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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

50% dos feminicídios são de homens que não aceitam separação, diz estudiosa


Metade dos feminicídios do Brasil são cometidos por parceiros ou ex-parceiros que não aceitam o pedido de separação da vítima. A afirmação é da pesquisadora Lourdes Bandeira, professora do departamento de Sociologia da UnB (Universidade de Brasília), que tem uma pesquisa em andamento, analisando 2 mil casos de feminicídios ocorridos entre 2015 e 2018. O levantamento será divulgado em março de 2019.

 “As mulheres são vistas como propriedade sexual do homem. O assassino sente que tem controle sobre o corpo dela e não aceita que outro homem possa se apropriar dele”, afirma Bandeira. “Não significa que todo homem é um feminicida em potencial, mas esses que matam se sentem autorizados por uma ideia coletiva de que a mulher pertence ao homem.”

Segundo Lourdes Bandeira, outras motivações identificadas são ciúme, suspeita de adultério ou briga quando a vítima quer romper com uma situação de subordinação. “Todos os casos têm a ver com possessividade e com negar a condição de autonomia da mulher”, analisa. Em sua pesquisa, a estudiosa concluiu também que o crime acontece com, no máximo, cinco anos de relacionamento.


“Se ela não for minha, não será de mais ninguém”

No feriado de 12 de outubro, foram registrados quatro casos de feminicídio no Estado de São Paulo e três deles aconteceram, justamente, porque os assassinos não aceitavam a separação. Em um deles, a estudante Ellen Bandeira Rocha, 22 anos, foi morta pelo ex-namorado, Richardson Johnison Silva, 30 anos, em sua casa, com cinco tiros.

Os dois começaram a namorar em janeiro e, em junho, ela rompeu a relação. Desde então, ele a ameaçava. Já tinha tinha tentado matá-la duas vezes, com uma faca e enforcada, até o dia que consumou o crime. Familiares relataram que o assassino de Ellen afirmava, com frequência: “Se ela não for minha, não será de mais ninguém”.


Um crime brutal 

Ainda sobre a pesquisa, Lourdes Bandeira afirma que uma das conclusões mais surpreendentes foi perceber a brutalidade com que os feminicídios são feitos. “Vários deles são cometidos com muitas facadas, 20, 30. Também há decapitação e queima de corpo”, diz, e completa: “ou então, na presença dos filhos menores. É chocante.”

A promotora de Justiça e integrante do Gevid (Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher) do Ministério Público do Estado de São Paulo, Fabíola Sucasas, afirma que os casos de feminicídios são marcados também por episódios anteriores de violência. “Muitas vítimas querem romper a relação justamente para sair dessa violência, mas acabam sendo mortas.”

Segundo Fabíola Sucasas, a orientação é que, no primeiro episódio de agressão, a mulher procure um centro de atendimento à vítima de violência doméstica. 

“Notamos que há uma escalada de violência nos casos de feminicídio. Então, às vezes, a agressão pode ser mais do que uma simples ameaça: ela pode estar prestes a ser morta.” No caso de querer se separar, a promotora diz que o serviço de atendimento pode ajudar a mulher a pedir medidas protetivas contra o agressor.

Outra orientação importante é ligar 180, número da Central de Atendimento à Mulher, do governo federal, que dá orientação sobre direitos e serviços públicos disponíveis para vítimas em todo o país.




Camila Brandalise


Fonte:  universa.uol.com.br

Como reatar amizades e convívio em família em tempos de polarização política


Não é segredo para ninguém que as eleições para presidente este ano estão muito polêmicas – dos debates e algumas afirmações entre os próprios candidatos, às discussões que acontecem no seu feed de notícias nas redes sociais e entre grupos de WhatsApp, principalmente os familiares.

Muitas pessoas, ansiosas por uma renovação no pleito do governo brasileiro mal podem esperar que o veredito final da eleição finalmente seja dado neste domingo, dia 28 de outubro. No entanto, o que muitos não esperam é que a verdadeira tempestade está apenas por vir.

