Pesquisar no Blog

segunda-feira, 14 de abril de 2025

TDAH e Carreira no Brasil: Estratégias para o Sucesso Profissional

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta significativamente a vida profissional de milhões de brasileiros.


Neste texto, o Dr. Matheus Trilico, neurologista referência em TDAH adulto, explora os desafios enfrentados por profissionais com o transtorno, apresenta estratégias eficazes baseadas em evidências científicas recentes para aumentar a produtividade e o bem-estar no trabalho, e destaca a importância da conscientização e do apoio no ambiente profissional, com foco especial no contexto brasileiro.


  1. O Impacto Econômico do TDAH no Mercado de Trabalho Brasileiro

Segundo o Dr. Trilico, "o TDAH afeta mais de 5% dos adultos globalmente, sendo mais prevalente em homens do que em mulheres". No Brasil, embora essa estatística não seja precisa, o impacto econômico é alarmante:

  • Custo anual: O Brasil desperdiçava em 2015 cerca de R$ 1 bilhão por ano devido à falta de tratamento adequado para o TDAH.
  • Acidentes e custos de saúde: Pessoas com TDAH apresentam maior risco de se envolverem em acidentes, gerando custos adicionais para o sistema de saúde.
  • Rotatividade no emprego: A dificuldade em manter empregos a longo prazo resulta em custos de recrutamento e treinamento para as empresas.
  • Desenvolvimento de outras condições: A falta de tratamento pode aumentar o risco de depressão e ansiedade, impactando negativamente a produtividade.

2. Estratégias Inovadoras Baseadas em Evidências

No cenário atual, diversas estratégias inovadoras têm se mostrado eficazes para profissionais que lidam com o TDAH no ambiente de trabalho. Entre as abordagens de gestão de tempo e tarefas, destaca-se a Técnica Pomodoro, que consiste em trabalhar em blocos focados de 25 minutos, seguidos por pausas curtas. Complementando essa abordagem, o uso de aplicativos de foco tem ganhado popularidade por ajudar a bloquear distrações online. Práticas de mindfulness e técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, também têm demonstrado benefícios significativos na melhoria da atenção e do foco.

No campo das terapias e tratamentos inovadores, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem se destacado. Pesquisas recentes sugerem que a TCC pode melhorar significativamente os principais sintomas do TDAH, especialmente quando combinada com medicação. Além disso, o avanço tecnológico trouxe uma nova gama de ferramentas para o manejo do TDAH, com diversos aplicativos para celular desenvolvidos especificamente para auxiliar no tratamento e controle dos sintomas, oferecendo suporte contínuo e personalizado para profissionais que buscam otimizar seu desempenho no trabalho.



3. Implementação no Ambiente de Trabalho

Embora não tenhamos exemplos públicos de empresas brasileiras com programas específicos para TDAH, o neurologista Matheus Trilico explica que podemos sugerir abordagens baseadas em práticas internacionais, adaptadas ao contexto brasileiro:

  • Ambientes de trabalho inclusivos: Além da redução de distrações, empresas podem implementar:

    • Espaços de trabalho flexíveis, com áreas silenciosas e áreas para colaboração.
    • Permissão para uso de fones de ouvido com cancelamento de ruído.
    • Iluminação ajustável para reduzir a fadiga visual.
    • Implementação de sistemas de organização visual, como quadros Kanban físicos ou digitais.


  • Treinamento para gestores: Capacitação sobre neurodiversidade e estratégias de apoio, incluindo:
    • Workshops sobre comunicação efetiva com profissionais com TDAH.
    • Treinamento em feedback construtivo e estabelecimento de metas claras e alcançáveis.
    • Orientação sobre como adaptar processos de avaliação de desempenho para considerar as particularidades do TDAH.



  • Suporte especializado: Suporte individualizado para profissionais com TDAH, como:
    • Parcerias com profissionais especializados em TDAH.
    • Implementação de programas de mentoria interna.
    • Oferta de sessões de terapia ocupacional no ambiente de trabalho.



4. O Futuro do TDAH no Ambiente Profissional Brasileiro

Desafios e Oportunidades:

  • Acesso a tratamentos: É crucial melhorar o acesso a medicamentos e terapias, especialmente para a população de baixa renda. No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), isso implica:

    • Ampliação da lista de medicamentos disponíveis para tratamento do TDAH no SUS, incluindo opções de liberação prolongada.
    • Criação de centros especializados em TDAH adulto nas principais cidades do país.
    • Implementação de programas de telemedicina para atendimento em áreas remotas.



  • Neurodiversidade nas empresas: O reconhecimento do potencial de profissionais neurodivergentes está crescendo, mas ainda há muito a ser feito. Dr. Matheus Trilico cita alguns exemplos:

    • Desenvolvimento de políticas de contratação mais inclusivas;
    • Criação de programas de estágio e trainee focados em talentos com TDAH;
    • Estabelecimento de parcerias com organizações especializadas em neurodiversidade para consultoria e suporte.



Próximos Passos: Plano de Ação para Profissionais com TDAH

  1. Busque diagnóstico e tratamento: Consulte um especialista em TDAH adulto.
  2. Implemente estratégias de gestão de tempo: Comece com a técnica Pomodoro e use aplicativos de foco.
  3. Pratique mindfulness e atividade física: Dedique algum tempo para relaxar e se exercitar - a atividade física é uma grande aliada no tratamento do TDAH em adultos.
  4. Comunique-se com seu empregador: Discuta adaptações necessárias no ambiente de trabalho.


"O TDAH apresenta desafios significativos no ambiente profissional brasileiro, mas com estratégias baseadas em evidências e um ambiente de trabalho compreensivo, profissionais com TDAH podem não apenas superar esses obstáculos, mas também prosperar", enfatiza Dr. Trilico, que é referência no assunto. A conscientização crescente e as inovações em tratamentos poderão pavimentar o caminho para um futuro de trabalho mais inclusivo e produtivo no Brasil.

Dr. Matheus Luis Castelan Trilico - CRM 35805PR, RQE 24818 - Médico pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA); Neurologista com residência médica pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR); - Mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde pelo HC-UFPR; Pós-graduação em Transtorno do Espectro Autista: https://blog.matheustriliconeurologia.com.br/


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados