Dia Mundial de higienização das mãos
O
simples ato de lavar as mãos pode evitar a contaminação por superbactérias
A transmissão de doenças infecto-contagiosas é
minizada em 30%, quando as mãos são higienizadas corretamente
O Dia
Mundial de Higienização das mãos foi criado para lembrar que a higiene correta
das mãos deve se tornar um hábito. Embora pareça simples, a lavagem das mãos
ainda costuma ser ignorada no dia a dia, tanto por pessoas comuns como por
profissionais de saúde.
A
prática é tão importante que foi adotada pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como uma bandeira de combate à infecção hospitalar. Devido ao alto
potencial de propagação de doenças virais e bacterianas, em que as mãos são as
principais vias de transmissão, placas com lembretes para a higienização das
mãos nas proximidades de banheiros e pias é lei desde 2014 na cidade de São
Paulo.
Segundo
a OMS, lavar as mãos significa reduzir em aproximadamente 40% doenças como
gripe, conjuntivite e outras viroses[1]. A
recomendação de especialistas é fazer a higienização com água e sabão, além de,
sempre que possível, carregar álcool em gel para se precaver quando não houver
outros meios à disposição. “A higiene das mãos, com água e sabão ou com álcool
gel é uma medida que deve ser utilizada”, afirma Dr. Evaldo Stanislau Affonso
de Araújo, médico da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do
Hospital das Clínicas e Responsável pelo Programa de Stewardship da
Fundação São Francisco Xavier.
Resistência
Bacteriana em Hospitais
A higienização correta das mãos é fundamental para prevenir que
bactérias multirresistentes se espalhem em ambientes hospitalares. Dados da
Organização Pan-Americana da Saúde revelam que, mundialmente, as infecções
relacionadas à assistência à saúde afetam centenas de milhões de pessoas e têm
um impacto econômico significativo nos pacientes
e sistemas de saúde em todo o mundo. Em países desenvolvidos, representam de 5%
a 10% das internações em hospitais de cuidados agudos. Nos países em
desenvolvimento, o risco é de duas a 20 vezes superior e a proporção de
pacientes com esse tipo de infecção pode exceder 25%.[2]
Uma
das consequências da má higienização das mãos, é questão das bactérias
multirresistentes, que vêm ganhando notoriedade nos últimos anos. A OMS
declarou que até 2050, caso nada seja feito, tais bactérias poderão matar
anualmente 10 milhões de pessoas no mundo, número maior que a mortalidade por
câncer, que até lá, atingirá cerca de 8,2 milhões de pessoas ao ano.[3]
No
Brasil, de acordo com dados da Anvisa, cerca de 25% das infecções registradas
são causadas por micro-organismos multirresistentes[1]
–
aqueles que se tornam imunes à ação dos antibióticos.
“A
higienização das mãos é uma prática tradicional e, isoladamente, é o fator mais
importante na prevenção das infecções. Por mais que tenhamos tecnologia e
antibióticos potentes, nada vai impedir que uma bactéria passe de um paciente
para outro se não fizermos a higienização correta das mãos”, enfatiza o Dr.
Evaldo Stanislau.
No
país, já existem algumas iniciativas que visam conter a proliferação das
superbactérias, entre elas, o Antimicrobial Stewardship Program (AMS na
sigla em inglês), que tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde e
a população em geral sobre o uso racional de antibióticos, dado que o uso
indiscriminado é uma das razões pelas quais as bactérias acabam criando
resistência aos tratamentos. Porém o Dr. Evaldo é enfático: “Todo o esforço de
se implantar políticas de Stewardship, diagnóstico rápido, de investimento
tecnológico é perdido se não fizermos o básico que é higienizar corretamente as
mãos”, conclui o médico.
Sobre
o Projeto Antimicrobial Stewardship (AMS)
A iniciativa tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde e a população em geral sobre o uso racional de antibióticos, dado que o uso indiscriminado, ou então, sem critério desse tipo de medicamento acaba criando resistência ao tratamento.
esforços para promover o
programa, levando o conceito a hospitais e clínicas médicas – tanto no sistema
público quanto no privado. A ideia é munir médicos e gestores de saúde com
informações a respeito da importância de mapear a resistência bacteriana
presente no ambiente hospitalar para, assim, definir o melhor antibiótico para
cada situação, diminuindo as chances de resistência e proliferação das chamadas
superbactérias.
Além
da compreensão da importância desses dados para os hospitais, a farmacêutica
também auxilia na implementação da iniciativa em cada um dos ambientes, após
identificar as necessidades de cada um deles. Entre 2014 e 2016, o projeto AMS
foi implementado em 110 hospitais ao redor do país. O Hospital do Coração
(HCor), em São Paulo, foi um dos pioneiros na implementação deste projeto em
hospitais privados. Até o final de 2017, cerca de 250 instituições foram
impactadas.
MSD
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[1] Organização
Mundial da Saúde (OMS): site com as principais informações sobre higienização
de mãos. Acessado em 26/04/2018 Disponível em http://www.who.int/infection-prevention/en/
[2] Organização
Mundial da Saúde (OMS): guia com orientações sobre higienização de mãos.
Acessado em 23/04/2018 Disponível em: http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5077:higienizacao-correta-das-maos-e-fundamental-para-garantir-seguranca-do-paciente&Itemid=812
[3] DE KRAKER, Marlieke EA; STEWARDSON, Andrew J.;
HARBARTH, Stephan. Will 10 Million People Die a Year due to Antimicrobial
Resistance by 2050?. PLoS Medicine, 2016, 13.11: e1002184.
[1] Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA): Boletim de Segurança do Paciente e Qualidade
em Serviços de Saúde nº 14: Avaliação dos indicadores nacionais das Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e Resistência microbiana do ano de
2015. Acessado em: 30/11/2017 Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/boletim-de-seguranca-do-paciente-e-qualidade-em-servicos-de-saude-n-13-avaliacao-dos-indicadores-nacionais-das-infeccoes-relacionadas-a-assistencia-a-saude-iras-e-resistencia-microbiana-do-ano-de-2015
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