Pesquisar no Blog

sábado, 9 de março de 2019

Semana Mundial do Cérebro: neurocientista explica como manter o cérebro 100% conectado


Professora e palestrante, Carla Tieppo fala que entender o funcionamento do cérebro é a melhor forma de fazê-lo operar no máximo de sua capacidade


Na próxima semana, diversas ONGs e universidades ao redor do mundo celebram a Semana Mundial do Cérebro, organizada pela instituição americana Dana Foundation. Entre os dias 11 e 17 e março, a neurocientista, professora e palestrante brasileira Carla Tieppo estará à disposição da imprensa para falar sobre as pesquisas mais recentes ligadas ao cérebro e também dar dicas sobre como manter o cérebro operando em alta performance.

“Apoiamos as pesquisas da neurociência porque entender o funcionamento do cérebro é a melhor de forma de fazê-lo trabalhar melhor, tanto em suas funções como memória, concentração e foco, ou quanto no gerenciamento de emoções”, explica Carla Tieppo.

A Semana Mundial do Cérebro é uma campanha mundial de incentivo às pesquisas da neurociência, que tanto têm contribuído para os avanços das tecnologias usadas na prevenção e no tratamento de doenças cerebrais, na construção de inteligência artificial, na evolução de métodos de ensino, e no desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais .

Diferente do que se pensava há pouco, estudos mostraram que o cérebro adulto também consegue se conectar e aprender novas tarefas, não exatamente como o cérebro de uma criança, mas é capaz.

De acordo com Carla Tieppo, a plasticidade cerebral engloba um grande número de mecanismos neurobiológicos pelos quais o cérebro humano aprende e passa a dominar novas habilidades.

“A capacidade de plasticidade do cérebro tem variações ao longo da vida. Durante a infância e a adolescência, a neuroplasticidade flui. Na vida adulta, surgem vários freios moleculares e fisiológicos que agem para desligar essa neuroplasticidade, mas isso não acontece totalmente”, afirma a neurocientista.

 O cérebro mais velho ainda consegue absorver novas habilidades pois ele permanece plástico até o fim da vida. Mas, diferentemente de um bebê que tem um cérebro que experimenta “plasticidade para tudo”, o adulto precisa de um esforço a mais. Um bom exemplo disso são os atletas, cirurgiões, músicos e grandes nomes da literatura e da arte que, além do talento inato, também investiram horas praticando até que conseguissem se destacar em suas respectivas áreas.

“Se pudéssemos mapear os cérebros dessas pessoas, poderíamos ver um excepcional desempenho que é adquirido durante aproximadamente dez anos de prática. E essa prática não é um simples treinamento. É uma atividade altamente estruturada em que a pessoa se envolve com o objetivo específico de melhorar sua performance. E isso envolve repetições, esforço e feedback do treinador ou mentor”, disse Carla Tieppo.

Mas, aliados à prática, existem outros fatores que ajudam a pessoa a aprender uma nova habilidade, como por exemplo: motivação, pensamento positivo e visualização do objetivo. A capacidade inata do cérebro adulto para a neuroplasticidade adulta pode ser aproveitada quando condições específicas para essa plasticidade são satisfeitas, como em casos recompensadores, cruciais para sobrevivência ou quando a questão é considerada importante.

“É importante mencionar que qualquer mudança precisa ser construída em uma base de boa saúde cerebral”, explica Carla Tieppo.
Confira os seis passos para conectar o cérebro e aumentar a capacidade de plasticidade e domínio de um cérebro adulto:


Razões: Encontre seu porquê
  • Qual é seu objetivo? Qual habilidade, comportamento ou mentalidade que você quer aprender, mudar, dominar ou aperfeiçoar?
  • Ter clareza em torno do seu objetivo gera confiança, motivação e excitação ao invés de medo e incerteza;
  • Saber qual é o seu objetivo permite estabelecer “metas mínimas”;
  • Essas metas mínimas te preparam para algumas vitórias fáceis iniciais. Vitórias fáceis que fecham um ciclo de feedback e disparam os caminhos de recompensa da dopamina no cérebro. Recompensa aumenta o aprendizado e ativa motivação;

Envolvimento: Absorva-se em aprender a tarefa. Tenha feedback dos melhores
  • Foque em aprender uma nova habilidade;
  • Determinação em uma tarefa é vital (multitarefa leva ao esgotamento cognitivo);
  • Tenha um professor, treinador ou guia para te fornecer um feedback;
  • Um aviso para professores, treinadores ou guias: você deve agir como um recurso e não como um microempresário do processo. Motivação vem da autonomia e do domínio. Nós todos respondemos a recompensas internas e não externas;

Encontre o ponto principal entre o tédio e o medo
  • Encontre seu fluxo. Do ponto leve ao moderado de ativação, o cérebro está em ótimo estado para aprender. Em níveis muito baixos ou muito altos de estimulação, a aprendizagem é inibida. Nós vemos isso em todos os níveis neurobiológicos desde a sinapse até o comportamento;
  • Tédio é um sintoma de subexcitação – talvez a nova tarefa não esteja testando você. Tente preparar um objetivo maior, mudar alguns pontos do objetivo ou mudar o ambiente em que você está treinando;
  • Medo é um sintoma de excesso de excitação – talvez a tarefa esteja muito difícil. Isso supera seu nível de habilidade? Talvez você não tenha “mirado” seu desafio em partes ou projetos viáveis;

Imagine: ensaie em sua mente
  • Pensar e fazer estão no mesmo cérebro. As mesmas áreas do cérebro são ativadas quando você completa uma atividade motora e quando você ensaia mentalmente a mesma tarefa;
  • Músicos e atletas comumente usam ensaio ou visualização mental para ajudar a ativar o domínio;
  • Você pode ensaiar mentalmente como você vai responder emocionalmente a um evento. Tente ensaiar como você vai responder emocionalmente se você acertar um obstáculo ou falhar;
  • O ensaio mental pode ser pensado como prática quando você não consegue praticar


Repita: prática torna-se perfeita devido à neuroplasticidade
  • Pratique (pratique e pratique) sua nova habilidade, comportamento e mentalidade;
  • Neurônios que “acendem” juntos, ficam ligados. Neurônios que estão fora de sincronia falham ao se conectar;
  • Prática supera o talento. O gênio não nasce gênio. Em vez disso, ele constroi sua capacidade de dominar o que quer fazer;
  • É aqui que a determinação entra. Detalhe, a prática nem sempre é divertida.

