A bebida pode melhorar a concentração, memória e produtividade - mas é preciso ter alguns cuidados ao consumi-la.
Vai um cafezinho? Se fizer a pergunta no Brasil,
provavelmente a pergunta será sim. Segundo o último levantamento realizado pela
Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), 44% dos brasileiros consomem
a bebida de três a cinco vezes ao dia. Um dos motivos está associado à
estratégia para melhorar o desempenho nos estudos, prática comum entre
estudantes. A cafeína tem efeitos comprovados sobre o corpo e o cérebro, e
muitos acreditam que ela seja um aliado na busca por concentração, memória e
produtividade.
De fato, pesquisas científicas apontam que o
consumo moderado de cafeína pode trazer benefícios significativos para a rotina
de estudos. De acordo com o artigo A Segurança da Cafeína Ingerida: Uma Revisão
Abrangente, a
substância aumenta a atenção, energia e sentimento de bem-estar. O conteúdo
explica que a cafeína é quimicamente semelhante ao neuromodulador adenosina,
que se acumula ao longo do dia e induz sonolência para dormir durante a noite.
Por isso, ela consegue se ligar aos receptores de adenosina presentes no
cérebro, bloqueando os efeitos da adenosina, permitindo que a dopamina flua
mais livremente.
A ingestão da bebida, porém, não deve ser vista
como uma solução milagrosa. Embora a cafeína possa ser útil em momentos de
cansaço mental, ela não substitui práticas para o desempenho acadêmico, como
uma boa alimentação, qualidade no sono e a prática de exercícios físicos. Para o
biólogo Paulo Jubilut, professor e fundador do Aprova Total – plataforma de
estudos que prepara estudantes para vestibulares, “a cafeína pode oferecer um
suporte temporário, mas ela não deve ser vista como uma solução permanente para
a falta de foco ou disposição".
Precauções ao consumir café
Pesquisas indicam que o consumo moderado de cafeína
é seguro para a maioria das pessoas. No entanto, se consumida em excesso, a
substância pode provocar efeitos colaterais indesejados. "Doses elevadas
de cafeína podem resultar em taquicardia, ansiedade, tremores e até
insônia", alerta Jubilut.
Para garantir que o consumo de cafeína seja
benéfico, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda um
limite diário de 400 mg de cafeína para adultos saudáveis. Isso equivale a duas
ou três xícaras de café por dia. Porém, a pesquisa da ABIC revelou que 29% dos
brasileiros consomem três ou mais xícaras de café diariamente, ultrapassando
essa recomendação.
Além disso, especialistas sugerem que o café seja
evitado após as 16 horas, pois ele pode interferir no sono noturno. Isso
acontece porque a cafeína leva, em média, 7 horas para ser metabolizada pela
metade, o que significa que seus efeitos podem durar mais tempo do que se
imagina.
Vale lembrar que, além do café, outras bebidas e
alimentos como chás, refrigerantes, energéticos, chocolates e alguns
medicamentos também contêm cafeína. "É importante controlar o consumo
total ao longo do dia para não exceder os limites recomendados", alerta
Jubilut.
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