Sociedade Brasileira de
Medicina de Família e Comunidade é representante da especialidade que atua no
cuidado integral e tem capacidade de resolver 90% dos problemas de saúde do
paciente
Hoje, dia 5 de
dezembro, é datado o Dia Nacional do Médico de Família e Comunidade (MFC). A
medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a
cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das
pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à
saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente
do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção,
prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes
antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os
poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias. Nessa data, também
é comemorado os 35 anos da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e
Comunidade (SBMFC), entidade que representa todos os especialistas.
“A
SBMFC comemora 35 anos, neste Dia do Médico de Família e Comunidade no Brasil,
dia para celebrar conquistas e nossa história. É um orgulho para a Sociedade
representar todos os médicos que atuam na Atenção Primária à Saúde e com
trabalho atendendo as pessoas da melhor forma, da melhor qualidade. E que
sigamos crescendo, construindo nosso trabalho a cada dia, nos fortalecendo
quanto especialidade, e celebrando as conquistas da nossa história”, ressalta
Thiago Trindade, presidente da SBMFC.
O médico de família é um clínico e
comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de
resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas
inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado,
trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e
da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de
especialista em medicina de família e comunidade.
Atenção Primária à Saúde
Imagine um sistema de saúde organizado a partir de serviços
localizados perto da sua casa, com profissionais que conhecem todo o seu
histórico de saúde (e da sua família) e capazes de resolver mais de 80% dos
seus problemas de saúde sem precisar encaminhar você a outro serviço de saúde?
Essa é a Atenção Primária à Saúde (APS), também conhecida no Brasil como
Atenção Básica, que no SUS se materializa nas Unidades de Saúde da Família
(USF).
Nas USF são oferecidas ações de promoção da
saúde e prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, sempre organizadas
conforme características de cada região e da população que utiliza os serviços.
A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) ressalta que
o papel do profissional que atua na APS é cuidar das pessoas de acordo com
estas especificidades.
A cobertura da APS nas cidades brasileiras
varia bastante, e pesquisas mostram que quanto maior esta cobertura é, melhores
os resultados de saúde da população, e maior a qualidade de vida. Na APS as
pessoas que recebem atendimento não são vistas apenas como pacientes, mas como
seres humanos inseridos em uma comunidade, com hábitos de vida próprios, e todo
esse contexto é considerado ao se abordar os problemas de saúde. Assim, podemos
ver situações como a de uma senhora que reclama de dor nas costas
constantemente e já fez vários tratamentos orientados por vários especialistas,
até se perceber que a causa do problema é o fato de ela cuidar de um neto de
dois anos de idade e mantê-lo no colo com frequência, ou de uma pessoa com
hipertensão que já teve seu tratamento ajustado diversas vezes, mas nunca
recebeu uma orientação adequada sobre as formas de preparar seus alimentos em
casa.
“Numa boa conversa durante a consulta
muitos problemas são solucionados, sempre orientando com base nas melhores
evidências, o que além de resolver os problemas protege as pessoas de
intervenções desnecessárias que costumam ocorrer com frequência em serviços de
emergência, onde as pessoas não são bem conhecidas e não há tempo hábil para se
conhecê-las. E abordando os problemas adequadamente, evitamos problemas mais
graves como infartos, úlceras, derrames, entre outros. Além disso, há uma
continuidade do trabalho, um acompanhamento periódico dessa pessoa para que ela
lide cada vez melhor com os seus problemas e assim tenha uma vida melhor”,
explica Rodrigo Lima, diretor de comunicação da SBMFC.
Caso a doença detectada pelo médico de
família e comunidade (MFC), especialidade médica atuante nas Unidades de Saúde
da Família (USF), necessite de acompanhamento por um outro especialista, as
pessoas são encaminhadas a outros serviços onde receberão o cuidado mais
adequado, sempre sob a coordenação do MFC, que é capaz de integrar os
conhecimentos das diversas especialidades em favor da pessoa como um todo.