Ampliar: mudar requer que você se mova para fora da sua zona de conforto
  • Repetir a mesma tarefa várias vezes não é o suficiente para melhorar. Você deve praticar no limite da sua capacidade;
  • Amadores praticam até fazerem tudo corretamente. Profissionais praticam até que não possam errar


Brasil entra no Top10 de países com mais mulheres em cargos de liderança, aponta Grant Thornton



  • 93% das empresas brasileiras entrevistadas afirmaram que, pelo menos, uma mulher ocupa um cargo de liderança

  • CEOs, CFOs e Diretora de Recursos Humanos são os principais cargos de atuação feminina

A porcentagem de empresas com, pelo menos, uma mulher em cargos de liderança subiu para 87%, um aumento de 12 pontos percentuais, em comparação com o ano passado, de acordo com a 15ª edição da International Business Report (IBR) – Women in Business 2019, realizada pela Grant Thornton com mais de 4500 empresários, em 35 países. No Brasil, são 93% das empresas com mulheres nessas posições. Em 2018, o percentual era de 61%. Esse avanço coloca o Brasil no Top10 de países com mais mulheres na liderança, ficando atrás somente dos Estados Unidos, Inglaterra e Índia.
As mulheres ocupam 25% dos cargos de liderança dentro dessas empresas. Entre as principais funções atribuídas às mulheres estão a de CFOs, diretoria da área de recursos humanos e CEOs. Globalmente, a média de presença feminina em cargos de liderança é de 29%. Em 2018, o Brasil tinha uma média de 29%, recuando quatro pontos percentuais neste ano.
Os números são encorajadores e indicam que a equidade de gênero está começando a ser levada a sério pelas empresas. Fatores como o aumento da transparência corporativa, debates sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres e um diálogo público altamente visível, estão fazendo as empresas se movimentarem para a mudança”, comenta Carolina de Oliveira, diretora de Inovação, Marketing e Novos Negócios da Grant Thornton.
Enquanto o número de mulheres em cargos de liderança está aumentando, a equidade de gênero na alta direção ainda está distante. Quando se trata do papel de CEO ou diretoria executiva, globalmente, apenas 15% das empresas possuem uma mulher liderando o negócio.
“Se quisermos continuar vendo essa tendência de representação feminina aumentar, mais iniciativas devem ser tomadas e os líderes desempenharão um papel essencial nesse processo. Políticas que tratam da igualdade de oportunidades de desenvolvimento da carreira, adequações nos processos de recrutamento e a flexibilidade no trabalho devem ser seguidas, aplicadas e revisitadas regularmente para avaliação de sua eficácia. Esses elementos, quando combinados com o compromisso real da alta direção, são o ponto de partida para a criação de uma cultura verdadeiramente inclusiva e inovadora.” afirma Carolina. 
No Brasil, entre as principais ações indicadas pelos entrevistados para aumentar e manter a equidade de gênero na liderança estão ações de acesso igualitário de oportunidades de trabalho e desenvolvimento, realização de mentoria e coaching e aumento da flexibilidade. Globalmente, as principais ações listadas são o acesso igualitário de oportunidades de trabalho, a criação de uma cultura inclusiva e flexibilidade.
“Iniciativas desse tipo e o aumento da presença feminina em cargos de liderança impactam na motivação das demais colaboradoras da empresa, com o fomento de inspiração em exemplos reais e próximos. Além disso, é perceptível o crescimento e avanço da inovação em empresas com mais mulheres na liderança”, conclui Oliveira.
Entre as principais barreiras apontadas por empresas no Brasil são a de encontrar tempo em paralelo às principais responsabilidades do trabalho, o acúmulo de responsabilidades fora do trabalho e não ter renda para investimento em educação e desenvolvimento pessoal. Globalmente, as principais barreiras são, também, a falta de tempo entre as principais atividades no trabalho e fora dele, a falta de acesso a oportunidades de trabalho e acesso a novas oportunidades de networking. 

Diminui a desigualdade de remuneração entre mulheres e homens


Salário médio delas sobe 4,4% em quatro anos; o deles cresce 0,9%; mulheres passaram a ganhar 85,1% dos salários dos homens; em 2013 este índice era de 82,3%

A desigualdade de remuneração no mercado de trabalho entre mulheres e homens tem caído nos últimos anos, aponta o Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Entre 2013 e 2017, o salário médio das mulheres cresceu 4,4%, enquanto o dos homens teve alta de 0,9% no período. Com isso, elas passaram a receber, em média, 85,1% dos salários deles em 2017 – em 2013, este número era de 82,3%.

No Dia Internacional da Mulher, a Secretaria de Previdência e Trabalho destaca as conquistas alcançadas pelas mulheres, mas também entende os desafios em busca da igualdade salarial e de oportunidades no mercado de trabalho. “Os dados nos mostram uma tendência de redução das desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho, mas ainda há diversos desafios a serem superados, especialmente no que se refere à maior igualdade salarial e ao acesso a cargos de direção”, destaca a coordenadora do Observatório Nacional do Mercado de Trabalho, Mariana Eugenio Almeida.