A cereja no topo do bolo presidencial, sem dúvida, é o fato de que faltam dois meses para as festas de fim de ano. Em outras palavras: você e todos os seus parentes estão a poucos dias de se sentar em torno de uma grande mesa de jantar na casa de algum parente, fingindo que está tudo bem, mesmo sabendo que, por exemplo, um tio te excluiu do Facebook porque você discorda da opinião política dele. Ou que, no rebuliço das discussões eleitorais, você decidiu por deletar praticamente todos os seus primos das suas redes sociais por não compactuar com as suas ideias sobre determinado candidato – ou por alguma ofensa direta ou indireta. 

É por isso que no texto de hoje eu dou algumas dicas para passar as comemorações de fim de ano em paz, sem deixar que as provocações políticas se transformem em decisões irracionais (carregadas de emoção) e tudo se torne mais desavenças, só que agora na vida real. Vamos aos tópicos:


1 – Razão x Emoção: conheça os seus valores

Se a discussão na mesa é sobre política, religião ou outras escolhas importantes da vida, o que importa realmente são os seus valores pessoais.

Isso começa com o autoconhecimento. Vivemos em uma cultura em que é tão importante se sobressair à frente de um debate que quando aparece algo que se contrapõe aos nossos valores perdemos completamente o fio da meada da discussão. Tradução: perde-se a razão e a lógica do raciocínio, dando lugar à emoção e a falas impulsivas. O resultado? Torta de climão.

Então, o que fazer? Quando a discussão sobre política vier à tona nas festas de fim de ano ou alguém te questionar o porquê foi excluído das suas redes sociais, pregue os seus valores e seja específico na sua resposta. Saber quem você é, bem como o que você representa se torna uma bússola para você se guiar nessas situações. Ter argumentos concretos ajudam a evitar que suas emoções se sobreponham à razão e lhe garantem serenidade.


2 – Planeje-se para evitar prolongações do assunto

Você está na sua família há algum tempo, então você sabe como cada um reage a determinado assunto. Conhece quem vai te provocar, fazer questionamentos desagradáveis e iniciar uma discussão. Que tal se preparar para isso?

Pense que tipos de conversas podem surgir e como você gostaria de responder. Você nunca pode controlar o que as outras pessoas dizem ou fazem, mas pode se preparar estrategicamente para driblar aquele tio que bebeu demais e quer falar de política ou aquele primo magoado que vem questionar o porquê de não estar mais no seu círculo virtual de amigos.

Portanto, treine uma saída para esses casos: estabeleça com você mesmo que sempre manterá a calma e a serenidade quando submetido a um "ataque".


3 – Limite a conversa, sem tom de censura 

Se você quer evitar fadiga antes mesmo de começar as discussões e questionamentos sobre as eleições é totalmente aceitável tomar a iniciativa de falar: "sem política hoje".


4 – Ouça e respeite seu interlocutor

Você já viu alguém mudar de opinião rapidamente? Eu particularmente não. Então não tente mudar de forma brusca e cheia de ataques o que já está decidido por outra pessoa! Utilize argumentos para mostrar o seu ponto de vista: vai dela, acatá-los ou não. Respeite a opinião alheia, um dos princípios básicos da democracia.

Durante uma discussão, principalmente política, em que somos muitas vezes guiados apenas por nossas emoções, sem defender propriamente os nossos valores, repetimos os mesmos argumentos várias vezes, transformando uma conversa que poderia ser saudável em provocações e desgastes.


Questões finais

Ditas essas quatro dicas, ainda é possível que a discussão possa tomar rumos não previstos. Para evitar que a ceia acabe se transformando em uma pequena edição da Guerra Civil, a primeira coisa a se fazer é ouvir o outro e não deixar a emoção conduzir a discussão. Se necessário, mude o assunto educadamente. Tudo fica mais fácil!

