Medicação oral é capaz de
oferecer nova perspectiva aos pacientes, aumentando a expectativa de vida de
1,5 para mais de 3 anos[1]
Um novo tratamento para uma forma de leucemia foi
incluído na lista de cobertura obrigatória pelos planos de saúde. O novo rol
prevê que, a partir de 2018, ibrutinibe esteja disponível para o tratamento da
leucemia linfocítica crônica (LLC) em pacientes com deleção 17p que receberam
no mínimo um tratamento anterior. Estima-se que até 35%[2]
dos indivíduos com LLC, tipo de leucemia mais comum em adultos nos países
ocidentais, podem precisar da dessa terapia.
Por ser uma forma grave da doença, a LLC com deleção 17p tinha
um prognóstico desfavorável, segundo o hematologista e membro da diretoria da
Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH),
Jorge Vaz. “Sem o tratamento adequado, a sobrevida era de 18 a 24 meses”,
revela. Utilizando o medicamento, os pacientes permanecem mais de três anos
livres de progressão da doença. Com a aprovação da Agência Nacional de Saúde
(ANS), os pacientes com planos de saúde também passam a ter acesso ao único tratamento
para LLC com deleção 17p com eficácia comprovada atualmente disponível no
mercado.
Ainda de acordo com o especialista, a terapia traz uma nova
perspectiva de vida aos pacientes. “Os antineoplásicos orais são o que há de
mais inovador. Por serem uma terapia-alvo, eles atuam diretamente no tumor,
fazem com que o tratamento seja mais assertivo e com que o paciente sofra menos
efeitos colaterais. Além disso, por se apresentarem em forma de comprimido,
oferecem mais conforto e comodidade aos pacientes, pois permitem que a terapia
seja realizada em casa”, esclarece.
[1] Byrd JC, et
al. J Clin Oncol 35, 2017 (suppl; abstr 7510). ASCO, 2017
2
NEJM 2014;371:213
Entenda a LCC com deleção 17p
A leucemia linfocítica crônica afeta os glóbulos brancos do
sangue (linfócitos), responsáveis pela defesa do organismo, fazendo com que
eles passem a se desenvolver de forma descontrolada e parem de realizar suas
funções. Atinge, principalmente, homens com mais de 60 anos. O diagnóstico é
realizado por meio de exames laboratoriais.
“A doença costuma evoluir de maneira lenta, mas quando o
paciente apresenta sintomas, como anemia, problema de coagulação, aumento dos
gânglios e do baço, febre, sudorese noturna e perda de peso, é preciso iniciar
o tratamento. Para isso, investigamos se as células tumorais possuem deleção
17p, pois a alteração genética as torna resistentes à quimioterapia, tratamento
normalmente indicado”, explica Vaz.
Sobre o ibrutinibe
Ibrutinibe funciona bloqueando uma proteína específica chamada
tirosina quinase de Bruton (BTK). A proteína BTK transmite sinais importantes
que dizem às células B para amadurecer e produzir anticorpos, e está envolvida
na multiplicação e propagação de células neoplásicas específicas. O ibrutinibe
bloqueia a BTK, inibindo a sobrevivência da célula neoplásica e sua replicação.
Janssen
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