O número de mulheres no mercado de trabalho também tem aumentado. Só em 2018, foram mais de 202 mil novos postos de empregos para elas, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O crescimento foi registrado em todas as faixas etárias, em especial para aquelas com mais de 30 anos.


Escolaridade – Segundo a Rais, as mulheres são maioria entre os que possuem ensino superior completo no mercado de trabalho. Elas representavam 58,9% de dos profissionais empregados com esse nível de ensino em 2017. Considerando apenas as mulheres empregadas no período, 29,7% tinham superior completo. Entre os homens, esse percentual foi de 16,3%.

Apesar de serem mais escolarizadas, as mulheres ainda ganham menos que os homens, com maior diferença nas faixas de maior escolaridade. A remuneração média das mulheres com ensino superior completo era de R$ 4.949,14 em 2017, enquanto a dos homens era de R$ 7.678,53 no mesmo ano.

  
Onde as mulheres estão – As maiores taxas de participação feminina estão em atividades relacionadas à saúde (76,6%), ensino (62,6%), indústria têxtil (61,8%) e na administração pública (58,5%). O emprego feminino ainda se concentra em setores e ocupações específicas, mas destaca-se o crescimento de 1,5 % na taxa de participação feminina no setor da construção civil.


Regiões - A taxa de participação das mulheres é maior na região Sul, onde elas representam 45,7% do mercado de trabalho. Em seguida, aparecem as regiões Sudeste (44%), Nordeste (43,9%), Norte (43,6%) e Centro-Oeste (41,1%).

Os maiores crescimentos nas taxas de participação feminina nos últimos cinco anos foram observados nos estados do Amapá (3,6%), Alagoas (3,2%) e Piauí (2,8%). No Sudeste e no Sul, a desigualdade salarial entre homens e mulheres é maior, uma vez que mulheres ganham, em média, 81,5% e 84,3% do salário dos homens, respectivamente.





Ministério da Economia

A importância do Autoconhecimento na liderança feminina


Especialista em inteligência emocional, Heloísa Capelas dá algumas dicas de como as mulheres podem caminhar para uma liderança positiva


Se homens e mulheres são diferentes, por que é que tanto se fala da luta por igualdade? Sempre que proponho essa reflexão, vejo muita gente se perder em meio a preconceitos sem chegar a nenhuma conclusão. E, veja, é algo relativamente simples: nós, mulheres, somos, sim, inegavelmente diferentes dos homens. Não só nas características físicas, mas, também, na maneira como raciocinamos ou lidamos com as emoções. A mulher é cuidadora, amorosa, organizadora, multitarefa, gosta e sabe como colocar ordem; o homem é direto, assertivo, forte e tende a focar numa única tarefa por vez.

Grande parte dessa diferença se deve a aspectos genéticos, portanto, é inegável e imutável. Outra parte, claro, é comportamental, e, portanto, pode e merece ser revista quando causa algum tipo de dano. Mas, ainda assim, o primeiro passo importante nessa eterna guerra dos sexos – que, aliás, já deveria ter sido extinta há muito tempo –, é compreender: as diferenças entre os gêneros existem, mas não tornam um melhor que o outro. Por exemplo: o fato de que os homens podem ser mais fortes fisicamente não faz, deles, melhores e nem piores. Assim como o fato de que mulheres podem engravidar não faz, delas, melhores e nem piores.

O que quero dizer é que, em suma, a luta pelos direitos iguais não pressupõe ou não deveria partir do princípio de que somos todos iguais no que diz respeito às nossas características pessoais, mas, sim, que deveríamos ser todos iguais perante às leis, às empresas e às sociedades. Portanto, a ideia é (ou deveria ser a de) que todos tenham igual respeito às suas características mais diversas; que mulheres possam ser igualmente respeitadas e tratadas por serem mulheres, independentemente do "tipo" de mulheres que são.

Esta compreensão, por si só, já é uma quebra de um paradigma. A luta a ser entravada não é contra os homens e nem uma tentativa de inverter os papéis para subjugá-los. A nós, mulheres, cabe a missão de reverter o quadro, mas não para tomar o poder, não para "dar o troco"; e, sim, para implementar, de uma vez por todas, a engrenagem que há de melhor funcionar: aquela em que mulheres e homens trabalham lado a lado, empregam suas competências únicas no mesmo sentido, de maneira complementar, e não mais competem um com outro – afinal, reconhecem-se como partes iguais de um mesmo time.


O Autoconhecimento para a quebra de paradigmas na liderança feminina

Este foi só o começo da jornada para todas aquelas que desejam exercer a liderança feminina, mas são tantos os paradigmas a serem quebrados que somente um exercício profundo e constante de Autoconhecimento e Autoconsciência será capaz de levá-las ao lugar que desejam alcançar.

Então, em primeiro lugar, guarde isso com você: seja qual for a mulher que você é hoje, a mulher que foi ontem ou a mulher que um dia será, nenhuma delas é pior ou melhor que os homens ou mesmo que as demais mulheres que estão ao seu redor. Todas as pessoas do mundo merecem ser tratadas com igual respeito, isto é fato. Mas nenhuma pessoa no mundo é igual a você, portanto, a única comparação justa e possível é de você... com você mesma!

Neste ponto, talvez, você esteja "me dizendo" mentalmente que nunca se comparou aos homens ou ao poder masculino. E, infelizmente, eu me arrisco a discordar. As chances são de que, mesmo sem perceber, inconscientemente, a única referência que você teve de liderança foi justamente baseada neste poder – afinal, eles que estão no "comando" há muito tempo! Ou seja, mesmo que você tenha se inspirado na força da sua mãe, e que sua mãe tenha sido uma verdadeira guerreira a exemplo de sua avó, as chances são de que todas se referenciaram no masculino, porque, historicamente e já há bastante tempo, esse é o único modelo que conhecemos.

