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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Vulnerabilidades existentes no Brasil para ataques


 A transformação digital está cada vez mais acelerada pela necessidade do mercado e do negócio, e a Segurança da Informação para muitas empresas ainda não é um tema estratégico e tem sido tratado apenas no perímetro de TI. Mas quem está tratando os temas “engenharia social, espionagem industrial, vazamento de informação, educação digital, entre outros?

O Brasil é o País que mais sofre ataques cibernéticos bancários em todo o mundo, isto é o reflexo da baixa maturidade do tema em nossos controles, educação e capacitação.

É crescente a evolução de táticas de ataques e do aumento da evasão, além da ausência de profissionais na área para o combate desses fenômenos. Com isso, torna-se ainda mais desafiador para os líderes do setor encontrar meios para evitar a proliferação de ataques cibernéticos. O alto número de dispositivos conectados via Internet das Coisas (IoT) acaba sendo um grande desafio, além da ameaça constante para a área de automação industrial.

Há setores da indústria que trabalham com plataforma tecnológica no modelo Windows XP desatualizado e sem suporte, com protocolos de comunicações ultrapassados e expostos a extrema vulnerabilidade, correndo um risco, sem precedentes, caso este ambiente seja atacado. As atuais ferramentas de segurança já não conseguem mais conter o fluxo de dispositivos que precisam ser monitorados e mantidos em modo de segurança como os desktops, laptops e aparelhos móveis, gerando ainda mais dificuldades no monitoramento de vulnerabilidades em potencial.

Entre os ataques mais frequentes nos dias atuais, vale destacar temas como problemas na qualidade e na aplicação e do código, questões de criptografia, vazamento de informações sigilosas, CRLF Injection, cross-site Scripting, acesso a diretórios restritos, falha no gerenciamento de credenciais de acesso, entre outros.

As falhas e lacunas de segurança mais frequentes surgem a partir de ocorrências ou ações consideradas evitáveis e podem ser tratadas assim que suas origens forem identificadas. Em caso de falha humana, os colaboradores devem receber capacitação e treinamento adequados com certa frequência, especialmente, com alertas para não clicar em links suspeitos ou baixar documentos indevidos. É comum também o sistema ser atingido por falhas de programação no seu desenvolvimento, sem segurança, abrindo brechas para a invasão de hackers. Outra questão crucial está ligada à má configuração, com a instalação de aplicativos de segurança sem a gestão correta e sem a garantia de um funcionamento adequado.

Diante deste cenário, é primordial manter controles em tempo real. Com foco na análise contínua de vulnerabilidades e não apenas ter como uma atividade realizada pontualmente ou na crise. Deve-se manter um controle constante para garantir a segurança da informação efetiva e assertiva.

Atualmente, o acesso à informação e a "digitalização da vida das pessoas" está em uma curva acentuada e em franca aceleração. Com o avanço da era "ágil", temos projetos ágeis (Scrum), além de produtos, empresas (como startups), lucros e conhecimento ágeis (tudo de fácil acesso a todos). Não podemos deixar de reconhecer também que temos o crime organizado ágil e malware ágil (compra na internet com painel de controle e dashboard). A grande questão é que ainda encontramos na contramão de todo esse movimento de "agilidade" uma estagnação dos processos de segurança críticos e ainda marginalizados.

 A nossa privacidade tem sido atacada em várias frentes e devemos ser responsáveis por nossas informações, além de nos preocuparmos para quem autorizamos a utilização desses dados. O gerenciamento de tudo isso também é essencial nos dias de hoje.

Já a criptografia também vem ganhando cada vez mais evidência, e há quem queira enfraquecer a capacidade dos cidadãos comuns para criptografar seus dados.

A Segurança da Informação deve ser um “seguro para nossas vidas”. Não devemos temer pela Segurança da Informação, mas sim adotar um novo estilo de vida, perseguir a segurança para a nossa defesa como pessoa física e corporativa.







Longinus Timochenco - diretor de Cyber Defense Latam da Stefanini Rafael


7 passos para turbinar as vendas no varejo


Vender mais é o sonho de todo varejista. Independentemente do porte ou do segmento, o que vendedores e empreendedores querem é encantar os clientes e fazê-los comprar sempre mais. Mas, cabe destacar que venda é uma questão de estratégia, e não um dom ou obra do acaso. Quem vende muito sempre tem seus segredos. Por isso, listei aqui os sete mais importantes.


