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domingo, 3 de junho de 2018

Quando vamos efetivamente aceitar os robôs?


Relatório recente do Banco Mundial alerta que, se os trabalhadores do Século 21 pretendem competir com as máquinas, é melhor reduzirem salários, cortar direitos trabalhistas e tornar custos humanos mais "baratos".
 
Particularmente, sou um dos que o relatório produzido pelo Banco Mundial no dia 20 de abril de 2018, chama de "criadores de cenários catastróficos". Esse apartado é importante pois, as opiniões que expressarei aqui levam em consideração essa "pecha" criada pelos estudiosos do Desemprego do Século 21.

Interessantíssimo observar que, gradativamente, órgão oficiais, que até há pouco tempo, sinalizavam que existia um exagero sobre a ascensão da tecnologia sobre o trabalho humano, comecem a divulgar, em doses homeopáticas, novos relatórios com análises "já não tão boas" sobre o futuro do trabalho.

Continuam a insistir que não precisamos nos preocupar com a tecnologia ascendente na substituição dos trabalhadores humanos e baseiam-se nos estudos de grandes e brilhantes escritores e analistas DO PASSADO, para fundamentar que, apesar de todos os alardes, nada foi como previram esses "catastróficos". Concordo!

Realmente, nos séculos anteriores, as previsões relativas as 3 revoluções industriais pareciam exageradas e traziam consigo muito mais um discurso de resistência socialista, em contraposição a exploração humana pelo capital e o trabalho. Marx, Keynes… todos "supervalorizaram" os danos, para justificar os prejuízos. E naquela altura, o recurso aplicado e a ruptura de mercado causada comportavam tais discussões nesse âmbito. O mundo era menor, a globalização ainda era um conceito e a conectividade humana muitas vezes não ultrapassava as cartas manuscritas entre as pessoas.

Será que algo mudou para o mundo de hoje? Será que o trabalho, como o conhecemos, sofreu mudancas impactantes? Sinceramente, tentaremos explicar um fenômeno nunca antes vivenciado pela humanidade, sob a ótica dos estudiosos que igualmente não vivenciaram nossa atual (e dura!) realidade? Em que medida isso agrega valor, esclarece o cenário e alinha o futuro? Olhar para a frente, pelo retrovisor, não parece uma atitude lógica…

E é isso que tenho visto! Desde que iniciei uma página específica sobre o Desemprego no Seculo 21, tenho dedicado algum tempo a refletir e buscar matérias e estudos que possam ajudar o mercado a explicar e a se preparar para esse impacto social. Afinal, desemprego, seja qual for a maneira como ele foi gerado, é uma questão social! Mas nem sempre compreendem a finalidade.

Em uma outra oportunidade, tive de esclarecer em um dos posts da página, que não sou contra os robôs, tampouco sou socialista ou comunista ou o que quiserem me chamar, que defende que tudo precisa ser proibido para que se preservem os empregos. Que era "hipocrisia minha falar de desempregos causados pela tecnologia postando do meu Iphone"… ledo engano!

Minha posição é justamente trazer reflexões sobre os impactos da tecnologia no mundo do trabalho e que estão acontecendo de forma silenciosa, sem que Governos e Instituições se deêm conta de que, o agora, é bem diferente dos escritores e revolucionários dos séculos passados.


Pensar as consequências e malefícios que a adoção e crescimento desenfreado das tecnologias terá sobre o trabalho assalariado é uma questão de política pública!

Não é "drama, catástrofe ou exagero", é vida real, entendem? Afinal, querendo ou não, os robôs estão ai, chegando e tomando espaço: quando iremos aceitar a realidade? Quando iremos aceitá-los?
É muito bonito falar sobre os "pequenos" impactos que a robotização, a I.A. e a automação inteligentes trarão ao mercado, para quem esta EMPREGADO. Porém, tente vender o mesmo discurso para o pai ou mãe de família que acabou de perder seu emprego porque o "robozinho" novo da fábrica trabalha 24h por dia e produz o mesmo que 20 trabalhadores ao mesmo tempo, com erro e desperdicio praticamente zero, sem regras trabalhistas ou exigências burocráticas insustentáveis. Apenas a título de sugestão, assistam um trecho do filme "A fantástica fabrica de chocolate", quando o pai do protagonista é substituído na colocação de tampas de pasta de dentes…

Na vida real, os robôs já estão tomando conta dos trabalhos.