Tenhamos ou não vivido numa família ou época em que a submissão feminina era natural, nossas mães, pais, avôs ou, talvez, bisavós certamente a viveram. Como resultado, muitas mulheres contemporâneas perseguem o sucesso, a felicidade e o bem-estar inspiradas por esses modelos do passado que lhes foram ensinados ainda na infância – e, repito, todos eles referenciados na forma masculina de liderar.

Assim sendo, a liderança feminina sustentável e positiva começa aqui, na desconstrução desta referência. Nós não estamos em guerra, portanto, não precisamos da força e nem comportamentos belicosos para assumir nosso lugar.Nós não precisamos submeter a ninguém, porque já sabemos, por experiência própria, como é ruim sermos inferiorizados quando temos tanto a contribuir.

Nós também não queremos impor nossa vontade pela força física e nem pelo medo; queremos construir outro tipo de autoridade, de comando e de liderança. A pergunta, portanto, é: sem o paradigma da liderança masculina, qual é a líder que você, mulher, quer ser?


A liderança feminina é aquela que você quiser construir

Dediquei este artigo todo apenas a esta reflexão, porque, sem ela, seria impossível construir o caminho para uma liderança feminina mais positiva. O meu convite hoje é que você reflita, honestamente, sobre o que aprendeu ainda criança sobre a liderança. Quem é que estava no poder? Como é que essa pessoa fazia para se manter neste posto (quais eram seus comportamentos e atitudes)? E, hoje, o que é que você faz sobre a liderança – age desta mesma forma ou procura se comportar de maneira inversa?

Quando encontrar essas respostas, você terá percorrido o primeiro pedaço da sua trajetória, em que terá identificado e abraçado a sua própria noção de liderança. Daí, então, poderá seguir para a segunda etapa: criar e fortalecer o que quer que entenda como poder e liderança feminina.

Uma vez que tiver se libertado do paradigma masculino a partir do Autoconhecimento, você poderá decidir qual é a líder que deseja ser. E a liderança feminina será aquela que você construir, como quiser e da forma como acreditar ser a melhor.




Centro Hoffman



Proteção Animal Mundial lança relatório sobre a exploração de mamíferos marinhos para entretenimento turístico


A Proteção Animal Mundial, em parceria com o Animal Welfare Institute (AWI), lança hoje (8) na ITB Berlim, uma das maiores feiras de turismo do mundo, a quinta edição do relatório “O Problema dos Mamíferos Marinhos em Cativeiro”. O material aponta evidências científicas sólidas e argumentos éticos contra o abrigo de mamíferos marinhos (golfinhos e baleias) em cativeiro com o objetivo de exibição pública, como no caso de shows, espetáculos e apresentações.

“As instalações utilizadas para esse tipo de atividade não contam com recursos essenciais de conservação ou educação, ou seja, esses animais são submetidos a uma vida em cativeiro, passando por vários tipos de maus-tratos físicos e psicológicos, além dos impactos em conservação dessas espécies”, explica João Almeida, gerente de vida silvestre da proteção Animal Mundial.

Na natureza, essas espécies podem nadar até 160 km por dia, atingir mais de 40 km/h e mergulhar centenas de metros de profundidade. Mesmo nas maiores instalações, quando submetidos a cativeiros os animais contam com menos de 0,0001% (um milionésimo) do seu habitat natural. Estudo realizado em 2014 descobriu que uma orca macho em cativeiro passou quase 70% de sua vida imóvel. No entanto, os padrões globais para o tamanho do compartimento de cativeiros não foram revisados, nem mesmo melhorados.


Destaques do relatório

- Muitos países do Ocidente já proíbem a exibição de cetáceos para entretenimento e restringem o comércio desses animais, mas a captura de mamíferos marinhos de vida livre continua

- Os tanques de golfinhos na Ásia e no Caribe estão expostos desastres naturais, como furacões e tsunamis. Essas construções também degradam o habitat da costa, destruindo mangues e danificando os recifes de corais. Várias instalações foram destruídas na temporada de furacões de 2017 no Caribe

- As condições inadequadas dos mamíferos marinhos em cativeiro têm impactos adversos no seu bem-estar. A maioria dos mamíferos marinhos é um predador de grande amplitude - o confinamento em pequenos tanques ou currais leva ao estresse, o que leva a vários problemas de saúde, comportamentos neuróticos e níveis anormais de agressão

- Golfinhos nariz-de-garrafa são seis vezes mais propensos a morrer imediatamente após a captura da natureza e a transferência entre as instalações.

- A preocupação com a segurança do nadador e o bem-estar dos golfinhos levou várias empresas de turismo, incluindo a TripAdvisor e a Virgin Holidays, a encerrar ou restringir a promoção de natação com golfinhos


Silvestre. Não Entretenimento - Desde 2015, a Proteção Animal Mundial atua por meio da campanha “Silvestres. Não Entretenimento” com o intuito de mostrar à indústria de turismo que é possível oferecer experiências incríveis aos viajantes sem explorar de forma cruel os animais. A ação dá voz aos 550 mil animais selvagens que estão atualmente em cativeiro e sendo abusados em nome do chamado entretenimento turístico.


Sobre a Proteção Animal Mundial (World Animal Protection)

A Proteção Animal Mundial (anteriormente conhecida como Sociedade Mundial para a Proteção Animal) mudou o mundo para proteger os animais por mais de 50 anos. A organização trabalha para melhorar o bem-estar dos animais e evitar seu sofrimento. As atividades da organização incluem trabalhar com empresas para garantir altos padrões de bem-estar para os animais sob seus cuidados; trabalhar com governos e outras partes interessadas para impedir que animais silvestres sejam cruelmente negociados, presos ou mortos; e salvar as vidas dos animais e os meios de subsistência das pessoas que dependem deles em situações de desastre. A organização influencia os tomadores de decisão a colocar os animais na agenda global e inspira as pessoas a mudarem a vida dos animais para melhor. Para mais informações acesse: www.protecaoanimalmundial.org.br.


