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quinta-feira, 3 de maio de 2018

05 de Maio


 Dia Mundial de higienização das mãos


O simples ato de lavar as mãos pode evitar a contaminação por superbactérias

A transmissão de doenças infecto-contagiosas é minizada em 30%, quando as mãos são higienizadas corretamente


O Dia Mundial de Higienização das mãos foi criado para lembrar que a higiene correta das mãos deve se tornar um hábito. Embora pareça simples, a lavagem das mãos ainda costuma ser ignorada no dia a dia, tanto por pessoas comuns como por profissionais de saúde. 

A prática é tão importante que foi adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma bandeira de combate à infecção hospitalar. Devido ao alto potencial de propagação de doenças virais e bacterianas, em que as mãos são as principais vias de transmissão, placas com lembretes para a higienização das mãos nas proximidades de banheiros e pias é lei desde 2014 na cidade de São Paulo. 

Segundo a OMS, lavar as mãos significa reduzir em aproximadamente 40% doenças como gripe, conjuntivite e outras viroses[1]. A recomendação de especialistas é fazer a higienização com água e sabão, além de, sempre que possível, carregar álcool em gel para se precaver quando não houver outros meios à disposição. “A higiene das mãos, com água e sabão ou com álcool gel é uma medida que deve ser utilizada”, afirma Dr. Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, médico da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas e Responsável pelo Programa de Stewardship da Fundação São Francisco Xavier.


Resistência Bacteriana em Hospitais

A higienização correta das mãos é fundamental para prevenir que bactérias multirresistentes se espalhem em ambientes hospitalares. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde revelam que, mundialmente, as infecções relacionadas à assistência à saúde afetam centenas de milhões de pessoas e têm um impacto econômico significativo nos pacientes e sistemas de saúde em todo o mundo. Em países desenvolvidos, representam de 5% a 10% das internações em hospitais de cuidados agudos. Nos países em desenvolvimento, o risco é de duas a 20 vezes superior e a proporção de pacientes com esse tipo de infecção pode exceder 25%.[2]

Uma das consequências da má higienização das mãos,  é questão das bactérias multirresistentes, que vêm ganhando notoriedade nos últimos anos.  A OMS declarou que até 2050, caso nada seja feito, tais bactérias poderão matar anualmente 10 milhões de pessoas no mundo, número maior que a mortalidade por câncer, que até lá, atingirá cerca de 8,2 milhões de pessoas ao ano.[3]
 
No Brasil, de acordo com dados da Anvisa, cerca de 25% das infecções registradas são causadas por micro-organismos multirresistentes[1] – aqueles que se tornam imunes à ação dos antibióticos. 

“A higienização das mãos é uma prática tradicional e, isoladamente, é o fator mais importante na prevenção das infecções. Por mais que tenhamos tecnologia e antibióticos potentes, nada vai impedir que uma bactéria passe de um paciente para outro se não fizermos a higienização correta das mãos”, enfatiza o Dr. Evaldo Stanislau.

No país, já existem algumas iniciativas que visam conter a proliferação das superbactérias, entre elas, o Antimicrobial Stewardship Program (AMS na sigla em inglês), que tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde e a população em geral sobre o uso racional de antibióticos, dado que o uso indiscriminado é uma das razões pelas quais as bactérias acabam criando resistência aos tratamentos. Porém o Dr. Evaldo é enfático: “Todo o esforço de se implantar políticas de Stewardship, diagnóstico rápido, de investimento tecnológico é perdido se não fizermos o básico que é higienizar corretamente as mãos”, conclui o médico.  


Sobre o Projeto Antimicrobial Stewardship (AMS)

A iniciativa tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde e a população em geral sobre o uso racional de antibióticos, dado que o uso indiscriminado, ou então, sem critério desse tipo de medicamento acaba criando resistência ao tratamento.  
 esforços para promover o programa, levando o conceito a hospitais e clínicas médicas – tanto no sistema público quanto no privado. A ideia é munir médicos e gestores de saúde com informações a respeito da importância de mapear a resistência bacteriana presente no ambiente hospitalar para, assim, definir o melhor antibiótico para cada situação, diminuindo as chances de resistência e proliferação das chamadas superbactérias.

