país tem atualmente mais de 500 serviços públicos digitais, e a meta é digitalizar mil procedimentos até o final de 2020 concentrados na plataforma e-GOV. Dentre os planos governamentais podemos citar a Estratégia Brasileira de Transformação Digital (E-Digital), que oferece um diagnóstico dos desafios atuais, a visão de futuro e as ações estratégicas e indicadores para atingir os objetivos. O Plano Nacional sobre Governo Aberto, promove a transparência e acesso a dados, prestação de contas e estimula a participação do cidadão e mobilização para um governo responsivo. A ser implementada em 2020,  LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados tem o importante papel, como o próprio nome diz, de proteger os dados pessoais dos brasileiros e estabelecer sistemas de controle e punição por uso indevido de informações. 

A realidade brasileira é de inovação e de intensa movimentação e de integração entres as diversas áreas de governo para garantir a implantação eficiente de novas políticas públicas. E de visão de futuro, para garantir que o Brasil nunca mais se torne uma colônia. 

Marcelo Buz – diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI, secretário-executivo do Comitê Gestor da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – CG ICP-Brasil e membro do Comitê Interministerial para a Transformação Digital – CITDigital e do Comitê Central de Governança de Dados.


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