Sobre o Animal Welfare Instuite

O Animal Welfare Institute (www.awionline.org) é uma organização de caridade sem fins lucrativos fundada em 1951 e dedicada a reduzir o sofrimento animal causado pelas pessoas. A AWI envolve os formuladores de políticas, os cientistas, a indústria e o público para obter um melhor tratamento dos animais em qualquer lugar - no laboratório, na fazenda, no comércio, em casa e na natureza.





Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo lembra importância das atividades físicas


Falta de exercícios pode causar diversos tipos de doenças, além de piorar a qualidade de vida. Memória e inteligência também ganham com práticas esportivas


A falta de atividades físicas é um dos fatores responsáveis por muitas doenças e condições que agravam a saúde. Para alertar sobre a importância de incluir a prática de exercícios no cotidiano, no dia 10 de março é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo. A data alerta para dados preocupantes: hoje, quatro em cada cinco adolescentes são sedentários, ou seja, 81% dos jovens entre 11 e 17 anos não realizam nenhum tipo de atividade física. Nos adultos, o sedentarismo está presente em 23% dos indivíduos.

O levantamento feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) traz à tona a importância de se adotar uma rotina saudável, que além de melhorar a qualidade de vida, evita diversos tipos de doenças. “Através do movimento, garantimos a boa qualidade do funcionamento de todos os sistemas, como o coração e pulmões, equilíbrio hormonal e controle da absorção de açúcares e gorduras”, explica o educador físico do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba, Honorio Petersen Hungria Junior. Segundo ele, além dos esportes praticados pelos alunos durante o período escolar, os pais e educadores também são estimulados a se exercitar. “Os adultos podem participar dos grupos de corrida e das aulas de pilates, por exemplo, dando um bom exemplo para os jovens”.


Prevenção de doenças

Por outro lado, o sedentarismo pode contribuir para o aparecimento de doenças crônico degenerativas. Junior alerta que pessoas que não praticam atividades físicas têm mais chances de desenvolverem obesidade, hipertensão, diabetes, coronariopatias, lesões osteoarticulares, além de perdas de massa óssea e muscular com o avanço da idade. A atividade física também ajuda no controle do peso, contribui para a saúde mental e previne condições como a pressão alta.

De acordo com dados da OMS, no Brasil, 47% da população não faz atividade suficiente — 53,3% das mulheres e 40,4% dos homens admitem que se exercitam menos do que deveriam. Ao todo, 25% da população mundial, ou seja, 1,4 bilhão de pessoas, está no grupo de alto risco das doenças que mais matam e debilitam. Para que as metas da OMS de reduzir o sedentarismo em 10% até 2025 e em 15% até 2030 se concretizem, é preciso tomar medidas urgentes de conscientização contra o sedentarismo.

Caminhar, correr, pedalar, nadar, praticar ginástica e até jogar bola são opções válidas para se combater o sedentarismo e melhorar a qualidade de vida. Antes de começar a se exercitar, é aconselhável consultar um médico para verificar o estado de saúde atual, e também procurar um profissional de Educação Física que poderá orientar sobre as atividades mais adequadas a cada perfil.





Rede Marista de Colégios (RMC)
www.colegiosmaristas.com.br


sexta-feira, 8 de março de 2019

Como organizar as finanças femininas em quatro passos


 Especialista da Rebel separou algumas dicas para se livrar de vez das dívidas


Segundo dados da PEIC - Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor - realizada mensalmente pela FecomercioSP, a proporção de famílias endividadas na capital paulista, em janeiro, chegou a 49,9%. Isso mostra a importância da organização financeira para a vida da população.

Com o crescente número de mulheres buscando independência financeira e liderando famílias, o tema finanças femininas vem ganhando destaque. Por isso, os especialistas da Rebel, plataforma online de empréstimo pessoal, separaram algumas dicas para ajudar na organização. Confira abaixo:


Realize um planejamento financeiro

Ter uma planilha com todos os gastos fixos ajuda muito na organização. Dessa maneira, é possível enxergar exatamente com o que a renda familiar está comprometida.


Corte gastos e crie metas

Com base no planejamento financeiro, observe gastos que podem ser cortados, criando metas do quanto deseja economizar por mês.


Fique atento às dívidas

Ficar de olho na data de vencimento de contas e cartões é fundamental para não gerar juros desnecessários. Um detalhe que passa despercebido para muitas pessoas é a taxa de juros cobrada e, com isso, algumas dívidas pequenas tomam proporções muito maiores. Para não cair no rotativo do cartão de crédito, nem no cheque especial, o empréstimo pessoal pode ser a melhor saída já que oferece juros menores. Na Rebel, por exemplo, as taxas são a partir de 2,9% ao mês.


Renegocie dívidas

Para quitar contas atrasadas, uma das principais dicas é renegociar o valor com o credor ou, até mesmo, agência de cobrança. Por meio desse contato, é possível chegar em um acordo, com condições de pagamento que caibam em seu bolso.