Além da compreensão da importância desses dados para os hospitais, a farmacêutica também auxilia na implementação da iniciativa em cada um dos ambientes, após identificar as necessidades de cada um deles. Entre 2014 e 2016, o projeto AMS foi implementado em 110 hospitais ao redor do país. O Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, foi um dos pioneiros na implementação deste projeto em hospitais privados. Até o final de 2017, cerca de 250 instituições foram impactadas.



MSD
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[1] Organização Mundial da Saúde (OMS): site com as principais informações sobre higienização de mãos. Acessado em 26/04/2018 Disponível em http://www.who.int/infection-prevention/en/
[2] Organização Mundial da Saúde (OMS): guia com orientações sobre higienização de mãos. Acessado em 23/04/2018 Disponível em: http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5077:higienizacao-correta-das-maos-e-fundamental-para-garantir-seguranca-do-paciente&Itemid=812
[3] DE KRAKER, Marlieke EA; STEWARDSON, Andrew J.; HARBARTH, Stephan. Will 10 Million People Die a Year due to Antimicrobial Resistance by 2050?. PLoS Medicine, 2016, 13.11: e1002184.



[1] Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Boletim de Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde nº 14: Avaliação dos indicadores nacionais das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e Resistência microbiana do ano de 2015. Acessado em: 30/11/2017 Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/boletim-de-seguranca-do-paciente-e-qualidade-em-servicos-de-saude-n-13-avaliacao-dos-indicadores-nacionais-das-infeccoes-relacionadas-a-assistencia-a-saude-iras-e-resistencia-microbiana-do-ano-de-2015

BULLYING: COMO IMPEDIR UMA TRAGÉDIA?


Casos recentes de suicídios de estudantes de colégios particulares em São Paulo acenderam um sinal de alerta em pais e escolas. E não é para menos. De acordo com a pesquisa do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, com base em dados do Ministério da Saúde; de 2000 a 2015, os suicídios cresceram 65% em pessoas com idade entre 10 e 14 anos, e 45% de 15 a 19 anos. 

No período da adolescência, e mesmo da pré-adolescência, os indivíduos têm uma vulnerabilidade muito grande em relação ao bullying, a pressões sociais, entre outros aspectos. As redes sociais são um dos grandes motivadores de aumento de ansiedade e até de depressão, seja por comentários maldosos ou as famosas fake news, que viralizam instantaneamente. 

O bullying envolve um comportamento agressivo, repetitivo, feito por alguém que exerce algum tipo de poder sobre outro, se sentindo superior e alimentando seu ego, principalmente na frente de seus colegas. No cyberbullying, ou bullying virtual, o anonimato pode trazer uma vantagem ao executor do bullying, já que este pode atacar sem que a pessoa tenha chances de defesa. 

As vítimas do bullying, em geral, têm vergonha de contar o que estão sofrendo. Cabe aos pais identificarem a mudança no comportamento do filho. Sinais de que há algo de errado: não querer ir à escola; ficar ansioso ou angustiado na hora de ir à escola; relutância em participar das atividades em grupo; isolamento; irritabilidade constante; apatia; aumento ou perda de apetite; entre outros. 

As abordagens para manejo, tanto do agressor quanto da vítima, são, principalmente, de base psicoterápica. Para o “buller”, o trabalho envolve identificar a raiz do seu comportamento agressivo e desenvolver uma análise que o ajude na transformação da sua personalidade. Já para a vítima, o tratamento psicoterápico envolve auxílio na superação da dificuldade de se expressar, de se impor e de se defender de forma adequada. 

Desde criança, cada indivíduo começa a demonstrar seu temperamento, sua personalidade, sendo umas mais tímidas e outras mais extrovertidas. Conforme o ambiente familiar, essas características podem se transformar. E, ao contrário do que muitos pensam, a função das escolas é ensinar, e não educar. Esta tarefa é dos pais. 

É muito frequente ver pais que se abstêm deste papel e delegam às escolas uma função que não é delas. Se uma criança chega ao colégio sem a mínima capacidade de ser educado e de respeitar os colegas (e de se fazer respeitar), trata-se de um problema já instalado, provavelmente de origem familiar. 

Para evitar que uma criança se torne um jovem arrogante, sem educação, sem limites e noções básicas de civilidade, é preciso que os pais mudem seu modo de lidar com seu filho, tentando corrigir o que não foi ensinado no momento certo (possivelmente nos primeiros meses de vida, quando a criança começa a explorar o mundo, e já precisa entender seus limites, e o que é certo ou errado). 