As evidências estão ai… só não estamos prestando atenção nelas porque o ganho de agilidade, conectividade e conveniência estão enchendo os olhos do mercado, mas basta olhar em volta. Bancos estão se desintegrando fisicamente, demitindo milhares de pessoas. Fábricas automotivas, que já foram a locomotiva de geração de empregos mundo afora, demitem e reduzem a cada ano, enquanto mantêm a produção e a melhoria contínua dos carros. Call centers praticamente se tornaram uma salinha com um super servidor com assistentes virtuais e "bots" que respondem a praticamente tudo!

E isso é só o começo! Eu sou um entusiasta da inteligência artificial e tenho visto projetos que vão do maravilhoso ao estarrecedor! Não sou um pesquisador, sou apenas um curioso! Mas existem estudos para otimizar praticamente TUDO que fazemos em forma de trabalho hoje (pelo menos da forma como o conhecemos). Alguns estudos ainda mais embrionários, mas que na teoria da evolução dos sistemas e algoritmos, serão possíveis em pouquíssimo tempo. A China tem demonstrado que, um bom banco de dados, um governo autoritário e sistemas de inteligência artificial, podem ser utilizados para controlar uma sociedade de maneira muito mais eficaz do que por leis antiquadas.

Algumas coisas me causam tanta preocupação, que sempre compartilho reportagens que mostram setores de mercado que estão desenvolvendo tecnologias para que não dependam de mão-de-obra humana direta. E isso é fato, não é estudo teórico! Não é alarde, é evidência! Porque resistimos tanto em aceitar que a vida real passa pela aceitacão dos nossos novos parceiros de trabalho?


Vejo em vários eventos que participo, dezenas de palestrantes dizendo que o número de empregos que SERÃO (sim, no futuro do presente do indicativo!) gerados pelas tecnologias e robóticas vindouras, serão maiores do que o desemprego causado. Um discurso bastante parecido com esse do Banco Mundial, de que com o tempo, tudo se ajeita! E tenho sempre aproveitado o gancho para questioná-los das evidências, dados e análises que fundamentam isso. Em sua maioria, deixam a pergunta em aberto… ou se remetem, novamente, aos críticos da evolução das maquinas do passado…

Esse último relatório do Banco Mundial é um alerta velado, mas um alerta!

Talvez por politica interna eles não possam ou não devam criar alarde, mas na prática, dizer que "é melhor reduzir salários para que os trabalhadores possam competir com as maquinas"… meu amigo, tem coelho nesse mato! E uma instituição da envergadura do Banco Mundial tem sim o potencial de causar preocupação em governos do mundo todo. Afinal, você, ai na sua vida, no seu dia a dia, tem visto alguma política pública, ou alguém da estrutura estatal, apresentando projetos ou falando como vai lidar com essa questão?

Todos sabemos em sã consciência que não podemos COMPETIR com máquinas. Temos sim de nos UNIR a elas… mas disputar espaço… é entrar em campo já com 7x1 no placar inicial contra! E mais: o desemprego atual já está praticamente impossível de ser revertido, não só no Brasil como no mundo todo. Aqui, o índice entre 12 e 13 milhões praticamente ja integrou as estatísticas… e ninguem sabe como resolver, a verdade é essa! As possíveis soluções são as de sempre: aquecer a economia para gerar empregos… só que ninguém diz COMO.

Políticas educacionais que criem capacitação de curto prazo, em habilidades específicas e de treinamento de máquina (sim, podemos ser bons "treinadores" para robôs!) seriam bem vindas. Mas para isso, os atuais gestores teriam que se preocupar menos em dar benefícios sociais, aceitar o fato de que o desemprego é endêmico e preparar as pessoas para o mundo real que nos aguarda, e que está bem perto.

Querendo ou não, só na educação estruturada poderemos encontrar algum alento a essa dura realidade e tornar, aí sim, seus impactos menores. Fora isso, ao menos diante dos estudos que tenho visto até hoje, continuamos olhando o cenário com "romantismo" exagerado, ancorando nossa segurança nos erros de previsões do passado… e um passado bem diferente da nossa atual realidade.

É mais ou menos assim: eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem!







Vinicius Carneiro Maximiliano - advogado corporativo e gestor contábil. Com MBA em Direito Empresarial pela FGV e especialista em Direito Eletrônico pela PUC/MG, atuou como advogado de Propriedade Intelectual no Brasil para a Motion Picture Association (MPA), Associação de Defesa da Propriedade Intelectual (ADEPI) e também para a União Brasileira de Video (UBV). Em seguida, foi gestor de projetos especiais na Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) - e Business Software Alliance (BSA). Nomeado pela OAB/SP para a Comissão de Mercado de Capitais e Governança Corporativa. É diretor executivo da Etecon Contabilidade, escritório especializado em questões fiscais e contábeis para empresas tradicionais e da nova economia digital. Autor do livro "Dinheiro na Multidão" – Oportunidades x Burocracia no Crowdfunding Nacional", obra em que analisa o mercado de financiamento coletivo no Brasil e as questões fiscais e burocráticas que podem impactar esse segmento de mercado.