REBEL



Dia Internacional da Mulher: adolescentes devem ser empoderadas sobre o próprio corpo


Meninas precisam entender mais sobre sua saúde antes da primeira relação sexual e evitar a gravidez na adolescência, alerta Ginecologista. De acordo com a ONU, índice de adolescentes grávidas no Brasil é alarmante


Cada vez mais empoderadas, as meninas de hoje em dia, futuras mulheres, estão mais conscientes sobre suas escolhas em relação ao próprio corpo e suas vontades. Apesar do número de adolescentes grávidas estar diminuindo consideravelmente ano a ano, o índice ainda é bastante alto e acima da média das Américas. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a taxa mundial de gravidez adolescente é estimada em 46 nascimentos para cada mil meninas entre 15 e 19 anos, enquanto que na América Latina e Caribe é de 65,5 nascimentos. No Brasil, chega a 68,4 nascimentos para cada mil adolescentes.

Uma gestação na adolescência acarreta em uma mudança para a vida toda, pois interfere nos estudos e afeta, principalmente, o desenvolvimento psicológico das meninas. Assim, um dos caminhos para que este índice continue em queda é munir as meninas de informação e empoderá-las. Segundo a dra. Mariana Rosário, ginecologista e coordenadora médica de qualidade do dr.consulta, a primeira visita a um ginecologista deve ocorrer logo após a primeira menstruação. “Em geral, a mãe é quem acompanha a jovem nesta primeira visita, até para obter informações também sobre o desenvolvimento da filha. 

Vale ressaltar que é essencial a médica ganhar a confiança da paciente”, afirma.

Antes da primeira relação sexual, é importante que as jovens passem em um especialista para que se preparem para este acontecimento e adquiram orientações sobre métodos contraceptivos e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. “As chances de uma menina engravidar na primeira relação sexual são exatamente as mesmas de mulheres que não usam métodos preventivos, ou seja, 20%. Os contraceptivos mais indicados para a adolescência são: camisinha, anticoncepcional, adesivo e implantes”, explica a médica.

Também é indicado que, ao menos uma vez ao ano, as meninas passem no ginecologista, para acompanhar seu desenvolvimento e o de órgãos sexuais, além de adquirir informação e conhecimento sobre seu próprio corpo e realizar exames de rotina. “Além de orientações sobre anticoncepção e DSTs, o médico dará orientações sobre higiene pessoal, menstruação e seus efeitos colaterais, entre outras questões que mexem diretamente com a saúde da mulher”, revela dra. Mariana.

Dentre as principais dicas para que as adolescentes cresçam com saúde e de acordo com a sua idade, estão fazer acompanhamento frequente com médicos especialistas e seguir à risca suas orientações. “Isso é importante porque cada pessoa é única e a medicina adequada àquele tipo de corpo, personalizada, é muito mais efetiva”, finaliza a médica.





 dr.consulta 


NIELSEN: MULHERES SÃO RESPONSÁVEIS PELAS COMPRAS EM 96% DOS LARES


  Estudo detalha o comportamento de consumo da brasileira, ainda cética em relação à melhora da economia e preocupada em reduzir gastos para controlar o orçamento.


Levantamento do painel de domicílios da Nielsen, empresa global de análise de consumo, explorou o comportamento da mulher brasileira no último trimestre de 2018. Responsáveis pelo consumo de 96% dos lares, mesmo chefiando* apenas 37% deles, as mulheres estão priorizando marcas e produtos com preços mais competitivos e ainda se preocupam com a contenção de gastos, reservando 21,2% do orçamento mensal para produtos básicos.

Dentre os gastos que mais consomem o orçamento da mulher brasileira, estão os básicos (67%), que são repartidos em bens de consumo de maior rotatividade (Fast Moving Consumer Goods - FMCG, na sigla em inglês), (21,2%), despesas do lar (11,7%), serviços de comunicação (11%), transporte (8,7%), saúde (8,2%) e educação (7,3%). Além disso, elas chegam a gastar cerca de 50% a mais em itens de cuidados com as crianças (1,2%) do que os homens.

“Tal comportamento ainda é um reflexo da crise econômica do Brasil. Dentre as mulheres entrevistadas, 60% estão céticas com relação à melhora do cenário no próximo ano, o que faz sentido quando vemos que dos sete atributos de uma marca, os três principais motivadores para uma compra estão relacionadas ao preço, sendo eles: boa relação, qualidade ou preço (74,2%), baixo preço (63,7%) e frequência de boas promoções (32,6%)”, comenta Julia Ávila, gerente do painel de domicílios da Nielsen.

Além disso, elas também consideram relevantes para a escolha de marcas e produtos os serviços de entrega à domicílio, a limpeza do ambiente da loja, a atenção e simpatia dos funcionários, a disponibilidade recorrente de produtos de seu interesse e as formas de pagamento aceitas. Se comparadas com os homens, estão mais dispostas a pagar mais por um produto com responsabilidade ambiental do que eles.

Com a confiança ainda abalada, as mulheres tendem a reduzir gastos para ter mais controle do orçamento mensal. Para isso, diminuem o lazer fora de casa (66%), compras de roupas (63%), substituem marcas por outras mais baratas (48%) e reduzem a utilização de gás e energia elétrica (44%). “A tendência é que estas atitudes permaneçam com as brasileiras, que aprenderam a continuar consumindo, porém, fazendo escolhas que caiba no bolso”, diz Julia Ávila.


A COMPRA

No momento de efetuar a compra, as mulheres tendem a escolher o período de dia (78%) e durante a semana (58%). Para facilitar, fazem a utilização de lista de produtos (50%), no entanto, 47% delas dizem comprar mais do que o previsto quando estão na loja. Além disso, 56% comenta que anda pela loja antes de comprar e 60% delas olham os folhetos e catálogos.

As mulheres também possuem grande influência no consumo de outras pessoas, uma vez que 85% delas indicam produtos para amigos e familiares. “Devido à diminuição da confiança após a crise econômica, as mulheres aprenderam a priorizar o seu consumo e a economizar. Com esse conhecimento, elas compartilham com outras pessoas suas experiências e, assim, influenciam o consumo de terceiros”, finaliza Julia.