1 - Organização: Ninguém gosta de entrar em uma loja bagunçada e escura. O ambiente precisa ser convidativo para uma experiência agradável. E, nesse sentido, várias coisas interferem, como a localização, o atendimento e as informações que o comprador encontra. O varejo precisa ser bem organizado, facilitando o processo de busca pelos produtos.


2 - Auto serviço: Uma das tendências que se observa hoje é o auto varejo. Em um ambiente mais intuitivo, o cliente fica livre e à vontade para procurar o que deseja, sem a abordagem de vendedores. Facilitar o processo dentro da loja, com organizações setoriais, aumenta os níveis de satisfação no momento da compra e faz com que o cliente queira voltar. Para isso, é preciso planejar a jornada do cliente para evitar que ele entre e saia de mãos vazias. 


3 - Lucratividade x giro: Conhecer as categorias de produtos e separá-los com base na lucratividade de cada item também é essencial para garantir aumento nas vendas. Os locais de maior impacto devem ser destinados aos produtos de maior margem de lucro. Já nos locais de menor impacto, devem estar o produtos de maior giro. Já há uma procura natural por eles, não sendo necessário conquistar o cliente.


4 - Adequação ao cliente: Deve-se ter atenção em relação ao perfil de consumo de cada item. Um produto destinado a idosos e gestantes, por exemplo, não deve ser colocado na parte inferior das gôndolas, forçando-os a abaixar. Já os produtos destinados às crianças devem estar à altura dos olhos delas. É preciso pensar sobre todos os produtos, baseando-se no perfil de cliente e tipo de consumo.


5 - Cross selling: Outra estratégia fundamental é a venda casada. Tem sempre um produto que leva a outro e, é importante que eles sejam colocados próximos, impulsionando as vendas. É o clássico exemplo da cerveja no “cantinho do churrasco”. Isso facilita a vida do comprador e aumenta a rentabilidade do varejista.


6 - Promoções: O varejo precisa criar espaços estratégicos para elas. Pode ser uma ilha, uma ponta de gôndola ou de corredor. Além de alavancarem as vendas dos produtos que estão com altos estoques ou que tem boa margem de lucro, elas ajudam a atrair público e a identificar os setores. Outro recurso importante são os promotores de vendas, que geram experimentação e pontos de contato com a marca.


7 - Experiência: Criar experiências no momento da compra é o grande desafio para quem deseja alavancar o negócio. Em tempos de modernidade, onde as compras podem ser feitas com apenas um click, sem sair de casa, ter o shopper no ponto de venda é uma oportunidade única de encantar.
Por fim, é preciso considerar que as pessoas querem vivenciar a compra, podendo pegar, sentir, experimentar o que desejam levar para a casa. Quem briga apenas por preço está fadado ao insucesso. O varejo requer estratégias que levem em consideração a jornada do cliente e suas preferências. A união entre varejo e indústria tende a ser enriquecedora para ambos os lados. Quem usa a informação a seu favor, turbina as vendas.





André Romero - diretor da Red Lemon Agency, agência especializada em comunicação, field marketing e ações promocionais.



Os passos da inadimplência em condomínios


A inadimplência em condomínios prejudica a administração financeira de forma ampla. Não somente pela dificuldade em manter a previsão orçamentária aprovada para a gestão, mas também em razão da impossibilidade de efetuar bloqueios nos consumos de água e gás, causando intranquilidade e insatisfação aos condôminos adimplentes.

Em condomínios com arrecadação baixa, o inadimplemento de uma unidade em um mês desestrutura as contas – impondo-se um desafio para os síndicos, pois muitas vezes representam um valor baixo para propositura de uma demanda judicial em relação aos custos correlacionados – seguindo de encontro aos princípios basilares da busca na otimização de recursos. 

Apresentada a inadimplência, o sindico não tem muitas escolhas procedimentais. Ele deve seguir um caminho claro e bem definido até culminar com a propositura de demanda judicial de execução de cotas condominiais e seus desdobramentos, deixando de lado a possibilidade de redução do custo para todas as partes envolvidas, que é um dos pilares do trabalho de um sindico – o qual se coaduna a obrigatoriedade legal de controlar as despesas e fazer as cobranças de cotas condominiais. Esta segunda é delegada às administradoras – por uma faculdade legal, mas não deixa de ser função do sindico – e muitos não gostam de exercer.