COMPLEXO DE AFRODITE


COMO VENDER MAIS NO DIA DOS NAMORADOS


Na mitologia grega, Afrodite sofrera de um sórdido destino. Seu nascimento, diferentemente do que regem as leis da procriação, deu-se de forma pouco usual: Cronos, Deus do Tempo, decepou os testículos de seu pai, Urano, movido pelo medo de ser expulso do Olimpo. Do esperma derramado ao mar, constituiu-se a personificação do amor, beleza e sensualidade.

Criada mediante apenas à presença varonil, a deusa conheceu do contato prematuro com as intempéries da jornada mitológica que, para alcançar seus objetivos, fazia-se necessário hipermasculinizar-se. Dos jogos de sedução ao apelo exacerbado às aparências, a divindade persistia em procurar a razão da sua estertorante incompletude: o equilíbrio interior.

E o Dia dos Namorados? O que tem a ver com o mito de Afrodite? De acordo com a psiquiatra especialista em linguagem arquetípica da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, Jean Shinoda Bolen, existe uma disfunção que faz com que os indivíduos “inflem” o outro lado da moeda, fazendo com que as características inerentes ao sexo oposto sejam acentuadas.

Intitulado “Complexo de Afrodite”, esta patologia faz com que ambos os parceiros invistam energia psíquica na tentativa de manter o cônjuge em um jogo patológico intermitente de domínio e fusão erótica. Em outras palavras, o homem passa a adotar uma postura mais apática e de subserviência, à medida que a mulher se torna mais agressiva e controladora.

Na percepção da especialista, o aparelho mental de cada lado passa a operar de acordo com a seguinte sentença: “preciso acentuar o lado oposto que falta dentro de mim para que, desta maneira, eu possa constituir o personagem que falta no interior do outro”. Assim, homens-femininos completam mulheres-masculinas, engendrando-se, fantasiosamente, entre si.

O mercado, que não é bobo nem nada, também pode se aproveitar desta inclinação delirante dos casais afeiçoados ofertando produtos que se moldam às faltas primitivas que cada um dos sexos tende a procurar em suas caras-metades. Para isso, basta que adeque as estratégias de marketing às imagens arquetípicas correspondentes ao desejo inconsciente das partes.

E como se faz isso? O primeiro passo consiste em delinear o posicionamento de comunicação das campanhas publicitárias. No próximo dia 12 de junho, por que não se utilizar dos motes “ele/ela, do seu jeito”? Ao aludir ao universo do imaginário aspirado, os serviços ofertados acertarão em cheio na constituição fetichista da psique dos casais, maximizando as vendas.

Em relação ao apelo imagético dos anúncios, esqueça os modelos de terno e gravata, assim como mulheres-protótipos das propagandas de margarina. Quer que ela compre produtos para ele? Faça com que ele seja retratado como um homem do lar, no estilo Rodrigo Hilbert, apresentador de um conhecido programa de culinária gourmet exibido na TV a cabo.

Precisa que ele consuma produtos para presenteá-la? Abra mão do clichê comunicacional constituído pelos signos triviais da data como bombons, flores e perfumes importados. Substitua-os por elementos de representação fálica que demonstrem empoderamento, superioridade e firmeza como: celulares, tablets, batons, bolsas, sapatos e joias.

E na hora de estar frente a frente com o cliente? Evite termos comerciais da Grécia Antiga como “ele gostará muito do presente” ou “mulher sempre gosta deste produto”, substituindo-os pelas correspondências simbólicas veneradas pelos compradores: “neste traje, o seu namorado ficará um gentleman” e “utilizando este acessório, ela ficará ainda mais irresistível”.

Ainda, apostar na experiência lasciva do ponto de venda por meio de ações que ajudem o shopper a visualizar como o outro lado da laranja ficaria utilizando o “Elixir dos Deuses” proposto pode ser a flecha que unirá os pombinhos decaídos em paixonite. Afinal, neste limbo dos desequilibrados, nada melhor do que se olhar no “Espelho de Afrodite”.



Renan Cola - psicanalista da É Freud, viu?



sexta-feira, 1 de junho de 2018

SOBRAC: O que fazer diante de uma vítima de parada cardíaca?