*responsável pelo pagamento das contas




Nielsen


Mulheres são o grupo mais vulnerável ao HIV


AHF intensifica esforços com governos e organizações da sociedade civil para ampliar acesso a testes rápidos e a tratamento


Situação de vulnerabilidade econômica e social, localização geográfica e casos de violência estão diretamente associados aos índices de mulheres infectadas pelo HIV. Esses pontos dificultam o acesso à prevenção, à testagem rápida e ao tratamento pós-exposição (PEP), assim como a assistência médica de qualidade.
De acordo com o Unaids, programa das Nações Unidas para o HIV/Aids, cerca de 300 mil mulheres vivem com HIV no Brasil, 35% do total de pessoas infectadas pelo vírus da aids no país. Entre as mulheres grávidas e portadoras do vírus, 85% recebem tratamento antirretroviral. E a transmissão do vírus da mãe para os filhos caíram duas vezes nos últimos 20 anos.

No Brasil, a AHF Brasil apoiou, em 2018, a realização de 17.087 testes anti-HIV em mulheres, o equivalente a 30% de todos os exames feitos. Para mudar a realidade de vulnerabilidade e ampliar o acesso aos testes rápidos e ao tramento, a Aids Healthcare Foundation (AHF) mobiliza entidades governamentais e outras organizações sociais nos 43 países onde atua.

“Embora a importância da prevenção do HIV/aids seja bastante difundida, os casos ainda aumentam em todo o mundo, e as mulheres são as mais afetadas pela epidemia, principalmente nos países em desenvolvimento. A AHF entende que o empoderamento deste público é uma importante ferramenta para garantir uma vida segura e livre, com todos os direitos civis e sexuais assegurados”, avalia Beto de Jesus, diretor da AHF no Brasil. “A quebra de tabus e preconceitos facilita o acesso a métodos preventivos e a tratamentos com qualidade, o que resulta em vidas salvas”, complementa.

Em todo o mundo, segundo o Unaids, há quase 19 milhões de mulheres e meninas vivendo com HIV. Todos os anos são registrados cerca de 870 mil novos casos. O desafio, reitera Beto de Jesus, é que seja garantido a este público, por meio de lideranças políticas e comunitárias, condições iguais e irrestritas de acesso aos serviços de saúde.


=
A AIDS Healthcare Foundation (AHF), a maior organização global de AIDS, atualmente fornece assistência médica e / ou serviços para mais de um milhão de clientes em 43 países ao redor do mundo (Estados Unidos, África, América Latina / Caribe, Região da Ásia). / Pacífico e Europa Oriental) l. Para mais informações sobre a AHF, visite nosso site: www.aidshealth.org/global/brazil   Encontre-nos no Facebook:AHFBrasil e siga-nos no Twitter:@brasil_ahf  e Instagram: ahf.brasil


Violência doméstica, feminicídio e saúde pública


São inúmeras as notícias sobre violência doméstica contra mulheres diariamente. É estarrecedora a brutalidade deste tipo de violência que assola inúmeros lares do País e que, em seu estágio final, tira a vida de jovens, de mulheres, de mães e abala as famílias brasileiras.

Se houve avanços no campo jurídico, em outras áreas há muito a caminhar. A violência doméstica, que leva a ferimentos físicos e emocionais, com cicatrizes profundas, tem sido negligenciada como problema de saúde pública.

Vemos iniciativas isoladas, porém, não só no Brasil, como em outros países, profissionais de saúde não são formados para lidar com essa difícil questão. A falta de conhecimento e treinamento para assistir aos casos de forma eficaz faz com que o assunto seja pouco abordado nas consultas médicas, tirando a oportunidade de essas mulheres, em ambiente protegido pelo sigilo profissional, terem acesso a uma escuta qualificada, acolhedora e eficaz.

Diversas vezes, sintomas inespecíficos podem traduzir situações de violência que só serão reveladas se questionadas. Não podemos esperar uma profusão de relatos espontâneos de maus tratos. Isso raramente acontece, por medo, vergonha, tristeza ou até pela falsa impressão de que tudo poderá ser resolvido.

A abordagem deve ser delicada e respeitosa, considerando o sofrimento crônico apresentado por estas mulheres. Referir-se a quanto episódios assim vem acontecendo em nossa sociedade e quanto tal situação afeta a saúde das pessoas pode ser uma forma de, em poucos minutos, oferecer a elas a oportunidade de falar.

É essencial capacitação profissional para saber o que fazer quando se obtém uma resposta positiva. Reafirmar a relação de confiança, oferecer canais legais disponíveis à denúncia e mostrar que se importa com a paciente são atitudes simples, mas imprescindíveis para a pessoa vulnerável encontrar um caminho.

Os profissionais de saúde devem estar atentos e conhecer os canais a serem indicados às eventuais vítimas. O combate à violência doméstica precisa ser considerado compromisso de todos, especialmente dos médicos obstetras e ginecologistas, que temos o privilégio de participar de tantos momentos felizes e tristes da vida das mulheres.

É preciso preparo. Há erros comuns que nos afastam da responsabilidade e do compromisso de combater esta mazela social. Não podemos esperar atitude imediata por parte de quem sofre a violência, isso raramente ocorrerá. Não devemos oferecer soluções prontas, elas frequentemente não se aplicam à realidade da vítima.

Ao não entender o quanto é difícil para alguém se afastar de um relacionamento violento, sentimo-nos frustrados e tomamos a pior atitude; nos afastamos, paramos de conversar sobre o assunto e aprofundamos o isolamento e a solidão dessas pessoas.

A situação em nosso País é grave e exige ser encarada como problema de gênero, de justiça, mas também de saúde pública. A transformação desta realidade passa necessariamente pela formação e qualificação dos profissionais para atenção à violência doméstica.