Minimamente ou diligentemente é fundamental  que o sindico siga um trâmite, que necessariamente deve ser apresentado e aprovado por todos os condôminos, pois faz a inserção da comunidade ao processo, mesmo sendo o procedimento mais simples e comumente seguido – como segue – o contato direto é a primeira forma de buscar e de verbalmente impor a mora ao devedor, também manter o diálogo, pois é necessário compreender o motivo para  o não pagamento da cota condominial. Assim, acrescendo mais um pilar na gestão de um síndico: atender a todos os condôminos,  sim, mesmo os inadimplentes. No segundo ponto chega-se a notificação extrajudicia,  como a número dois na ordem dos procedimentos administrativos – mas este se apresenta como o início da formalização documental e o final das possibilidades manejadas somentepelo sindico. A terceira etapa infere a necessidade de agravamento dos custos com o acionamento de escritório de cobrança, que legalmente é de incumbência do inadimplente, mas que segue sendo adiantado pelos demais condôminos, até o adimplemento final do devedor.

Em sequência aos procedimentos, resta claro que o caminho mais desejado pelos síndicos – na esteira da redução do impacto financeiro, ante a imposição da distribuição de demanda judicial - seria a busca do crédito sob o pálio da Lei 9.099/1995 (Juizado de Pequenas Causas), que suporta demandas com o valor até 40 salários mínimos. Porém, os condomínios na égide da referida legislação, não têm legitimidade para gozar dos benefícios do juizado especial cível, salvo decisões esparsas em contrário e seguindo a interpretação positivista da legislação, restando imperiosa a necessidade de interposição da demanda judicial sob o procedimento comum ordinário, que refletirá no pagamento de custas judiciais, caindo por terra a possibilidade do sindico de solucionar o inadimplemento da forma menos onerosa possível.

Importante ressaltar que o tempo para uma demanda judicial decorrer é incalculável, sem trazer a baila os desdobramentos cabíveis pela legislação até uma decisão transitada em julgado e a possibilidade de penhora do imóvel.

A título exemplificativo, trazemos a pesquisa realizada pelo Secovi/RS em janeiro de 2018 acerca da inadimplência no pagamento de cotas condominiais em Porto Alegre. O levantamento foi realizado por amostragem com a avaliação dos dados fornecidos pelas administradoras de condomínios em diferentes bairros da Capital, com base nos seguintes períodos de atraso, até 29 dias, de 30 a 60 dias e mais de 60 dias. 

Os resultados mostraram que 16,00% das 65.856 economias avaliadas estavam em atraso no pagamento das taxas condominiais, das quais 0,43% possuíam medidas judiciais em andamento. 

Em janeiro/2018, a inadimplência das quotas condominiais atingiu 16,00% das economias, tendo acréscimo considerável em relação ao mês anterior (13,65%). O maior índice de atraso, considerando-se o tipo de condomínio, está no período de “mais de 60 dias” com 7,53%, seguido de “até 29 dias” com 6,34%, e, de “30 a 60 dias”, com 2,13%. A média da inadimplência nos 12 meses fechados em dezembro/2017 foi de 14,56%.

Os percentuais dos diversos períodos pesquisados na inadimplência nos condomínios por período em Porto Alegre – janeiro/2018.

A pesquisa evidencia que justamente em virtude dos baixos encargos na cobrança de cotas condominiais, ou seja, correção monetária com base no IGP-M, juros de 1% ao mês e multa a partir da data da inadimplência de 2%, que o desafio do sindico é grande em manter 100% de adimplentes.

Resta evidenciado o desgaste do síndico para que consiga a recuperação do crédito e a manutenção da estabilidade financeira do condomínio, pois impõe-se – como alhures mencionado – seguir minimamente os procedimentos mantendo os pilares de sua gestão amparado na observância da legislação, ética e moral.

Por derradeiro, é visível a necessidade da busca administrativa com a protelação – ao máximo – da solução por via judicial, pois o síndico conhecedor de todo este tramite deve diligenciar, sempre, na composição amigável, nem que tenha que receber cotas condominiais parceladas.

Apesar dos desafios é importante o acompanhamento mensal das inadimplências, o contato com o inadimplente e a adoção rápida de medidas para minimizar o impacto nas contas do condomínio.

 





Fábio Trois de Mello -
advogado e gestor da Banca de Síndicos
OAB-RS 68.478

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