No mês dedicado à Saúde e Segurança no Trabalho, é hora de expandir o olhar: mais do que prevenir acidentes físicos, é essencial cuidar também do que não se vê — a saúde emocional dos profissionais.
O Abril Verde é um movimento nacional de conscientização sobre Segurança e Saúde no Trabalho. Embora historicamente voltado à prevenção de acidentes, o debate tem evoluído para incluir um fator tão crítico quanto invisível: a saúde mental.
Jornadas exaustivas, metas inalcançáveis e ambientes com pouca empatia disparam no cérebro respostas de alerta e estresse crônico, ativando o chamado "modo de sobrevivência". Com isso, aumentam os casos de ansiedade, esgotamento e desmotivação — estados que não apenas afetam o bem-estar individual, mas comprometem o desempenho coletivo.
“Cuidar da saúde mental no trabalho é um compromisso de lideranças, RH e gestores. Ações como escuta ativa, espaços de diálogo, prevenção ao assédio, pausas programadas e apoio psicológico fazem diferença no dia a dia”, afirma Andrea Petrillo, especialista em comportamento humano, neurociência e sócia da Santé.
Com uma rotina acelerada, é comum que lideranças deixem passar sinais importantes. Mas o corpo e o comportamento sempre dão pistas de que algo não vai bem. Fique atento a indícios como:
- Queda
de rendimento e concentração
- Mudanças
abruptas de comportamento
- Afastamentos
frequentes
- Desconexão
com o time ou projetos
- Relatos
constantes de cansaço, estresse ou desânimo
O que líderes podem fazer?
A especialista listou algumas práticas que fortalecem a
saúde mental e a segurança psicológica da equipe:
- Crie um ambiente psicologicamente seguro
- Ambientes
com julgamento, medo ou silêncio ativam no cérebro o sistema de ameaça.
Quando há segurança emocional, a mente se abre para colaboração, inovação
e crescimento.
- Respeite os ciclos de atenção e descanso
- O
cérebro precisa de pausas para consolidar informações e manter o foco.
Pausas curtas e regulares são tão importantes quanto a própria produtividade.
- Estimule conexões saudáveis
- Relações
de confiança e pertencimento protegem o cérebro contra os efeitos do
estresse e fortalecem a resiliência emocional do time.
- Estabeleça metas realistas e claras
- Quando os objetivos são inalcançáveis, o cérebro ativa padrões de frustração e impotência. Metas viáveis, por outro lado, estimulam dopamina e motivação.
- Reconheça os esforços com autenticidade
- A valorização sincera ativa áreas cerebrais ligadas à autoestima e reforça comportamentos positivos.
- Ofereça autonomia com suporte
- O
senso de controle sobre o próprio trabalho reduz a ansiedade e melhora a
performance. Dar liberdade com limites claros gera engajamento e
confiança.
“Aplicar esses princípios fortalece uma cultura mais humana, produtiva e saudável. Cuidar da saúde emocional não é responsabilidade individual — é compromisso coletivo de toda a liderança”, conclui Andrea Petrillo.
Andrea Petrillo - sócia e mentora da Santé. Engenheira pela Escola de Engenharia Mauá, com MBA em Logística e Supply Chain pela FGV e pós-graduação em Neurociência pelo Einstein. É Practitioner em PNL pela SBPNL. Com mais de 17 anos de experiência em gestão de pessoas e processos, tem foco em produtividade, rentabilidade e redução de custos, sempre com um olhar humano e estratégico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário