Pesquisar no Blog

segunda-feira, 13 de junho de 2016

É caxumba ou inflamação no pescoço?



Com um aumento de número de casos de caxumba em São Paulo, aumenta a preocupação da população e começam a surgir dúvidas sobre a doença. Afinal, a caxumba pode ser confundida com uma simples inflamação na região do pescoço e face (conhecida como parotidite)?

De acordo com a infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Graziella Hanna Pereira, a confusão existe porque outras causas de aumento de parótida podem ocorrer, em decorrência de outros vírus, bactérias ou mesmo cálculos na glândula salivar.

A caxumba é contraída por contato direto, gotículas aéreas (espirro ou tosse), objetos contaminados por saliva. Fadiga, febre, mal-estar, perda de apetite e inchaço na região do pescoço são os sintomas mais comuns nos pacientes. Uma vez contaminado pelo vírus da caxumba o indivíduo não será infectado novamente, garante a infectologista.
“É um mito que precisa ser derrubado. Após a infecção, as pessoas sempre ficam imunes”, enfatiza a infectologista. Ela acrescenta que é possível identificar a doença com uma simples análise clínica. Entretanto, o mais seguro é solicitar o exame de sangue, que detecta a presença de anticorpos contra o vírus.

O repouso é um cuidado essencial para a recuperação do infectado, uma vez que não existem medicamentos específicos para tratar a caxumba. “Se não for respeitada a orientação médica, o paciente corre o risco de complicações sérias, como a inflamação dos testículos e dos ovários (que pode resultar em esterilidade), meningite asséptica, pancreatite, neurite e surdez”, lembra.
“É extremamente importante manter a vacinação atualizada. A tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) é recomendada a partir dos 12 meses, com reforço aos quatro e cinco anos. Para o adulto, recomendamos uma dose da vacina até os 49 anos”, completa.
Vale lembrar também que a higienização das mãos e uso de álcool gel são fundamentais quando se tem contato com secreção respiratória ou saliva.

De acordo com a Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA), em São Paulo, foram registrados 346 casos de caxumba até 14 de maio. O número já supera os do ano passado, quando foram confirmados 275 casos.



Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos
Rua Borges Lagoa, 1.450 - Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo.
Tel. (11) 5080-4000
Site:
www.hpev.com.br -Facebook: www.facebook.com/ComplexoHospitalarEV - Twitter: www.twitter.com/Hospital_EV - YouTube: www.youtube.com/user/HospitalEV

Luto normal X luto patológico



O processo de luto pode não ser apenas por conta da morte de alguém querido, pode estar relacionado ao conhecimento de diagnóstico de alguma doença, separação, falência financeira e por aí vai. É uma reação absolutamente natural que o ser humano faz para se adaptar, mas o psiquiatra Dr. Daniel Sócrates da capital paulista, conta que para algumas pessoas o luto deixa de ser uma reação esperada e revela um sofrimento mais intenso e contínuo de perdas, configurando-se o chamado “luto patológico” ou “luto complicado”.  

“As alterações nos sentimentos iniciais podem ir desde raiva, culpa, ansiedade, solidão, nó na garganta, vazio no estômago, aperto no peito, falta de ar, fraqueza, boca seca, confusão, preocupação, descrença, alucinações, distúrbios de sono e apetite, choro, comportamento aéreo e isolamento social. Saber identificar algumas fases no processo de luto pode ajudar a compreender algumas atitudes e se livrar dessas reações psíquicas“, comenta Dr. Daniel. 
Sócrates descreve as cinco fases: 
  1. Negação e Isolamento: a pessoa nega a existência do problema ou situação; são mecanismos de defesa contra a dor psíquica diante da perda. A intensidade e duração variam e geralmente esta fase não persiste por muito tempo.
  2.  
  3. Raiva:  a pessoa expressa raiva pelo ocorrido e acompanhado a este sentimento podem vir revolta, inveja e ressentimento. Muitas vezes estas emoções são projetadas para o externo, hostilizando o ambiente e tornando os relacionamentos mais difíceis. 
  4.  
  5. Barganha: a pessoa busca fazer algum tipo de acordo para que as coisas possam voltar a ser como antes. Há uma tentativa desesperada de negociação com a emoção ou com àqueles que julga “culpados” por sua perda; pactos e promessas são comuns e geralmente ocorrem em segredo.
  6.  
  7. Depressão: sofrimento profundo, a pessoa já não consegue negar as condições em que se encontra. Acompanha-se uma grande introspecção e necessidade de isolamento quando começa a tomar consciência de sua debilidade física; as perspectivas da perda são claramente sentidas. Trata-se de uma atitude evolutiva: negar, agredir, se revoltar, fazer barganhas não adiantou, surge então um sentimento de grande perda.
  8.  
  9. Aceitação:  percebe-se e vivencia-se a aceitação dos acontecimentos, a pessoa se prontifica a enfrentar a situação com consciência das suas possibilidades e limitações. A aceitação não é um estágio feliz, ela é quase destituída de sentimentos.                                                                          
O especialista conta que estas fases não são necessariamente experienciadas por todas as pessoas e nem sempre são vivenciados na mesma ordem. As variações de sentimentos, de sensações físicas e o tempo para que o luto chegue ao fim depende muito da maneira que se age para enfrentar a situação e assim, não deixar que o luto deixe de ser “normal“ e passe a ser um novo “problema“.