Precisamos transformar a indignação passiva com os inúmeros casos de feminicídio em escuta ativa das mulheres. Mais que isso: em compromisso explícito de combate à violência contra as mulheres. 

 



Rossana Pulcineli Vieira Francisco - prof. associada da Disciplina de Obstetrícia da Faculdade de Medicina da USP e presidente da SOGESP, Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo



O compliance como aliado da mulher na atuação profissional


Ainda que o Dia Internacional da Mulher seja uma data de celebração, uma vez que a cada dia as mulheres conquistam mais espaços e ganham mais voz em ambientes corporativos, políticos, econômicos, esportivos, familiares e educacionais, essa também é uma data de reflexão, planejamento e engajamento de toda a sociedade.

Não se trata da busca pelo trabalho fácil ou por um ambiente que não tenha cobranças ou pressões, mas sim a busca da mulher por um ambiente de trabalho igualitário e com as mesmas oportunidades para homens e mulheres, sem discriminação pelo simples fato da mulher ser mulher ou em razão de dogmas, paradigmas diferentes ou até mesmo por sua aparência ou personalidade. O que a mulher busca é reconhecimento pela sua competência e capacidade, sem qualquer rótulo, mas com o respeito que deve prevalecer em qualquer ambiente.

Neste cenário, a estrutura e um programa de compliance são determinantes para garantir um ambiente propício e efetivo nas conquistas das mulheres dentro do ambiente corporativo. A área tem a missão de adequar as políticas da companhia aos seus princípios e valores, visando sempre combater a discriminação, os abusos e a violência, estimulando, sobretudo, a igualdade de gênero.

A realidade do compliance nas empresas e no cotidiano das mulheres traz reflexos sólidos e eficazes no exercício das atividades profissionais, principalmente por permitir e garantir que elas possam atuar com mais segurança, confiança e igualdade de oportunidades, sem que tenham que renunciar às suas carreiras em virtude das dificuldades e barreiras encontradas em ambientes nocivos e não aderentes à nova realidade e às normas de trato social.

Não à toa, programas efetivos nas companhias mundo à fora tem protegido e estimulado cada vez mais a participação feminina em posições e carreiras que, até então, eram exercidas quase que integralmente por homens. E tudo isso feito com integridade e ações sérias voltadas primordialmente para a disseminação da informação e mecanismos de transparência na apuração de desvios.

A área de compliance dá o suporte à organização com treinamentos que reforçam os conceitos de igualdade e melhores práticas de mercado, fortalecendo, assim, a companhia com a adoção de medidas igualitárias, que ampliam o rol de ações cotidianas de combate às distorções de conduta e ao assédio, de forma a tornar o ambiente mais competitivo e equiparado. A mudança de cultura é a chave necessária para a transformação e a forma mais adequada para alcança-la é com informações claras sobre os objetivos, valores e visões da companhia.

O que antes se conversava de forma restritiva, hoje passa a ser discutido abertamente em busca de soluções e alternativas para garantir a igualdade no ambiente de trabalho. Grande parte dessa conquista se deve ao fato de a mulher ter encontrado sua voz e o apoio necessário dentro dos muros e estrutura das empresas.

Além de ajudar a esclarecer dúvidas sobre condutas a serem adotadas, o compliance garante o anonimato e a segurança jurídica necessária para apurações de eventuais desvios de conduta e que vão contra os princípios da empresa. Contudo, é importante reforçar que essa prática não tem o objetivo de restringir a atuação dos profissionais. Ao contrário, tem a missão de prover informações e instruções, além de buscar a correção de comportamentos inadequados que, por vezes, é confundida com limitação de liberdades. A bem da verdade, a missão da estrutura de compliance é proteger as liberdades, provendo informações e treinamentos que visam coibir condutas discriminatórias, assediadoras e que vão de encontro com a ética da companhia.

Além dos treinamentos executados pelas companhias, há o Canal de Denúncia, que se traduz em uma ferramenta de grande valia para as mulheres, já que garante a confidencialidade e retira a sensação de que a parte mais fraca será prejudicada, pois resguarda a identidade do denunciante e garante a devida apuração das denúncias sobre comportamentos que estejam em desconformidade com o Código de Conduta e Ética, bem como de práticas socialmente toleráveis, como elogios e brincadeiras, que acabam denegrindo, diminuindo ou constrangendo a mulher em seu ambiente de trabalho.

As denúncias apuradas devem ser analisadas por um Comitê de Integridade multidisciplinar no qual a participação de conselheiras em sua composição traz um olhar diferenciado e enriquecedor, contribuindo para as discussões dos temas com paradigmas complementares às análises das denúncias e às melhorias ao seu programa de compliance.

Importante reforçar que a influência do programa de compliance, nas atividades desempenhadas pela mulher dentro do ambiente corporativo, traz resultados não só para a companhia, que terá um ambiente mais integrado, respeitoso, produtivo, com mais resultados, com colaboradores mais felizes e satisfeitos, reduzindo assim a rotatividade de pessoas e a perda de informações, mas também traz impactos no ambiente familiar e econômico, já que as companhias terão mais mulheres contribuindo para a renda familiar e consequentemente, para a economia do país, gerando assim mais demanda em produtos e serviços.

Convidamos a todos a refletir em como podemos melhorar o nosso ambiente de trabalho sem privar a atuação na relação cotidiana, buscando ainda um ambiente transformador com mais igualdade de oportunidades, respeito nas relações e atenção ao valor feminino nas corporações, já que a cada dia as mulheres vêm ocupando o seu espaço e evidenciando as suas qualidades e competências.




Késsya Curvo - gerente de Compliance da SONDA, maior companhia latino-americana de soluções e serviços de tecnologia


Posts mais acessados