Em suma, o ideal é que escolas estejam em permanente contato com os pais, especialmente para relatar episódios de bullying, preconceito e agressão física ou verbal. Assim, os pais terão mais facilidade para compreender a mudança de comportamento do seu filho, e tomar as devidas providências, evitando possíveis transtornos de ansiedade, depressão e até tragédias maiores.







Prof. Dr. Mario Louzã - médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (CRMSP 34330)

 

Quando a Raiva Vira um Verdadeiro Transtorno

Todos nós ficamos com raiva vez ou outra. Talvez aquele seu colega de trabalho esteja coberto de razão de estar morto de ódio por ter perdido todo o dia de trabalho porque o computador simplesmente pifou antes de salvar o relatório. Mas, o que dizer daquele amigo ou familiar que parece viver à beira do limite, que esperneia, xinga, quebra coisas e se descontrola por qualquer razão?

Será que ele teria apenas o “pavio curto” ou algo a mais?

“Ataques de raiva repetitivos e desproporcionais aos motivos que serviram de provocação podem ser sinais do Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), um tipo de Transtorno de Controle de Impulsos (TCIs). O TEI se caracteriza por episódios graves e isolados de agressividade de forma desproporcional aos eventos que os desencadearam. Em geral, são precedidos de um fator estressante e seguidos de profundo arrependimento”, explica a psicóloga Fernanda Queiroz, cofundadora da Estar Saúde Mental.

 

TEI atinge 3 em cada 10 brasileiros

 
Mas, atenção: alguns dias de fúria não são suficientes para que se constate que alguém tem este transtorno. Os critérios para o diagnóstico, entretanto, ainda são motivo de debate. Alguns especialistas acreditam que a especificação de um número de ataques por ano – hoje é de três episódios em 12 meses – não é suficiente para delimitar o problema. Até a classificação da OMS parece apontar que não há critérios totalmente definidos.

Estimativas feitas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo dão conta de que no Brasil, 3 em cada 10 brasileiros são portadores do transtorno. No mundo, os levantamentos apontam para a mesma taxa de prevalência, embora muitos estudiosos afirmem que como o TEI tende a ser subdiagnosticado, esse número seria bem maior.



A origem da fúria

 
Embora os sintomas sejam bastante visíveis e perceptíveis, ainda não se chegou às causas. “O mais provável é que seja uma combinação de fatores biológicos e emocionais.” Sabe-se, por exemplo, que pessoas com histórico familiar de dependência química ou de desordens do humor têm maior predisposição para desenvolver esse transtorno. Crianças criadas em ambientes disfuncionais também, como por exemplo, pai ou mãe alcóolatras ou violentos.

Um dos estudos mais recentes a respeito, publicado em 2014 na revista médica JAMA Psychiatry, sugere que haveria uma ligação entre dois marcadores de inflamação - a proteína C reativa e a interleucina 6 – e impulsos agressivos. A pesquisa, entretanto, acompanhou um grupo bastante pequeno. Foram apenas 200 pessoas. “Outras teorias apontam para alterações em neurotransmissores como a serotonina, hormônio ligado à sensação de prazer”, comenta Fernanda.



Depois da raiva, a culpa

 
Os ataques geralmente são seguidos de culpa e remorso e não raro, os pacientes acabam acometidos por depressão, ansiedade e podem abusar de álcool ou de outras substâncias.

Assim como outros distúrbios do impulso, o TEI traz inúmeros prejuízos ao paciente e às pessoas que o cercam. A desordem pode levar ao fim de casamentos, à perda de empregos, à suspensão da escola ou universidade, entre outros. Um levantamento feito pela Universidade de Harvard (EUA) chegou a estimar que, durante a vida, o prejuízo material para o paciente chegaria a quase US$ 1.500 (ou aproximadamente R$ 4.500) só em destruição de propriedade própria ou alheia.



Terapia

 
Segundo Fernanda, o primeiro passo é reconhecer a frequência e a intensidade desses ataques. “O ideal é procurar um psiquiatra e também iniciar uma psicoterapia, que pode ser a abordagem da Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), amplamente usada para a TEI, com resultados favoráveis, principalmente no controle da agressividade. É importante entender que esse transtorno causa enormes prejuízos sociais, profissionais e acadêmicos. Por isso, quanto antes for diagnosticado e tratado, melhor”, conclui Fernanda


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