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terça-feira, 15 de abril de 2025

Páscoa 2025: o almoço está mais caro — e o chocolate também

Especialistas da Rico explicam os fatores que encarecem a "cesta de Páscoa" e como fazer escolhas mais vantajosas


A Páscoa é tradicionalmente associada aos ovos de chocolate, mas o impacto no bolso dos brasileiros vai muito além das prateleiras coloridas dos supermercados. A inflação da cesta de alimentos típicos da data revela um cenário mais amplo — e salgado — para quem pretende reunir a família no almoço pascal.

Dados analisados pela Rico mostram que, entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025, os preços dos itens tradicionalmente consumidos na Páscoa subiram, em média, 5,28% — ligeiramente acima do IPCA do período (5,06%). Mas esse dado recente é apenas parte da história.

Ao ampliarmos o horizonte para os últimos cinco anos, a inflação da cesta de Páscoa — que inclui pescados, frutas, chocolates, biscoitos, leite condensado, açúcar, azeite e outros — chegou a 69,87%, contra uma alta de 35,43% do IPCA no mesmo período.

Confira a comparação dos itens nos últimos 12 meses:


Itens

Inflação acumulada (fev/24 – fev/25)

Chocolate em barra e bombom

16,53%

Chocolate e achocolatado em pó

12,49%

Azeite de oliva

14,16%

Leite condensado

8,98%

Balas

8,01%

Frutas

3,31%

Manteiga

4,97%

Biscoito

1,39%

Pescados

-0,10%

Açúcar refinado

-1,06%

Açúcar cristal

-0,04%

Morango

-5,34%

Cesta de Páscoa

5,28%

IPCA (referência)

5,06%

E nos últimos cinco anos:

Itens

Inflação acumulada (jan/20 – fev/25)

Azeite de oliva

119,36%

Açúcar cristal

85,69%

Açúcar refinado

81,98%

Morango

81,24%

Chocolate e achocolatado em pó

69,81%

Chocolate em barra e bombom

56,43%

Leite condensado

55,05%

Manteiga

50,36%

Biscoito

46,23%

Balas

30,80%

Pescados

19,15%

Cesta de Páscoa

69,87%

IPCA (referência)

35,43%

 

“Esse resultado mostra que produtos tradicionais da data, como chocolates, azeite de oliva e leite condensado, tiveram altas expressivas que puxaram a média para cima. O comportamento dos preços revela um cenário misto, mas que, no conjunto, manteve a Páscoa mais cara para o consumidor em relação ao ano anterior”, avalia Maria Giulia Figueiredo, analista de research da Rico. “Embora produtos como açúcar refinado, açúcar cristal e morango tenham registrado queda nos preços nos últimos 12 meses, alguns deles foram os que mais acumularam alta nos últimos cinco anos. Ou seja, a deflação recente pode ser mais um ajuste pontual após picos de preço do que uma tendência de alívio duradouro”, completa.


E o chocolate?

A tradicional estrela da Páscoa, o chocolate, também segue pesando no orçamento. Além do açúcar (que acumulou alta superior a 80% em cinco anos), o cacau teve uma valorização de 173% apenas em 2024, em razão de problemas climáticos nas maiores regiões produtoras do mundo, como Costa do Marfim e Gana.

Mesmo com uma queda nos preços do cacau em 2025, essa redução ainda não foi sentida nos ovos de Páscoa, já que o estoque foi comprado anteriormente, a preços mais altos.

Além disso, a produção de ovos foi reduzida: a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) aponta que foram produzidos cerca de 45 milhões de ovos em 2025, uma queda de 22,4% em relação a 2024. Com menos oferta, o impacto nos preços é inevitável.


Dicas para economizar

Thaisa Durso, educadora financeira da Rico, sugere que a resposta está no planejamento e em substituições inteligentes. “Pesquisar preços, explorar formatos alternativos e definir um orçamento são passos essenciais para evitar compras impulsivas. Pequenos ajustes na forma de consumir podem fazer diferença no bolso sem perder o encanto da data”, afirma.

Para quem procura estratégias para economizar sem ignorar a celebração da Páscoa, Thaisa compartilha seis dicas práticas:

  • Explorar tradições e simbolismos: A Páscoa vai além do chocolate e pode ser uma oportunidade para resgatar seu significado. Compreender a origem dos símbolos e as estratégias de marketing ajuda a fazer escolhas mais conscientes e evitar gastos impulsivos.
  • Pesquisa e comparação de valores: O custo dos ovos de Páscoa costuma ser mais alto que o dos chocolates tradicionais devido à produção e embalagem diferenciadas. Comparar o custo por quilo e usar ferramentas de busca de preços pode gerar boas economias.
  • Planejamento inteligente: Definir um orçamento e listar quem será presenteado evita compras impulsivas. Considerar todos os custos da celebração ajuda a distribuir melhor os gastos sem comprometer as finanças.
  • Custo x benefício: Preço alto não significa qualidade superior. Ler os rótulos e avaliar a composição do chocolate é essencial para garantir uma boa compra sem pagar apenas por embalagens sofisticadas ou brindes.
  • Opções criativas e acessíveis: Chocolates artesanais, ovos caseiros e experiências compartilhadas, como caça aos ovos e encontros familiares, são alternativas econômicas que mantêm o encanto da data.
  • Gestão inteligente do dinheiro: Sempre que possível, pagar à vista evita juros. Ferramentas como cashback, cupons de desconto e Investback ajudam a otimizar os gastos e até recuperar parte do valor investido nas compras.

Com essas estratégias, é possível aproveitar a Páscoa de forma especial sem comprometer as finanças, equilibrando tradição e planejamento financeiro.


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