No final das contas, as festas de fim de ano são uma época para se comemorar e ficar junto de seus familiares. Esqueça o porquê você excluiu alguém das suas redes sociais por conta de um posicionamento político (ou até mesmo foi excluído) e traga discussões saudáveis e memoráveis para a mesa! Lembre-se que o respeito por uma opinião diferente e empatia por outro alguém começa dentro das nossas próprias casas. Serenidade… muita serenidade…






Uranio Bonoldi consultor -palestrante e oferece aconselhamento personalizado para empresários e executivos. www.uraniobonoldi.com.br



Compliance: uma forma de prevenção e administração de crises


O acesso à informação e à veiculação de notícias no mundo digital modificou a forma como as pessoas físicas, jurídicas e PPE (pessoas públicas e politicamente expostas) precisam lidar com possíveis crises reputacionais. A ideia inicial, sem dúvida, é prevenir qualquer envolvimento negativo dessas pessoas ou extirpar condutas que podem ser questionadas. Para tal, existe o Compliance.
 

Derivada da expressão em inglês "to comply", Compliance pode ser traduzida, de uma forma muito simples no Português para "cumprimento" ou "conformidade". Aspectos de conduta ética, cumprimento de políticas e leis locais, atos em conformidade com a missão e os valores traçados pelas empresas têm uma relação estreita com áreas que trabalham na prevenção de atos ilícitos e no agir ético.

Os programas de Compliance surgiram primeiramente em decorrência da aplicação da Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) nos Estados Unidos, que passou a exigir das empresas americanas programas efetivos de anticorrupção, que deveriam se estender às filiais e subsidiárias pelo mundo. No Brasil, as regras surgiram da Lei 12.846/2013 (“Lei Anticorrupção).

A empresa que adota políticas de integridade corporativa de ética e transparência, demonstra ao mercado e stakeholders uma maturidade nas suas relações empresariais. Dentro de um programa efetivo de Compliance empresarial, além de identificar e afastar problemas do funcionamento do negócio que possam gerar responsabilidades administrativas ou penais, deve-se também ter a estratégia de antever cenários e preparar respostas rápidas e eficazes para momentos de crises; aqui, previne-se, noutros tempos, defendia-se. Especialmente quando se parte de uma questão ligada a um procedimento criminal, ações rápidas de monitoramento, detecção e contenção fazem toda a diferença da gestão de uma crise reputacional.

Especificamente em relação a fatos que irão gerar um processo criminal ou ações de improbidade, recompor a imagem de uma pessoa ou a reputação de uma empresa demandará um grande esforço. Por esta razão, cada vez mais é importante a prevenção ao não cometimento de atos que possam ser questionados e o olhar experiente de profissionais que tenham a capacidade de antever cenários críticos e criar estratégias eficazes para rápidas respostas e soluções. Ética e correção, atualmente, não são escolhas, são regras de existência e sobrevivência de uma empresa, seus gestores e PPE no mundo globalizado.






Sheila Lustoza - Advogada criminalista e sócia da Sisak


Nota de Repúdio - Uso de imagens infantis nas eleições


Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul manifesta preocupação com exploração de crianças nos conteúdos publicitários

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, acima do posicionamento político de sua Diretoria e Associados, vem através desta, manifestar seu mais veemente repúdio à veiculação de imagens em propagandas políticas de crianças, seja em gestos ou repetindo frases decoradas e sem contextualização, que em muito ultrapassam sua capacidade de entendimento ajustada a sua etapa de desenvolvimento, servindo apenas como marionetes para objetivos nem sempre claros ou informativos.

O fim nunca pode justificar os meios, num pensamento muito simplista. O limite a qualquer tipo de trabalho desempenhado por crianças e adolescentes em campanhas políticas afronta normas nacionais e internacionais. Criança não tem partido, mas possui políticas específicas de respeito e proteção ao seu desenvolvimento. A sociedade não pode mais partilhar desta certa forma contemporânea de trabalho escravo, que reaparece ciclicamente, a cada nova campanha eleitoral.

Temos a esperança que estas formas de promoção partidária, não encontrem em nossa sociedade capacidade de convencimento. Está na hora de acreditarmos que a valorização das boas políticas de educação e proteção ao desenvolvimento de nossas crianças, seja o principal meio que nossos pretensos governantes devam utilizar para atingirem os seus objetivos.






Diretoria
Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS)


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