“É importante reconhecer um “luto normal” daquele que acaba dando à pessoa a incapacidade de lidar com a perda e acaba por se envolver em um processo cíclico de prejuízos: perde a vontade de trabalhar, de realizar as atividades cotidianas, diminuir sua qualidade de vida, e assim sucessivamente“, completa o psiquiatra. 



Dr. Daniel Sócrates - Graduado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU - Uberlândia/MG) em 2005, residência médica em psiquiatria pela Fundação Hospitalar de Minas Gerais (FHEMIG - Belo Horizonte/MG) em 2007, especialista em Dependência Química pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP - São Paulo/SP) em 2008, doutor em Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP - São Paulo/SP) e Membro da Câmara Técnica de Psiquiatria do Conselho Regional de Medicina (CREMESP - São Paulo/SP). www.drdanielsocrates.com.br

Reajustes dos planos de saúde não levam em conta apenas índice da inflação




Especialista afirma que a Variação de Custos Médico-Hospitalares é determinante para os reajustes dos planos. Índice fechou em 19,3% em dezembro, portanto, menor do que o reajuste de 13,5% autorizado pela ANS

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixou em até 13,57% o índice de reajuste a ser aplicado aos planos de saúde médico-hospitalares individuais/familiares no período compreendido entre maio de 2016 e abril de 2017. O percentual é valido para os planos de saúde contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98 e atinge cerca de 8,3 milhões de beneficiários, o que representa 17% do total de 48,5 milhões de consumidores de planos de assistência médica no Brasil, de acordo com dados referentes a abril de 2016. A decisão, publicada no Diário Oficial, porém, deve trazer um novo cenário neste sentido, ou seja, um percentual considerável de pessoas que vai passar a utilizar o SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo o especialista em seguros e planos de saúde, José Olympio Corrêa Meyer*, a perspectiva de que ocorra a queda de adesões aos planos ou cancelamentos não se deve ao reajuste, mas, principalmente, à situação econômica do País.
“Se um pai de família desempregado está com o orçamento apertado, é mais fácil rescindir o contrato de plano de saúde, já que o SUS deveria fornecer atendimento médico de qualidade. O problema é que o SUS é mal gerido. Então o raciocínio é invertido. O plano de saúde, que é privado e paga quem quiser, não pode ser a solução para um problema que é público e pago por todos nós. Na prática, é na crise econômica que o SUS deveria estar ainda mais ao lado de todos”, diz.
De acordo com dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), apenas no estado de São Paulo, 700 mil pessoas deixaram de ter plano de saúde entre março de 2016 e o mesmo mês do ano passado. Isso responde, em números absolutos, por mais de 52% das perdas de contratos em todo o País no período.
Para o especialista, o reajuste dos planos acima do esperado, se dá, não só pelo aumento em si, pois as mensalidades dos planos não podem sofrer reajustes levando-se em conta apenas os índices de inflação.
Meyer explica que existe uma variável denominada Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH), que é um pouco diferente da inflação. Mesmo assim, o limite do reajuste autorizado pela ANS é inferior ao índice VCMH, que registrou alta de 19,3% nos últimos 12 meses encerrados em dezembro de 2015, de acordo com dados do IESS.
Para o advogado, apesar de o teto do reajuste ser de 13,57%, o índice máximo, há o fato de que cada contrato de plano de saúde tem suas peculiaridades, e é possível que existam reajustes inferiores a este percentual de acordo com a carteira de beneficiários. “As operadoras precisam solicitar a autorização do reajuste de acordo com esse teto, em procedimento com a fiscalização da ANS, mas nada impede que o reajuste seja menor, se isso for viável. Portanto, são analisados diversos fatores, inclusive a sinistralidade, para cobrança. Existe todo um procedimento regulado pela Resolução Normativa nº 171/2008 da ANS”, assevera o especialista, que garante se tratar de um tema polêmico.
Para se ter uma ideia dos valores gastos neste setor, de acordo com o Ministério da Saúde, desde 2010 houve um aumento de 727% nos gastos da União com ações judiciais para aquisição de medicamentos, equipamentos, insumos, realização de cirurgias e depósitos judiciais. De 2010 até maio de 2016, os custos totalizaram R$ 3,9 bilhões com o cumprimento das sentenças e, só neste ano, já foram desembolsados R$ 686,4 milhões.



José Olympio Corrêa Meyer - Mestre em Direito pela UERJ, advogado especialista em seguro saúde e responsável pelo Setor Contencioso do escritório Rosman, Penalva Advogados, em São Paulo.

Posts mais acessados