Como realizar os primeiros procedimentosem uma vítima de parada cardíaca
Você sabe identificar os sinais de uma parada cardíaca? Sabe fazer as manobras de reanimação (massagem cardíaca) ou usar um Desfibrilador Externo Automático (DEA)? Provavelmente, não. Isso porque, no Brasil, o socorro imediato e emergencial para os casos de parada cardíaca – e mesmo primeiros socorros básicos para acidentes mais comuns - ainda é negligenciado, e pouco difundido. Histórias reais e fatais ajudam a estimular a educação e conscientizar a população leiga sobre a importância do atendimento imediato em situações críticas, como nos casos de uma parada cardíaca.   

“Há muitos anos a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) faz alertas e campanhas educativas, inclusive com demonstrações públicas sobre a importância do socorro imediato às vítimas com parada cardíaca. Por isso, enfatizamos na nossa campanha – Coração na Batida Certa – as manobras de reanimação e uso do desfibrilador externo. A parada cardíaca e a morte súbita não dão sinais prévios e quem está por perto pode salvar uma vida”, explica a presidente da SOBRAC, a cardiologista Denise Tessariol Hachul.
O infarto cardíaco (morte do tecido muscular do coração por falta de circulação sanguínea) é a principal causa de parada cardíaca e morte súbita no mundo ocidental. Outras causas são a insuficiência cardíaca, que pode ter várias origens, a embolia pulmonar e os problemas congênitos ou geneticamente determinados.  Se o socorro é realizado de imediato, em muitos casos é possível reverter o quadro e diminuir os riscos de lesão cerebral, geralmente com sequelas irreversíveis.
Entre 2001 e 2002, o paulista Gilmar de Oliveira, psicólogo organizacional aposentado, fez três cirurgias cardíacas e implantou um marca-passo definitivo, após dois infartos, aos 37 e 38 anos. Na época, Oliveira estava com a frequência cardíaca extremamente baixa, em torno de 25 batimentos por minuto. Nunca precisou de socorro imediato e nem de reanimação cardíaca. Somente em 2014, como voluntário durante da Copa do Mundo, em São Paulo, é que apendeu as técnicas de reanimação e como usar do Desfibrilador Externo Automático (DEA). “Aprendi os procedimentos e foi então que percebi a importância do treinamento para o público leigo. Embora não tenha feito nenhum atendimento durante a Copa, eu estava pronto para socorrer, se necessário fosse”, explica Oliveira, hoje com 64 anos.
A mineira Luciana Alves, também portadora de marca-passo, não chegou a ser socorrida na rua. A primeira vez foi dentro de um hospital, quando estava em avaliação para diagnosticar seus sintomas; a segunda, também em ambiente hospitalar, por causa de uma queda brusca na frequência cardíaca. Aos 28 anos, Luciana sentiu os primeiros sintomas de uma arritmia cardíaca e, em junho de 2012, aos 38 anos, depois de uma internação em UTI, foi diagnosticada com Disfunção do Nó Sinusal (ou seja, disfunção do marca-passo cardíaco natural do coração) e recebeu o implante do dispositivo cardíaco artificial.
“Sempre lembro do meu caso e vejo que é extremamente importante saber socorrer alguém de forma rápida e segura. Isso significa reduzir as chances de sequelas e uma infinidade de sofrimentos podem ser evitados. Depois de duas paradas cardíacas e um dispositivo implantado, voltei a realizar atividades normais, a fazer as coisas que sempre fiz e a praticar atividade física. Quando você está preparado para socorrer alguém, possibilita isso aos outros também”, diz Luciana, doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais, fundadora do Blog e-Patient Brazil – Pacemaker Users e presidente do Clube do Marcapasso, organização sem fins lucrativos cuja missão é ajudar pacientes com dispositivos médicos implantáveis. Em seu Blog e redes sociais, Luciana compartilha informações relacionadas à saúde e tecnologia, além de facilitar o contato regional e global entre médicos e pacientes.
Geralmente, a parada cardíaca acomete pessoas ativas, que desempenham suas atividades cotidianas normalmente e, de repente, por estresse físico, emocional, ou outra razão, sofrem um mal súbito. E são esses sustos que servem de alerta.
A carioca Aline Rocha tem um histórico parecido. Saudável e praticante de ciclismo e montanhismo, fez diversas investigações e tratamentos, até o último recurso, o implante de marca-passo em 2003, aos 30 anos de idade: “Depois de muitas síncopes e arritmias, inclusive fibrilação atrial!”. Aline também teve parada cardíaca dentro do hospital, sem precisar de socorro emergencial em locais públicos. Hoje, mesmo com o marca-passo implantado, sua maior distância em corridas marca 25km de montanha - esforço equivalente à uma maratona.
“Fui socorrida por profissionais durante a minha cirurgia para o implante do marca-passo. Digamos que estava segura. Talvez não pudesse contar esta história, nem continuar correndo, caso tivesse uma parada cardíaca na rua ou em um show. Por isso, qualquer cidadão deve ser orientado e treinado para socorrer. Infelizmente, isso não é muito difundido e também não vejo aqui no Rio, por exemplo, desfibriladores portáteis (DEAs) em locais públicos, que deveriam estar disponíveis para aqueles que já sabem fazer a reanimação cardíaca”, relata Aline.
Segundo a Presidente da SOBRAC, a maioria das mortes ocorre fora do ambiente hospitalar, sendo que 86% das paradas cardíacas acontecem nos próprios lares das vítimas e 50% são assistidas por um adolescente ou por uma criança, sem nenhum adulto por perto. Considerada de alta incidência, 14% das paradas cardíacas ocorrem em vias públicas ou em lugares de grande concentração de pessoas, como em aeroportos, dentro de aeronaves, shopping centers, estádios desportivos, cadeias públicas. Em todos os casos, o atendimento rápido é fundamental para que se evite a morte súbita ou sequelas decorrentes de uma parada cardíaca não recuperada.
Sobre atividade física, a cardiologista lembra ainda que é sempre benéfica, para pessoas de todas as idades, gêneros e etnias. Alguns estudos, no entanto, observam que os exercícios de alta intensidade, quando realizados por longos períodos de tempo, podem aumentar o risco de morte súbita. Em indivíduos com mais de 35 anos, a principal causa de parada cardíaca durante a prática esportiva é a doença arterial coronária (DAC) e, assim como na população em geral, a avaliação deve focar o diagnóstico da DAC.
“A divulgação desses depoimentos reais e a realização de ações concretas, dirigidas por sociedades médicas como Campanhas em nível populacional, têm como objetivo promover a conscientização sobre a importância do reconhecimento e do atendimento imediato de vítimas de parada cardio respiratória (PCR), seja dentro de suas casas, em locais públicos, no ambiente de trabalho, em instituições de ensino e mesmo dentro de serviços de saúde. Ações preventivas e educativas, como as realizadas pela SOBRAC, são imprescindíveis e devem ser disseminadas amplamente”, pontua Dra. Denise Hachul.


Dicas Úteis - Lembre-se!

  • morte súbita pode ser evitada em grande parte dos casos, se o socorro à vítima for realizado rapidamente, por meio de massagens cardíacas e aplicação de um choque elétrico no peito do paciente (desfibrilação). Esse choque é liberado por um aparelho chamado Desfibrilador Externo Automático (DEA), facilmente manuseado, desde que haja treinamento prévio.
  • É extremamente recomendável – em várias circunstâncias é obrigatória - a existência de um DEA facilmente acessível em locais públicos ou privados de grande circulação de pessoas, como por exemplo: praças, parques, praias, shoppings centers, aeroportos, estações rodoviárias e de trens, clubes, condomínios, estádios de futebol, ginásios esportivos, academias de ginástica e instituições de ensino, entre outros.
  • O índice de sucesso na recuperação de uma PCR depende diretamente do tempo transcorrido entre a sua ocorrência, o início das massagens cardíacas externas e a desfibrilação.
  • As chances de sobrevivência da vítima diminuem cerca de 10% a cada minuto de atraso nesse socorro.
  • Danos cerebrais irreversíveis  podem ocorrer  a partir de 4 a 6 minutos após uma parada cardíaca não socorrida.
  • Poucas tentativas de reanimação cardíaca são bem sucedidas após 10 minutos.
  • Se você não estiver preparado/a para realizar as manobras de reanimação e não souber usar o DEA, acione uma equipe de socorro local, solicite imediatamente um DEA e ligue rapidamente para o SAMU (192).



Sobre a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas – SOBRAC
Criada oficialmente em 1984, a SOBRAC, antigo Departamento de Arritmias e Eletrofisiologia Cardíaca (DAEC), é uma entidade médica sem fins lucrativos, afiliada à Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Seus objetivos são normatizar as atividades relacionadas às arritmias cardíacas no Brasil, promover o desenvolvimento científico e a valorização profissional da especialidade, além de orientar a população leiga a respeito dos problemas mais comuns ligados à arritmia cardíaca e morte súbita por meio de campanhas educativas.
Site SOBRAC: www.sobrac.org

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